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Archive for junho \14\+00:00 2012

A pesquisa psíquica nos laboratórios da Sony

Posted by luxcuritiba em junho 14, 2012

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13 Jun 2012 ]

Parece estranho pensar que uma empresa tradicional como a Sony já tenha estado diretamente envolvida com os chamados fenômenos psíquicos.

Apesar de ser pouco difundida por aqui, a história sobre a incursão da gigante japonesa no terreno da pesquisa psi é conhecida e difundida pela comunidade parapsicológica, e alguns de seus detalhes foram publicados esparsamente na forma de artigos e notícias da época.

Tudo começou quando Yoichiro Saka, um experiente funcionário da empresa japonesa, formado em matemática e ciência da computação pela Universidade de Tokyo, levou ao conhecimento de Masaru Ibuka, um dos fundadores da Sony, a proposta de iniciar ali um departamento especial para estudar aquilo que os chineses chamam de “qi”, a energia vital.

Ibuka, cujo interesse em medicina tradicional chinesa era conhecido por seus funcionários, aparentemente comprou a ideia e implementou uma linha de pesquisa sobre qi no laboratório de desenvolvimento e pesquisa da empresa.

Pouco depois, em novembro de 1991, um novo laboratório, conhecido pela sigla ESPER, foi estabelecido, dessa vez com o propósito de investigar a existência dos fenômenos psi e sua possível aplicabilidade industrial. Saka foi imediatamente investido como diretor e cinco funcionários foram destacadas para tocar operacionalmente o projeto.

Segundo descrições da época, o laboratório ESPER, um codinome para “Extrasensory Perception and Excitation Research” (Pesquisa em Percepção Extra-Sensorial e Excitabilidade) teve como objeto de investigação uma ampla gama de fenômenos parapsicológicos, como telepatia, psicocinese e clarividência.

A iniciativa da Sony foi envolvida em parcimônia e acentuada discrição. Somente veio a público em 1995 quando, em entrevista à revista de tecnologia Wired, o executivo Mika Ishida, então responsável pela comunicação institucional da empresa, confirmou a existência do projeto.

Segundo esclareceu, o objetivo principal da pesquisa comandada por Sako era “alongar os limites e definições da chamada ciência tradicional”. Afirmou ainda a possibilidade de haver um novo sistema de comunicação em jogo, um sistema que “transmite dados atravês de meios nunca antes considerados”. Era o que estavam tentando descobrir.

Em junho de 1997, durante o 16. Encontro Anual da Society for Scientific Exploration (Sociedade de Exploração Científica) o líder do projeto de pesquisas psi da Sony, Yoichiro Saka, proferiu uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido por ele no laboratório da multinacional.

De acordo com suas próprias palavras, que ainda podem ser conferidas no programa do evento, a existência de potênciais psíquicos havia sido efetivamente demonstrada pelos experimentos conduzidos:

“Através dos resultados destes experimentos, eu provei que esse tipo de clarividência pode, de fato, existir e apontei a existência de um  sistema desconhecido de informação.  Eu considero que os  resultados de minha pesquisa podem ajudar a trazer  uma significativa revolução que pode  virar nossa sociedade materialista do avesso e concomitantemente remodelar os caminhos da ciência e tecnologia modernas”.

Durante a conferência, narrada em detalhes pelo escritor e editor de livros sobre fenômenos anômalos Patrick Huygue (uma cópia da reportagem original foi postada aqui), Sako descreveu com minúcias algumas das pesquisas desenvolvidas pelo laboratório. Segundo o relato, o maior sucesso foi obtido na área da visão remota (clarividência), e um sujeito em especial – uma menina japonesa de dez anos – aparentemente conseguiu resultados altamente significativos.

No ano que sucedeu a conferência, após um período de sete anos de pesquisas, as portas do ESPER foram oficialmente fechadas. O encerramento do projeto deu-se em  julho de 1998, pouco após a morte de seu instituidor, o fundador Massaro Ibuka.

Na época, uma declaração oficial da empresa foi publicada na edição de 07 de julho de 1998 do jornal asiático South China Morning Post. Nela, a Sony confirmou que as pesquisas desenvolvidas no laboratório ESPER demonstraram a existência das habilidades psíquicas, mas deixou claro que não obteve qualquer sucesso em viabilizar a aplicação industrial dessa descoberta.

“Nós descobrimos experimentalmente que sim, PES existe, mas nenhuma aplicação prática desse conhecimento pode ser antevista para um futuro imediato. (…) Nós não conseguimos detectar o qi por meio de equipamentos; aparentemente, somente pessoas conseguem detectá-lo. Armazenar tal energia em baterias parece uma hipótese demasiado remota para justificar maiores pesquisas”. – Masanobu Sakaguchi, porta-voz da Sony

Como os dados completos das investigações do ESPER nunca vieram a público, a comunidade parapsicológica nada pôde pronunciar sobre a confiabilidade dos resultados aclamados por Sako.

No entanto, o fato de uma empresa como a Sony ter investido oito anos na área soa, para alguns, bastante sugestivo. Afinal, é difícil imaginar que uma corporação tivesse continuado a empregar fundos em pesquisas como essa, se os resultados obtidos tivessem se mostrado desfavoráveis.

Resta torcer para que a história completa ainda venha a conhecer a luz do dia.

Fonte: http://www.noeticabrasil.com.br

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Göbekli Tepe (vídeo no final)

Posted by luxcuritiba em junho 10, 2012

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A minha geração estudou história sob a influência do arqueólogo V. Gordon Childe, responsável pela teoria da Revolução Neolítica, que explicava que a civilização, como a conhecemos, havia sido consequência da agricultura. De bandos de nômades havíamos passado a uma vida mais sedentária, reunida à volta de vilarejos e cidades, cultivando trigo, cevada e domesticando animais. A razão para o aparecimento de aglomerados urbanos era simples: precisávamos tocar as quintas, as plantações, e garantir comida o ano inteiro. Os ajuntamentos facilitavam a defesa dos interesses grupais: garantir que as colheitas não fossem parar em mãos inimigas ou roubadas por bandos famintos, ainda nômades, que cruzavam a terra.

Parte do estabelecimento dos seres humanos em cidades e aldeias justificaria assim o aparecimento da hierarquia de comando, de principados, reinos, de classes sociais dominantes e da religião organizada. Essa visão antropológica do nosso desenvolvimento era abrangente o suficiente para que não a questionássemos. Além disso ela explicava muito do que não conseguíamos explicar de qualquer outra forma. Foi só na década de 1990, com as primeiras descobertas arqueológicas em Göbekli Tepe, na Turquia, que evidências de uma outra possibilidade começaram a surgir. E vieram tão numerosas e de tantas formas diferentes, que a necessidade de revermos de maneira drástica o que imaginávamos ser o desenvolvimento dos seres humanos no Neolítico se fez necessário. A revista The National Geographic Magazine deste mês foca nas conseqüências das descobertas de Göbekli Tepe: a organização religiosa dos seres humanos talvez não tenha vindo como consequência da Revolução Neolítica, mas ao contrário: a necessidade de uma religião organizada pode ter dado origem à agricultura.

É uma reviravolta inesperada e fascinante.

Até evidência em contrário, o aparecimento da religião organizada entre os homens aconteceu na Turquia, em Göbekli Tepe, mais ou menos há 11.000 anos atrás. As fundações desse templo religioso no topo de uma montanha, a 15 km de Sanliurfa, no Sudeste da Turquia, são incontestáveis. Haveria outros templos mais antigos? Não sabemos. Por ora, a civilização começou aí. Göbekli Tepe é um templo extraordinário. Ou melhor, uma série de templos dos quais muito pouco está escavado. Inicialmente havia sido comparado a Stonehenge, na Inglaterra, por causa de seu desenho quase circular de pedras variadas. Mas a semelhança com o sítio na Inglaterra para na forma circular. Göbekli Tepe foi construído muitos milênios antes de Stonehenge [que foi construído por volta de 2.500 anos aC, ou seja há 4.500 atrás]. Além disso, o complexo arqueológico turco é mais sofisticado. Suas pedras gigantescas são cortadas com precisão e apresentam baixo-relevos de animais variados: cobras, raposas, escorpiões, javalis e bandos de gazelas. Construído uns há 11.600 anos, e 7.000 anos antes das pirâmides do Egito, Göbekli Tepe prima por maior sofisticação na construção do que se imaginava para a época, quando comparamos este a outros sítios posteriores. Hoje, é considerado o primeiro grande monumento arquitetônico da humanidade.

Como então Göbekli Tepe se encaixa na chamada Revolução do Neolítico, proposta por Childe? Não se encaixa. Aquela época importante quando a agricultura tomou conta da nossa vida no planeta, aqueles milênios em que as culturas nômades dedicadas à caça e pesca passaram a plantar e cultivar os animais, não parece se refletir no primeiro grande templo da humanidade. E isso é só uma das partes desse quebra-cabeças.

Mas o que foi achado em Göbekli Tepe para nos fazer questionar o que parecia certo e lógico? Localizado na maior colina em toda área, por quilômetros e quilômetros, esse templo consiste de 20 câmaras no subsolo que têm um grande número de pedras de calcário em forma de T. Muitas dessas pedras e pilares foram decorados com o desenho de animais do campo, em relevo, cinzelados. As pilastras estão organizadas em círculos de pedras, — quatro foram escavados até agora. Cada círculo tem não mais do que 30 m de diâmetro. As pedras que os formam são de aproximadamente 6 metros de altura, pesando entre 12 a 18 toneladas.

Pedra do Sol

No entanto, não há vestígios de habitação permanente de seres humanos no local. Nem mesmo rastros deixados por acampamentos de longa duração, já que nessa época não existiam ainda vilarejos, nem cidades, nem aglomerados humanos de maior complexidade. Os seres humanos eram nômades, sobrevivendo da caça e pesca e de colheita de frutos da natureza. Então como construir um monumento desse porte, se era preciso um grande número de pessoas, organizadas, que exercessem diferentes tarefas? As pedras da construção de Göbekli Tepe são encaixadas precisamente, têm formas específicas e eram transportadas de longe, para este local pesando em média 15-16 toneladas cada. Só isso exigiria uma organização muito mais complexa do que creditamos a nossos antepassados de poderem ter exercido, porque tudo isso foi feito numa época em que os seres humanos não conheciam a escrita, o metal, a cerâmica ou a roda.

O que causaria esse grande esforço para se construir um templo, num lugar de tão difícil acesso? O que havia levado esses povos a construir algo tão ambicioso? E mais estranho ainda: a enterrá-lo propositadamente depois de algum tempo e abrir um outro templo circular um pouco mais adiante, e ao fim de um determinado tempo, enterrá-lo e assim por diante? Acredita-se haver uns 20 a 40 templos circulares em volta de Göbekli Tepe. Como o arqueólogo responsável Klaus Schmidt do Instituto de Arqueologia da Alemanha imagina: “bandos de caçadores teriam se juntado no local esporadicamente, através das décadas de construção, vivendo em tendas feitas de peles de animais e caçando os animais locais para alimento”.

Göbekli Tepe – Vista de cima.

Os pilares, as colunas de pedra, foram colocados em círculos, num desenho comum a todos. São pedras de calcário, como grandes colunas, ou grandes T’s. No meio de cada círculo dois pilares. As pedras podem ou não ser decoradas com animais estilizados, grande parte deles animais perigosos: escorpiões armados para o ataque, javalis agressivos, leões ferozes. Não se sabe ainda a razão, mas após uma ou duas décadas, essas construções eram regularmente enterradas, com todos os pilares sob a terra, e novos círculos eram construídos dentro do círculo que foi enterrado, com novas pedras. Às vezes até um terceiro círculo era organizado. Aí então o grupo todo era enterrado, e um novo círculo, mais adiante era construído. O local foi construído e reconstruído com círculos de pedras por séculos e séculos. E ainda mais intrigante: a medida que os séculos passavam as construções ficaram cada vez piores. As pedras menos decoradas, com corte mais rústico, e tudo organizado de uma maneira menos cuidadosa. Ao longo dos séculos o povo que construiu esses templos se tornou cada vez menos apto a fazê-lo. Os esforços de construção pararam finalmente por volta do ano 8.200 aC.

Porque nenhuma habitação foi encontrada, o templo parece ter sido construído com um único objetivo: um centro cerimonial. Os ossos achados nos canteiros arqueológicos, que mostram o que era consumido durante a construção desses círculos, são ossos de gazelas e outros animais caçados muito longe dali e mandados para o local para servirem de alimento. Não havia nenhuma fonte de água natural no lugar. Evidentemente havia necessidade de uma boa organização para que essa construção fosse feita e, no entanto, não foram achados ainda quaisquer vestígios de alguma estrutura social com mandantes e mandados. Quem organizava essas centenas de pessoas necessárias para cinzelar, erguer e arranjar as pedras necessárias? Klaus Schmidt lembra de maneira bastante enfática o que é tão intrigante: “Descobrir que povos de caçadores, pescadores e apanhadores de frutos foram capazes de construir Göbekli Tepe é como descobrir que alguém havia construído um avião 747 com um estilete”. E no entanto, lá está, o templo fora do contexto temporal a que lhe atribuímos.

Mesmo que V. Gordon Childe tivesse sido abrangente demais nas suas teorias sobre a Revolução Neolítica, é preciso não descartarmos o fato de que foi a agricultura que nos permitiu viver agrupados em aglomerados, aldeias, cidades, reinos. Com a agricultura também conseguimos prolongar as nossas vidas e chegar a um grande crescimento populacional. E poder plantar para colher não é um passo pequeno de desenvolvimento. Mesmo que os homens neolíticos conseguissem proteger um pedacinho de terra em que o trigo ou cevada selvagens estivessem crescendo, suas sementes quando maduras se comportavam de maneira diferente das sementes dos grãos domesticados. Isso só foi conseguido milhares de anos mais tarde. Os grãos das espécies selvagens se soltam da planta e caem no chão tornando uma tarefa quase impossível coletá-los no ponto preciso de amadurecimento. Em termos de genética, a verdadeira agricultura de grãos só se deu quando uma área bastante grande de terreno pode ser dedicada ao cultivo de plantas que já haviam sofrido alguma mutação, deixando que os grãos maduros permanecessem nas plantas para a colheita.

Agricultura demanda organização, perseverança, disciplina e estratégias de longo prazo com relação ao retorno sobre o investimento do trabalho. Como é um passo complexo aconteceu através de milhares de anos, quando povos nômades co-existiram com os sedentários. Para que se tenha sucesso na agricultura é necessário defender o investimento contra a invasão territorial de animais e de outros seres humanos. O trabalho se torna cooperativo e relativamente complexo, envolvendo um grupo social que exige uma estratificação, uma hierarquia social. Era muito maior o trabalho envolvido no cultivo de qualquer grão e na domesticação de animais do que simplesmente colher, caçar e pescar. No entanto, o sedentarismo prevaleceu. Mas por que? As vantagens são: pode-se plantar mais do que se consome; pode-se estocar comida para o período de inverno; pode-se trocar o excedente de um alimento de um grupo pelo excedente de alimentos de um outro grupo. Mais pessoas comem. O grupo, permanecendo num único lugar pode viver de maneira mais confortável, sem ter que carregar tudo o que lhe pertence. Pode ter abrigo permanente contra as intempéries climáticas.

Mas nem tudo são flores. Quando se fez a troca de uma vida de caça, pesca e colheita para uma agrícola, sedentária, o esqueleto humano mudou. Temporariamente os homens ficaram menores, porque a dieta a que eles estavam acostumados, rica em proteína, também mudou. Além do que, os animais domesticados também tiveram mudanças radicais sendo menos musculosos, oferecendo menos carne a ser degustada. Mas, mesmo assim, insistiu-se na agricultura. Por que? É uma daquelas perguntas que ainda não pode ser bem respondida. Há muitas teorias, entre elas a da extinção de animais selvagens pela caça generalizada, pressões populacionais…

Sabemos que a agricultura começou no que chamamos de Crescente Fértil: uma região de clima temperado, do Oriente Médio irrigada pelos rios Jordão, Eufrates, Tigre e Nilo. Uma área muito fértil, que é o lugar de nascença da história, da nossa história, da história da humanidade. Foi aí que mais ou menos a 14.000 anos aC os homens começavam a ter algum controle sobre a natureza, antes mesmo de conseguirem plantar para comer, antes mesmo de terem domínio sobre plantas e a domesticação de animais. Foi aí que o mundo despertou. Dá-se o nome de Crescente Fértil porque essa área, em que diversos povos chegam à agricultura, se desenhada sobre um mapa do mundo, formaria um arco, um crescente, sobre os atuais países: Egito, Israel, Cisjordânia, Líbano, partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, da Turquia e do Irã. É daí, nessa região, nas colinas suaves de Anatolia, que nasce a agricultura e consequentemente a civilização. A uns poucos passos de Göbekli Tepe.

É a proximidade entre o templo de Göbekli Tepe com primeiro cultivo proposital da agricultura que deixa alada a imaginação dos historiadores. O que fez a população de Göbekli Tepe se organizar para construir um templo antes mesmo de se organizar para a agricultura? Obviamente havia uma necessidade emocional, interna, uma necessidade comum aos homens, de reverenciar um deus ou muitos, de idolatrar as forças que os governavam, para cultuar os favores: da caça e pesca abundantes, do renascimento constante de frutos e folhas. Com a consciência de sua insignificância, de sua pequenez frente à natureza que os dominava, instalou-se a precisão de um culto, dedicado a um ou mais seres, algo que aliviasse a angústia da incerteza da vida.

Área onde foram encontradas aldeias natufianas, desaparecidas por volta de 10.000 aC.

Antropólogos há muito assumem que a religião organizada surgiu como maneira de resolver problemas entre grupos à proporção que os nômades tiveram que conviver com outros grupos, quando todos se tornavam vizinhos sedentários, usufruindo das mesmas fontes de água limpa, de campos adjacentes, transformados em pequenos fazendeiros, responsáveis pela alimentação de seu grupo tribal. Vilarejos surgiram, imaginava-se, da necessidade de estruturar as ações comuns que melhoravam a vida do individuo: enterro dos mortos; abrigo à prova de animais para os membros do grupo, o uso de plantas medicinais, e assim por diante. E assumiu-se que só quando uma visão de ordem celestial comum a um grande grupo apareceu, aí sim, vieram os templos, nas aldeias e nos vilarejos, um sistema religioso capaz de unir esses novos grupos. Mesmo assim, já havia alguns indícios, raros é verdade, de que talvez essa ordem não estivesse correta: há resquícios de aldeias datando de 13.000 anos aC., chamadas de Aldeias Natufianas [do período neolítico] que surgiram no Oriente médio, particularmente nas áreas que hoje cobrem os estados de Israel e Palestina, Líbano, Jordão e oeste da Síria. Os habitantes dessas aldeias, que viviam em lugar permanente, não eram agricultores, eram colhedores de sementes, de trigo, cevada e centeio, assim como caçadores de gazelas. Como o professor Ofer Bar-Yosef, da Universidade de Harvard apontou, a descoberta dessas aldeias foi “um grande sinal de aviso que deveríamos mudar nossas idéias”. Mas essas aldeias neolíticas começaram a desaparecer por volta de 10.200 aC, quando houve uma pequena idade do gelo, com a queda da temperatura local por mais ou menos 11º centígrados. As aldeias Natufianas certamente sugerem que a organização em aldeias veio anterior à agricultura.

Beidha, aldeia netufiana, no sul do Jordão, perto de Petra.

À medida que Karl Schmidt organiza e reflete sobre suas escavações em Göbekli Tepe também imagina as causas do aparecimento da agricultura antes mesmo da residência sedentária dos povos nômades. Talvez o templo tivesse sido construído por tribos das áreas ao entorno, num raio de 150 km, que tiveram como objetivo se agruparem, trazerem presentes e dádivas aos deuses, ou a um sacerdote. Certamente haveria alguma ordem social, que nos escapa hoje, que seria responsável pela construção do local e também pela organização dos fiéis. Haveria rituais, cantos, tambores, festas. E com o passar do tempo, da própria necessidade de alimentar os visitantes, agrupados ali para as cerimônias, houvesse aparecido a necessidade de garantir uma certa quantidade de comida. Teria nascido dessa maneira a agricultura nesse canto da Anatolia, sul da Turquia, com o cultivo mais intenso dos melhores grãos? Além das primeiras evidências de domesticação de plantas virem de Nevali Çori, a 30 km de Göbekli Tepe, há muitos outros indícios deste início de tentativas agrícolas, na mesma região. Os porcos domesticados pelo homem primeiro aparecem em Cayounu, a 100 km de Göbekli Tepe; gado bovino, caprino e ovino foram domesticados pela primeira vez no leste da Turquia. Todas as sementes de trigo existentes hoje no mundo inteiro são descendentes do einkorn kernel [Triticum boeoticum] cuja evidencia de DNA sugere ter sido domesticado próximo a Karaca Dag, no sudeste da Turquia.

A visão que temos hoje da região é muito diferente daquela de então. O deserto do Curdistão era, naquela época, um lugar fértil, coberto de vegetação. Os relevos de todo tipo de animal nas pedras no templo atestam sobre esta abundância. Tudo indica que foi o homem, justamente através da agricultura do período neolítico que levou à desertificação: árvores derrubadas, o solo escorrendo com as chuvas, a terra exposta, sem plantio. Tudo o que mantinha verde esse grande oásis à beira de uma região de equilíbrio delicado, foi modificado e acabou sendo devastado. Teria sido esta a primeira grande perda ecológica que tivemos?

São os contrastes entre esta visão paradisíaca da região — quando Göbekli Tepe foi construído, época em que grupos nômades se saciavam com o que apanhavam na natureza – e a introdução da agricultura na área, com a devastação do meio ambiente em seguida, que têm levado alguns historiadores a se perguntarem se não seria justamente sobre esses eventos, a descrição da Expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden no Paraíso e sua subseqüente punição: serem obrigados a colher o fruto de seu trabalho, como descrito no primeiro livro do Gênese da Bíblia. Adão, o caçador, foi levada a arar o solo de onde havia vindo.

Que muitos dos relatos bíblicos vez por outra parecem ser comprovados, é fato. Uma das publicações mais populares de meados do século passado, que comparava textos bíblicos às descobertas arqueológicas é o clássico E a Bíblia tinha razão, de 1955, do escritor alemão Werner Keller, um grande best-seller universal. Muitos outros estudos desde então já apontaram diversas vezes para a área do Curdistão na Turquia como a provável localização do Éden: a oeste da Assíria, exatamente onde se encontra Göbekli Tepe. Além disso, o Jardim do Éden bíblico está situado entre quatro rios incluindo o Tigre e o Eufrates. Tom Knox, autor do romance de suspense The Genesis Secret, [Harper Collins: 2009] aponta para seus leitores outros detalhes interessantes, entre eles, textos sírios, escritos na antiguidade, onde há a menção da Casa do Éden [Beth Eden], como um reino pequenino, localizado a 75 km de Göbekli Tepe. Outras referências sobre a localização de um possível lugar chamado Éden [que na língua da Suméria significa “planalto”] auxilia na localização do paraíso justamente no planalto de Haran.

Quando juntamos essas referências, vem a vontade de dizer que as construções encontradas no sítio arqueológico de Göbekli Tepe, poderiam apontar para um templo localizado dentro do Jardim do Éden. Mas ainda é muita especulação. No entanto o que sabemos é que o local foi considerado santo há muitos e muitos milênios. Inspirou o ser humano à introspecção, ao sagrado, à aceitação do divino em suas vidas. Templo foi, sem dúvida. Por si só expressa a necessidade humana de ir ao encontro de um poder maior, de reconhecer suas próprias limitações e de apelar aos poderes que têm controle sobre nós. Göbekli Tepe mostra que a necessidade de se agradecer dádivas, de se admitir o que é santo, de se confirmar em grupo a união com o Criador é inerente ao homem e como tal mais antiga do que imaginávamos. Parece apontar, de fato, para o local do nascimento da religião.

http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/06/18/gobekli-tepe-a-descoberta-do-jardim-do-eden


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Crepúsculo em Páscoa

Posted by luxcuritiba em junho 9, 2012

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Os mistérios da pedreira  História e geografia de Páscoa  Gente e alimentação  Chefes, clãs e plebeus  Plataformas e estátuas  Esculpindo, transportando e erguendo  A floresta desaparecida Conseqüências para a sociedade  Europeus e explicações  Por que Páscoa era frágil? Páscoa como metáfora

Nenhum outro lugar que eu tenha visitado me causou impressão tão fantasmagórica quanto Rano Raraku, a pedreira na ilha de Páscoa onde suas famosas estátuas de pedra eram esculpidas (foto 5). Para começo de conversa, a ilha é o pedaço de terra habitado mais isolado do mundo. As terras mais próximas são a costa do Chile, 3.700 quilômetros a leste, e as ilhas Pitcairn, na Polinésia, a dois mil quilômetros a oeste (mapa, p. 108-109). Quando fui até lá de avião a jato, em 2002, meu vôo, que saiu do Chile, passou mais de cinco horas sobrevoando o oceano Pacífico, que se espalhava interminavelmente entre os horizontes, com nada embaixo de nós para ser visto além de água. Perto do pôr-do-sol, quando o pequeno ponto que era a ilha de Páscoa finalmente tornou-se fracamente discernível em meio ao lusco-fusco da tarde, eu já estava ficando preocupado se conseguiríamos encontrar a ilha antes do anoitecer, e se nosso avião teria combustível para voltar ao Chile caso não a encontrássemos. Páscoa não parece ser uma ilha que tenha sido descoberta e habitada pelo homem antes dos grandes e rápidos veleiros europeus de séculos recentes.

Rano Raraku

Rano Raraku é uma cratera vulcânica aproximadamente circular de cerca de 550 metros de diâmetro, na qual entrei por uma trilha que começava na planície do lado de fora, subia pela íngreme encosta e, ao chegar à borda da cratera, voltava a inclinar-se abruptamente em direção a um lago pantanoso no fundo. Hoje em dia ninguém mora ali. Espalhadas tanto no interior quanto no exterior da cratera estão 397 estátuas de pedra, representando de modo estilizado um torso humano masculino de longas orelhas e sem pernas, a maioria com 4,5 a 6 metros de comprimento, embora a maior delas tenha mais de 20 metros de altura (mais alta que um prédio moderno de cinco andares), e pesando de 10 a 270 toneladas. Pode-se discernir os restos de uma estrada de transporte saindo da cratera através de um desfiladeiro que corta um ponto mais baixo da borda, e da qual partem outras três estradas de transporte com cerca de 7,5 metros de largura, irradiando-se para o norte, sul e o oeste até a costa da ilha, a cerca de 15 quilômetros de distância. Espalhadas pelas estradas estão 97 outras estátuas, como se tivessem sido abandonadas durante o transporte da pedreira. Ao longo da costa e, ocasionalmente, no interior da ilha, estão cerca de 300 plataformas, um terço delas servindo de suporte ou próximas a 393 outras estátuas, as quais, até algumas décadas atrás, não estavam eretas e, sim, tombadas, muitas derrubadas de modo que propositalmente quebrassem à altura do pescoço.

Da borda da cratera, pude ver a maior e mais próxima plataforma (chamada Ahu Tongariki), cujas 15 estátuas tombadas foram reerguidas em 1994 através de um guindaste capaz de erguer até 55 toneladas, como me contou o arqueólogo Claudio Cristino, responsável pelo trabalho. Mesmo com esse moderno equipamento, a tarefa mostrou-se desafiadora para Claudio, porque a maior estátua do Ahu Tongariki pesava 88 toneladas. Contudo, a população polinésia da ilha de Páscoa pré-histórica não possuía guindastes, rodas, máquinas, instrumentos de metal, nenhum animal de tração e nenhum meio além da força humana para transportar e erguer as estátuas.

As estátuas que ficaram na pedreira estão em diferentes estágios de conclusão. Algumas ainda estão presas à rocha na qual foram esculpidas, esboçadas, mas ainda sem detalhes como orelhas e mãos. Outras estão acabadas, extraídas da rocha e repousam sobre a encosta da cratera, abaixo do nicho onde foram esculpidas, e há ainda outras que foram erguidas dentro da cratera. A impressão fantasmagórica que a pedreira me causou veio da sensação de estar em uma fábrica na qual todos os trabalhadores tivessem subitamente se demitido por razões misteriosas, jogado fora os seus instrumentos, e saído dali, deixando cada estátua no estado em que se encontrava no momento. Espalhados pelo chão da pedreira estão as picaretas de pedra, brocas e martelos com que as estátuas eram esculpidas. Ao redor de cada estátua, ainda junto à pedra, estão as valas onde ficavam os escultores. Nas paredes de pedra há saliências onde os escultores deviam pendurar as cabaças que lhes serviam como garrafas de água. Algumas estátuas na cratera dão mostras de terem sido deliberadamente quebradas ou desfiguradas, como se grupos de escultores rivais tivessem vandalizado os trabalhos uns dos outros. Sob uma das estátuas foi encontrado um osso de dedo humano, possivelmente resultado do descuido de um membro da equipe de transporte. Quem esculpiu as estátuas, por que foram esculpidas com tanto esforço, como transportaram e ergueram aquelas imensas massas de pedra, e por que acabaram derrubando-as?

Os mistérios da pedreira

Os muitos mistérios de Páscoa já eram evidentes para seu descobridor europeu, o explorador holandês Jacob Roggeveen, que avistou a ilha no Domingo de Páscoa (5 de abril de 1722), daí o nome com o qual a batizou e que ainda permanece. Como um marinheiro que acabara de passar os últimos 17 dias sem ver sinal de terra, atravessando o Pacífico a partir do Chile em três grandes navios europeus, Roggeveen perguntou-se: como os polinésios que o saudaram quando desembarcou no litoral de Páscoa chegaram àquela ilha remota? Sabemos que uma viagem a Páscoa da ilha Polinésia mais próxima a oeste demoraria muitos dias. Portanto, Roggeveen e os visitantes europeus que o sucederam surpreenderam-se ao descobrirem que os únicos barcos dos insulares eram pequenas canoas mal vedadas, com não mais que três metros de comprimento, capazes de levar uma, no máximo duas pessoas. Nas palavras de Roggeveen: “No que diz respeito aos seus barcos, estes são ruins e frágeis, pois suas canoas são construídas com pequenas pranchas de madeira leve, que espertamente unem umas às outras com fios muito finos e retorcidos, feitos com a planta campestre acima mencionada. Mas como não têm o conhecimento nem os materiais necessários para vedar e firmar o grande número de juntas das canoas, estas fazem muita água, razão pela qual são obrigados a passar metade do tempo baldeando”. Como um bando de colonizadores, suas plantas, galinhas e água potável sobreviveriam numa viagem de duas semanas e meia em tais barcos?

Como todos os visitantes posteriores, incluindo a mim, Roggeveen ficou curioso para compreender como os insulares erigiram suas estátuas. Voltando a citar o seu diário: “À primeira vista, as imagens de pedra nos causaram assombro, pois não compreendíamos como era possível que aquele povo, que não tinha madeira grossa e pesada nem cordas fortes o bastante para construírem qualquer tipo de máquina, ainda assim conseguiram erguer aquelas imagens, que tinham nove metros de altura e eram proporcionalmente grossas”. Não importa que método os insulares usaram para erguer as estátuas, eles certamente necessitaram de madeira e cordas fortes, como concluiu Roggeveen. Contudo, a ilha de Páscoa que ele encontrou era um lugar ermo sem nenhuma árvore ou arbusto com mais de três metros de altura (fotos 6 e 7): “A princípio, vista de alguma distância, achamos que a dita ilha de Páscoa era arenosa, pois imaginamos ser areia a grama, o feno ou outra vegetação ressecada e queimada, porque sua aparência desolada não era capaz de provocar qualquer impressão além de uma singular pobreza e aridez”. O que aconteceu com todas as árvores que outrora certamente estiveram ali?

Organizar a escultura, o transporte e o erguimento das estátuas requeria uma sociedade populosa e complexa, vivendo em um ambiente rico o bastante para sustentá-la. O número e o tamanho das estátuas sugerem uma população muito maior do que os poucos milhares de pessoas encontradas pelos visitantes europeus no século XVIII e no início do século XIX: o que aconteceu com o resto da população? Esculpir, transportar e erguer estátuas demandaria muitos trabalhadores especializados: como eram alimentados, uma vez que a ilha de Páscoa vista por Roggeveen não tinha animais terrestres nativos maiores que insetos, e nenhum animal doméstico exceto galinhas? Uma sociedade complexa também é denunciada pela ampla distribuição dos recursos de Páscoa, com a pedreira no extremo leste, as melhores pedras para fazer instrumentos no sudeste, a melhor praia para pescar no noroeste, e as melhores terras de cultivo ao sul. Extrair e distribuir todos esses produtos requereria um sistema capaz de integrar a economia da ilha: como isso pode ter surgido em uma paisagem tão pobre e desolada, e o que aconteceu com esse sistema?

Todos esses mistérios geraram muitos volumes de especulação durante quase três séculos. Muitos europeus não acreditavam que os polinésios, “meros selvagens”, pudessem ter criado aquelas estátuas ou as belamente construídas plataformas de pedra. O explorador norueguês Thor Heyerdahl, sem querer atribuir tais habilidades aos polinésios que se espalharam da Ásia através do Pacífico Ocidental, argumentou que a ilha de Páscoa fora colonizada através do Pacífico Oriental, por sociedades indígenas avançadas da América do Sul, que ao seu turno receberam a civilização através do Atlântico, de sociedades ainda mais avançadas do Velho Mundo. A famosa expedição Kon-Tiki de Heyerdahl e suas outras viagens a bordo de embarcações precárias pretendiam provar a factibilidade de tais contatos transoceânicos pré-históricos, e para apoiar conexões entre as pirâmides do Antigo Egito, a colossal arquitetura megalítica do Império Inca, na América do Sul, e as gigantescas estátuas de pedra da ilha de Páscoa. Meu interesse por Páscoa foi deflagrado há 40 anos pela leitura do livro Kon-Tiki, onde Heyerdahl nos fornece a sua romântica interpretação da história da ilha de Páscoa; pensei que nada poderia superar tal interpretação em termos de emoção. Mais adiante, o escritor suíço Erich von Däniken, que acredita em visitas de astronautas extraterrestres, alegou que as estátuas de Páscoa eram trabalho de seres inteligentes de outro planeta e de seus instrumentos ultramodernos, que ficaram náufragos em Páscoa e foram finalmente resgatados.

A explicação para tais mistérios que emerge atualmente atribui a escultura das estátuas às picaretas de pedra e outros instrumentos comprovadamente espalhados por Rano Raraku mais do que a hipotéticos implementos espaciais, e aos habitantes polinésios da ilha de Páscoa em vez dos incas ou dos egípcios. Tal história é tão romântica e excitante quanto às supostas visitas por balsas como a Kon-Tiki ou naves extraterrestres – e muito mais relevante para eventos que acontecem hoje no mundo moderno. É também uma história adequada para começarmos esta série de capítulos sobre sociedades do passado porque prova ser a coisa mais próxima que temos de um desastre ecológico ocorrendo em completo isolamento.

História e geografia de Páscoa

Páscoa é uma ilha triangular que consiste inteiramente em três vulcões que se ergueram do mar, um junto ao outro, em tempos diferentes, nos últimos milhões de ano, e que têm estado adormecidos ao longo da história de ocupação da ilha. O vulcão mais velho, Poike, entrou em erupção há cerca de 600 mil anos (talvez há três milhões de anos) e agora forma o canto sul do triângulo, enquanto a subseqüente erupção do Rano Kau formou o canto sudoeste. Há cerca de 200 mil anos, a erupção do Terevaka, o vulcão mais novo no canto norte do triângulo, liberou lavas que hoje cobrem 95% da superfície da ilha.

Tanto a área de Páscoa, que é de 170 km2, quanto a sua elevação, de 510 metros, são modestas para os padrões polinésios. A topografia da ilha é suave, sem vales profundos como as ilhas do Havaí. Com exceção das crateras de encostas íngremes e cones de escória vulcânica, é possível ir caminhando em linha reta para qualquer lugar em Páscoa, ao passo que no Havaí ou nas Marquesas logo se chegaria à beira de um penhasco.

A localização subtropical a 27°5 – aproximadamente tão ao sul do equador quanto Miami e Taipei estão ao norte – dá a Páscoa um clima ameno, enquanto sua recente origem vulcânica garante-lhe solos férteis. Por si só, esta combinação de bênçãos devia ter garantido à ilha a forma de um paraíso em miniatura, livre dos problemas que assolam o resto do mundo. Porém, a geografia de Páscoa lançou diversos desafios aos seus colonizadores. Embora um clima subtropical seja quente para os padrões europeus e norte-americanos, é frio para os padrões da maioria das ilhas da Polinésia. Todas as outras ilhas polinésias colonizadas – com exceção da Nova Zelândia, as ilhas Chathams, Norfolk e Rapa – estão mais próximas do equador do que Páscoa. Assim, algumas plantas tropicais que são importantes no resto da Polinésia, como o coco, (introduzido em Páscoa somente em tempos modernos), não crescem bem na ilha, e o oceano ao redor é frio demais para a formação de recifes de coral que poderiam aflorar à superfície, assim como os peixes e moluscos a eles associados. Como Barry Rolett e eu descobrimos enquanto andávamos por Terevaka e Poike, Páscoa é um lugar ventoso, e isso causava problemas para os antigos fazendeiros, e ainda causa atualmente; o vento faz com que a fruta-pão, recentemente introduzida, caia do pé antes de estar madura. O isolamento de Páscoa representa, entre outras coisas, que a ilha é deficiente não apenas de peixes que vivem em atóis de coral, como também de peixes em geral, dos quais tem apenas 127 espécies comparadas com as mais de mil das ilhas Fiji. Todos esses fatores geográficos resultaram em menos fontes de alimento para os insulares de Páscoa do que para outros insulares do Pacífico.

Outro problema associado à geografia de Páscoa é a chuva, com uma precipitação média de apenas 1.300 mm anuais: aparentemente abundante para os padrões da Europa Mediterrânea e o sul da Califórnia, mas baixo para os padrões polinésios. Compondo as limitações impostas por esta modesta precipitação, a chuva que ali cai infiltra-se rapidamente no solo vulcânico e poroso da ilha. Conseqüentemente, os suprimentos de água potável são limitados: há apenas um fluxo intermitente nas encostas do monte Terevaka, seco na época de minha visita; lagoas ou pântanos no fundo das três crateras vulcânicas; poços escavados em lugares onde a água está perto da superfície; e veios de água potável borbulhando no fundo do mar ou entre as linhas das marés altas e baixas. Contudo, os insulares de Páscoa conseguem obter água suficiente para beber, cozinhar e cultivar, mas com muito esforço.

Tanto Heyerdahl quanto von Däniken puseram de lado provas esmagadoras de que os insulares de Páscoa eram típicos polinésios vindos da Ásia em vez da América, e que a sua cultura (incluindo suas estátuas) também saíram da cultura polinésia. Sua língua era polinésia, como o capitão Cook já concluíra durante sua breve visita em 1774, quando um taitiano que o acompanhava descobriu-se capaz de conversar com os insulares de Páscoa. Especificamente, falavam um dialeto polinésio oriental relacionado ao das ilhas do Havaí e das Marquesas, e muito próximo ao dialeto conhecido como antigo mangarevano. Seus anzóis, enxós de pedra, arpões, limas de coral e outros instrumentos eram tipicamente polinésios e assemelhavam-se a antigos modelos das ilhas Marquesas. Muitos de seus crânios exibem uma feição caracteristicamente polinésia conhecida como “mandíbula oscilante”. Quando o DNA de 12 esqueletos enterrados nas plataformas de pedra de Páscoa foi analisado, todas as 12 amostras provaram possuir uma deleção de nove pares de bases e três substituições de bases presentes na maioria dos polinésios. Duas dessas três substituições de bases não ocorrem nos nativos americanos e, desta forma, depõe contra a tese de Heyerdahl de que os nativos americanos contribuíram para o banco genético dos pascoenses. As plantações em Páscoa eram de bananas, taro, cana-de-açúcar e amora, produtos tipicamente polinésios originários do Sudeste Asiático. O único animal doméstico, a galinha, também é tipicamente polinésia e, em última análise, asiática, como até mesmo os ratos, que chegaram como clandestinos nas canoas dos primeiros colonos.

A expansão polinésia foi o mais dramático surto de exploração marítima da pré-história humana. Até 1.200 a.C., os seres humanos vindos do continente asiático que se espalharam pelas ilhas da Indonésia até a Austrália e a Nova Guiné não haviam avançado muito além das ilhas Salomão, a leste da Nova Guiné. Nesta época, um povo de agricultores navegadores, aparentemente originários do arquipélago de Bismarck, a noroeste da Nova Guiné, e que produzia uma cerâmica conhecida como estilo lapita, atravessou quase dois mil quilômetros de mar aberto ao leste das ilhas Salomão para atingir Fiji, Samoa e Tonga, e se tornarem os ancestrais dos polinésios. Apesar de não ter bússolas, escrita e instrumentos de metal, os polinésios eram mestres da arte da navegação e da tecnologia de canoas a vela. Evidências arqueológicas abundantes em locais datados com radiocarbono – como cerâmica e objetos de pedra, ruínas de casas e templos, restos de comida e esqueletos humanos – atestam as datas e rotas aproximadas de sua expansão. Por volta de 1200 d.C., os polinésios atingiram cada pedaço habitável de terra no vasto triângulo de oceano que tem os seus ângulos no Havaí, na Nova Zelândia e em Páscoa.

Os historiadores costumavam acreditar que todas essas ilhas polinésias foram descobertas e povoadas por acaso, como resultado de canoas desgarradas repletas de pescadores. Contudo, hoje está claro que tanto as descobertas quanto a colonização foram meticulosamente planejadas. Ao contrário do que se poderia esperar de viagens acidentais, a maior parte da Polinésia foi povoada de oeste para leste, direção oposta à dos ventos e correntes que prevalecem no Pacifico, que são de leste para oeste. As novas ilhas poderiam ter sido descobertas por viajantes que navegassem contra o vento, em uma incursão predeterminada ao desconhecido, ou esperando por uma reversão temporária dos ventos prevalecentes. As transferências de muitas espécies de plantas e animais – de taro a bananas e de porcos a cachorros e galinhas – não deixam dúvida de que a ocupação foi bem preparada pelos colonizadores, que se preocuparam em trazer de suas terras de origem, produtos considerados essenciais para a sobrevivência da nova colônia.

A primeira expansão dos ceramistas de estilo lapita, ancestrais dos polinésios, chegou apenas às ilhas Fiji, Samoa e Tonga, que ficam a alguns dias de viagem uma da outra. Um espaço muito maior separa essas ilhas da Polinésia Ocidental das ilhas da Polinésia Oriental: Cook, Sociedade, Marquesas, Austrais, Tuamotu, Havaí, Nova Zelândia, Pitcairn e Páscoa. Apenas após uma “Longa Pausa” de cerca de 1.500 anos, esse espaço finalmente foi vencido – devido à melhoria das canoas e da navegação polinésia, mudanças nas correntes marinhas, emergência de “ilhotas-trampolim” em virtude da diminuição do nível do mar ou apenas a uma viagem bem-sucedida. Em algum momento entre 600-800 d.C. (as datas exatas ainda estão sendo discutidas), as ilhas Cook, Sociedade e Marquesas, que são as ilhas da Polinésia Oriental, mais próximas da Polinésia Ocidental, foram colonizadas e tornaram-se, ao seu turno, lugar de origem dos colonos das ilhas remanescentes. Com a ocupação da Nova Zelândia, por volta de 1200 d.C., após a travessia de um imenso vazio de ao menos três mil quilômetros, a ocupação das ilhas habitáveis do Pacifico finalmente se completava.

Através de que rota a ilha de Páscoa, a ilha polinésia mais a leste, foi ocupada? Os ventos e correntes provavelmente descartariam uma viagem direta das Marquesas, ilhas que possuíam uma grande população e parecem ter sido a fonte imediata da ocupação do Havaí. Em vez disso, os pontos de partida mais prováveis para a colonização de Páscoa devem ter sido Mangareva, Pitcairn e Henderson, que ficam a meio caminho entre as Marquesas e Páscoa e cujo destino de sua população será assunto do próximo capítulo (capítulo 3). A semelhança entre o idioma pascoense e o antigo mangarevano, entre uma estátua de Pitcairn e algumas estátuas de Páscoa, entre os estilos de ferramentas de Páscoa e as de Mangareva e Pitcairn, e a correspondência de crânios da ilha de Páscoa com dois crânios das ilhas Henderson, ainda mais próxima do que de crânios das Marquesas, tudo sugere Mangareva, Pitcairn e Henderson como trampolins para a colonização de Páscoa. Em 1999, uma canoa a vela polinésia reconstruída, a Hokule’a, conseguiu atingir Páscoa vindo de Mangareva após uma viagem de 17 dias. Para nós, marinheiros de primeira viagem, é inacreditável que viajantes a bordo de canoas navegando para leste de Mangareva tivessem a sorte de atingir uma ilha de apenas 14 quilômetros de largura de norte a sul após uma viagem tão longa. Contudo, os polinésios sabiam como identificar uma ilha muito antes que esta se tornasse visível, a partir da observação de bandos de aves marinhas que se afastavam em um raio de até 160 quilômetros da terra para se alimentarem. Assim, o diâmetro efetivo de Páscoa (originalmente lar de algumas das maiores colônias de aves de todo o Pacífico) seria de respeitáveis 320 quilômetros para os viajantes polinésios, em vez de apenas 14.

Os próprios pascoenses têm uma lenda que diz que o lider da expedição que povoou a sua ilha foi um chefe chamado Hotu Matu’a (“o Grande Pai”), que navegava em uma ou duas grandes canoas, com esposa, seis filhos e seus familiares. (Visitantes europeus de fins do século XIX e início do século XX registraram muitas tradições orais de insulares sobreviventes, e tais tradições contêm muita informação confiável sobre a vida em Páscoa no século anterior à chegada dos europeus, mas é incerto se as tradições preservam detalhes precisos sobre acontecimentos ocorridos mil anos antes.) Veremos no capítulo 3 que as populações de muitas outras ilhas polinésias mantiveram contato entre si através de viagens regulares de ida e volta entre as ilhas após a sua descoberta e colonização inicial. Terá acontecido o mesmo em Páscoa? Será que outras canoas chegaram após Hotu Matu’a? O arqueólogo Roger Green sugeriu tal possibilidade, baseado em semelhanças entre alguns estilos de ferramentas de Páscoa e Mangareva de uma época séculos após a colonização de Páscoa. Contra tal possibilidade, porém, ergue-se a falta de cães, porcos e algumas plantas tipicamente polinésios, que certamente seriam trazidos em viagens subseqüentes caso tais animais e plantas não tivessem sobrevivido na canoa de Hotu Matu’a ou tivessem morrido pouco depois de sua chegada. Além disso, veremos no próximo capítulo que descobertas de diversos instrumentos de pedra cuja composição química é característica de uma ilha foram descobertos em outras ilhas, inequivocamente provando as viagens entre as ilhas Marquesas, Pitcairn, Henderson, Mangareva e Sociedade. Contudo, nenhuma pedra de origem pascoense foi encontrada em outra ilha ou vice-versa. Assim, os habitantes de Páscoa podem ter realmente ficado completamente isolados no fim do mundo, sem contato com gente de fora durante os mil anos que separaram a chegada de Hotu Matu’a da de Roggeveen.

Se as principais ilhas da Polinésia Oriental foram povoadas entre 600-800 d.C., quando Páscoa foi ocupada? Há uma incerteza considerável quanto à data, do mesmo modo que é incerta a data de colonização das ilhas principais. A literatura publicada sobre a ilha de Páscoa freqüentemente menciona possíveis provas de colonização entre 300-400 d.C., baseadas especialmente em cálculos de tempos a partir de divergências lingüísticas, através de uma técnica conhecida como glotocronologia, e em três datações radiocarbônicas de carvão recolhido no Ahu Te Peu, na vala de Poike, e em sedimentos lacustres indicadores de derrubada de florestas. Contudo, especialistas na história da ilha de Páscoa questionam cada vez mais tais datas remotas. Os cálculos glotocronológicos são considerados suspeitos, especialmente quando aplicados a idiomas de histórias tão complicadas quanto o pascoense (conhecido por nós principalmente através de, e possivelmente contaminado por informantes taitianos e marquesanos) e o mangarevano (aparentemente modificado por levas posteriores vindas das Marquesas). As três datações radiocarbônicas foram obtidas através de amostras simples datadas por métodos antigos, agora superados, e não há provas de que os objetos de carvão datados estivessem realmente associados a seres humanos.

Em vez disso, parecem ser mais confiáveis as datações radiocarbônicas que situam a colonização da ilha de Páscoa por volta de 900 d.C., obtidas pelo paleontólogo David Steadman e pelos arqueólogos Claudio Cristino e Patricia Vargas através de amostras de carvão e de ossos de golfinhos que serviram de alimento para seres humanos, extraídas das mais antigas camadas arqueológicas que oferecem prova de presença humana na praia de Anakena. Anakena é, de longe, o melhor lugar para se desembarcar em Páscoa a bordo de uma canoa, lugar óbvio onde os primeiros colonizadores teriam se estabelecido. A datação dos ossos de golfinho foi feita por um moderno e preciso método de datação radiocarbônica conhecido como EMA (Espectrometria de Massa com Acelerador), também foi estimada uma chamada correção de depósitos marinhos para a datação radiocarbônica de ossos de criaturas aquáticas como o golfinho. É provável que tais datas estejam mais próximas do tempo da primeira ocupação, porque vêm de camadas arqueológicas contendo ossos de aves nativas que foram exterminados muito rapidamente em Páscoa e em muitas outras ilhas do Pacífico, e porque as canoas para caçar golfinhos logo desapareceram. Portanto, a melhor estimativa para a ocupação de Páscoa é em algum tempo antes de 900 d.C.

Gente e alimentação

O que comiam os insulares, e quantos eram?

Ao tempo da chegada dos europeus, eles subsistiam principalmente como agricultores, produzindo batatas-doces, inhame, taro, bananas e cana-de-açúcar, e criando galinhas, seu único animal doméstico. A falta de recifes de coral ou de uma lagoa significava que peixes e moluscos contribuíam menos para a sua dieta do que na maioria das ilhas da Polinésia. Havia aves marinhas, aves terrestres e golfinhos à disposição dos primeiros colonizadores, mas logo veremos que diminuíram de número ou desapareceram posteriormente. O resultado era uma dieta rica em carboidrato, exacerbada pelo hábito dos insulares de beber muito caldo de cana para compensar o limitado suprimento de água. Nenhum dentista se surpreenderia ao saber que os insulares acabaram com a maior incidência de cáries e dentes estragados de que se tem notícia em uma população pré-histórica: muitas crianças de 14 anos já tinham cáries. Aos 20, todos as tinham.

A população de Páscoa em seu auge foi calculada por métodos como a contagem de fundações de casas, calculando de cinco a 15 pessoas por casa, e supondo que um terço das casas identificadas estivesse sendo ocupado simultaneamente, ou calculando o número de chefes e seus seguidores a partir dos números de plataformas ou estátuas erguidas. As estimativas variam de seis a 30 mil pessoas, o que dá uma média de 35 a 176 pessoas a cada quilômetro quadrado. Parte do território da ilha, como a península de Poike e outras partes mais altas, era menos adequada à agricultura, de modo que a densidade populacional nas terras boas devia ser um tanto maior, mas não muito maior porque as pesquisas arqueológicas demonstram que uma grande parte da superfície da ilha foi utilizada.

Como é comum em toda parte do mundo quando arqueólogos debatem as estimativas de densidade populacional pré-histórica, os que preferem as baixas estimativas referem-se às altas como absurdamente altas, e vice-versa. Minha opinião é que as estimativas mais altas são provavelmente as mais corretas, em parte porque tais estimativas foram feitas com arqueólogos com a mais extensa experiência de pesquisa recente em Páscoa: Claudio Cristino, Patricia Vargas, Edmundo Edwards, Chris Stevenson e Jo Anne Van Tilburg. Além disso, a primeira estimativa populacional confiável feita na ilha, duas mil pessoas, foi feita por missionários que foram para Páscoa em 1864, logo depois de uma epidemia de varíola que matou a maior parte da população. E isso foi depois do seqüestro de cerca de 1.500 insulares por navios de escravos peruanos em 1862-63, de duas epidemias de varíola anteriores documentadas que datam de 1836, da certeza virtual de outras epidemias não documentadas introduzidas por outros visitantes europeus de 1770 em diante, e de um grande colapso populacional iniciado no século XVII que discutiremos mais adiante. O mesmo navio que trouxe o terceiro surto de varíola para Páscoa foi para as Marquesas, onde a epidemia resultante matou sete oitavos da população. Por esses motivos, me parece impossível que a população pós-varíola de 1864, de duas mil pessoas, representasse o resíduo de uma população pré-varíola, pré-seqüestro, pré-outras-epidemias, pré-colapso-populacional do século XVII de apenas seis a oito mil indivíduos. Tendo visto provas de intensa agricultura pré-histórica em Páscoa, não me surpreendo com as “altas” estimativas de Claudio e Edmundo, que situam a população de Páscoa em 15 mil indivíduos, ou mais.

Há várias evidências de intensificação agrícola. Uma delas consiste em fossas revestidas de pedra de 1,5 a 2,5 metros de diâmetro e com até 1,20 metros de profundidade, usadas como fossas de compostagem para as plantações e, possivelmente, como tanques de fermentação de vegetais. Outro tipo de evidência é um par de represas de pedra construídas no leito do curso de água intermitente que corre pela encosta sudeste do monte Terevaka de modo a espalhar a água para amplas plataformas de pedra. Este sistema de desvio de água lembra sistemas de irrigação de plantações de taro em outros lugares da Polinésia. Outra prova de intensificação da agricultura são os inúmeros galinheiros de pedra (chamados hare moa), a maioria com seis metros de comprimento (embora haja alguns galinheiros gigantes, com cerca de 21 metros), três metros de largura e dois de altura, com uma pequena entrada junto ao chão para as galinhas, e com um terreiro adjacente cercado por um muro de pedra para evitar que as preciosas galinhas fugissem ou fossem roubadas. Não fosse pelo fato de as abundantes hare moa de pedras serem obliteradas por plataformas e estátuas de pedra ainda maiores, os turistas se lembrariam de Páscoa como a ilha de galinheiros de pedra. Esses 1.233 galinheiros de pedra dominam a maior parte da paisagem junto à costa porque, hoje em dia, tais estruturas estão muito mais à mostra do que as casas humanas pré-históricas, que tinham apenas alicerces de pedra ou pátios, mas não paredes de pedra.

Contudo, o método mais difundido para aumentar a produção agrícola envolvia vários usos de pedra vulcânica estudados pelo arqueólogo Chris Stevenson. Grandes blocos de pedra eram emparelhados como quebraventos para evitar que as plantas secassem devido aos fortes ventos da ilha. Pedras menores eram empilhadas para criar canteiros protegidos elevados ou abaixo do nível do solo, para a criação de bananas e para produzir mudas a serem transplantadas quando ficassem maiores. Extensas áreas de terreno eram parcialmente cobertas por pedras dispostas em breves intervalos sobre a superfície, de modo que as plantas pudessem crescer entre elas. Outras áreas foram modificadas pelas chamadas “coberturas mortas líticas” que consistiam em encher o solo parcialmente com pedras até uma profundidade de 30 centímetros, trazendo pedras de afloramentos próximos ou escavando e quebrando um leito de pedra já existente no lugar. Depressões para a plantação de taro eram escavadas em campos naturais de cascalho. Todos esses quebra-ventos e hortas de pedra exigiam um imenso esforço para serem construídos, porque implicavam o deslocamento de milhões, às vezes bilhões de pedras. Quando fizemos nossa primeira visita a Páscoa juntos, o arqueólogo Barry Rolett, que já trabalhou em outras partes da Polinésia, comentou: “Nunca estive em uma ilha da Polinésia onde as pessoas estivessem tão desesperadas como em Páscoa, ao ponto de terem de empilhar pedrinhas em círculo para plantar alguns míseros pés de taro e protegê-los do vento! Nas ilhas Cook, onde se planta taro irrigado, as pessoas jamais se dariam a esse trabalho”.

De fato, por que os agricultores de Páscoa tiveram todo esse trabalho? Em fazendas do noroeste dos EUA, onde passei os verões de minha infância, os fazendeiros se preocupavam em tirar as pedras dos campos, e ficariam horrorizados com a idéia de trazer pedras para um campo. Qual a vantagem de ter um campo pedregoso?

A resposta tem a ver com o clima ventoso, seco e frio de Páscoa que já descrevi. Hortas de pedra e coberturas mortas líticas foram inventadas de modo independente por fazendeiros em “muitas outras partes secas do mundo, como no deserto de Negev, em Israel, nos desertos do sudoeste dos EUA, e em regiões secas do Peru, China, Itália romana e na Nova Zelândia maori. As pedras deixam o solo mais úmido, cobrindo-o, reduzindo a evaporação da água provocada pelo solo e pelo vento, evitando a formação de uma crosta dura na superfície do solo que posteriormente não permitiria a absorção de água da chuva. As pedras evitam a flutuação diária na temperatura do solo através da absorção de calor do sol durante o dia e a sua liberação noturna; protegem o solo contra a erosão aparando as gotas de chuva; pedras escuras sobre solo mais claro aquecem o solo, absorvendo mais calor do sol; e as pedras também podem servir como pílulas de liberação lenta de fertilizantes (análogas às pílulas de liberação lenta de vitaminas que alguns de nós tomamos no café da manhã), por conterem minerais necessários que gradualmente são liberados no solo. Experimentos modernos de agricultura no sudoeste dos EUA, feitos para que os cientistas pudessem compreender por que os antigos anasazis (capítulo 4) usaram cobertura morta lítica, revelaram que tais coberturas traziam grandes vantagens aos agricultores. Solos cobertos tinham o dobro da umidade de solos não cobertos, temperaturas máximas mais baixas durante o dia, temperaturas mínimas mais altas durante a noite, e maior rendimento de cada uma das 16 espécies de plantas experimentadas – quatro vezes mais em média, no caso das 16 espécies, e 50 vezes mais nas espécies mais beneficiadas pela cobertura morta. Estas são vantagens enormes.

Chris Stevenson interpreta suas pesquisas enquanto documenta a disseminação de agricultura intensiva com uso de pedras em Páscoa. A seu ver, durante os primeiros 500 anos de ocupação polinésia, os agricultores permaneceram nas terras baixas a alguns quilômetros da costa, de modo a ficarem mais perto das fontes de água doce e das oportunidades de pesca e coleta de moluscos. A primeira prova de hortas de pedra que conseguiu discernir aparece perto de 1300 d.C., em terras altas no interior que tinham a vantagem de uma maior precipitação em comparação às áreas costeiras, mas onde prevaleciam temperaturas mais baixas (minoradas pelo uso de pedras escuras para elevar as temperaturas do solo). A maior parte do interior de Páscoa foi convertida em hortas de pedra. O interessante é que parece óbvio que os agricultores não moravam no interior, porque há ruínas de poucas casas populares por ali, nenhum galinheiro e apenas pequenos fornos e pilhas de lixo. Em vez disso, há casas dispersas do tipo usado pela elite, evidentemente para os administradores residentes, que gerenciavam as extensas hortas de pedra como plantações de grande escala (e não como hortas familiares individuais) para produzir alimentos excedentes para a força de trabalho dos chefes, enquanto todos os camponeses continuavam a viver perto da costa e iam e voltavam do interior da ilha, caminhando muitos quilômetros todos os dias. Estradas com quatro metros e meio de largura margeadas com pedras ligando as terras altas ao litoral podem demarcar as rotas dessas idas e vindas diárias. Provavelmente as plantações nas terras altas não exigiam esforços o ano inteiro: na primavera, os camponeses marchavam ilha acima para plantar taro e outras raízes e só voltavam meses depois para fazer a colheita.

Chefes, clãs e plebeus

Como em toda parte da Polinésia, a sociedade tradicional da ilha de Páscoa era dividida em chefes e plebeus. Para os arqueólogos de hoje, a diferença é óbvia a partir dos restos das casas dos dois grupos. Chefes e membros da elite viviam em casas chamadas hare paenga, em forma de canoas longas e estreitas viradas de cabeça para baixo, geralmente com 12 metros de comprimento (em um caso, 95 metros), não mais que três metros de largura, e curvas nas extremidades. As paredes e os telhados das casas (correspondentes ao casco da canoa invertida) eram feitos com três camadas de palha, mas o piso era delimitado por pedras de basalto perfeitamente cortadas e encaixadas umas nas outras. As pedras curvas e chanfradas das extremidades, particularmente difíceis de serem feitas, eram muito valorizadas e freqüentemente roubadas e retomadas pelos clãs rivais. Diante de muitas hare paenga havia um terraço pavimentado com pedras. As hare paenga eram construídas na faixa costeira de 180 metros, seis a 10 delas em cada ponto principal, junto ao lado oposto ao mar da plataforma de estátuas do local. Em contraste, as casas dos plebeus, relegadas a lugares mais no interior da ilha, eram menores, junto com seu próprio galinheiro, forno, horta circular de pedras e vala de lixo – estruturas utilitárias banidas por tabus religiosos da zona costeira contendo as plataformas e as belas hare paenga.

Tanto as tradições orais preservadas pelos insulares quanto as pesquisas arqueológicas sugerem que a superfície de Páscoa era dividida em cerca de 12 (11 ou 12) territórios, cada um pertencendo a um clã ou grupo de linhagem, cada um iniciado na costa e estendendo-se terra adentro como se Páscoa fosse uma torta cortada em 12 fatias radiais. Cada território tinha o seu próprio chefe e sua plataforma cerimonial principal, que servia de base às estátuas. Os clãs competiam pacificamente tentando superar os outros na construção de plataformas e estátuas. Contudo, esta competição acabou tomando a forma de luta feroz. A divisão de territórios em fatias radiais é típica das ilhas da Polinésia. O que é incomum a esse respeito em Páscoa é que, novamente de acordo com a tradição oral e as pesquisas arqueológicas, os territórios de clãs rivais também eram integrados religiosamente e, até certo ponto, econômica e politicamente, sob a liderança de um chefe supremo. Em contraste, tanto em Mangareva quanto nas maiores ilhas das Marquesas, cada grande vale era uma comunidade independente envolvida em crônico e feroz estado de guerra contra outras comunidades.

O que deve ter contribuído para a integração de Páscoa, e como isso foi detectado arqueologicamente? Acontece que a torta de Páscoa não consiste em 12 fatias idênticas. Diferentes territórios foram dotados de diferentes e valiosos recursos. O exemplo mais óbvio é o do território Tongariki (chamado Hotu Iti) que contém a cratera de Rano Raraku, a única fonte de pedras para fazer instrumento para esculpir as estátuas, e também fonte de musgo para vedar canoas. Os cilindros de pedra vermelha no topo de algumas estátuas vieram todos da pedreira de Puna Pau, no território de Hanga Poukura. Os territórios de Vinapu e Hanga Poukura controlavam as três maiores pedreiras de obsidiana, uma pedra vulcânica de grão fino usada para a fabricação de instrumentos afiados, enquanto Vinapu e Tongariki tinham o melhor basalto para as lajes das hare paenga. Anakena, na costa norte, tinha as duas melhores praias para lançar canoas, enquanto Heki’i, seu vizinho na mesma costa, tinha a terceira melhor praia. Como resultado, os artefatos associados com a pesca foram encontrados principalmente naquele litoral. Mas estes mesmos territórios da costa norte têm a terra mais pobre para a agricultura. As terras melhores ficam ao longo das costas sul e oeste. Apenas cinco dos 12 territórios tinham as extensas áreas de terras altas do interior usadas para as plantações com cobertura morta lítica. As aves marinhas que se aninhavam lá, acabaram confinadas com seus ninhos a algumas ilhotas ao longo da costa sul, especialmente no território de Vinapu. Outros recursos – como madeira, coral para fazer limas, ocre vermelho e amoreiras (fonte da cortiça transformada em roupas) – também eram distribuídos de modo irregular pela ilha.

A mais clara evidência arqueológica de algum grau de integração entre os clãs territoriais rivais são as estátuas de pedra e seus cilindros vermelhos, vindos das pedreiras nos territórios dos clãs Tongariki e Hanga Poukura, respectivamente, que acabaram em plataformas em todos os 11 ou 12 territórios distribuídos por toda a ilha. Ora, as estradas para transportar estátuas e coroas tinham de atravessar muitos territórios, e um clã que vivesse a alguma distância das pedreiras teria de ter a permissão dos diversos clãs intermediários para transportar as estátuas e cilindros através dos seus territórios. A obsidiana, o melhor basalto, o peixe e outros recursos localizados vinham a ser, similarmente, distribuídos por toda Páscoa. Para nós, modernos, isso a princípio pode parecer natural. Vivemos em grandes países politicamente unificados como os EUA. Para nós é comum ver recursos de uma costa serem transportados ao longo de grandes distâncias até a outra costa, atravessando muitos estados ou províncias. Mas nos esquecemos quão complicado era, historicamente, para que um determinado território tivesse acesso aos recursos de outro. A razão por que Páscoa deve ter se integrado, enquanto as maiores ilhas das Marquesas jamais o fez, é o seu território plano, contrastando com os vales das Marquesas, tão íngremes que os habitantes de vales adjacentes se comunicavam (ou se atacavam) principalmente por mar.

Plataformas e estátuas

Voltamos agora ao assunto que todo mundo pensa primeiro ao ouvir falar em ilha de Páscoa: as gigantescas estátuas de pedra (chamadas moai) e as plataformas de pedra (chamadas ahu) sobre as quais se erguem. Foram identificados cerca de 300 ahus, muitos deles eram pequenos e não tinham moai, mas, cerca de 113 tinham, sendo que 25 destes eram especialmente grandes e elaborados. Cada um dos 12 territórios da ilha tinha entre um e cinco desses grandes ahus. A maioria dos ahus com estátuas fica na costa, e são orientados de modo que o ahu e suas estátuas fiquem voltados para dentro da terra, para o território de seu clã; as estátuas não estão voltadas para o mar.

O ahu é uma plataforma retangular, feita não de pedra sólida e, sim, de um recheio de cascalho retido por quatro paredes de contenção de basalto cinza. Algumas dessas paredes, especialmente as do Ahu Vinapu, têm pedras belamente encaixadas lembrando a arquitetura inca, o que levou Thor Heyerdahl a procurar conexões entre Páscoa e a América do Sul. Contudo, as paredes de pedras encaixadas dos ahus da ilha de Páscoa só têm a face de pedras e não são feitas de grandes blocos de pedra como os muros incas. Uma dessas lajes de pedra de Páscoa pesa 10 toneladas, o que soa impressionante para nós até a compararmos com os blocos de até 361 toneladas da fortaleza inca de Sacsahuaman. Os ahus têm até quatro metros de altura, e muitos se estendem em alas laterais de uma extensão de até 150 metros. Portanto, o peso total de um ahu – cerca de 300 toneladas no caso de um pequeno, até mais de nove mil toneladas no caso do Ahu Tongariki – é muito maior que o das estátuas que suporta. Voltaremos à significância deste ponto ao estimarmos o esforço total envolvido na construção dos ahus e moais pascoenses.

A parede de contenção traseira de um ahu (voltada para o mar) é vertical, mas a da frente é uma rampa que leva a uma praça plana e retangular com cerca de 50 metros de cada lado. Nos fundos de um ahu existem crematórios que contêm os restos mortais de milhares de corpos. Na prática da cremação, Páscoa era única na Polinésia; nesta os corpos eram apenas enterrados. Hoje os ahus são cinza-escuros, mas originalmente eram brancos, amarelos e vermelhos: as lajes frontais eram incrustadas com coral branco, a pedra de um moai recém-entalhado era amarela, e a coroa do moai e uma faixa horizontal de pedra que atravessava a parede frontal de alguns ahus eram vermelhas.

Quanto aos moais, que representam ancestrais de membros da elite, Jô Anne Van Tilburg inventariou um total de 887, dos quais quase a metade ainda está na pedreira de Rano Raraku, enquanto a maioria dos moais transportados para fora da pedreira foram erguidos em ahus (de 1 a 15 por ahu). Todas as estátuas de ahu eram feitas de tufo vulcânico de Rano Raraku, mas algumas dezenas de estátuas em outras partes (o total atual é de 53) foram esculpidas em outros tipos de pedra vulcânica que ocorrem na ilha (conhecidas como basalto, escória vermelha, escória cinza e traquito). A estátua “padrão” tinha quatro metros de altura e pesava cerca de 10 toneladas. A estátua mais alta erguida com sucesso, conhecida como Paro, tinha 10 metros de altura, mas era magra e pesava “apenas” 75 toneladas, ultrapassada, portanto, pelas estátuas de 87 toneladas ligeiramente menores embora mais corpulentas do Ahu Tongariki, que desafiaram Claudio Cristino em seus esforços de reerguê-las com um guindaste. Os insulares conseguiram transportar uma estátua alguns centímetros mais alta que Paro até o lugar onde seria erguida, no Ahu Hanga Te Tenga, mas esta infelizmente tombou durante as tentativas de erguê-la. A pedreira de Rano Raraku contém estátuas não terminadas ainda maiores, incluindo uma de 21 metros de comprimento e pesando cerca de 270 toneladas. Sabendo o que sabemos sobre a tecnologia da ilha de Páscoa, parece impossível que os insulares pudessem tê-las transportado e erguido, e somos levados a imaginar que tipo de megalomania possuiu seus escultores.

Esculpindo, transportando e erguendo

Para entusiastas de extraterrestres como Erich von Däniken e outros, as estátuas e plataformas da ilha de Páscoa parecem únicas e precisam de uma explicação especial. De fato, há muitos precedentes na Polinésia, especialmente na Polinésia Oriental. Plataformas de pedra chamadas marae, usadas como santuário e freqüentemente servindo de base para templos, eram comuns; havia três na ilha de Pitcairn, lugar de onde os colonizadores de Páscoa devem ter saído. Os ahus de Páscoa diferem dos marae principalmente por serem maiores e não servirem de base para um templo. As Marquesas e as Austrais têm grandes estátuas de pedra; as Marquesas, Austrais e Pitcairn têm estátuas entalhadas em escória vermelha, semelhantes ao material usado para algumas das estátuas de Páscoa, enquanto outro tipo de pedra vulcânica, chamada tufo, relacionada às pedras de Rano Raraku, também foi usado nas Marquesas; Mangareva e Tonga têm outras estruturas de pedra, incluindo um grande e famoso trílito (um par de pilares de pedra verticais apoiando uma peça horizontal, cada pilar pesando cerca de 40 toneladas); e há estátuas de madeira no Taiti e em toda parte. Assim, a arquitetura da ilha de Páscoa nasceu de uma tradição polinésia.

Obviamente adoraríamos saber quando os pascoenses ergueram a primeira estátua, e como as mudanças em estilo e dimensão mudaram com o tempo. Infelizmente, devido às pedras não poderem ser datadas com radiocarbono, somos forçados a confiar em métodos indiretos de datação, como carvão encontrado em ahus, um método conhecido como datação pela hidratação de obsidiana, que mede a idade das faces de clivagem da obsidiana, estilos de estátuas descartadas (supostamente tidas como mais antigas), e sucessivos estágios de reconstrução deduzidos de alguns ahus, inclusive aqueles que foram escavados por arqueólogos. Contudo, parece claro que as últimas estátuas tendiam a ser mais altas (embora não necessariamente mais pesadas), e que o maior ahu passou por múltiplas reconstruções para ficar maior e mais elaborado. O período de construção dos ahus parece recair entre os anos 1000-1600 d.C. Estas datas, deduzidas indiretamente, ganharam recentemente o apoio de um brilhante estudo feito por J. Warren Beck e seus colegas, que aplicaram a datação radiocarbônica do coral que os pascoenses usavam como lima e para fazer os olhos das estátuas, bem como do carbono contido em algas cujos nódulos brancos decoravam a praça. Esta datação direta sugere três fases de construção e reconstrução do Ahu Nau Nau, em Anakena, a primeira fase por volta de 1100 d.C. e a última terminando por volta de 1600. Os ahus mais antigos provavelmente eram plataformas sem estátuas, como os marae polinésios. Estátuas supostamente mais antigas eram reutilizadas nas paredes de ahu e outras estruturas. Tendem a ser menores, mais redondas, e mais humanas que as posteriores, e são feitas de diversos tipos de pedra vulcânica que não o tufo vulcânico de Rano Raraku.

Os pascoenses acabaram preferindo o tufo vulcânico de Rano Raraku) pela simples razão de ser infinitamente melhor para entalhe. O tufo tem uma superfície dura, embora apresente consistência de cinza por dentro, o que o torna bem mais fácil de ser entalhado do que o duro basalto. Comparado à escória vermelha, o tufo é menos quebrável e presta-se melhor ao polimento e ao entalhe de detalhes. Com o tempo, na medida em que pudemos inferir datas relativas, as estátuas de Rano Raraku ficaram maiores, mais retangulares, mais estilizadas, e eram quase produzidas em massa, embora cada estátua seja ligeiramente diferente das demais. Paro, a mais alta estátua a ser erguida, também foi uma das últimas.

O aumento do tamanho das estátuas sugere competição entre chefes rivais, encomendando estátuas para superarem uns aos outros. Tal conclusão é confirmada por um detalhe aparentemente tardio, chamado pukao: um cilindro de escória vermelha, pesando até 12 toneladas (o peso do pukao de Paro), posto no topo da cabeça chata de um moai (foto 8). (Ao ler isso, pergunte-se: como os insulares manipularam um bloco de 12 toneladas e o equilibraram no topo da cabeça de uma estátua de 10 metros de altura sem usar um guindaste? Eis aí um dos mistérios que levaram Erich von Däniken a invocar extraterrestres. A resposta terrena sugerida por experimentos recentes é que o pukao e a estátua eram erguidos juntos.) Não sabemos com certeza o que o pukao representava; nosso melhor palpite é o de que fosse um cocar de penas vermelhas, valorizadas em toda a Polinésia e reservadas aos chefes, ou um chapéu de penas e cortiça. Por exemplo, quando uma expedição de exploração espanhola atingiu a ilha de Santa Cruz, no oceano Pacífico, o que realmente impressionou o povo local não foram os navios espanhóis, espadas, armas de fogo ou espelhos e, sim, suas roupas vermelhas. Todos os pukaos são feitos de escória vermelha de uma única pedreira, Puna Pau, onde (exatamente como com os moais inacabados na oficina de moais Rano Raraku) observei pukaos não terminados, além de outros terminados esperando transporte.

Temos notícia de não mais do que 100 pukaos, reservados para as estátuas dos maiores e mais ricos ahus construídos na pré-história tardia de Páscoa. Não consigo resistir ao pensamento de que foram construídos como uma demonstração de superioridade. Parecem querer dizer: “Tudo bem, então você pode erguer uma estátua de 10 metros, mas olhe para mim: posso colocar este pukao de 12 toneladas no topo da minha estátua; tente me superar, seu otário!” O pukao que vi lembrou-me as atitudes de figurões de Hollywood que moram perto de minha casa em Los Angeles, igualmente demonstrando riqueza e poder uns para os outros ao construir casas cada vez maiores, mais elaboradas, mais ostentosas. O magnata Marvin Davis superou a todos com uma casa de 4.650 m2, de modo que Aaron Spelling teve de superá-lo com uma casa de 5.200 m2. Tudo o que falta a essas casas para tornar explícita a sua mensagem de poder é um pukao vermelho de 12 toneladas equilibrado na torre mais alta da casa, posto ali sem o recurso de um guindaste.

Dada a disseminação de plataformas e estátuas na Polinésia, por que os pascoenses foram os únicos a se excederem, fazendo enormes investimentos de recursos sociais para construí-las e erigindo as maiores de todas? Ao menos quatro diferentes fatores cooperaram para produzir este resultado. Primeiro: o tufo vulcânico de Rano Raraku é a melhor pedra para se entalhar de todo o Pacífico: para um escultor acostumado a lutar contra o basalto e a escória vermelha, o tufo quase grita: “Esculpa-me!” Segundo: outras sociedades insulares do Pacífico, distantes a apenas alguns dias de viagem umas das outras, devotavam sua energia, seus recursos e seu trabalho ao comércio, pilhagens, exploração, colonização e emigração entre ilhas, mas tais saídas competitivas eram vedadas aos pascoenses devido ao seu isolamento. Embora os chefes de outras ilhas do Pacífico disputassem prestígio e status buscando superar uns aos outros nessas atividades entre ilhas, “os rapazes da ilha de Páscoa não tinham esses jogos comuns com que se divertir” como disse um de meus alunos. Terceiro, o terreno plano de Páscoa e os recursos complementares em diferentes territórios, como vimos, levaram a alguma integração, permitindo, portanto, que os clãs de toda a ilha obtivessem pedras de Rano Raraku e as entalhassem. Se Páscoa permanecesse politicamente fragmentada, como as Marquesas, o clã Tongariki, em cujo território está a pedreira de Rano Raraku, podia monopolizar as suas pedras, ou clãs vizinhos podiam barrar o transporte de estátuas através de seus territórios – como de fato acabou acontecendo. Finalmente, como veremos, construir plataformas e estátuas implicava alimentar muita gente, um feito possibilitado através da produção de excedentes alimentares nas plantações das terras altas, controladas pelas elites.

Como todos esses pascoenses, sem guindastes, conseguiram entalhar, transportar e erguer tais estátuas? É claro que não sabemos com certeza, uma vez que nenhum europeu viu aquilo sendo feito para escrever a respeito. Mas podemos presumir a partir da tradição oral dos próprios insulares (especialmente a respeito do meio de erguer as estátuas), a partir de estátuas nas pedreiras em sucessivos estágios de produção e de testes recentes experimentais de diferentes métodos de transporte.

Na pedreira de Rano Raraku podem-se ver estátuas incompletas ainda surgindo da rocha e cercadas por estreitos canais de trabalho com cerca de meio metro de largura. As picaretas de basalto com as quais os entalhadores trabalharam ainda estão na pedreira. As estátuas mais incompletas não passam de um bloco de pedra mal destacado da rocha com o futuro rosto voltado para cima, e com as costas ainda ligadas ao penhasco por uma longa quilha de pedra. A seguir, seriam entalhados a cabeça, o nariz e as orelhas, seguidos dos braços, das mãos e da tanga. Nesse estágio, a quilha que ligava as costas da estátua ao penhasco era cortada, e começava o transporte para fora de seu nicho. Todas as estátuas a serem transportadas ainda não tinham as cavidades oculares, que evidentemente só eram entalhadas depois que a estátua fosse transportada e erguida em seu ahu. Uma das mais notáveis descobertas recentes sobre as estátuas foi feita em 1979, por Sonia Haoa e Sergio Rapu Haoa, que encontraram um olho completo de coral branco com uma pupila de escória vermelha, enterrado junto a um ahu. Posteriormente, fragmentos de outros olhos semelhantes foram desenterrados. Quando esses olhos são inseridos nas órbitas, dão à estátua uma visão intensa e perturbadora tornando impressionante olhá-la. O fato de tão poucos olhos terem sido recuperados sugere que foram feitos poucos, para ficarem sob a guarda de sacerdotes, e para serem inseridos nas órbitas apenas durante as cerimônias.

As ainda visíveis estradas de transporte nas quais as estátuas eram movidas da pedreira seguiam trajetos de contorno que evitavam o trabalho extra de subir e descer colinas, e têm até 14 quilômetros de comprimento no caso da que leva ao ahu da costa oeste mais distante de Rano Raraku. Embora a tarefa nos pareça desestimulante, sabemos que muitos outros povos pré-históricos já transportaram pedras muito pesadas, como em Stonehenge, nas pirâmides do Egito, em Teotihuacán, e nos centros incas e olmecas, e que algo pode ser deduzido dos métodos em cada caso. Eruditos modernos testaram experimentalmente as suas várias teorias de transporte de estátuas em Páscoa realmente movendo estátuas, a começar por Thor Heyerdahl, cuja teoria provavelmente estava errada porque danificou a estátua usada durante o teste. Experimentos posteriores tentaram mover as estátuas, fossem em pé ou deitadas, com ou sem um trenó de madeira, sobre uma trilha preparada ou não com rolos lubrificados ou não ou com barras transversais fixas.

O método mais convincente para mim foi sugerido por Jo Anne Van Tilburg. Segundo ela, os pascoenses modificaram as chamadas “escadas” de canoas, usadas em todas as ilhas do Pacífico para transportar pesados troncos de madeira, que eram cortados na floresta, escavados como canoas e então transportados para o litoral. Consistiam em um par de trilhos paralelos unidos por traves de madeira transversais, (e não roletes móveis) sobre as quais os troncos eram puxados. Na região da Nova Guiné vi escadas com quase dois quilômetros de comprimento, estendendo-se do litoral encosta acima até uma clareira na floresta na qual uma árvore enorme estava sendo derrubada e então entalhada em forma de casco de canoa. Sabemos que algumas das maiores canoas que os havaianos moveram sobre escadas de canoas pesavam mais que um moai médio da ilha de Páscoa. Portanto, tal método proposto é plausível. Jo Anne convocou pascoenses modernos para testar a sua teoria construindo tais escadas para canoas, deitando uma estátua de bruços sobre um trenó de madeira, amarrando cordas ao trenó, e puxando-o sobre os trilhos. Ela descobriu que 50 a 70 pessoas, trabalhando cinco horas por dia durante uma semana e arrastando o trenó quatro metros e meio a cada puxada, podiam mover uma estátua de tamanho médio pesando 12 toneladas ao longo de 14,5 quilômetros. O segredo, descobriram Jo Anne e os insulares, era a sincronia do esforço de todas aquelas pessoas, assim como os remadores de canoa sincronizam o esforço de suas remadas. Por extrapolação, o transporte de estátuas ainda maiores, como Paro, poderia ser feito juntando-se uma equipe de 500 adultos, o que estaria perfeitamente dentro das capacidades de um clã pascoense de mil a duas mil pessoas.

Os pascoenses contaram a Thor Heyerdahl como os seus ancestrais erguiam as estátuas no ahu. Sentiam-se indignados que os arqueólogos nunca tivessem pensado em perguntar aquilo para eles e, para provar que sabiam como fazê-lo, ergueram uma estátua sem usar um guindaste. Muitas outras informações emergiram no curso de experiências subseqüentes de transporte e erguimento de estátuas feitas por William Mulloy, Jo Anne Van Tilburg e Claudio Cristino, entre outros. Os insulares começavam construindo uma rampa de pedra ligeiramente inclinada que ia da praça até o topo da plataforma, sobre a qual puxavam a estátua deitada de bruços com a extremidade da base voltada para o topo. Assim que a base chegava à plataforma, erguiam a cabeça da estátua alguns centímetros usando toras como alavancas, punham pedras sob a cabeça para apoiá-la na nova posição, e repetiam a rotina inclinando a estátua cada vez mais para a posição vertical. Isso deixava os proprietários com uma longa rampa de pedras, que então podia ser desmontada e reciclada para criar as alas laterais do ahu. O pukao era provavelmente erguido ao mesmo tempo que a estátua, ambos montados juntos na mesma armação de apoio.

A parte mais perigosa da operação era a inclinação final da estátua de um ângulo muito inclinado para a posição vertical, por causa do risco da estátua ganhar impulso, ultrapassar a vertical e tombar pela traseira da plataforma. Evidentemente, de modo a reduzir este risco, os escultores projetavam a estátua de modo que não fosse completamente perpendicular à sua base plana (p.ex., em um ângulo de cerca de 87° em relação à base, em vez de 90°). Deste modo, quando erguessem a estátua para uma posição estável com a base posicionada sobre a plataforma, o corpo ainda estaria ligeiramente inclinado para a frente, sem risco de tombar para trás. Então, lenta e cuidadosamente, podiam levantar com alavancas a borda da frente da base recuperando os últimos poucos graus que faltavam, introduzindo pedras sob a parte da frente da base de modo a estabilizá-la, até o corpo ficar na vertical. Ainda assim, trágicos acidentes podiam ocorrer nesta última fase, e evidentemente aconteceram no Ahu Hanga Te Tenga, na tentativa de erguer uma estátua ainda maior do que Paro, que acabou tombando para trás e se quebrando.

A floresta desaparecida

A operação de construção de estátuas e plataformas devia custar muito caro em recursos alimentares, cujo acúmulo, transporte e distribuição cabia aos chefes que encomendavam as estátuas. Vinte escultores tinham de ser alimentados – e pagos com comida extra – durante um mês, depois era necessário alimentar uma equipe de transporte de 50 a 500 pessoas, que por estar fazendo mais esforço físico requeria mais comida que o habitual. Também deveria haver comida para o sustento do clã que possuía o ahu, bem como para os clãs que permitiam o transporte da estátua por seus territórios. Os arqueólogos que primeiro tentaram calcular o trabalho executado, as calorias queimadas e, daí, a comida consumida, não se deram conta do fato de que a estátua em si era a menor parte da operação: um ahu era cerca de 20 vezes mais pesado que as estátuas, e todas aquelas pedras para o ahu tinham de ser transportadas. Jo Anne Van Tilburg e seu marido arquiteto, Jan, cujo trabalho é o de erguer grandes edifícios modernos em Los Angeles e calcular o trabalho de guindastes e elevadores, fizeram um cálculo por alto do trabalho correspondente em Páscoa. Concluíram que, dado o número e tamanho dos ahus e moais de Páscoa, o trabalho de construí-los aumentou em cerca de 25% as necessidades de comida da população de Páscoa durante os 300 anos de pico de construção. Tais cálculos concordam com a avaliação de Chris Stevenson, de que estes 300 anos de pico coincidiram com os séculos de agricultura nas terras altas do interior de Páscoa, que produziram grandes excedentes de alimentos em relação aos previamente disponíveis.

Contudo, observamos outro problema. A operação com as estátuas requeria não apenas muita comida, como também muitas cordas grossas (feitas na Polinésia, de casca fibrosa de árvores) com as quais 50 a 500 pessoas podiam arrastar estátuas pesando de 10 a 90 toneladas, e também muitas árvores fortes para obter toda a madeira necessária para os trenós, trilhos de canoas e alavancas. Mas a ilha de Páscoa vista por Roggeveen e visitantes europeus que o precederam tinha poucas árvores, todas pequenas e com menos de três metros de altura, constituindo a ilha mais desprovida de árvores de toda a Polinésia. Onde estavam as árvores que forneciam cordas e madeira?

Pesquisas de botânicos sobre as plantas existentes em Páscoa no século XX identificaram apenas 48 espécies nativas, a maior delas (o toromiro, com até dois metros de altura) mal pode ser chamada de árvore, e o resto é de samambaias mirradas, mato, junços e arbustos. Contudo, nestas últimas décadas surgiram diversos métodos de recuperar vestígios de plantas desaparecidas. Por isso sabemos que, durante centenas de milhares de anos antes da chegada do homem e ainda durante os primeiros tempos da colonização, Páscoa não era de modo algum um terreno árido, mas uma floresta subtropical de grandes árvores e bosques frondosos.

O primeiro destes métodos a dar resultados foi a técnica de análise de pólen (palinologia), que envolve a retirada de uma coluna de sedimentos depositados no fundo de um pântano ou lagoa. Nesta coluna, desde que não tenha sido revolvida ou mexida, a lama de superfície foi depositada mais recentemente, enquanto a lama de camadas inferiores representa depósitos mais antigos. A era de cada camada pode ser determinada por métodos de datação radiocarbônica. Sobra, então, a incrivelmente tediosa tarefa de examinar sob um microscópio as dezenas de milhares de grão de pólen coletados na camada, contá-los, e então identificar a espécie de planta que produziu cada grão através de comparação com pólen moderno de plantas de espécies conhecidas. O primeiro cientista de olhos cansados a cuidar desta tarefa na ilha de Páscoa foi o palinologista sueco Olof Selling, que examinou colunas coletadas pela expedição Heyerdahl de 1955 dos pântanos das crateras de Rano Raraku e Rano Kau. Selling detectou abundante quantidade de pólen de uma espécie não identificada de palmeira, da qual Páscoa hoje em dia não tem espécie nativa.

Em 1977 e 1983, John Flenley coletou muitas outras colunas de sedimentos e novamente descobriu abundante pólen de palmeira, mas, por sorte, em 1983 também obteve de Sergio Rapu Haoa algumas sementes fósseis de palmeira que visitantes franceses exploradores de cavernas descobriram naquele ano em uma caverna de lava em Páscoa, e as enviou para o maior especialista em palmeiras do mundo para serem identificadas. As sementes revelaram-se muito semelhantes, mas ligeiramente maiores do que as da maior palmeira existente no mundo, a palma do vinho chilena que cresce até 20 metros de altura e tem um metro de diâmetro. Visitantes posteriores encontraram mais provas da existência desta palmeira em Páscoa, sob a forma de moldes de troncos enterrados por um fluxo de lava no monte Terevaka a algumas centenas de milhares de anos, e moldes de suas raízes, que provavam que os troncos das palmeiras de Páscoa atingiam espessuras que excediam os dois metros de diâmetro. Isso supera até mesmo a palma do vinho chilena e era (enquanto existiu) a maior palmeira do mundo.

Atualmente, os chilenos se orgulham de suas palmeiras por diversos motivos, e os pascoenses também deviam se orgulhar das suas. Como o nome implica, o tronco fornece uma seiva doce que pode ser fermentada, para se fazer vinho, ou concentrada ao fogo, para fazer mel ou açúcar. As amêndoas oleosas das sementes são consideradas deliciosas. As folhas são ideais para a fabricação de tetos de casas, cestos, esteiras e velas de barcos. E, é claro, troncos fortes que serviriam ao transporte e erguimento de moais e, talvez, para a fabricação de jangadas.

Flenley e Sarah King reconheceram pólens de cinco outras árvores agora extintas em colunas de sedimentos. Mais recentemente, a arqueóloga francesa Catherine Orliac recolheu 30 mil fragmentos de carvão em fogões e pilhas de lixo na ilha de Páscoa. Com um heroísmo comparável ao de Selling, Flenley e King, ela comparou 2.300 desses fragmentos de madeira carbonizada com amostras de plantas que ainda existem na Polinésia. Deste modo, identificou cerca de 16 outras espécies de plantas, a maioria de árvores semelhantes ou da mesma espécie de árvores ainda disseminadas por toda a Polinésia Oriental que outrora também cresciam na ilha de Páscoa. Assim, Páscoa tinha uma floresta diversificada.

Afora a palmeira, muitas dessas 21 espécies desaparecidas eram valiosas para os insulares. Duas das árvores mais altas, Alphitonia cf. zizyphoides e Elaeocarpus cf. rarotongensis (que crescem até 30 e 15 metros, respectivamente), são usadas em outras partes da Polinésia para fazer canoas e seriam muito mais adequadas a esse propósito do que a palmeira. Os polinésios fazem cordas da casca do arbusto chamado hauhau, Triumfetta semitriloba, e supostamente foi com esse tipo de corda que os habitantes de Páscoa arrastaram as suas estátuas. A casca da amoreira Broussonetia papyrifera é batida para fazer tecido chamado de tapa; a Psydrax odorata tem um tronco reto e flexível adequado para a confecção de arpões e estabilizadores de canoas; a maçã-de-malaca Syzygium malaccense [jambo-vermelho ou jambo-rosa] dá um fruto comestível; um tipo de jacarandá oceânico, a Thespesia populnea [tespésia ou algodão-da-praia], e pelo menos oito outras espécies de árvore têm madeira adequada para entalhe e construção; o toromiro dá uma excelente madeira para queimar, como a acácia e o algarobo; e o fato de Orliac ter recuperado todas essas espécies como fragmentos de fogueiras comprova que também eram usadas como combustível.

O zooarqueólogo David Steadman analisou 6.433 ossos de aves e outros vertebrados de antigos depósitos de lixo na praia de Anakena, provavelmente lugar do primeiro desembarque e primeiro estabelecimento humano em Páscoa. Como ornitólogo, curvo-me diante das habilidades de identificação de Dave e de sua capacidade visual: enquanto eu não seria capaz de discernir um osso de tordo de um osso de pombo ou, mesmo, de um rato, Dave consegue distinguir até mesmo ossos de uma dúzia de espécies muito semelhantes de petréis. Assim, ele foi capaz de provar que Páscoa, que hoje não tem uma espécie sequer de ave terrestre nativa, foi lar de ao menos seis, incluindo uma espécie de garça, dois tipos de frangos-d’água, dois tipos de papagaio e um de coruja. Mais impressionante era o prodigioso total de ao menos 25 espécies de aves marinhas que nidificavam na ilha, o que a transformava no mais rico viveiro de toda a Polinésia e, provavelmente, de todo o Pacífico. A avifauna local incluía albatrozes, atobás, fragatas, fulmares, petréis, priões, alcatrazes, procelárias, andorinhas-do-mar e aves tropicais, atraídos pela remota localização de Páscoa e pela completa falta de predadores, o que tornava a ilha um refúgio ideal como ponto de reprodução – até a chegada do homem. Dave também recuperou alguns ossos de focas, que hoje só se reproduzem nas ilhas Galápagos e nas ilhas Juan Fernández, a leste de Páscoa, mas não se sabe se estes poucos ossos de foca em Páscoa vieram de uma antiga colônia ou eram apenas de animais errantes.

As escavações em Anakena que forneceram esses ossos de aves e focas nos dizem muito sobre a dieta e estilo de vida dos primeiros colonizadores de Páscoa. Desses 6.433 ossos de vertebrados identificados nos monturos de Anakena, os mais freqüentes, representando mais de um terço do total, eram do maior animal disponível para os insulares de Páscoa: o golfinho comum, que pode pesar até 75 quilos. Isso é surpreendente: em nenhum outro lugar da Polinésia o golfinho contribui com mais de 1 % dos ossos nos monturos. O golfinho comum geralmente vive no mar, portanto não podia ser pescado na costa com linha ou arpão. Em vez disso, devia ser arpoado longe da ilha, em grandes canoas oceânicas construídas com a madeira das árvores altas identificadas por Catherine Orliac.

Também foram encontrados ossos de peixes nos monturos, mas representam apenas 23% de todos os ossos, enquanto que, no restante da Polinésia, eram a comida principal (90% ou mais de todos os ossos). Este baixo consumo de peixe em Páscoa devia-se ao seu litoral escarpado e à acentuada profundidade do mar, de modo que há poucos lugares com águas rasas onde pescar com rede ou linha. Pelo mesmo motivo, a dieta de Páscoa era baixa em moluscos e ouriços. Para compensar, havia aves em abundância. Os ensopados de carne de ave deviam ser temperados com a carne de um grande número de ratos, que chegaram a Páscoa como clandestinos nas canoas dos colonizadores polinésios. Páscoa é a única ilha da Polinésia na qual os ossos de rato superam os de peixes nos sítios arqueológicos. Caso você seja supersensível e considere ratos intragáveis, ainda me lembro, do tempo em que morei na Inglaterra no fim dos anos 1950, das receitas de rato de laboratório que meus amigos biólogos ingleses usavam não apenas para as suas experiências como também para suplementar a sua dieta durante 05 anos de racionamento de comida em tempos de guerra.

Golfinhos, peixes, moluscos, aves e ratos não esgotavam a lista de fontes de comida disponíveis para os primeiros colonizadores de Páscoa. Já mencionei alguns registros de focas, e outros ossos testificam a disponibilidade ocasional de tartarugas marinhas e, talvez, de grandes lagartos. Todas essas iguarias eram cozidas em fogueiras, que podem ser identificadas como originárias das florestas que depois desapareceram de Páscoa.

A comparação desses antigos depósitos de lixo com outros posteriores ou com as condições da ilha de Páscoa atual revelam grandes mudanças nesses outrora abundantes recursos alimentares. Golfinhos e peixes oceânicos, como o atum, praticamente desapareceram da dieta dos insulares, por motivos que serão mencionados adiante. Os peixes que continuaram a ser pescados eram principalmente de espécies que vivem junto à costa. As aves terrestres desapareceram completamente da dieta, porque todas as espécies se extinguiram por alguma combinação de caça excessiva, desmatamento ou predação por ratos. Foi a pior catástrofe a acontecer com as aves das ilhas do Pacífico, ultrapassando até mesmo a da Nova Zelândia e do Havaí onde, embora as moas, gansos sem asas e outras espécies tenham sido extintas, muitas outras conseguiram sobreviver. Nenhuma ilha do Pacífico além de Páscoa acabou sem nenhuma ave terrestre nativa. Das 25 ou mais espécies de aves marinhas que se reproduziam em Páscoa, a caça excessiva e a predação de ratos fizeram com que 24 não se reproduzam mais, cerca de nove estão agora confinadas a se reproduzir em número modesto em ilhotas rochosas ao largo da ilha e 15 também foram eliminadas dessas ilhotas. Até mesmo os moluscos foram superexplorados, de modo que as pessoas logo acabaram comendo menos dos grandes e muito estimados cauris e mais caracóis negros, menores e menos apreciados. O tamanho das conchas nos monturos, tanto dos cauris quanto dos caracóis, também diminuiu com o tempo devido à preferência pelas maiores.

A palmeira gigante e todas as outras árvores hoje extintas identificadas por Catherine Odiac, John Flenley e Sarah King desapareceram por meia dúzia de razões que podemos documentar ou deduzir. As amostras de carvão de Orliac comprovaram que as árvores eram usadas para fazer fogo. Também eram usadas para cremar corpos: os crematórios de Páscoa contêm resíduos de corpos e grande quantidade de cinzas de ossos humanos, implicando o consumo de grandes quantidades de combustível para proceder à cremação. As árvores eram derrubadas para a criação de hortas, uma vez que a maior parte da superfície de Páscoa, com exceção daquelas com maior elevação, acabou sendo usada para os cultivos. Pela antiga abundância de ossos de golfinhos e atuns oceânicos, deduzimos que grandes árvores como a Alphitonia e a Elaeocarpus eram derrubadas para a confecção de canoas oceânicas; as embarcações pequenas, frágeis e mal vedadas vistas por Roggeveen não serviriam como plataformas para arpoadores e nem para se aventurarem em alto-mar. Deduzimos que as árvores forneceram madeira e cordas para o transporte e erguimento de estátuas) e indubitavelmente para uma infinidade de outros propósitos. Os ratos introduzidos acidentalmente como clandestinos “usaram” as palmeiras e sem dúvida outras árvores para seus propósitos: toda semente de palmeira encontrada em Páscoa mostra marcas de dentes de ratos, e seria incapaz de germinar.

O desmatamento deve ter começado pouco depois da chegada do homem, por volta de 900 d.C., e deve ter se completado por volta de 1722, quando Roggeveen chegou e não viu árvores com mais de três metros de altura. Podemos especificar de modo mais preciso quando, entre 900 e 1722, ocorreu o desmatamento? Há cinco tipos de evidências a nos guiar. A maioria das datações radiocarbônicas das sementes de palmeira são anteriores a 1500, sugerindo que as palmeiras tornaram-se raras ou se extinguiram daí em diante. Na península de Poike, que tem o solo menos fértil de Páscoa e, portanto, deve ter sido desmatado primeiro, as palmeiras desapareceram por volta de 1400, e o carvão resultante de queimadas para a erradicação de florestas desapareceu por volta de 1440, embora sinais posteriores de agricultura atestem a presença continuada de seres humanos ali. Amostras de carvão retiradas de fogões e depósitos de lixo submetidas a datação radiocarbônica por Orliac indicam que o carvão de madeira começou a ser substituído por ervas e mato após 1640, até mesmo em casas da elite que devem ter ficado com as últimas e preciosas árvores que restaram, não deixando qualquer madeira para os camponeses. As amostras de pólen de Flenley mostram o desaparecimento de pólen da palmeira, de Olearia gardneri, toromiro e arbustos, e sua substituição por pólen de gramíneas e ervas entre 900 e 1300, mas as datações radiocarbônicas em depósitos de sedimentos são um meio menos direto de datar o desmatamento do que usando diretamente as palmeiras e suas sementes. Finalmente, as plantações em terras altas que Chris Stevenson estudou, e cuja operação deve ter sido contemporânea do período de maior uso de madeira e cordas para as estátuas, foram mantidas de 1400 a 1600. Tudo isso sugere que a derrubada de florestas começou pouco depois da chegada do homem, atingiu o auge por volta de 1400 e foi virtualmente completada em datas que variam localmente entre 1400 e 1600.

A ilha de Páscoa é o exemplo mais extremo de destruição de florestas no Pacifico, e está entre os mais extremos do mundo: toda a floresta desapareceu, todas as suas espécies de árvore se extinguiram. As conseqüências imediatas para os insulares foram a perda de matérias-primas, perda de fontes de caça e diminuição das colheitas.

Conseqüências para a sociedade

As matérias-primas perdidas ou grandemente reduzidas com o desmatamento consistiam em tudo aquilo que era extraído de plantas e aves nativas, incluindo madeira, cordas, casca de árvores para a confecção de roupas, e penas. A falta de grandes troncos e de cordas determinou o fim do transporte, erguimento de estátuas e também a construção de canoas oceânicas. Em 1838, quando cinco pequenas canoas mal vedadas comportando dois homens fizeram-se ao mar para negociar com um navio francês ancorado em Páscoa, o capitão registrou: “Todos os nativos repetiam freqüente e excitadamente a palavra miru e ficaram impacientes ao ver que não entendíamos o que diziam: esta palavra é o nome que os polinésios dão à madeira com que fazem as suas canoas. Era o que mais queriam, e fizeram de tudo para que os compreendêssemos (…)”. O nome “Terevaka”, a maior e mais alta montanha de Páscoa, quer dizer “lugar onde fazer canoas”. Antes de suas encostas serem desprovidas de árvores para darem lugar a plantações, eram usadas como fonte de madeira, e ainda estão cobertas com os instrumentos de pedra, raspadeiras, facas, formões e outras ferramentas daquele período para trabalhar madeira e fazer canoas. A falta de grandes troncos de madeira também representava a falta de combustível para manterem-se aquecidos durante as noites chuvosas e ventosas de inverno, com uma temperatura de cerca de 10°C. Em vez disso, após 1650, os habitantes de Páscoa limitaram-se a queimar ervas, mato, restos de cana-de-açúcar e outros resíduos. Deve ter havido competição feroz pelos poucos arbustos lenhosos entre aqueles que buscavam obter cobertura de tetos e pequenos pedaços de madeira para fazer casas, utensílios de madeira e roupas de casca de árvores. Até mesmo as práticas funerárias tiveram de mudar: a cremação, que requeria a queima de muita madeira, tornou-se impraticável e levou à mumificação e enterro dos ossos.

A maioria das fontes de alimento silvestre se perdeu. Sem canoas de alto-mar, os ossos de golfinho, principal fonte de carne dos insulares nos primeiros séculos, desaparecem dos monturos por volta de 1500, assim como o atum e os peixes oceânicos. O número de anzóis e ossos de peixe também diminuiu, sobrando apenas espécies que podiam ser capturadas em águas rasas ou na praia. As aves terrestres desapareceram completamente, e as aves marinhas foram reduzidas a populações marginais de um terço das espécies originais de Páscoa, confinadas a se reproduzirem em algumas ilhotas ao largo do litoral. As sementes de palmeira, os jambos e todos os outros frutos selvagens saíram de sua dieta. As espécies de moluscos consumidos reduziram-se e estes ficaram menores e muito menos abundantes. A única fonte de alimento silvestre que restou foram os ratos.

Além desta drástica diminuição de fontes de alimento silvestre, as colheitas também diminuíram, e por diversos motivos. O desmatamento levou à erosão pelo vento e pela chuva, como demonstrado pelo grande aumento na quantidade de íons metálicos oriundos do solo das amostras de sedimento tiradas por Flenley nos brejos. Por exemplo, as escavações na península de Poike mostram que as plantações inicialmente eram feitas entre as palmeiras, de modo que as suas copas forneciam sombra e proteção para o solo e para as plantações contra o sol, evaporação, vento e impacto direto da chuva. A erradicação das palmeiras levou à maciça erosão que cobriu com terra ahus e edificações colina abaixo e forçou o abandono dos campos de Poike por volta de 1400. Uma vez que eles cobriram-se de grama, a agricultura foi retomada ali por volta de 1500, para ser abandonada novamente um século depois em uma segunda onda de erosão. Outros danos para o solo resultantes do desmatamento e da redução de campos de cultivo incluem o ressecamento e a perda de nutrientes. Os agricultores viram-se sem as folhas da maioria das plantas selvagens, frutas e râmulos que usavam para fazer adubo por compostagem.

Estas foram as conseqüências imediatas do desmatamento e outros impactos ambientais causados pelo homem. As conseqüências posteriores começam com fome, declínio da população e degradação até o canibalismo. Os relatos de insulares sobreviventes sobre a fome estão vividamente confirmados pela proliferação de pequenas estátuas chamadas moai kavakava, ilustrando gente faminta com bochechas afundadas e costelas salientes. Em 1774, o capitão Cook descreveu os insulares como “pequenos, magros, tímidos e miseráveis”. O número de casas nas terras baixas litorâneas – onde vivia quase todo mundo -, que atingiu o seu auge por volta de 1400-1600, declinou em 70% por volta de 1700, sugerindo um declínio correspondente em número de pessoas. Em vez de sua antiga fonte de carne selvagem, os insulares voltaram-se para a maior fonte disponível e até então não usada: humanos, cujos ossos começaram a se tornar comuns não apenas nos cemitérios (quebrados para a extração do tutano) como também em pilhas de lixo tardias. As tradições orais dos insulares estão obsessivamente repletas de relatos de canibalismo. O maior insulto que se podia dizer a um inimigo era: “A carne de sua mãe ainda está presa entre meus dentes:’

Os chefes e sacerdotes de Páscoa justificavam seu status de elite alegando relacionamento com os deuses e prometendo trazer prosperidade e colheitas abundantes. Reforçavam tal ideologia através de arquitetura monumental e cerimônias com o objetivo de impressionar as massas, tornadas possíveis através dos excedentes alimentares extraídos das massas. À medida que suas promessas se mostravam vazias, o poder dos chefes e sacerdotes foi derrubado por volta de 1680 por líderes militares chamados matatoa, e a sociedade complexamente integrada de Páscoa ruiu em uma epidemia de guerras civis. As pontas-de-lança de obsidiana (chamadas mata’a) dessa época de lutas ainda cobrem a Páscoa dos tempos modernos. Os plebeus passaram a construir suas cabanas na zona costeira, que fora previamente reservada para a residência da elite (hare paenga). Por segurança, muitas pessoas começaram a viver em cavernas, que eram alargadas por escavações e cujas entradas eram parcialmente vedadas para criar um túnel estreito facilmente defensável. Restos de comida, agulhas de costura feitas de ossos, utensílios para trabalhar madeira e instrumentos para consertar roupas de tapa deixaram claro que tais cavernas eram ocupadas continuamente e não apenas como esconderijos.

O que falhou no crepúsculo da sociedade polinésia em Páscoa não foi apenas a antiga ideologia política, mas também a antiga religião, descartada com o poder dos chefes. As antigas tradições orais dão conta de que os últimos ahus e moais foram feitos por volta de 1620, e que Paro (a estátua mais alta) estava entre as últimas a serem erguidas. As plantações das terras altas cuja produção comandada pela elite alimentava as equipes de escultores e transportadores de estátuas foram abandonadas progressivamente entre 1600 e 1680. O fato de as estátuas aumentarem de tamanho pode refletir não apenas rivalidade entre chefes tentando superar uns aos outros, mas também apelos mais urgentes aos ancestrais exigidos pela crise ambiental crescente. Por volta de 1680, por ocasião do golpe militar, os clãs rivais deixaram de erguer estátuas cada vez maiores e começaram a derrubar as estátuas uns dos outros, fazendo-as tombar sobre uma laje posicionada de modo que a estátua caísse e se quebrasse. Assim, como também ocorreu com os anasazis e maias (capítulos 4 e 5), o colapso da sociedade de Páscoa ocorreu logo após a sociedade chegar ao seu auge em termos de população, construção de monumentos e impacto ambiental.

Não sabemos até quando se deu a derrubada de estátuas à época das visitas dos primeiros europeus, porque, em 1722, Roggeveen desembarcou brevemente em um único lugar, e a expedição espanhola de Gonzalez, de 1770, nada registrou de sua visita além do que está no diário de bordo. A primeira descrição européia mais ou menos adequada foi feita pelo capitão Cook em 1774, que ficou quatro dias, enviou um destacamento para fazer o reconhecimento da ilha e tinha a vantagem de trazer consigo um taitiano cujo polinésio era similar ao dos pascoenses, de modo que pôde conversar com eles. Cook comentou ter visto estátuas tombadas, assim como outras ainda de pé. A última menção européia de uma estátua erguida foi feita em 1838; em 1868 já não havia nenhuma estátua em pé. As tradições relatam que a última estátua a ser derrubada (por volta de 1840) foi Paro, supostamente erguida por uma mulher em homenagem ao marido, e derrubada por inimigos de modo a quebrar Paro pela metade.

Os próprios ahus foram violados pela retirada de algumas de suas lajes para a construção de paredes para hortas (manavai) próximas ao ahu, e para criar câmaras funerárias nas quais guardar cadáveres. Como resultado, os ahus que ainda não foram restaurados (i.e., a maioria deles) parecem à primeira vista um monte de pedregulhos. Quando Jo Anne Van Tilburg, Claudio Cristino, Sonia Haoa, Barry Rolett e eu andamos de carro por Páscoa, vimos ahu após ahu como pilhas de cascalho e estátuas quebradas. Então, ao refletirmos sobre o imenso esforço despendido durante séculos para a construção dos ahus e para a escultura, transporte e erguimento de seus moais, e nos lembrarmos que foram os próprios insulares que destruíram o trabalho de seus ancestrais, fomos tomados por uma sensação avassaladora de tragédia.

A derrubada dos moais ancestrais pelos pascoenses me fez lembrar russos e romenos derrubando estátuas de Stalin e Ceausescu quando o governo comunista de seus países entrou em colapso. Havia muito que os insulares deviam estar tomados de fúria reprimida contra os seus líderes, como sabemos que russos e romenos estavam. Imagino quantas estátuas foram derrubadas por inimigos pessoais do dono da estátua, como descrito no caso de Paro, e quantas foram destruídas em um paroxismo de fúria e desilusão que se difundiu rapidamente, como o que ocorreu no fim do comunismo. Também me faz lembrar de uma tragédia cultural e de rejeição religiosa que me foi contada em 1965 em uma vila nas terras altas da Nova Guiné chamada Bomai, por missionários cristãos que se orgulhavam de terem certa vez instado os seus novos convertidos a juntarem os seus “artefatos pagãos” (i.e., sua herança cultural e artística) na pista de pouso da aldeia e queimá-Ias – no que foram obedecidos. Talvez os matatoas de Páscoa tivessem feito uma convocação semelhante para seus seguidores.

Não quero descrever os acontecimentos sociais em Páscoa após 1680 como completamente negativos e destrutivos. Os sobreviventes adaptaram-se o melhor que puderam, tanto no que dizia respeito à sua subsistência quanto à sua religião. Não apenas o canibalismo, mas os galinheiros também experimentaram um crescimento explosivo após 1650; as galinhas representavam menos de 0,1 % de ossos de animais nos monturos mais antigos que David Steadman, Patricia Vargas e Claudio Cristino escavaram em Anakena. Os matatoas justificavam seu golpe militar adotando um culto religioso, baseado no deus criador Makemake, que antes era apenas um no panteão dos deuses de Páscoa. O culto era centralizado na vila de Orongo, na borda da cratera do Rano Kau, de frente para as três maiores ilhotas às quais ficaram confinados as aves marinhas. A nova religião desenvolveu um novo estilo artístico, expresso especialmente em petróglifos (entalhes nas rochas) de genitais femininos, homens-pássaros e aves (com freqüência decrescente), entalhados não apenas nos monumentos de Orongo como também em moais e pukaos derrubados por toda a ilha. A cada ano o culto de Orongo organizava uma competição entre os homens para nadarem através do estreito de um quilômetro e meio de extensão de águas frias infestadas de tubarões que separava Páscoa das ilhotas, para recolher o primeiro ovo de andorinha-da-mar posto naquela estação, nadar de volta à ilha com o ovo intacto, e ser eleito “homem-pássaro do ano” até o ano seguinte. A última cerimônia em Orongo aconteceu em 1867 e foi testemunhada por missionários católicos, no momento exato em que o resíduo da sociedade da ilha de Páscoa ainda não destruído pelos próprios insulares estava sendo destruído pelo mundo exterior.

Europeus e explicações

A triste história do impacto causado pelos europeus em Páscoa pode ser rapidamente resumida. Após a breve visita do capitão Cook em 1774, houve um fluxo contínuo de visitantes europeus. Como documentado no Havaí, Fiji e muitas outras ilhas do Pacífico, foram estes visitantes que introduziram doenças européias e, deste modo, mataram muitos insulares, embora a primeira menção específica a uma epidemia de varíola date de 1836. Novamente como ocorrido em outras ilhas do Pacífico, a prática de “black-birding”, seqüestro de insulares para trabalho forçado, começou em Páscoa por volta de 1805 e chegou ao auge em 1862-63, o ano mais sombrio da história de Páscoa, quando duas dúzias de navios peruanos seqüestraram cerca de 1.500 pascoenses (metade da população) e os venderam em um leilão para trabalhar em minas peruanas de guano e em outros trabalhos inferiores. A maioria dos seqüestrados morreu em cativeiro. Sob pressão internacional, o Peru repatriou uma dúzia dos cativos sobreviventes, que trouxeram outra epidemia de varíola para a aldeia. Os missionários católicos estabeleceram residência em 1864. Em 1872 havia apenas 111 insulares em Páscoa.

Comerciantes europeus introduziram ovinos em Páscoa na década de 1870 e tomaram posse das terras. Em 1888 o governo do Chile anexou Páscoa, que se tornou efetivamente uma fazenda de ovelhas administrada por uma empresa escocesa estabelecida no Chile. Todos os insulares foram confinados em uma aldeia e obrigados a trabalhar para a empresa, sendo pagos em bens no barracão da empresa em vez de dinheiro. Uma revolta dos insulares em 1914 acabou com a chegada de um navio de guerra chileno. A pastagem de ovelhas, bodes e cavalos causou erosão do solo e eliminou muito do que restou da vegetação nativa, incluindo os últimos hauhaus e toromiros por volta de 1934. Somente em 1966 os insulares se tornaram cidadãos chilenos. Hoje, estão experimentando um renascimento de seu orgulho cultural, e a economia está sendo estimulada pela chegada de diversos vôos semanais vindos de Santiago e do Taiti, feitos pela empresa aérea estatal do Chile e trazendo visitantes (como Barry Rolett e eu) atraídos pelas famosas estátuas. Contudo, até mesmo uma breve visita torna óbvio que ainda existem tensões entre os insulares e os chilenos nascidos no continente, que agora são em número igual ao de nativos.

O famoso sistema de escrita de Páscoa, o rongo-rongo, foi sem dúvida inventado pelos insulares, mas não há prova de sua existência até ser pela primeira vez mencionado pelos missionários católicos residentes em 1864. Os 25 objetos sobreviventes com escrita parecem ser posteriores ao contato com europeus; alguns deles são feitos com madeira estrangeira ou um remo europeu, e alguns parecem ter sido manufaturados pelos insulares especificamente para serem vendidos para representantes do bispo católico do Taiti, que ficou interessado naquela escrita e procurou mais exemplares. Em 1995, o lingüista Steven Fischer anunciou ter decifrado os textos rongo-rongo como cantos de procriação, mas sua interpretação é questionada por outros eruditos. A maioria dos especialistas na ilha de Páscoa, incluindo Fischer, concluem agora que a invenção do rongo-rongo foi inspirada pelo primeiro contato dos insulares com a escrita, durante o desembarque espanhol de 1770, ou pelo trauma da escravidão no Peru, em 1862-63, que matou tantos portadores da tradição oral.

Em parte devido a essa história de exploração e opressão, houve resistência entre insulares e eruditos para reconhecerem a realidade do dano ambiental infligido pelos pascoenses em sua ilha antes da chegada de Roggeveen em 1722, apesar de todas as provas detalhadas que sumariei. Em essência, os insulares dizem: “Nossos ancestrais jamais fariam isso”, enquanto os cientistas visitantes dizem: “Esse pessoal maravilhoso que acabamos adorando não pode ter feito uma coisa dessas”. Por exemplo, Michel Orliac escreveu sobre questões similares de mudança ambiental no Taiti: “(…) ao menos é provável – se não for mais que isso – que as modificações ambientais foram originárias de causas naturais em vez de atividade humana. Esta é uma questão muito debatida (McFadgen, 1985; Grant, 1985; McGlone, 1989) sobre a qual não pretendo chegar a uma solução definitiva, mesmo que minha afeição pelos polinésios me incite a escolher ações naturais [p.ex., ciclones] para explicar o dano causado sofrido pelo ambiente.” Três objeções ou teorias alternativas foram levantadas.

Primeiro, foi sugerido que o desmatamento de Páscoa visto por Roggeveen em 1722 não foi causado pelos insulares em isolamento mas resultado, de algum modo não específico, de dano causado por visitantes europeus que antecederam Roggeveen dos quais não há registro. É perfeitamente possível que tenha havido uma ou mais dessas visitas não registradas: muitos galeões espanhóis atravessavam o Pacífico nos séculos XVI e XVII, e a curiosa reação de despreocupação e destemor dos insulares em relação a Roggeveen sugere experiências anteriores com europeus, mais do que a reação de choque que se espera de gente que tenha vivido em total isolamento e pense que são as únicas pessoas do mundo. Contudo, não temos conhecimento específico de nenhuma visita antes de 1722, e nem de que tenha sido a causa inicial do desmatamento. Mesmo antes de Magalhães se tornar o primeiro europeu a atravessar o Pacífico em 1521, há fartas provas que atestam impacto humano maciço em Páscoa: extinção de todas as espécies de aves, desaparecimento de golfinhos e atuns da dieta insular, declínio de pólen de árvores de floresta nos depósitos de sedimentos de Flenley anteriores a 1300, desmatamento da península de Poike por volta de 1400, falta de sementes de palmeira posteriores a 1500, e assim por diante.

Uma segunda objeção é que o desmatamento pode ter sido devido a mudanças naturais de clima, como secas ou ocorrências do El Niño. Não me surpreenderia se acabassem descobrindo que as mudanças climáticas tiveram um papel coadjuvante em Páscoa, uma vez que veremos que as mudanças climáticas de fato exacerbam os impactos ambientais causados pelo homem como no caso dos anasazis (capítulo 4), maias (capítulo 5), Groenlândia Nórdica (capítulos 7 e 8) e, provavelmente, muitas outras sociedades. No momento, não temos informação sobre mudanças climáticas em Páscoa no relevante período de 900-1700 d.C.: não sabemos se o clima ficou mais seco e tempestuoso, menos favorável à sobrevivência da floresta (como postulado por alguns críticos), ou mais úmido, menos tempestuoso e mais favorável à sobrevivência da floresta. Mas me parece haver provas convincentes contra o fato de as mudanças climáticas por si terem causado o desmatamento e a extinção das aves: o molde de tronco de palmeira no fluxo de lava de Terevaka prova que a palmeira gigante já sobrevivera em Páscoa durante diversas centenas de milhares de anos; e os depósitos de sedimentos de Flenley registram pólen de palmeira, Olearia gardneri, toromiro e meia dúzia de outras espécies de árvores em Páscoa entre 38 e 21 mil anos atrás. Portanto, as plantas de Páscoa já haviam sobrevivido a inúmeras secas e eventos do El Niño, tornando pouco provável que todas essas espécies de árvores nativas finalmente tenham escolhido um tempo coincidentemente após a chegada desses inocentes seres humanos para caírem mortas simultaneamente em resposta a outra seca ou evento do EI Niño. Na verdade, os registros de Flenley mostram que um período frio e seco em Páscoa entre 26 mil e 12 mil anos atrás, mais severo do que qualquer período frio e seco ocorrido no mundo nos últimos mil anos, apenas fez com que as árvores de Páscoa nas terras mais altas se retirassem para as terras mais baixas – do que se recuperaram posteriormente.

Uma terceira objeção é que os insulares de Páscoa certamente não seriam tolos de cortar todas as suas árvores, uma vez que as conseqüências seriam óbvias para eles. Como expressou Catherine Odiac: “Por que destruir uma floresta necessária para a sua [i.e., dos insulares de Páscoa] sobrevivência material e espiritual?” Esta é de fato uma questão crucial que vem perturbando não apenas Catherine Odiac mas também meus alunos na Universidade da Califórnia, a mim e a todo mundo mais que já especulou sobre dano ambiental auto-infligido. Freqüentemente me pergunto: “O que os insulares de Páscoa que cortaram a última palmeira disseram enquanto faziam aquilo?” Será que, assim como os modernos madeireiros, terão gritado “Trabalho sim, árvores não!”? Ou: ”A tecnologia resolverá nossos problemas, não tema, vamos encontrar um substituto para a madeira”? Ou: “Não temos provas de que não há mais palmeiras em algum outro lugar de Páscoa, precisamos de mais pesquisas, a proposta de proibição da atividade madeireira é prematura e movida por sentimentos alarmistas”? Tais questões são levantadas por todas as sociedades que inadvertidamente danificaram seu ambiente. Ao voltarmos a esta questão no capítulo 14 veremos que há toda uma série de motivos para as sociedades cometerem tais erros.

Por que Páscoa era frágil?

Ainda não enfrentamos a questão de por que a ilha de Páscoa chegou a tal ponto de desmatamento. Afinal de contas, o Pacífico compreende milhares de ilhas habitadas, e em quase todas elas os habitantes cortaram árvores, derrubaram florestas para abrir espaço para a agricultura, usaram madeira para fogueiras, construíram canoas e usaram madeira e cordas para construir casas e outras coisas. Contudo, entre todas essas ilhas, apenas três no arquipélago havaiano, todas muito mais secas do que Páscoa – as duas ilhotas de Necker e Nihoa e a ilha maior de Niihau – aproximaram-se de Páscoa em grau de desmatamento. Nihoa ainda tem uma espécie de palmeira grande, e não se sabe se a pequena Necker, com uma área de menos de 16 hectares, já teve árvores algum dia. Por que os insulares de Páscoa foram os únicos, ou quase isso, a destruir todas as árvores? A resposta que às vezes é dada – “Porque a palmeira de Páscoa e o toromiro cresciam muito lentamente” – não explica por que ao menos 19 outras espécies de árvores e plantas relacionadas com ou as mesmas espécies ainda disseminadas pelas ilhas da Polinésia foram eliminadas em Páscoa mas não em outras ilhas. Suspeito que tal questão se esconde por trás da relutância com que os próprios insulares de Páscoa e alguns cientistas têm em aceitar que foram os insulares que causaram o desmatamento, porque tal conclusão parece implicar que eram especialmente maus ou imprevidentes em comparação aos outros povos do Pacífico.

Barry Rolett e eu ficamos surpresos com a aparente originalidade de Páscoa. Na verdade, isso é apenas parte de uma questão ainda mais surpreendente: por que o grau de desmatamento varia entre as ilhas do Pacífico em geral. Por exemplo, Mangareva (a ser discutida no próximo capítulo), a maioria das ilhas Cook e Austrais, e os lados a sotavento das principais ilhas do Havaí e de Fiji foram largamente desmatadas, embora não completamente, como no caso de Páscoa. As ilhas da Sociedade e as Marquesas, e os lados a barlavento das principais ilhas do Havaí e Fiji, tinham florestas primárias em lugares mais altos, e uma mistura de floresta secundária, samambaias e capinzais em baixa altitude. Tonga, Samoa, a maioria das ilhas Bismarcks e Salomão, e Makatea (a maior ilha do arquipélago de Tuamotu) continuam amplamente florestadas. Como explicar tanta variação?

Barry começou lendo os diários de bordo dos primeiros exploradores do Pacífico, para localizar descrições de como eram as ilhas na época. Isso permitiu que intuísse o grau de desmatamento em 81 ilhas quando vistas pelos europeus pela primeira vez – i.e., após séculos ou milhares de anos de impactos ambientais causados pelos insulares, mas antes do impacto europeu. Então, tomando como base estas 81 ilhas, tabulamos valores de nove fatores físicos cuja variação entre ilhas acreditamos poder contribuir para explicar diferentes resultados de desmatamento. Algumas tendências tornaram-se imediatamente óbvias para nós assim que olhamos os dados, mas submetemos tais dados a muita análise estatística de modo a podermos pôr em números essas tendências.

O QUE AFETA O DESMATAMENTO NAS ILHAS DO PACÍFICO?

O desmatamento é mais grave em:
ilhas mais secas do que em ilhas mais úmidas;
 ilhas frias em latitudes elevadas do que em ilhas equatoriais quentes;
 antigas ilhas vulcânicas do que em jovens ilhas vulcânicas;
 ilhas sem precipitação de cinzas do que em ilhas com precipitação de cinzas;
 ilhas distantes da precipitação de poeira da Ásia do que em ilhas mais próximas;
 ilhas sem makatea do que em ilhas com makatea;
 ilhas mais baixas do que em ilhas mais altas;
 ilhas remotas do que em ilhas próximas a outras; e
 ilhas pequenas do que em ilhas grandes.

Essas nove variáveis físicas contribuem para o resultado. As mais importantes eram as variações de chuva e latitude: ilhas secas e mais frias longe do equador (em latitudes mais altas) acabavam mais desmatadas do que ilhas equatoriais mais úmidas. Era o que esperávamos: a taxa de crescimento vegetal e de estabelecimento de novas árvores aumenta com as chuvas e com o aumento de temperatura. Quando se derruba uma árvore em um lugar quente e úmido como as terras baixas da Nova Guiné, em um ano aparecem no mesmo lugar árvores novas com seis metros de altura, mas o crescimento de árvores é muito mais lento em um deserto frio e seco. Assim, o crescimento de novas árvores pode compensar uma taxa moderada de derrubada de árvores em ilhas úmidas e quentes, permitindo à ilha um estado de cobertura florestal constante.

Três outras variáveis – idade da ilha, precipitação de cinzas e de poeira – têm efeitos que não antecipamos, porque não estávamos familiarizados com a literatura científica sobre manutenção da fertilidade do solo. Ilhas antigas que não experimentaram qualquer atividade vulcânica durante um milhão de anos acabam mais desmatadas do que ilhas mais novas, que tiveram atividade vulcânica recente. Isso porque o solo originado de lava e cinzas frescas contém nutrientes necessários para o crescimento de plantas. Em ilhas mais antigas, estes nutrientes são gradualmente levados pela chuva. Uma das duas maneiras principais como esses nutrientes são renovados nas ilhas do Pacífico é pela precipitação de cinzas em suspensão na atmosfera devido a explosões vulcânicas. Mas o oceano Pacífico é dividido por uma linha famosa entre os geólogos como a Linha da Andesita. No sudoeste do Pacífico, no lado asiático desta linha, os vulcões expelem cinzas que podem ser carregadas pelo vento através de centenas de quilômetros e isso mantém a fertilidade mesmo em ilhas (como Nova Caledônia) que não têm vulcões. Por outro lado, no leste e no centro do Pacífico, além da Linha de Andesita, a principal contribuição aérea de nutrientes para renovar a fertilidade do solo é a poeira carregada na alta atmosfera pelos ventos que sopram das estepes da Ásia Central. Assim, ilhas a leste da Linha de Andesita, e longe da precipitação de poeira asiática, acabam mais desmatadas do que ilhas na Linha de Andesita ou mais próximas da Ásia.

Outra variável requereu a consideração de apenas meia dúzia de ilhas que consistem em rochas conhecidas como makatea – basicamente, um recife de coral erguido por um movimento de geológico. O nome vem da ilha Makatea, no arquipélago de Tuamotu, constituída em grande parte deste tipo de rocha. Os terrenos de makatea são horríveis para se andar sobre eles; os corais profundamente fissurados e afiados como navalhas cortam as botas e as mãos de quem ousar atravessá-los, deixando-os em frangalhos. Quando pela primeira vez encontrei makatea na ilha Rennell, nas Salomão, levei 10 minutos para caminhar 100 metros, e estava apavorado com a idéia de cortar as minhas mãos em um coral caso o tocasse sem perceber ao estender as minhas mãos em busca de equilíbrio. A makatea pode cortar botas modernas e fortes após alguns dias de caminhada. Embora os insulares de algum modo consigam andar sobre makatea com os pés descalços, até eles têm problemas. Ninguém que tenha suportado a agonia de caminhar sobre makatea se surpreenderia ao saber que as ilhas do Pacífico que têm este tipo de terreno acabaram menos desmatadas que as que não o têm.

Isso nos deixa três variáveis com efeitos mais complexos: elevação, distância e área. Ilhas mais altas tendem a se tornar menos desmatadas (mesmo em suas terras baixas) do que ilhas mais baixas, porque as montanhas geram nuvens e chuva, que descem às terras baixas como rios, estimulando as plantas a crescerem com a sua água, pelo transporte de nutrientes, e transporte de poeira atmosférica. As próprias montanhas podem permanecer cobertas de florestas caso sejam muito altas ou muito íngremes para serem transformadas em campos de cultivo. Ilhas remotas tornam-se mais desmatadas do que ilhas próximas umas das outras – possivelmente porque os insulares tendiam a ficar mais em casa, causando impactos em seu próprio meio ambiente, em vez de perderem tempo e energia visitando outras ilhas para comerciar, guerrear ou se estabelecer. Ilhas grandes tendem a se tornar menos desmatadas que ilhas pequenas por inúmeras razões, incluindo a relação perímetro/área, que determinam menos recursos marinhos por pessoa e menor densidade populacional, mais séculos necessários para derrubar a floresta e mais áreas inadequadas à agricultura.

Como Páscoa se situa em relação a essas nove variáveis que predispõem ao desmatamento? A ilha de Páscoa tem a terceira latitude mais alta, está entre as ilhas que têm menor índice de chuvas, a mais baixa precipitação de cinza vulcânica, a mais baixa taxa de precipitação de poeira asiática, nenhum terreno de makatea, e é a segunda ilha mais distante da ilha mais próxima. É uma das menores e mais baixas das 81 ilhas que Barry Rolett e eu estudamos. Todas essas oito variáveis tornam Páscoa suscetível de desmatamento. Os vulcões de Páscoa têm idade moderada (provavelmente de 200 a 600 mil anos); a península de Poike, o vulcão mais antigo da ilha, foi a primeira parte de Páscoa a se tornar desmatada e atualmente exibe a pior erosão do solo. Combinando o efeito de todas essas variáveis, nosso modelo estatístico previu que Páscoa, Nihoa e Necker seriam as ilhas do Pacífico mais desmatadas. Isso é confirmado pelo que de fato ocorreu: Nihoa e Necker acabaram sem ocupação humana e apenas uma espécie de árvore em pé (a palmeira de Nihoa), enquanto Páscoa acabou sem qualquer espécie de árvore e cerca de 10% de sua antiga população.

Em resumo, a razão para o grave e incomum grau de desmatamento de Páscoa não é a que aquelas pessoas aparentemente bacanas na verdade eram muito más ou incautas. Em vez disso, tiveram o azar de viver em um ambiente muito frágil e com o maior risco de desmatamento do que o de qualquer outro povo do Pacífico. No caso da ilha de Páscoa, mais do que em qualquer outra sociedade discutida neste livro, podemos especificar em detalhes os fatores que reforçam a fragilidade ambiental.

O isolamento de Páscoa a torna o mais claro exemplo de uma sociedade que se destruiu pelo abuso de seus recursos. Se voltarmos aos nossos cinco fatores relacionados ao colapso ambiental, dois deles – ataque por sociedades vizinhas hostis e perda de apoio de sociedades vizinhas amistosas – não tiveram participação no colapso de Páscoa, porque não há prova de que havia povos inimigos ou amigos em contato com a sociedade da ilha após esta ter sido fundada. Mesmo que algumas canoas tenham chegado posteriormente, tais contatos não devem ter ocorrido em escala grande o bastante para constituírem ameaça ou apoio importantes. Quanto ao papel de um terceiro fator, mudança climática, também não temos provas no momento, embora isso possa emergir no futuro. O que nos deixa com apenas dois grupos de fatores principais por trás do colapso de Páscoa: impactos ambientais humanos, especialmente desmatamento e destruição das populações de aves; e os fatores políticos, sociais e religiosos por trás dos impactos, como a impossibilidade da emigração como uma válvula de escape para o isolamento de Páscoa, o foco na construção de estátuas por razões já discutidas e a competição entre clãs e chefes levando à construção de estátuas maiores, o que requeria mais madeira, cordas e alimentos.

Páscoa como metáfora

O isolamento dos insulares de Páscoa provavelmente também explica por que acredito que o seu colapso, mais do que o de qualquer outra sociedade pré-industrial, assombra meus leitores e alunos. Os paralelos entre a ilha de Páscoa e o mundo moderno são assustadoramente óbvios. Graças à globalização, comércio internacional, aviões a jato e Internet, todos os países da Terra de hoje em dia compartilham recursos e afetam uns aos outros, assim como fizeram os 12 clãs de Páscoa. A ilha de Páscoa polinésia estava tão isolada no oceano Pacífico quanto a Terra está hoje no espaço. Quando os insulares de Páscoa tiveram dificuldades, não havia para onde fugir, nem a quem pedir ajuda, assim como nós, modernos terráqueos, também não temos a quem recorrer caso precisemos de ajuda. Essas são as razões pelas quais as pessoas vêem o colapso da sociedade da ilha de Páscoa como uma metáfora – a pior hipótese – daquilo que pode estar nos esperando no futuro.

É claro que a metáfora é imperfeita. Nossa posição atualmente difere em importantes aspectos daquela dos insulares de Páscoa do século XVII. Algumas dessas diferenças aumentam o perigo para nós: por exemplo, se alguns insulares usando apenas pedras como ferramentas e seus próprios músculos como fonte de energia conseguiram destruir o seu ambiente e, assim, destruir a sua sociedade, o que farão bilhões de pessoas com instrumentos de metal e com a energia das máquinas? Mas também há diferenças a nosso favor, às quais voltaremos no último capítulo deste livro.

Fonte: “Colapso. Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso.”, Jared Diamond, editora Record, Rio de Janeiro – São Paulo, 2007.

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Magníficos artefatos em pedra: evidência de uma cultura preexistente

Posted by luxcuritiba em junho 7, 2012

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Dos tempos pré-dinásticos até o Antigo Império, existem evidências de que os antigos egípcios possuíam uma tecnologia bem desenvolvida para o trabalho em pedra. A julgar pêlos artefatos recuperados, os primeiros egípcios usavam brocas tubulares, serras (tanto braçais como circulares), e tornos para cortar e moldar a pedra em objetos de uso doméstico. Museus em todo o mundo exibem exemplos de utensílios em pedra dos primeiros egípcios, que teste­munham das características sem-par de sua manufatura. São feitos de uma variedade de materiais, de pedras macias, como o alabastro, até a mais dura de que se tem conhecimento, o granito. Essas peças de museu constituem alguns dos artefatos mais belos já encontrados, e, ironicamente, pertencem a um período muito antigo da civilização egípcia. Muitos foram encontrados dentro e em volta da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara.

Acredita-se que a pirâmide de pedra mais antiga do Egito seja a pirâmide escalonada de Djoser, construída durante a terceira dinastia, por volta de 2630 AEC, e que também foi a primeira no mundo. Aparentemente, também é o úni­co lugar onde utensílios domésticos desse tipo foram encontrados em quanti­dade, embora sir Flinders Petrie, um pesquisador do final do século XIX, tenha descoberto fragmentos de tigelas similares em Gize. Muitas dessas pe­ças em pedra contêm inscrições com símbolos dos primeiros soberanos da era pré-dinástica. Alguns defendem a tese de que é improvável que aqueles que fabricaram as tigelas sejam também os responsáveis pêlos sinais, devido ao estilo primitivo das inscrições. É possível que os egípcios pré-dinásticos te­nham obtido as peças algum tempo depois de elas terem sido confeccionadas e, então, marcado-as com seu sinal de propriedade.

No centro das tigelas abertas e dos pratos, no ponto onde o ângulo de corte muda rapidamente, pode-se ver uma linha circular nítida, estreita e per­feitamente circular, deixada pelo torno (no qual o objeto é preso entre dois eixos revolventes, de maneira que a redução do material acontece por igual em todos os lados). Pedras macias são relativamente fáceis de trabalhar e po­dem ser moldadas com ferramentas simples e abrasivos; entretanto, o grau de precisão empregado na manufatura desses itens rivaliza com a indústria do século XX. Vasos delicados, feitos de pedras quebradiças, como o xisto, eram acabados, torneados e polidos ao ponto de adquirir bordas finas como papel e sem imperfeições. Uma tigela de aproximadamente 22 cm, ocada por uma abertura de 7,5 cm em seu topo, foi tão bem torneada que se equilibra perfei­tamente sobre a extremidade arredondada do seu fundo. Essa extremidade é do tamanho da ponta arredondada de um ovo, o que requer uma espessura si­métrica das paredes, sem qualquer erro substancial.

Objetos elegantes feitos em granito indicam não só o alto grau de destreza atingido, mas, talvez, também um avançado nível de tecnologia. Peças feitas de miolos de granito, de rocha porfírica ou de basalto, eram ocadas por aberturas estreitas e de bordas alargadas, e algumas possuem um longo pescoço.

FIGURA 4.1. ESBOÇO DO FRAGMENTO N. 15 DE PETRIE.

Sir Flinders Petrie, em seu livro de 1883, The Pyramids and Temples of Gizeh, sugere que o torno era um instrumento tão habitual na quarta dinastia quanto é hoje nas modernas oficinas. Tigelas e vasos em diorito, do Antigo Império, em geral apresentam grande habilidade técnica e foram, provavel­mente, moldados em tornos. Uma peça encontrada por Petrie em Gize atesta que o método empregado para remoção de material de fato era o torno, e não o processo de trituração. A tigela deslocou-se do seu eixo central e foi centra­lizada novamente de maneira imperfeita. O torneado anterior não foi completamente retrabalhado, de modo que há duas superfícies resultantes de eixos diferentes, que se encontram numa saliência. O processo de trituração, ou o de abrasão, não produziria essa aparência.

Outro detalhe interessante, observável no fragmento número 15, encon­trado por Petrie, é a circunferência esférica da tigela. Para se conseguir esse efeito, a tigela deve ter sido cortada por uma ferramenta que varria um arco a partir de um centro fixo, enquanto a tigela girava. O centro, ou base, da ferra­menta estava no eixo do torno, para criar a superfície geral da tigela, até o seu limite. Entretanto, como se desejava uma borda no produto final, o centro da ferramenta foi deslocado exatamente com o mesmo raio do seu arco e um novo corte foi feito para criar uma borda na tigela. Segundo Petrie, isso não era um resultado do acaso. A exata circularidade das curvas, sua uniformida­de, e a saliência deixada onde elas se encontram são prova da precisão da manufatura. A peça não foi arredondada, como certamente haveria de ser o caso se houvesse sido feita à mão. É uma prova física do método rigidamente me­cânico de trabalhar as curvas.

Brocas tubulares

Os artesãos do Egito Antigo também usavam brocas para perfurar orifícios. Uma broca tubular é um cilindro oco com dentes em uma das extremidades. Ela funciona com base no mesmo princípio de um desmiolador de maçã: pressionando-a contra um material sólido e girando-a, um miolo cilíndrico era recortado através do objeto pêlos dentes da broca e, então, removido. Bro­cas tubulares variavam em espessura de 0,60 a 12,5 centímetros de diâmetro, e de 0,08 a 0,5 centímetros de espessura.2 Um orifício de 5 centímetros foi o menor encontrado em granito, embora exemplos maiores existam. Em El Bersheh, uma plataforma de rocha calcária foi desbastada (modelada da forma desejada) com retirada de material efetuada por brocas tubulares de 45 cm3. Segundo Petrie, os sulcos circulares que ocasionalmente se intersectam pro­vam que isso foi feito apenas para remover a rocha. Em 1996, uma peça de granito com sulcos espirais em suas porções visíveis foi exposta no Museu do Cairo. Os sulcos apareciam com espaçamento e profundidade uniformes, si­nal óbvio de que foram produzidos por uma broca tubular. Eles não seriam tão consistentes se houvessem sido feitos por pasta abrasiva (uma mistura de areia fina e água que desgastava o material – por exemplo, composto de fric­ção para remover ligeiros arranhados em um revestimento).

Uma broca tubular também foi usada para escavar o sarcófago na câmara do rei da Grande Pirâmide. A despeito do polimento no produto acabado, mar­cas de brocas tubulares foram deixadas no topo, do lado de dentro do sarcófago em seu lado leste. A julgar pelo raio do corte, menor que 5 cm, os pedreiros fize­ram numerosos orifícios, cada qual com vários centímetros de profundidade.

Perto da Esfinge, nos lintéis sobre as portas do Vale do Templo, uma bro­ca tubular foi usada para perfurar o granito. Evidências de brocas tubulares ainda são visíveis na maior parte das entradas do templo. Uma teoria é que esses furos eram usados para segurar no lugar eixos verticais que giravam e funcionavam como dobradiças de portas.

A broca tubular é um método especializado que provavelmente não teria sido desenvolvido sem a necessidade de orifícios grandes. Além disso, fabri­car uma broca forte o suficiente para perfurar granito não é uma tarefa sim­ples nem primitiva. Petrie acreditava que, para criar uma ferramenta capaz de remover rocha dura, as brocas tubulares de bronze eram equipadas com pon­tas de pedras preciosas. É claro que isso indica que mineração, metalurgia e confecção de brocas, para não falar em gerações de experiência com materiais abrasivos e técnicas de fabricação rotatórias, devem ter ocorrido muito tempo antes das estruturas no planalto de Gize terem sido erigidas.

Serras de pedra

Os antigos egípcios também usavam serras de pedra. Um exemplo disso está em Gize, onde blocos de basalto foram cortados para serem usados como pedras de pavimentação. Evidências desse uso podem ser observadas no lado leste da Grande Pirâmide. Pedras de pavimentação foram colocadas sobre blo­cos de calcário, que eram ajustados previamente à rocha-mãe subjacente. Aparentemente, os blocos foram nivelados depois de terem sido colocados no solo. Eram irregulares em espessura e, algumas vezes, arredondados na face inferior. Olhando de perto um corte abandonado, onde o trabalhador come­çou a cortar no lugar errado, vê-se que o corte é bem definido e paralelo à su­perfície (veja figura 4.2 na p. 90 – abaixo). A qualidade dessa incisão requer que a lâmina seja segurada firmemente enquanto o corte é efetuado. Existem vários outros pontos onde “cortes extras” como esse são visíveis. Cerca de 9 metros a norte desses blocos, há vários outros com cortes quase idênticos.

FIGURA 4.2. EM CIMA: BLOCOS DE PEDRA DE GIZE; EMBAIXO: DETALHE DAS MARCAS DE SERRA.

Em outra área próxima, há longos cortes de serra em rocha muito dura. Na maioria dos casos, os cortes são consistentes, lisos e paralelos. Não há si­nal de “vacilação da lâmina”, que acontece quando uma serra longa e ma­nual começa a cortar um material duro. Uma possibilidade é que a lâmina era mantida no lugar firmemente pela rocha sobre ela. O sarcófago na câma­ra do rei da Grande Pirâmide foi cortado com uma serra bem grande, medin­do, talvez, 2,4 ou 2,7 m. Marcas deixadas pelo seu uso foram descobertas e descritas por Petrie. Ele também descreveu um erro de corte perceptível. A serra trabalhou fora da marca vários centímetros antes que os operários no­tassem e removessem a serra. Uma marca esverdeada nos lados do corte, bem como grãos de areia deixados no sulco, indicam que as serras eram fei­tas de bronze.4

FIGURA 4.3. ARTEFATO N. 6 DE PETRIE.

Petrie estudou numerosos exemplos de alvenaria em pedra. Entre os itens mais incomuns estava o artefato n. 6, um pedaço de diorito ostentando sulcos de arcos circulares, regulares e equidistantes, e paralelos um ao outro. Embora os sulcos estivessem quase que completamente apagados por poli­mento abrasivo, ainda eram levemente perceptíveis. De acordo com Petrie, a única explicação viável para isso é que eles tenham sido produzidos por uma serra circular.

O corte de materiais duros pelo uso de substância macia, como cobre, madeira e chifre, com um pó duro aplicado a ela, tem sido um método comum ao longo da história. Bastões preparados dessa maneira eram usados para des­bastar a rocha, quando esfregados sobre sua superfície. Na falta de uma expli­cação melhor, muitos presumem que os egípcios empregassem esse método. Mas, embora ele fosse suficiente para o alabastro e outras rochas macias, Pe­trie argumenta que os primeiros egípcios não usaram essa técnica com rochas mais duras. Sugere que o corte e a modelação da rocha dura como o granito, o diorito, o basalto etc., eram feitos com ferramentas de bron­ze, dotadas de pontas cortantes, bem mais duras do que o quartzo com o qual se trabalhava. O material dessas pontas ainda é indeterminado; mas apenas cinco substâncias são possíveis: berilo, topázio, crisoberilo, corindo ou safira, e o dia­mante. O caráter do trabalho certamente parece apontar para o diamante como a jóia de corte; e somente as considerações de sua raridade em geral e sua ausên­cia no Egito interferem com essa conclusão, o que faz com que o material mais provável seja o duro corindo não cristalizado.5

Em suas observações a respeito dos métodos mecânicos dos egípcios, Petrie concluiu que eles eram familiarizados com jóia de corte muito mais dura que o quartzo, e usavam essa jóia como um buril afiado. Das tigelas de diorito com inscrições da quarta dinastia, das quais ele encontrou fragmentos em Gize, às marcas no granito polido da era ptolomaica, em San, Petrie não tinha dúvida de que os confeccionadores desses objetos usaram serras e bro­cas complexas. Os hieróglifos eram gravados com uma ferramenta de corte preciso. Não raspados ou triturados, mas entalhados com contornos bem de­finidos. O fato de que algumas linhas tinham apenas 0,016 centímetro de lar­gura é evidência de que a ponta da ferramenta devia ser muito mais dura do que o quartzo e rija o bastante para não lascar as bordas de um sulco de ape­nas 0,0125 centímetro de largura. Petrie e sua equipe não hesitaram em acei­tar que as linhas que eram entalhadas na rocha dura foram conseguidas com ferramentas de ponta de pedras preciosas.

Além disso, os cortes de serra nas superfícies de diorito, com espessuras que chegam a 0,025 centímetro, são mais prováveis de terem sido produzidos por pontas de pedras preciosas afixadas em uma serra do que por fricção de um pó solto. Os profundos sulcos são quase sempre regulares, uniformes em profundidade e equidistantes. Embora nenhuma lâmina com ponta de pedras preciosas tenha sido encontrada até hoje, os cortes de serra nessas superfícies constituem evidência quase irrefutável de que os egípcios usavam serras com pontas de pedras preciosas.

Os olhos dos faraós

As técnicas sofisticadas não se limitavam aos artefatos de pedra. Outros traba­lhos de precisão e brilhantismo artístico também eram realizados nos prepa­rativos para funerais. Todos conhecem o modo extravagante com que os egípcios sepultavam os mortos, com provisões para a vida após a morte. Entre os bens dos túmulos se incluíam também estátuas, esculpidas para represen­tar com realismo as pessoas que honravam. Algumas dessas estátuas possuíam olhos realmente notáveis, confeccionados de tal modo que parecem seguir o observador que passa diante delas. Exemplos dessas estátuas, da quarta e da quinta dinastias (2575-2323 aec), estão expostos no Louvre, em Paris, e no Museu Egípcio, no Cairo.

Uma outra estátua ostentando esses olhos de estilo incomparável, a está­tua Ka [Estátua que abrigava a alma do morto, segundo os antigos egípcios. (N. da T.)] do faraó Auib-rê Hor, apareceu na décima terceira dinastia do Médio Império, entre 1750 a 1700 AEC. Outras estátuas foram descobertas em mastabas em Saqqara. Do mesmo modo que a produção dos inigualáveis artefatos em pedra, a manufatura desses olhos mágicos desapareceu da civilização egíp­cia depois da décima terceira dinastia.6

FIGURA 4.4. O “ESCRIBA SENTADO” – DE UMA TUMBA DA QUINTA DINASTIA EM SAQQARA.

FIGURA 4.5. A ESTATUA DO PRÍNCIPE RAHOTEP, DA QUARTA DINASTIA, É UM EXEMPLO CARACTERÍSTICO DOS OLHOS.

Durante o final dos anos de 1990, Jay Enoch, da Escola de Optometria da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e Vasudevan Lakshminarayanan, da Escola de Optometria da Universidade do Missouri, em St. Louis, recria­ram os atributos óticos desses “olhos de faraó”, para compreender melhor suas propriedades únicas. Para comparação, e para estimar o suces.so do seu trabalho, eles fotografaram o “escriba sentado”, uma estátua descoberta em Saqqara e datada de 2475 aec, em exposição no Louvre.

Enoch e Lakshminarayanan observaram que a área frontal dos olhos era composta de um tipo muito duro de cristal de quartzo adaptada a uma cór­nea plana de excelente qualidade ótica. A íris era pintada para parecer com a íris humana viva. No centro, na parte de trás da lente da córnea, uma peque­na e côncava curvatura era perfurada com broca ou raspada para correspon­der à abertura da pupila do olho humano. Isso formava uma lente côncava de alto poder de refração negativa. As superfícies frontais da córnea possuíam poder de refração positiva, mas muito mais fraca do que o elemento do fun­do. Uma resina era usada para unir a lente à parte branca do olho. O fundo da lente da córnea tinha duas zonas óticas. Uma era periférica e plana; a ou­tra, uma pronunciada curvatura negativa. As duas eram centradas uma na outra. Ambas eram centradas na área frontal da superfície da córnea, que ti­nha uma curvatura convexa, ou positiva, possivelmente para formar um ele­mento multifocal.

Usando uma pilha de arruelas colocadas sobre papel branco, Enoch e Lakshminarayanan criaram um modelo de simulação da parte frontal dos olhos. Sobre as arruelas, uma lente esférica de 20 dioptrias foi posicionada a 1,875 centímetro acima do orifício. À igual distância, foi suspensa acima disso uma lente esférica maior (26 dioptrias). As distâncias a partir do plano das ar­ruelas para cada lente eram menores do que a distância focal de ambas as len­tes. Então, se um observador girasse de 40 a 60 graus em qualquer direção em relação às lentes, os orifícios (pupilas) pareceriam deslocar-se junto com o observador. Nesse sentido, Enoch e Lakshminarayanan criaram um modelo que simulava a magia dos olhos dos faraós.7

Em seu modelo, eles observaram que o encurtamento no meridiano de rotação em torno do orifício das arruelas (a pupila do olho) era maior quando visto através de lentes côncavas mais potentes. Em outras palavras, se o obser­vador se desloca para o lado, a abertura se torna mais elíptica na aparência, com a largura do orifício decrescendo na direção da rotação crescente. Eles também descobriram que esse efeito não era percebido perpendicularmente à direção da rotação pelo observador – o bem conhecido efeito cosseno. Segun­do Enoch e Lakshminarayanan, o mesmo efeito de encurtamento é pronta­mente observado e fotografado nas estátuas egípcias.

De acordo com seus resultados, tanto a superfície frontal quanto a pos­terior das lentes egípcias contribuem para o movimento da pupila percebido enquanto o observador gira em torno da estátua. Além disso, o movimento será na mesma direção. Nesse sentido, a pupila parece acompanhar o movi­mento do observador e se torna progressivamente encurtada na direção do movimento do observador. Do mesmo modo que as estátuas egípcias, o movi­mento percebido causado pelo elemento posterior é mais significativo e dife­rente das qualidades prismáticas normais das lentes. O efeito combinado das duas lentes é maior do que o de cada uma das lentes sozinha.

Enoch e Lakshminarayanan concluíram que esse efeito ótico de “acom­panhar” presente nos olhos das estátuas foi duplicado no laboratório e re­gistrado, embora não muito bem exibido em suas fotografias (esse efeito, facilmente notado pelo observador, foi difícil de fotografar). Surpreendente­mente, as antigas lentes egípcias eram de qualidade superior às das cópias. Em sua análise final, Enoch e Lakshminarayanan concluíram que, por causa da qualidade do desempenho e da complexidade do projeto, é altamente du­vidoso que as lentes usadas para recriar a estrutura do olho nas antigas está­tuas egípcias fossem as primeiras lentes criadas, a despeito do fato de terem 46 séculos de idade.8

Os caixões de granito de Serapeum

A nordeste da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara, há uma galeria de túmulos construídos em um túnel escavado na rocha, dedicada ao touro Ápis. O geógrafo grego Estrabão (63 AEC – 22 EC) escreveu, depois de visitar o Egito, que os touros Ápis eram enterrados numa câmara subterrânea, chamada Serapeum, no final de uma alameda pavimentada ladeada por 140 esfinges de pedra. O local está constantemente sendo enterrado pela areia levada pelo vento e era de difícil acesso mesmo na época de Estrabão. Durante séculos, esses túmulos estiveram perdidos; então, em 1850, um francês de 29 anos, Auguste Mariette, encontrou a cabeça e as patas de uma esfinge de pedra projetando-se da areia.

FIGURA 4.6. CAIXÃO DE GRANITO DO SERAPEUM.

No interior do Serapeum, câmaras com tetos de quase 7,5 metros de al­tura e pisos 1,5 metro mais baixos do que o piso principal foram escavados em ambos os lados do corredor principal. Essas salas abertas eram o local em que os maciços sarcófagos para os touros Ápis antigamente ficavam. Cada sar­cófago era esculpido de um único bloco de granito, e cada tampa pesava mui­tas toneladas. Vários desses sarcófagos ainda existem dentro do Serapeum.

Em 1995, Dunn, munido com uma régua de marceneiro de altíssima precisão, inspecionou as faces interna e externa de dois sarcófagos. A tampa de 27 toneladas de um dos sarcófagos, e a superfície interna do caixão de gra­nito em que ela se apoiava, tinham uma precisão de 0,000125 centímetro. Ele também verificou que os cantos tinham a precisão de 0,39 cm.12 Segundo Dunn, reproduzir a precisão dos caixões de granito de Serapeum seria extre­mamente difícil mesmo hoje em dia. As superfícies lisas, perfeitamente planas e os cantos que se ajustavam sem folga deixaram-no pasmo. O caixão de gra­nito encontrado na Grande Pirâmide tem as mesmas características que os de Serapeum. Entretanto, esses caixões pertencem à décima oitava dinastia, mais de mil anos depois do que se supõe ser o declínio da alvenaria em pedra no Egito. Uma vez que sua datação é baseada nos utensílios encontrados por perto e não nos próprios caixões, Dunn acredita que seja razoável especular que os caixões não foram corretamente datados. A forma como a pedra foi trabalhada neles deixou marcas de um método de fabricação cuidadoso e no­tável. Isso é inequívoco e irrefutável. Ele acredita que os artefatos que mediu no Egito “são a ‘prova do crime’, a evidência irrefutável de que existiu uma civilização no Egito Antigo mais desenvolvida do que a que nos é ensinada. Essa evidência encontra-se talhada na pedra”.13

O depoimento de um engenheiro mecânico perito

Aqueles de nós que não são engenheiros ou mecânicos só podem imaginar a dificuldade e a habilidade em planejar e construir os itens de alta precisão descritos. Christopher Dunn, um supervisor sênior na Danville Metal Stamping, em Illinois, tem estado às voltas com técnicas de construção e de produ­ção por quase trinta anos e está bem qualificado para comentar sobre as dificuldades da precisão. A maior parte de sua carreira foi passada no trabalho com maquinaria que fabrica componentes de precisão para motores a jato, e incluía métodos não convencionais como processamento a laser e usinagem por descargas elétricas. Embora não seja egiptólogo, arqueólogo ou historia­dor, é fascinado pelas evidências deixadas para trás pelos egípcios. Ele visitou o Egito diversas vezes, estudou muitos dos artefatos desconcertantes, e che­gou à conclusão de que existia um sistema de manufatura avançado no Egito Antigo. Segundo Dunn, há evidência de outros métodos de fabricação não convencionais, além de práticas mais sofisticadas no uso convencional da ser­ra, do torno e da fresadora. Dunn diz: “Sem dúvida, alguns artefatos que Petrie estudou foram produzidos em tornos”.9 Também há evidências de marcas claramente definidas deixadas pelo torno em algumas tampas de sarcófago (caixão de pedra).

Dunn acredita que a Grande Pirâmide encabece uma longa lista de arte­fatos que foram mal compreendidos e mal-interpretados ao longo dos anos pelos arqueólogos. Eles desenvolveram teorias e métodos baseados numa coleção de ferramentas a partir das quais se esforçam para reproduzir até mesmo os mais simples aspectos do trabalho egípcio. Segundo Dunn, o Museu do Cairo contém evidências suficientes, se adequadamente analisadas, para pro­var que os antigos egípcios usavam métodos altamente sofisticados de fabri­cação, a despeito do fato de que essas ferramentas ainda não foram encontradas. A coleção do museu relativa ao Antigo Império (2650-2152 aec) é repleta de vasos, tigelas, caixões com tampa e estátuas – cinzelados em xisto, diorito, granito e obsidiana – que desafiam respostas simples de como esses antigos escultores trabalhavam a dura rocha vulcânica com tamanha precisão. Por vá­rias gerações, o foco concentrou-se na natureza das ferramentas de corte em­pregadas. Entretanto, enquanto ele estava no Egito, em fevereiro de 1995, Dunn descobriu evidências que levantam a seguinte questão: “o que guiava a ferramenta de corte?”10

O torno é o pai de todas as máquinas operatrizes que existem. Como foi discutido anteriormente, Petrie descobriu evidências que demonstravam não só que os tornos eram usados, mas também que eles desempenhavam tarefas consideradas impossíveis sem o emprego de técnicas altamente espe­cializadas, como cortar raios esféricos côncavos e convexos sem lascar o material.

De acordo com a teoria tradicional, os antigos egípcios usavam ferra­mentas de cobre forjado nas pedreiras e no cinzelamento. Tendo trabalhado com cobre em muitas ocasiões, inclusive com cobre forjado, Dunn acha essa ideia ridícula. É certo que o cobre pode se tornar mais resistente ao ser gol­peado repetidamente ou até ao ser curvado. Entretanto, depois de uma dureza específica ser alcançada, o cobre começa a rachar e a se partir. É por isso que quando se está trabalhando com cobre, ele deve ser periodicamente recozido ou amaciado, para mante-lo coeso. Entretanto, a despeito da dureza da força do cobre forjado, ele não é capaz de cortar granito. A liga de cobre mais resis­tente que existe é a cobre-berílio. Não há evidências que sugiram que os anti­gos egípcios a possuíssem. Se o fizeram, ainda assim ela não seria dura o suficiente para cortar granito. De acordo com os historiadores tradicionais, o cobre era o único metal disponível na época da construção da Grande Pirâmi­de. Consequentemente, segue-se que todo trabalho derivou da habilidade no uso desse metal básico. Dunn acredita que há algo mais por trás dessa histó­ria, e que pode ser errado supor que o cobre era o único metal à disposição dos antigos egípcios.

Um fato pouco conhecido a respeito dos construtores das pirâmides é que eles também trabalhavam com ferro. De acordo com Giza: The Truth, de Ian Lawton e Chris Ogilvie-Herald, em 1837, durante as escava­ções de Howard Vyse, uma chapa de ferro, de 30 por 10 centímetros e cerca de 0,30 centímetro de espessura, foi descoberta presa no cimento num dos poços que conduzem à câmara do rei. A chapa de ferro estava enfiada tão fun­do na alvenaria que precisou ser removida pela detonação de duas camadas mais superficiais de pedra. Depois da remoção, ela foi despachada para o Mu­seu Britânico junto com certificados de autenticidade.

Ferramentas primitivas descobertas em escavações arqueológicas são consideradas contemporâneas dos artefatos encontrados. Contudo, durante esse período da história do Egito, esses artefatos foram produzidos em abun­dante quantidade, sendo que nenhuma ferramenta que pudesse explicar sua criação sobreviveu. Segundo Dunn, as ferramentas encontradas não podem ser explicadas em simples termos e não representam inteiramente o “estado de arte” evidente nos objetos. As ferramentas exibidas pelos egiptólogos como instrumentos para a criação de muitos desses incríveis artefatos são fisica­mente incapazes de reproduzi-los. Depois de ter visto essas maravilhas da engenharia, e, então, ser-lhe mostrada uma coleção trivial de ferramentas de cobre no Museu do Cairo, Dunn ficou estupefato e frustrado.11

Fonte: O Egito antes do Faraós, Edward F. Malkowski, Editora Cultrix, São Paulo-SP, 2010, pp. 85-98.

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Arqueólogos na Bulgária descobrem esqueletos de ‘vampiros’

Posted by luxcuritiba em junho 6, 2012

06 de junho, 2012 ]

Arqueólogos na Bulgária encontraram dois esqueletos datados da era medieval cujos peitos foram perfuradas com barras de ferro para impedir que os mortos supostamente se transformassem em vampiros.

A descoberta, segundo historiadores, ilustra uma prática pagã, comum em algumas aldeias búlgaras até um século atrás.

Pessoas consideradas más tinham seus corações esfaqueados após a morte, devido a temores de que eles regressariam ao mundo dos vivos para sorver o sangue de humanos.

Descobertas arqueológicas semelhantes também foram feitas em outros países dos Bálcãs.

‘Cemitérios de vampiros’

A Bulgária abriga cerca de cem áreas que serviram como locais em que pessoas tidas como vampiros foram enterradas.

Os pesquisadores encontraram os dois esqueletos, datados da Idade Média, na cidade de Sozopol, no Mar Negro.

“Estes esqueletos atravessados com barras de ferro ilustram uma prática comum em alguns vilarejos búlgaros até a primeira década do século 20”, explicou Bozhidar Dimitrov, que comanda o Museu de História Natural da capital búlgara, Sofia.

De acordo com o historiador, as pessoas acreditavam que as barras de ferro manteriam os mortos presos às suas covas de modo a impedir que elas as deixassem à meia-noite para atormentar os vivos.

Ritual

O arqueólogo Petar Balabanov, que descobriu em 2004 seis esqueletos atravessados por ”barras antivampiro” na cidade de Debelt, no leste da Bulgária, afirmou que o ritual pagão foi também praticado na Sérvia e em outros países balcânicos.

Lendas ligadas a vampiros formam uma parte importante do folclore da região. A mais famosa é a que envolve o conde romeno Vlad, o Empalador, conhecido como Drácula, que empalava suas vítimas na guerra e bebia seu sangue.

O mito inspirou o lendário romance gótico de Bram Stocker, Drácula, publicado em 1897, e, desde então já inspirou uma série de adaptações para o cinema.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/06/120606_vampiros_bulgaria_bg.shtml

log_pir_47

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O Poder da Pirâmide & 2012 – Parte 2

Posted by luxcuritiba em junho 4, 2012

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Valery Uvarov

Esta página é uma reformatação da versão original em vídeo no Projeto Camelot.

Valery Uvarov em “O Poder da Pirâmide & 2012” – Parte 2
São Petersburgo, Rússia, 2007

Filmado, editado e dirigido por Kerry Cassidy e Bill Ryan

Clique aqui para acessar a mídia disponível
(Parte 1 começa aqui.)

Kerry Cassidy (KC): Certo. E sobre a nova visita… Você disse que alguns dos professores originais estarão saindo e os novos estarão vindo. O que você quer dizer com isso?

Valery Uvarov (VU): Significa que… [Ri] Boa pergunta! A coisa é, ainda não se pode fazer as pessoas… a maioria não pode imaginar, não pode aceitar que se não tivéssemos aquelas que controlam o sistema solar, nós não estaríamos vivendo aqui neste planeta. Este planeta e o sistema solar seriam destruídos por asteróides e outras coisas. Aqueles que controlam, mantendo todo o sistema solar em harmonia, eles já estão aqui há milhares de anos. É como um grupo, um certo grupo de pessoas evoluídas que estão aqui há milhares de anos. É uma tarefa longa, devo lhes dizer. Essas pessoas agora vão descansar. E, outro grupo está vindo para cá.

KC: Eles são E.T.s… eles são de aparência humana?

VU: Eles são seres humanos. Eles são seres humanos. Porém, E.T.s, mas humanos.

KC: Entendo.

VU: Eles não são deuses. Não. Esqueça isso. São apenas seres humanos, em um nível de evolução diferente, muito maior do que nós podemos imaginar, mas eles são seres humanos.

KC: Eles são pessoas… OK. São pessoas que se parecem com você e eu, eles estão aqui, fisicamente, nesta realidade? Ou você está falando de professores que são avatares que não são visíveis neste plano?

VU: Não, não. Quando se encontra essas pessoas, elas são… bom, mais ou menos, parecem-se conosco, mas são maiores, estados energéticos diferentes; mas elas têm duas mãos, duas pernas, cabeça… elas se amam. Igual a nós, como nós fazemos aqui. Mas, ao mesmo tempo, elas são diferentes. Em primeiro lugar, elas têm uma mentalidade diferente, abordagem diferente da vida, na comunicação.

KC: Você recebe essa informação dos textos antigos?

VU: É. Sim.

KC: OK. Mas, você também recebe esta informação de visualizadores remotos que… porque sabemos que a União Soviética, ex-União Soviética, fez muita investigação usando visualizadores remotos.

VU: É. Sim, é.

KC: Na verdade, talvez, até mesmo, antes dos EUA, não sei se eles fizeram isso antes da China.

VU: Não importa. Acredite em mim; por mim, isso não importa, quem foi o primeiro. Americanos, russos. Não importa.

KC: Não. Mas o que estou dizendo é – estes visualizadores remotos… o estão ajudando a ter essa informação?

VU: Não. Não. A minha experiência é pessoal… Eu não estava feliz em trabalhar com aqueles que usam estas habilidades.

KC: Certo.

VU: Porque descobrimos que 99,999 por cento… isso era… bom, informações falsas que não me interessavam de forma alguma.

KC: Hum.

VU: Eu tive tantos casos. Até mesmo, eu diria, casos simples, quando eu poderia apenas fazer uma pergunta, obter uma resposta e, imediatamente, ver que essa pessoa viu outra coisa, mas não a realidade. Outra coisa. Esta realidade que ele ou ela descreve, não tem nada a haver conosco. A realidade é diferente. Esta é a razão pela qual para mim… toda essas experiências, especialmente, aquelas dos textos antigos, que retêm este conhecimento, não por visão remota… Eles fizeram isso, mas com a ajuda de pirâmides. Com a ajuda de instrumentos que estavam atuando ou funcionando como, em nossos dias, telefones ou tela de TV – OK?

Quando se pode ver, se pode comparar, se pode usar o próprio conhecimento. E, no final da história, se tem a informação real. Eu diria a informação científica. Caso contrário, vai ser sobre alguma coisa… bom, assim, eu não estava feliz em trabalhar com os visualizadores remotos.

KC: OK. Tudo bem.

VU: Para mim, com certeza, não é interessante.

KC: Entendo. OK. Então, aqui está você, na Rússia, e, de muitas formas, você está fazendo um trabalho revolucionário. OK? Não estamos tão acostumados a pensar na Rússia como um lugar de tal liberdade de pensamento. E, no entanto, aqui está você, você está trabalhando com o governo e com técnicas muito avançadas. O que você pode dizer sobre a Rússia neste momento, que é… Deve estar passando por uma mudança de consciência para aceitar alguém como… como você, com a construção das pirâmides e etctera. Você está influenciando este governo a ser um tipo totalmente diferente de governo. Você pode dizer algo sobre isto?

VU: O que eu diria… Eu realmente sinto muito, que nas últimas centenas, centenas de anos, as pessoas que vivem no Ocidente não tiveram a possibilidade de tocar e compreender a real espiritualidade russa. Os russos, em essência, são tão espirituais. São, incrivelmente, pessoas de mente aberta. Então, se a um longo, longo tempo atrás, estivéssemos todos ligados, tenho certeza que o desenvolvimento da nossa civilização seria bem diferente, de um modo muito mais positivo. Este ano, em fevereiro, eu tive sorte e fiz uma descoberta histórica. Tive a sorte de encontrar Hiperbórea.

KC: O quê?

VU: Tive a sorte de encontrar Hiperbórea. As pessoas hiperbóreas – em todos os textos antigos, elas são chamadas… “Hiperbórea”, o lugar onde os deuses viviam. O lugar de onde eles vieram para Atlântida. Eles vieram para a Europa. Eles vieram para a Sibéria. Eles trouxeram o conhecimento para a Índia. Eles trouxeram o conhecimento para os países do leste. Então, eles foram os primeiros, o primeiro, os estimuladores espirituais principais do nosso planeta. E todos dizem que esse lugar está sob as águas do mar do Norte.

KC: Certo.

VU: Eu o encontrei. E não está debaixo d’agua. E o lugar central da civilização, a montanha chamada “Meru”, tem a pirâmide maior. Provavelmente vocês já ouviram falar sobre isso, Meru.

KC: Hum-hum.

VU: Ele ainda está de pé.

Bill Ryan (BR): Montanha Meru?

VU: Meru.

BR: Onde?

VU: Onde está?

BR: O Monte Meru em…?

VU: Sim. Monte Meru.

BR: Na Tanzânia?

VU: Não.

BR: Não?

VU: Não.

BR: OK. Este é um Monte Meru diferente. Onde está o outro?

VU: Bom, se você estiver interessado, posso dar-lhe apenas uma pequena idéia de como o encontrei. Todos os textos antigos falam do complexo de pirâmides e de todas as pirâmides e templos que foram criados, antes do impacto de asteróides, estavam orientados exatamente para o Pólo Norte na Montanha Meru.

KC: Hum-hum.

VU: O que eu fiz, foi apenas encontrar um complexo, como pirâmides de… um complexo de pirâmides, que foi construído de acordo com uma lei anterior, como um cânone. Se pode ver onde se parecem. Onde estava o antigo Pólo Norte? Agora eu posso vê-lo aqui. Venham aqui. [Valery vira-se para o lado e pega alguma coisa]

KC: Sim. Certo.

VU: Vou mostrá-lo aqui, para vocês. [Mostra a página de um livro com uma foto aérea de um terreno em alguma área] O texto antigo diz que Kailas, o refletor norte de Kailas estava olhando exatamente para o norte. Então, se traçarmos uma linha. [A mão de Valery segue uma linha pontilhada na foto em direção ao Pólo Norte] Chega-se a [faz som sibilante leve] … Groenlândia.

KC: Hum-hum.

VU: OK. Precisamos agora, de um segundo. Um segundo complexo. O segundo complexo… 15 graus. [A mão de Valery segue uma linha pontilhada na foto em direção do Pólo Norte] Teotihuacan. OK? Avançamos… duas linhas. Meru está aqui. Isto é Hiperbórea. Aqueles a quem nós sabemos, que estavam afetando todos os outros. Eles estavam vivendo aqui. Meru está sob a neve, mas não sob o gelo. Agora, vejam. Isso é muito interessante. Este é outro complexo, na Rússia, também orientado para Meru. Aqui. Agora, vejam. Kailas… está voltada, exatamente, para Meru. Se se seguir por 90 graus daqui, a pirâmide de Atlântida está aqui! Está aqui. Sob a água, não é tão profundo como aqui. Este é o mapa de Haji Ahmed. E Haji Ahmed mostra exatamente o local onde estava situada a pirâmide atlante. Está aqui. As três pirâmides principais da Atlântida antes… É… Kailas. Agora, vejam. Hiperbórea. Este é o mapa de [Gerhard Mercator]. Entendem?

KC: Então, você o encontrou, mas… isto é…

VU: Não está sob a água. O Pólo Norte não estava aqui. Estava aqui.

KC: Agora está sob a neve?

VU: Sim, apenas sob a neve. Não sob o gelo. Está a cima do nivel d’agua. Assim, o… na verdade, eu diria, que a nossa espiritualidade, nossa espiritualidade russa, OK, vem daqui. [Aponta para o Pólo Norte]

KC: Hum.

VU: Então, aqueles que estavam… aqui e mais tarde trouxeram a espiritualidade para os outros países… Eles vieram daqui.

KC: Este é o Pólo Norte, certo?

VU: O ex-Pólo Norte.

KC: O antigo.

VU: Antigo. O pólo magnético está aqui.

KC: Entendo. Se pode ir lá?

VU: Claro.

KC: Sim?

VU: Claro.

KC: Você vai lá?

VU: Vou lá no próximo ano.

KC: Ah. Ok.

VU: Eu irei. Sim, vou.

KC: Ok.

VU: Aqui. Só aqui.

KC: Haverá evidência quando você for lá? Sim? Será que vai estar enterrado? Ou…

VU: Não.

KC: Não?

VU: Se verá os traços, o que sobrou de Meru, lá.

KC: Hum.

VU: Estará lá.

KC: Hum.

VU: Então, se vê o local.

BR: Você é capaz de usar a fotografia de satélite para examinar a área?

VU: Claro. Sim, com certeza. Assim, isto está agora sob a água, certo? Mas, mesmo no [Gerhard Mercator] isso está no topo. Entendem? Foi em 1558. Este mapa foi produzido em 15… publicado em 1558. Neste mapa, temos esta parte a cima não embaixo da água.

KC: Hum-hum.

VU: [Pacífico]? Então, essa parte, a parte norte da Sibéria, não estava sob a água. Até 2000 anos atrás, ela estava na superfície. Ela foi submersa não faz muito tempo.

KC: Ok.

VU: Mas isso… a razão e o problema é que neste mapa de [Gerhard Mercator] … Nós temos três mapas. Esta parte do mapa parece-se com essa parte do mapa. É um mapa antigo, muito antigo que foi feito antes da inundação. Esta é a mesma área. É a mesma, mas, após o dilúvio. Deslocada 15 graus, por causa do impacto de um asteróide. Então, Gerhard juntou dois mapas – antes e depois da inundação. E pos juntas as mesmas áreas, mas não desse jeito. Assim. Esta é a razão pela qual todos os investigadores, eles não foram capazes de entender o que está aqui.

KC: Entendo. Ah, OK.

VU: Por que é assim. [Mantem a mão direita para cima com os dedos indicador e médio juntos indo em linha reta]

KC: Interessante. É.

VU: Mas a razão é simples. É apenas um deslocamento e o Pólo Norte não está aqui. Está aqui.

KC: Doze… O que vai acontecer a essa área? Com o derretimento da neve…

VU: Isso é outra coisa…

KC: … e a mudança de… o derretimento das geleiras e a inundação que vai resultar… Nós conversamos com Boriska. Ele fala sobre… ele acredita que em 2009, a partir de 2009, possivelmente, vai haver, por causa do degelo…

VU: Mas Boriska, Boriska agora, ele é um cara muito inteligente. Ele está usando a informação relacionada com os chamados ciclos de quatro anos. De acordo com os ciclos de quatro anos e com os ciclos de 12 anos; cada ciclo de 12 anos é construído de três ciclos de quatro anos. Então, vejam – um ciclo de 12 anos terminou em 2001. Ok? O que ocorreu em todo o mundo, sabem. Nos Estados Unidos, foi terrível. Bombardeado, atacado. 2001. Ok? Mais quatro anos – 2005. Ok? Mais quatro anos – 2009. Bom. E mais quatro anos?

KC: 2012?

VU: Não doze. Treze.

KC: Ok.

VU: Então, isso significa que 2009 está ligado ao ciclo de quatro anos e se verá alguns eventos incomuns. Mas o principal começará em dois mil ‘O’ … na verdade, não doze. Dois mil ‘O’ um mais 12 anos. Dois mil e treze. Doze é apenas o começo quando se vai ver que algo está acontecendo. E em 2013, em nosso planeta, veremos furacões terríveis. Esta catástrofe será muito maior do que agora, especialmente o Sol. Vai estar tão ativo. Muito ativo. Afetando a estabilidade dos planetas no sistema solar. E, especialmente aqueles que estão por trás do Sol. Assim, em conexão com esse mecanismo, este mecanismo de ciclos de 12 anos contendo três ciclos de quatro anos… Este é um momento importante. Então, quando se quer saber quando isso vai acontecer, use essas chaves. Porque os sacerdotes egípcios antigos e sacerdotes Maya, eles sempre estavam baseando a… Como você disse? O que eles previram.

KC: Sim.

VU: Tudo foi baseado em ciclos.

KC: Claro.

VU: Assim, de acordo com o ciclo, ele começa em dois mil ‘O’ 12. Mas, na fase ativa, será em ‘O’ 2013. Isso, de repente, estará apenas… Muito ativo.

KC: Existe alguma coisa em que você esteja trabalhando, que você ache que os americanos e outras pessoas – porque, esta entrevista vai para a internet. Ok? E vamos estar dando esse tipo de informação, algumas, até mesmo, estarão saindo pela primeira vez da Rússia. E se há algo sobre isso… Em outras palavras, você está construindo lugares seguros para as pessoas, por causa desses eventos? Você está permitindo que isso aconteça porque este é o caminho do mundo e … algumas pessoas vão viver, algumas pessoas vão morrer? Como é…

VU: Não, Eu…

KC: … que a Rússia pensa sobre isso?

VU: Nós achamos assim – em primeiro lugar, precisamos investigar.

KC: Hum-hum.

VU: Em seguida, em seguida, agora. Nós já estamos compartilhando esta informação na internet. Eu ficaria muito feliz em compartilhar este conhecimento com todo mundo, tal que as pessoas em qualquer lugar nos Estados Unidos poderiam tê-lo, lê-lo, investigá-lo e usá-lo. Praticamente, usá-lo para prepararem a saúde para este evento.

KC: Entendo.

VU: Nós precisamos compartilhá-lo. Caso contrário, por exemplo… Entendem, se o conhecimento de instalação e destas tecnologias inacreditáveis ??estiverem apenas nas mãos dos chineses… isso não está certo. Eles vão usá-las de acordo com os propósitos deles. Eu não tenho certeza se serão apenas propósitos claros e sagrados. Portanto, este conhecimento é dedicado a todas as pessoas neste planeta. Assim deve ser… ou seja, por um grupo conjunto de Rússia, América, Alemanha, Austrália, todos, os diferentes países. Então, para começar este processo, precisamos de partilhar esse conhecimento.

KC: Hum-hum. Bom, você está ciente, entrevistamos um homem chamado Dan Burisch. Sabes quem é ele?

VU: Apenas ouvi dizer.

KC: Certo. Bom, ele é um cientista, supostamente trabalhou com o governo numa base subterrânea na Área 51. Ele teve um relacionamento com um E.T. que o ajudou a desenvolver, supostamente, a cura para o problema de pele, um problema de desenvolvimento que os ETs estão tendo. Ele está falando e fizemos uma entrevista com ele sobre os tempos vindouros entre agora, 2012 e além. Ele está dizendo que existem portas estelares (stargates), portas estelares feitas pelo homem, que estão sendo desligadas, a partir de agora, por causa deste influxo de energia, o que soa muito parecido com o seu… o que você tem investigado e nos mostrou; que mostras como, principalmente vindo pelo Pólo Norte. Ele está dizendo que os stargates feitos pelo homem devem ser desligados, mas os stargates naturais ficarão funcionando e que este influxo de energia poderia ser responsável por algumas mudanças drásticas no clima e etcetera. Então, em alguns aspectos, o que ele diz se parece com o que você está dizendo, mas você não está familiarizado com o trabalho dele.

VU: Bom, por um lado um pouco, um pouco.

KC: Um pouco.

VU: Um pouco. Mas, por outro lado, como você já entendeu, estamos tentando investigar e compreender todos estes processos aqui na Rússia, com nossas bases aqui e etcetera – com o que temos aqui.

KC: Hum-hum.

VU: Eu quero dizer, os resultados da investigação russa, nossos cientistas, nossos filósofos… tudo daqui.

KC: Hum-hum.

VU: Então, agora estamos prontos, não apenas para compartilhá-lo. Nós também estamos prontos para trabalhar conjuntamente com outros investigadores. Esta é a primeira etapa. Vou publicar estes livros no idioma inglês.

KC: Entendo. Ok.

VU: E, mais uma vez, isso é muito importante. Esta é uma abordagem científica.

KC: Certo.

VU: Científica… muito, muito útil.

KC: Então, me diga uma coisa. Você está ciente dos Illuminati, é assim que eles são chamados?

VU: Sim.

KC: E também MJ-12, o que costumava ser chamado de MJ-12, mas também poderia ser chamado PI-40 ou quem sabe como eles estão sendo chamados agora? Sabes o que quero dizer?

VU: Sim, com certeza.

KC: Ok. Então, essas são as bases de poder que têm realmente estado, supostamente, encarregadas dos assuntos humanos no planeta.

VU: Se eu posso… Eu não sei se você vai ficar feliz de ouvir, ou ouvir isso de mim ou não, mas… bom, investigando tudo isso sobre os Illuminatis, eu vim – eu mesmo e as pessoas com que eu estou trabalhando – chegamos à conclusão estrita – a realidade deles não é tão otimista. É… Para nós, eles não são interessantes.

KC: Hum-hum.

VU: Não. Completamente não. Eles foram… bom, as pessoas estão falando sobre eles, como as pessoas… como aqueles que tinham conhecimentos, sem conhecimentos, muito pobres. Muito pobres. Quanto ao Majestic 12, na revista ‘Nexus’ número 6 e 7, publicamos os últimos resultados da investigação russa desses casos mostrando, exatamente, que toda a história é bem diferente. Bastante diferente.

KC: Mm-hm.

VU: [Ri] Não é, normalmente, como é bem exposto no Ocidente. Bastante diferente. Então, nós fizemos a reportagem. Nós a publicamos. Agora, seguimos em frente. Agora, não estamos mais interessados ??nesta história.

KC: Ok. Mas você ouviu sobre isso – porque você falava sobre os chineses – ouvistes sobre Ben Fulford e o que ele está dizendo dos chineses, a Yakuza e os chineses que iniciaram uma vingança, por assim dizer, contra o Illuminati e os planos que eles têm para o planeta, durante esse período que estamos nos aproximando? Você está ciente de tudo isso?

VU: De certa forma, sim. Mas, por outro lado – este é o motivo pelo qual eu digo, para mim, é… não é tão interessante, porque a realidade é diferente. É apenas… São apenas histórias. Ok? A realidade…

BR: Qual é o resumo da realidade no… publicado no ‘Nexus’ 6 e 7? Pode dizer-nos o que você concluiu, ou o que os seus colegas russos concluíram?

VU: Quer dizer, sobre o Majestic 12?

BR: É.

VU: Histórias falsas. Completamente falsas, desde o início. Desculpe, amigos. São histórias falsas. Mas, eu ficaria muito feliz de ter algum dinheiro extra, bom, para traduzir toda a investigação para o inglês. Aí vocês veriam… é um caso falso.

KC: Ok. Então você não está muito preocupado com a luta pelo poder no planeta…

VU: Não. Não. Completamente não.

KC: … como você está se preparando para este evento energético que está chegando e as pirâmides que você está construindo…

VU: Completamente não.

KC: …como uma solução.

VU: Estou certo de que o que estou fazendo agora, é apenas compartilhar informações sobre a pirâmide, a informação em torno dela, e o que pode dar ao americano comum ou ao povo alemão a possibilidade prática de melhorar a saúde e prepare-se. É muito mais interessante do que todas essas histórias sobre Illuminati, que na verdade não tem nada a ver com a realidade.

KC: Ok.

VU: É a minha opinião pura. Eu tenho certeza sobre isso.

KC: Ok.

VU: Eu visitei, tenho conversado com muitas pessoas em todo o mundo e na Rússia, fiquei tão espantado ao ver que esses que estão falando sobre o conhecimento, na realidade, não têm nenhum conhecimento.

KC: Hum-hum.

VU: Eles apenas pensam que têm… Na realidade, eles não têm nenhum. O que nós realmente apresentamos aqui, nesses livros, é muito mais do que se pode encontrar nessas histórias. Muito mais.

KC: Ok. Só mais uma pergunta e, então, vamos encerrar isso, a menos que tenhas algo mais para nós. Mas, você tem essa interessante, miniatura de um tipo de instalação construída nessa parede aqui [a câmera se move lentamente para a parede com uma formação de cristal de quartzo saindo do meio da parede], e você mostrou-nos uma coisa realmente fascinante que aconteceu à noite, que essa pessoa que estava com você foi capaz de filmar algo saindo do cristal, como uma luz, e circulou ao redor da sala. A razão de estar perguntando a você sobre isso é porque Dan Burisch está fazendo um trabalho com algo que ele chama de “lótus”; esse trabalho é com cristais e funciona com a produção ou a constatação do que é quase vida, uma forma de vida, elaboração, que realmente surge dos cristais se eles forem estimulados com um laser. Estou querendo saber se você sabe alguma coisa sobre este tipo de coisa.

VU: Sim. Mas, ao mesmo tempo… Este é um exemplo muito bom. Eu já lhe disse que eu iria preferir algo que podemos tocar, do que as histórias sobre espiritualidade, as histórias sobre algo que só podemos acreditar – OK? Está tudo bem, mas para mim, não é suficiente. Eu estava sempre tentando encontrar algo palpável… que nós, que pudessemos chamar de “provas concretas”.

KC: Hum. Entendo.

VU: Para mim, pelo menos para mim. Provas concretas, OK? Estou investigando novamente. Estou falando das construções de pirâmides, o conhecimento incorporado nas pirâmides, fontes de energia, que foram usadas para fazer da pirâmide um instrumento especial.

KC: Certo.

VU: Eu estava tentando encontrar o que eles tinham usado, com o que foram construídas? Então, tivemos sorte de encontrar os textos antigos. Então, nós… Eu, geralmente, eu… Eu fiz, geralmente o que faço, eu apenas  o reproduzo. OK? Assim que tenho o conhecimento, eu decido que preciso construí-lo e tento ver o que o texto está falando. Ok? Então, entendes, eu fiz isso, na parede do meu apartamento.

KC: [Ri]

VU: Assim que, eu apenas… mudando para cá, para melhorar, eu apenas disse: ‘Por que não?’ Eu só o coloquei aqui. Não é todo o sistema. Não é só o que você vê. [Olha para a formação de cristais na parede] É… existem algumas camadas por trás dele.

KC: Ok. Sim.

VU: Então, eu só o reproduzi e fiquei muito, muito surpreso quando, de repente, esse sistema passou a atuar como se fosse um coisa viva…

KC: [Ri]

VU: Primeiro de tudo, houveram alguns casos, quando, no meio da noite, quando tudo estava escuro nesta sala, este sistema de cristal começou a iluminar-se, um a luz inacreditável. E a… uma pessoa… Eu já mostrei isso a vocês…

KC: Sim.

VU: … [chamado Beck]. Beck… ele ficou surpreso ao ver naquela noite, porque ele nunca leu nada sobre OVNIs. Nada. Ele não sabe nada sobre espiritualidade… o que estamos discutindo agora, eu quero dizer. OK?

KC: Certo. Hum-hum.

VU: De repente, ele saiu da sala, durante a noite, e disse a Valery: “Como devo tratar isso? Está tudo bem? É bom ou ruim?”

Eu perguntei: “O que você quer dizer?”

Ele: “Este sistema de cristal começou a emitir uma luz inacreditável.”

Eu disse: “Espere. Não tenha medo. Apenas da próxima vez é só me acordar. Eu também estaria feliz em vê-lo.”

KC: [Ri]

VU: Da próxima vez, à noite, ele acabou fazendo uma foto pelo telefone celular. Apenas… pela câmara do telefone. [Faz som de clique] E a última vez, no primeiro dia… foi o primeiro dia de Lua cheia. Vinte minutos para as dez da noite. Uma bola de luz saiu desses cristais, voou por aqui e, então, novamente, tocou o cristal e entrou. E, Beck, novamente, pegou de novo o telefone e fez um filme, apenas… Eu mostrei para vocês.

KC: Sim.

BR: Você acha que nós podemos ver isso de novo?

VU: Eu o darei a vocês. Eu poderia enviá-lo pelo correio e vocês podem usá-lo.

KC: Ok, muito bom. Isso seria melhor do que aquilo que poderíamos capturar em filme.

VU: Claro. A qualidade da câmera não é tão boa. Mas eu decidi… Esta é a razão pela qual o coloquei aqui.

KC: Sim.

VU: Então, eu pretendo colocar a câmera aqui.

KC: [Ri]

VU: E uma grande, grande, aqui.

KC: Sim.

VU: E o computador. Tem mais de 2 gigabytes… terabytes, terabytes de espaço em disco aqui.

KC: Sim. Ok.

VU: Vou filmá-lo, especialmente no primeiro dia de lua cheia, só para ter esse evento com alta qualidade.

KC: Claro.

VU: Mas para mim, foi um momento importante. A primeira vez que, praticamente,  recebemos uma dist… como um instrumento, que está irradiando uma luz, emitindo uma… bolas energéticas.

KC: Hum-hum.

VU: Não é como num… num campo da crença. Isso funciona.

KC: Claro.

VU: É muito diferente. Este já é um caso em que estamos, ou que podemos investigá-lo, pelo menos, cientificamente. Inicialmente, para filmá-lo, para ver os períodos, ciclos, como, como, que tipo de luz, a intensidade e as outras coisas. Assim, o que podemos fazer. Não é… apenas uma conversa espiritual. É a realidade.

KC: Claro. Ok. Então, você coloca… você está construindo um instrumento e você o está colocando no interior da pirâmide, certo?

VU: Sim.

KC: Ok. O que você está construindo?

VU: Vamos configurar dentro da pirâmide essas doze fontes de energia.

KC: Mas você não pode nos dizer… Você vai nos dizer o que está por trás, qual é o mecanismo que você está… tem por trás da parede? Isto é segredo?

VU: Eu preferiria… Eu preferiria, neste momento, apenas mantê-lo em segredo, porque logo que investigarmos isso… OK, precisamos saber… bom, profundamente, como isso funciona. Tenho certeza que é o que foi descrito e está por trás da ave “Fênix” no Egito antigo…

KC: Sim.

VU: A palavra egípcia é ‘Bennu”- esta influência energética que estimula a consciência. E a vida está intimamente ligada a esse sistema. Eu tenho certeza. Agora, eu tenho certeza disso.

KC: Sim.

VU: Mas, antes de tudo, eu preferiria investigá-la por mim mesmo.

KC: [Ri] Entendo.

VU: Posso dizer-lhes, simplesmente, eu fiz isso. A minha razão principal foi… aqui, houve um terremoto, logo abaixo deste edifício. E a energia nesta sala não era boa para mim. Eu me sentia exausto. Nos 30 minutos seguintes, quando vim para cá, sentei aqui pela primeira vez… após 20 minutos, sentia-me energicamente esgotado.

KC: Entendo.

VU: Então, isso não era positivo. E a minha idéia principal era, quando eu vim a compreender o sistema, eu disse a mim mesmo: “Por que não fazê-lo? Talvez isso mude a energia aqui, então, será muito melhor para mim trabalhar.” No dia seguinte, a energia aqui foi alterada. A costa de Beck era muito dolorida. Ele não sente mais a dor. Ele tinha um sério problema com os rins. Sem problemas. No segundo dia, sem problemas. Já são quatro meses após a… a formação de cristais na parede está aqui já há quatro meses. Não há qualquer problema com dor, com o fígado, com os rins. Nada. Ele está feliz. Eu também. Estou muito feliz.

KC: Bom, isto é… isto é… isso é maravilhoso. Ok. Bom, nós gastamos muito do seu tempo e somos gratos por tudo isso.

BR: Sim. [Recomendo as suas expressões.]

BR: Quando você falava da instalação, eu tive uma ou duas perguntas sobre isso. Era como se houvesse mais do que você poderia ter dito sobre onde isso está, como funciona e como isso foi descoberto.

VU: Boas perguntas. Ok. Bom, o que é. O que temos aqui… agora, eu gostaria de salientar, em nossa dimensão, hão poucos dispositivos físicos. Há um dispositivo enorme. Está sob a terra. Estes dispositivos físicos estão gerando, num determinado momento, quando um meteorito transportando bactérias perigosas aparece, em algum lugar sobre o planeta, o sistema começa a se preparar. Normalmente ele começa, aproximadamente, meia hora antes. Neste momento, começa uma estranha vibração na Terra, algo como pequenos terremotos. Estranhos sons saem da terra. Então, as pessoas descrevem-no como… e eu dei esta descrição na revista Nexus. Aliás, traduzida em inglês. Eles têm sido descritos como coisas do tipo, folhas metálicas sendo abertas no solo. Eu estou chamando isto de “exterminadores”. São grandes bolas de luz. Algumas delas tinham de 50 a 60 metros de diâmetros e estavam saindo do chão.

BR: Elas foram observadas?

VU: Sim. Essa é a razão. As pessoas indígenas locais, eles falaram disso. Centenas deles viram. Centenas. Centenas deles. Mas a maior parte delas, não foram geradas em nossa dimensão. Mas, em dimensão paralela. Elas estão vindo para cá de uma dimensão paralela.

KC: E como você chegou a essa conclusão?

VU: Por causa da… É fácil. É fácil. Houveram lugares onde as pessoas descreviam a grandeza… a vibração da terra causa coisas como estas: movimento, sons estranhos, terremotos, como se um mecanismo real estivesse funcionando. Ok? De outros lugares, nada vinha. Apenas do chão, apenas uma luz, como um feixe de luz [faz som de assobio] aparece e… como num conto de fadas. Algo [faz som batendo com os lábios] aparece. Não é gerado na Terra. Isso aparece de algum lugar, como da dimensão paralela, assim como o OVNI faz, ou desaparece. Está aqui e, então… [Faz som sibilante] depois nada. É a mesma coisa.

KC: Ok. Entendo.

VU: O mesmo… [Faz som estalando os lábios] aqui. Vindo desta dimensão paralela.

KC: Hum.

BR: Deve haver muitas destas instalações em todo o planeta, a fim de proteger a Terra de tais impactos em todas as direções.

VU: Certo. Certo.

BR: Teria que ser… Quer dizer, eu só estou tentando compreender. Teriam que ser várias dezenas.

VU: Então, o que posso dizer sobre isso – haviam algumas delas na Austrália.

KC: Hum.

VU: Eu diria que já foram usadas. Elas não funcionam mais, mas se pode encontrar alguma coisa lá. Algumas já utilizadas estão na China. A maior parte ativa está em dois lugares. Na Sibéria e perto da Ilha de Páscoa sob a água. Lá, mas estão sob a água. Na Sibéria as encontramos na superfície da Terra.

BR: Também há alguma na América do Norte?

VU: Agora, não. Existiram, muito, muito tempo atrás; haviam. Agora, não.

BR: Então, essa é uma tecnologia antiga, para proteger o planeta?

VU: Eu não diria antiga. Eu diria elas… estas instalações começaram a ser construídas, erigidas, talvez a 17, 18 mil anos atrás. Mas, durante os últimos mil anos, estas instalações foram desenvolvidas, continuamente desenvolvidas. Aqueles que viveram antes em Marte e Maldek, começaram a construí-las, mas haviam outras pessoas, eu diria ‘visitantes’, que continuaram desenvolvendo-as. Eu diria… bom, é apenas o começo de uma história. Para mostrar a vocês como isso é incrível, precisaríamos de muito mais tempo. Eu preciso… Preciso de um inglês melhor. Eu não tenho suficiente, bom, palavras para isso. Eu prefiro descrever tudo no livro, traduzí-lo em inglês.

KC: Entendo.

VU: Onde ou quando vocês podem lê-lo cuidadosamente para entender. É uma história incrível. A história toda em torno do caso de Tunguska é incrível. Do que estou certo, é que esses “terminadores”, estas bolas de luz, elas estavam voando por toda parte. Se podia vê-las até na América.

KC: Hum.

VU: Com certeza. Mesmo agora. Se caso um meteorito for em direção a América e está prestes a bater no solo americano, se verá isso. Mas as pessoas na maior parte o vêem e elas acham que isso é OVNI, mas não é OVNI. É o ‘exterminador’ voando. Geralmente, se for o ‘exterminador’, estará sempre ligado a um cheiro estranho, ou a uma espécie de explosão. Primeiro, se vê essa bola. Então, talvez, três ou quatro minutos depois há a explosão e a luz estranha, como uma iluminação. O céu é iluminado. Então, se tem a forma de uma bola e depois de três, quatro minutos há a iluminação e [faz som gutural] explosão, se pode ter certeza, cem por cento, que é o ‘exterminador’.

KC: Hum-hum.

BR: Hum-hum.

VU: Porque, a razão do por quê. Outra coisa – as pessoas pensam que se o ‘exterminador’ só atinge o meteorito… então, os pedaços, a maior parte dos pedaços, destroços desse meteorito deveriam estar no planeta Terra. Por um lado, é uma pergunta razoável. Por outro lado, não é bem assim. Se como no caso de Tunguska, centenas de ‘exterminadores’ atingem esse meteorito e apenas os frita totalmente… os meteoritos viram cinza… eles apenas…

KC: Incineram, você quer dizer… Profundamente…

VU: Sim. Simplesmente, toda a substância se transforma em… em fogo e nenhum, quaisquer organismos vivos biológicos, permanece vivo. Esses restos, se pode encontrar no planeta Terra, como no caso de Tunguska, ouvimos falar de muitos de tais materiais. Mas a maior parte, 97 por cento destes materiais sempre é levado para outra dimensão. Então, eles só atingem… Quando o ‘exterminador’ explode, isso faz com que a combustão deforme o espaço e tempo. É criado uma espécie de buraco. Ok? E o meteorito certamente voa por ele. [Faz som como o ‘tchum’] E vai para outro lugar, mas, não fica no planeta Terra.

KC: Entndo. OK.

VU: Este é… este é o fato principal. Esta é a razão porque no livro estou dando a descrição interessante de quando as testemunhas das sete horas, quinze minutos depois das sete da manhã, na parte da manhã, quando o Sol estava brilhando, eles disseram… Quando ouviram uma explosão [bate as mãos] … uma tempestade estranha. A primeira coisa que aconteceu – eles disseram: “Nós só vimos o céu estrelado”. Nenhum Sol, nenhuma Terra. Apenas o espaço e as estrelas ao redor. Eles descreveram, eles disseram: “Aberto… o céu se abriu.”

KC: Hum.

VU: Então, isso significa que eles só… Esta explosão transformou o espaço e o tempo. Eles se viram pendurados no universo. No momento seguinte. [Faz um som como ‘bum’] Tudo se fechou e a explosão estranha… nenhum vestígio.

KC: Ok. Mas você está dizendo que os chineses têm uma tecnologia… descobriram algum mecanismo relacionado a isto.

VU: Algo assim. Sim, que eram… Na verdade, este é o sistema. Ok? É uma espécie de tubo. Isso está muito profundo. Eles descobriram este tubo e algo que estava lá dentro. Eles o encontraram.

BR: Como você sabe disso?

KC: Ele disse que vem da inteligência.

VU: O Serviço Secreto está funcionando…

BR: Você tem informações do Serviço Secreto. Ok.

VU: Eles estão trabalhando. Eles o encontraram.

BR: É informação privilegiada.

http://projectavalon.net/lang/pt/valery_uvarov_part2_pt.html

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Posted in Textos sobre pirâmides | 1 Comment »

O Poder da Pirâmide & 2012 – Parte 1

Posted by luxcuritiba em junho 4, 2012

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Valery Uvaro

Esta página é uma reformatação da versão original publicada no Projeto Camelot.

Valery Uvarov em “O Poder da Pirâmide & 2012” – Parte 1
São Petersburgo, Rússia, 2007

Filmado, editado e dirigido por Kerry Cassidy e Bill Ryan

Clique aqui para acessar os vídeos disponíveis
(Parte 2 continua aqui.)

Dr. Valery Uvarov é o chefe do Departamento de Pesquisa de OVNI, Paleociências e Paleotecnologia da Academia de Segurança National da Rússia, ele dedicou mais de 15 anos a ufologia, bem como ao estudo do legado de civilizações antigas.

Valery fala um inglês excelente e ele é bem conhecido no ocidente, tendo sido convidado para falar em uma série de conferências americanas de OVNIs. Notavelmente, ele foi convidado a participar do evento muito exclusivo, patrocinado por Rockefeller, em 1995, no Rancho Alisal. A primeira pessoa que nos falou sobre esse evento foi Bill Holden.

Em outubro de 2007, Valery convidou o Projeto Camelot a ir a casa dele, em São Petersburgo, para apresentar algumas teorias polêmicas por trás do incidente de Tunguska em 1908, o significado de 2012 e a mudança de pólo magnético que ocorrerá – e descreve a construção russa intrigante de nove grandes pirâmides entre São Petersburgo e Moscou. A intenção desta experiência fascinante é ao mesmo tempo pesquisar novas abordagens para a cura do câncer e usar as pirâmides como uma espécie de dispositivo de centralização durante os próximos anos, à medida que nos aproximamos do plano galático.

Valery estava representando o governo russo, quando ele falou conosco, e tem sido um dos principais pesquisadores e porta-vozes russos na área de OVNIs e consciência. Embora suas idéias sejam controversas, a entrevista revela um pouco da experiência pessoal muito interessante dele e oferece uma ou duas pistas sobre como o governo russo pode estar preparando-se para às mudanças que podem vir no futuro.

Início da Entrevista
Kerry Cassidy (KC): Estamos aqui com Valery Uvarov, somos do Projeto Camelot e estamos muito satisfeitos de estar aqui, em São Petersburgo, na Rússia, e como você diz em russo: Sankt-..?

Valery Uvarov (VU): Sankt-Peterbourg [sorri].
KC: Sankt-Peterbourg, OK! É uma cidade linda, adorável, e você é um homem muito interessante, estamos muito, muito contentes por estar aqui e sermos bem recebidos em sua casa. Você foi um anfitrião muito gentil e muito obrigado por isso.

VU: Vocês são mais que bem-vindos, meus amigos!

KC: [Sorri] Obrigado! Então, nós queremos começar com o que quer que você se sinta confortável, o que quer que você gostaria de nos dizer sobre si mesmo. Para começar, estaríamos curiosos a respeito de sua história, como você chegou aonde estás hoje. Sabemos que você está trabalhando com o governo, isso é verdade?

[Slide]: Valery Uvarov, Chefe do Departamento de Pesquisa Ufológica, Paleociências e Paleotecnologia da Academia de Segurança Nacional da Rússia.
VU: Bom, sim. Mais ou menos. Tudo mudou na minha vida em 1989. Antes, eu era um músico profissional, estudava matemática e também estudava artes, eu sou um pintor. Naquela época, quando percebi, de repente, que a música que eu toco, toda a vida que vivia… era um pouco diferente de algo que acontecia na realidade ao meu redor. Eu apenas entendi que a nossa civilização, nosso planeta tem uma certa… ou tipo de problemas e foi uma escolha para mim, se eu continuasse tocando música como fazia antes, ou se faria a minha parte na solução dos problemas que via em volta de mim, nesta vida. Então, tomei uma decisão.

Em 1989 eu visitei a conferência de OVNI aqui na Rússia. Eu conheci muitas pessoas muito interessantes [inaudível] lá. Eu tenho muitas histórias muito interessantes. Algo apenas mudou em mim, tudo foi virado de cabeça para baixo, e decidi: eu largo a música, eu deixo tudo na minha vida, e eu decidi estar totalmente dedicado à investigação de OVNIs, a história real do nosso planeta e da nossa civilização, tentando tomar parte em fazer nesta vida, a nossa civilização ser melhor do que foi antes. Então…

KC: Foi isso… você foi convidado a ir a esta conferência de OVNI porque você poderia ter tido um encontro com os visitantes, se você os quiser chamar assim, antes disso? Conscientemente? Ou foi inconscientemente que fostes conduzido à conferência, mas você não estava certo, por quê?

VU: Na minha infância, eu encontrei alguém… mas naquela época eu não percebi o que aconteceu. Para mim foi uma coisa… bom, talvez, normal, estranha, mas normal. Então, comecei a ter visões estranhas, o Universo, naves espaciais voando e outras coisas. Eu fiquei vidrado em quaisquer filmes, quaisquer livros sobre, sabem, extraterrestres e fantasias. Provavelmente, estivesse sempre dentro de mim. Mas no ano de 1989, foi como uma deformação e uma transformação, de repente, compreendi, compreendi claramente, que este novo caminho era o caminho real para mim.

KC: Quantos anos você tinha nessa época, você se lembra? Aproximadamente?

VU: Bom, aproximadamente? [Sorri] Tinha 36 anos, tudo foi mudado e, eu lhe digo, eu estou feliz por isso. Realmente, agora, eu sou um homem de muita sorte, eu faço o que amo fazer e fiz algumas descobertas muito importantes, e espero, e estou muito certo – vamos falar sobre isso hoje, – e vou compartilhar algumas idéias muito interessantes.

KC: E você também escreveu alguns livros?

VU: Certamente, escrivi alguns livros, alguns artigos. Além disso, publico na revista Nexus aqui, na língua russa, sou o editor principal.

KC: Muito bem. E, originalmente, vimos você como associado, sendo entrevistado, fazendo parte do Espaço Secreto, foi no vídeo de Chris Everard sobre o programa espacial, você também tem conhecimento sobre isso. Isto é verdade?

VU: Sim, isso é verdade.

KC: E você também tem formação em matemática, você pode nos dizer, o que isso significa?

VU: Sim, é um Instituto Técnico Público em São Petersburgo, onde eu estudei.

KC: Entendo, isso é um diploma que você tem, ou são alguns anos de estudo?

VU: Não, foi apenas alguns anos de estudo, alguns anos, e, então, quando isso aconteceu e eu neguei tudo e só estava concentrado, totalmente focado na investigação, por isso eu deixei tudo e passei a fazer o que eu tinha começado a fazer. Mas, ao mesmo tempo, sendo um profissional da música, pintor e, por um lado, matemático, foi muito mais fácil para mim entender o que estava acontecendo, posso ver um evento, ou, digamos, um objeto,  vê-lo de diferentes pontos de vista: como um músico, um matemático… é muito mais fácil.

KC: Assim, você tem o lado artístico, você tem o lado científico…

VU: É.

KC: Isso é muito interessante e, então, você tem – o que você diria – quero dizer música e matemática – isto é muito parecido, certo?

VU: Por um lado, sim, de certa forma. Eu posso olhar para as coisas muito livremente. Não estou escondido numa caixa pequena da ciência. Um matemático pode olhar o mundo como matemático, OK? Eu – não. Estou tentando ver o evento de pontos de vista diferentes e é compreensível para mim. Especialmente agora, quando eu preciso ver algo escondido por trás… por exemplo, alguns eventos na história de nossa civilização, eu preciso abrir a mente e tentar entender o que estava por trás desse evento; então, eu preciso ter uma visão muito ampla e sendo músico, matemático e artista é muito muito útil.

KC: Agora, qual é o seu trabalho atual ou título dentro do OVNI, no governo, você tem um título?

VU: Bom, na verdade, aconteceu assim: as pessoas no governo e nas forças armadas que, por muitos anos, se envolveram na investigação de OVNIs, eles sabiam sobre mim e eles me convidaram para fazer parte das pesquisas dele.

KC: Entendo.

VU: Na verdade, foi assim. Eles convidaram-me e, por exemplo, hão algumas organizações cuja ajuda eu uso na investigação, estou falando abertamente: eu uso a ajuda delas quando preciso obter acesso ao banco de dados oculto, ou alguma informação que não se consegue encontrar em uma biblioteca, por este motivo sou parte da organização militar e sou capaz de conseguir acesso a qualquer coisa que preciso.

KC: Você já fez investigações sobre a pirâmide e também sobre a pirâmide de energia e talvez eles te dêem acesso às pirâmides ou esfinge?

VU: Sim, claro, mas por outro lado, estou interessado na ciência por trás da pirâmide, esta é a razão principal: ciência. Estou absolutamente certo de que aquelas pessoas que conhecemos, ou a quem chamamos Herophiles, egípcios antigos, na verdade, não egípcios – sacerdotes atlantes – foi pós-sacerdotes atlantes. Eles eram cientistas de um nível muito, muito alto, estou completamente certo disso e realmente estou profundamente interessado em saber o que eles encorporaram nas pirâmides, nos templos e em qualquer coisa que usaram. Primeiramente, para desenvolver as habilidades, as capacidades angelicais, que, mais tarde, ajudaram a abrir a supersensibilidade, por um lado, e, em seguida, clarividência, a maioria dessas habilidades que eles tinham e, sabem, eram habilidades muito incomuns, eles foram pessoas muito, muito poderosas.

Nós agora nos desenvolvemos de uma forma bem diferente, por isso o meu interesse mais profundo é descobrir até onde eles realmente chegaram, filtram e receberam. Bom, muito em breve… ao investigar textos antigos também cheguei à conclusão: todo o conhecimento que eles tinham, eles receberam como um presente de uma civilização extraterrestre muito, muito avançada. Quando entendi isso, eu disse: “Agora o que preciso fazer é tentar encontrar algum, mesmo que pequeno, fragmento desse conhecimento em qualquer lugar: numa parede de um templo, nas pirâmides, nos textos antigos, eu necessito descobrí-lo e trazê-lo aqui, para a minha mesa, para analisar e desvendar todo esse conhecimento”.

KC: Então, você começou esta missão, eu suponho, após esta experiência com esta percepção que você teve em 1989, agora estamos em 2007, certo? Portanto, em todos esses anos, vens trabalhado há muito tempo e escrevestes livros sobre as pirâmides e estás construindo uma pirâmide, se entendi certo. Isso está correto?

VU: Sim. Agora estamos construindo uma pirâmide de pedra grande de acordo com esse conhecimento que adquiri investigando as pirâmides antigas de diferentes civilizações.

KC: Qual é esse conhecimento? você pode me contar algumas das coisas importantes que… Você estava construindo, na verdade você disse, mais do que uma pirâmide aqui, na Rússia, não muito longe daqui.

VU: Sim. Está a apenas 100 km de São Petersburgo. Nós encontramos um lugar muito antigo onde as pessoas costumavam fazer algo como “rituais”, por algumas centenas de anos. Houve um terremoto, com uma rachadura, com um raio de energia saindo do chão… Então, na verdade, eu fiz tudo de acordo com o antigo conhecimento de como devia ser feito. Assim, encontramos o lugar certo, na verdade, são três lugares muito bons. Agora estamos cosntruindo uma pirâmide num desses lugares.

KC: Entendo. Assim, é um vórtice de energia o que você encontrou…

VU: Sim, é um vórtice de energia muito forte, é um momento importante, devemos fazê-lo. Mas, ao mesmo tempo, cheguei à conclusão clara de que o que realmente sabemos, quero dizer o que a nossa civilização sabe sobre as pirâmides e os efeitos delas, é quase nada da realidade, em comparação com a realidade. Esta é a razão por decidirmos construir uma pirâmide de acordo com o conhecimento, não com a forma de pirâmide, ou algumas proporções, que, na verdade, nós encontramos ao investigar diferentes pirâmides. Não, essa é a parte muito pequena da informação. Não, não é suficiente, deve haver muito mais. Em primeiro lugar, quando os antigos sacerdotes estavam construindo as pirâmides, eles estavam fazendo isso, tentando sintonizar com uma determinada pessoa, por exemplo, um faraó ou um padre.

A pirâmide de Quéops é um instrumento bem diferente e eu estava sempre interessado nesse conhecimento, o que faz da pirâmide um instrumento poderoso que não só poderia influenciar o seu sistema energético, desenvolver suas habilidades. Em princípio, como ter acesso – agora escute com muita atenção – as dimensões paralelas da Terra e do Tempo, é algo importante, porque aí se pode encontrar informações sobre a história do Planeta Terra e não só sobre o tempo antigo, mas,  também sobre o nosso futuro. Assim, se pode obter algo que não se pode sequer imaginar. Este é o assunto de que trato no livro que escrevi e publiquei aqui, na Rússia.

O nome do livro é “As Pirâmides”. É este. [Ele pega o livro] Acho que também vai ser da mesma cor no idioma inglês. Acho que o livro será publicado no idioma inglês em breve. Nele se pode ver a tradução dos textos antigos, se entenderá completamente os interesses dos antigos sacerdotes. Por que eles passaram tantos anos e também gastaram muito, sabem, dinheiro, só para construir uma pirâmide enorme, por quê? Apenas como um lugar para enterrar um faraó? Não, não, é para fins muito diferentes e nós decidimos ter as mesmas possibilidades agora na construção de pirâmides. Então, nós encontramos o lugar, nós encontramos o conhecimento. Dentro desta nova pirâmide que estamos construindo agora haverão 25 ressonadores, salas ressonadoras. Na pirâmide de Quéops, sabem, hão pelo menos 3, OK? 3 salas. Na nossa pirâmide haverão 25…

KC: Entendo. Mas você está falando também em usar os cristais, o poder dos cristais.

VU: Vamos construir nela fontes de energia, não apenas cristais, mas, as fontes de energia, porque se se apenas constói uma pirâmide sem uma fonte de energia, nunca se vai conseguir o que se imaginou, pelo menos, conseguir.

KC: O vórtice, não é esta a fonte de energia, a principal…? Não?

VU: Não, não, é como o gás, OK? É como o gás. Mas, para se obter a energia disso, se precisa de um motor. Então, o que chamo de “fonte de energia”, é um dispositivo, é um determinado dispositivo que se coloca dentro da pirâmide, num determinado lugar, e a pirâmide irá afetar o espaço e o tempo, fazendo uma espécie de queima de espaço e aí começa algo muito, muito interessante e incomum. Então, chegamos a esse entendimento e imediatamente decidimos iniciar a construção da pirâmide e nós começamos a fazer isso, no final do ano passado, e acho que no final do mês de outubro de 2007, vamos concluir a construção.

KC: Então, você já compartilhou seus conhecimentos com outros países, ou isso é apenas na Rússia?

VU: Na verdade, é apenas na Rússia.

KC: Porque isso seria muito interessante, tenho certeza, para a maioria – bom, certamente, para pesquisadores norte-americanos – assim como, outros países.

VU: Eu amo alguns pesquisadores americanos, como por exemplo, Graham Hancock [mais dois nomes: Nevil Burrell? Jill Burton? Inaudíveis] e outros, muitos outros. Eu os amo muito, eles me influenciaram profundamente, sabem. Eu quero dizer obrigado a eles por tudo que eles fizeram e, sabem… Ao mesmo tempo, eles trouxeram à luz, para as pessoas algumas idéias muito incomuns, dizendo: “Ouçam, basta estudar atentamente as pirâmides”, ou “Estudem atentamente…” algumas outras coisas. Eles apenas apontaram que havia algo incomum, mas, principalmente, eles não estavam dando respostas.

KC: Tudo bem, OK.

VU: O que estou fazendo, eu estou tentando dar respostas… Mais ou menos. Tenho a sorte de encontrar respostas e o livro “As Pirâmides” é o livro dando as respostas.

KC: Agora, você mencionou durante a nossa refeição maravilhosa e curta que tivemos, que você teve algum tipo de interação com os visitantes. Eles meio que te guiaram no caminho que você está agora, isso está certo?

VU: Sim.

KC: Eles te deram algumas dicas sobre onde você devia ir com isso.

VU: Sim. De certa forma, sim.

KC: E você os chama… Como você os chama?
VU: Eu os chamaria de “visitantes”. Ou dizer “extraterrestres”, dessa forma, se pode chamá-los de extraterrestres, mas, por outro lado, quando se começa a entender como realmente este espaço é construído, se chega ao entendimento de que o lugar mais distante em nossa galáxia está a menos de 1 minuto da Terra. Significa que, também, de acordo com o que sabemos sobre o nosso Planeta e em comparação com o período que a nossa civilização está aqui neste planeta, essas pessoas, as pessoas humanas são visitantes. Elas estão a tanto, tanto tempo, a tantos milhares de anos aqui, controlando a situação. Eu diria que eles estão unidos àquelas pessoas que estão tentando manter a situação no Planeta no caminho certo. Assim, quando encontrei esses visitantes em minha vida, pela primeira vez, foi a muito tempo atrás, eu estava em uma expedição, a minha primeira pergunta foi simplesmente: “Bom, o que você está fazendo aqui?” Naquele momento, como qualquer cidadão normal, pessoas normais, mesmo um norte-americano, apenas tentando fazer idéia das habilidades deles. Eles estão voando, eles têm possibilidades tão incomum… bom, o que eles estão fazendo aqui? Qual é o interesse deles? A resposta deles foi muito simples e, ao mesmo tempo, esta resposta acabou por transformar a minha vida.

Um dos que eu vi, disse: “Se você quer entender os nossos interesses, você deve aprender a história de sua civilização, sua pré-história. Então você vai entender os nossos interesses”. A partir desse momento, comecei a fazer a minha melhor investigação da história da nossa civilização e agora posso te dizer, eu vim a entender o que aconteceu e qual é o principal interesse deles.

KC: OK, qual é o principal interesse deles, você acha… é o futuro e os eventos futuros que eles sentem que ocorrerão, ou isso é um interesse genético na nossa espécie…?
VU: Não, não. Primeiramente, eu gostaria de explicar-lhe que, se você deseja obter apenas uma resposta, você nunca vai ter a resposta certa. É, por um lado, bastante complicado. Então, se se, pelo menos, preferir dar um pequeno passo a frente para compreender, o que recomendo é apenas considerar, se se puder, e entender que não há passado nem futuro, só há presente. Agora, o que está acontecendo agora.

Para mim, no início, isso era nada, pensei: “O que isso significa – sem passado – não há futuro? Tudo está acontecendo no agora?” Eu tive que investigar e estar dentro desta proposição por um tempo muito longo. Então, quando entendi como isso funciona e é realmente assim; então, se começa a compreender, profundamente, que se se planeja, se se quiser mudar o Planeta, a Humanidade, sabem, realmente, alguma coisa para melhor, desenvolvê-lo no caminho certo, se precisa saber o que aconteceu e, ao mesmo tempo, se precisa saber o que vai acontecer a nós no futuro.

Mas, logo que este futuro… para nós, na verdade, já está acontecendo agora. Assim, do futuro, se pode ir e entrar em contato com o passado apenas para ajudar a si mesmo a mudar algo na vida, no passado, para melhor. Então, se algo acontecer diferente, o presente vai ser mudado e o futuro vai ser mudado para melhor. É apenas um caminho. Então, o que eles estão fazendo aqui é tentar manter e, de alguma forma, controlar estes eventos de múltiplas dimensões da nossa vida, para que possamos entender como tudo isso é construído. Eles nunca interferem, eles só podem dar apenas uma idéia pequena, minúscula. Portanto, apenas uma sugestão. Então, se se é a pessoa certa, se vai compreender. O que se fizer em seguida, será a responsabilidade pessoal para o futuro. Não é como alguns professores ou pessoas que dizem: “Bom, os extraterrestres e os deuses, eles são tão perfeitos, eles vão me controlar. Mesmo se eu cometer um erro, eles vão me ajudar a corrigir o meu erro, então…”

Não, na realidade, não é assim. O que eles podem fazer é apenas dar-lhe algumas sugestões e, então, você toma sua responsabilidade pessoal.

KC: Então, você já estudou filosofia oriental, Iluminismo e tem conhecimento dos chakras e etcetera.

VU: Claro, eu fiz isso tudo. Mas, alguns anos depois, cheguei a uma compreensão clara de que se se começar, ou se se tentar ver o que está por trás deste conhecimento, usando o conhecimento, por exemplo, do budismo ou hinduísmo, nunca se vai conseguir a realidade, é impossível. Porque no modo, na forma que se pode usar e entender esse conhecimento ficou (eu costumo dizer, vivo) só no Egito, só no Egito. No meu livro, estou mostrando esses textos. Se se pegar a tradição hinduísta ou oriental, está tão deformada; está tão alterada em diferentes partes e pedaços, que nunca se vai conseguir a compreensão da realidade. Esta foi a razão pela qual mergulhei profundamente, direi, em egiptologia, trabalhando com textos, porque lá se pode ver o início de toda a história.

Neste livro, por exemplo, eu também apresentei esse conhecimento muito, muito antigo, que foi nomeado, ou chamado, nos tempos antigos de Cabala-Ohn. Este é o conhecimento de uma Unidade de construção do humano e do Universo; como foi construído, na verdade é uma e a mesma coisa. Então, se se quiser compreendê-lo, se deve começar do início e este princípio, início não deformado, se pode encontrar somente no Egito e em nenhum outro lugar.

KC: Agora, quando você disse que foi contatado durante uma expedição, você estava no Egito nessa época?

VU: Não, na Sibéria.

KC: Sibéria?

VU: Sim, foi uma expedição ligada à minha investigação do caso de Tunguska.

KC: Ah! Agora, nós queremos ouvir sobre isso. Tunguska. Porque você acabou de escrever um novo livro sobre isso, não é mesmo?

VU: Na verdade, eu vou terminá-lo, o livro inteiro será dedicado ao aniversário de cem anos, no próximo ano, (ao caso de Tunguska). Este livro vai dar a idéia do que aconteceu lá, na verdade, se vai obter respostas… Sabem, nos últimos 70 anos de investigação, os cientistas, pelo menos, obtiveram e trouxeram, para o publico, cerca de 300 hipóteses diferentes e, a maioria delas, são tão diferentes, as pessoas não podem entendê-las. Neste livro, esclareço tudo e dou-lhe… descrevo o evento como um todo, de modo que todas essas hipóteses diferentes estão se unindo numa.

KC: Entendo. Nos reunimos com um cientista e Bill, talvez você poderia explicar o ponto de vista dele? Ontem, Chernobrov…

Bill Ryan (BR): Sim, nos encontramos com Chernobrov e lhe perguntamos sobre Tunguska, ele disse que houve um evento semelhante, que aconteceu perto do Lago Baikal, bem recentemente.

VU: É.

BR: Ele considerou que os vestígios de radioatividade que foram detectados na região de Tunguska, poderiam ser explicados por isto ser o impacto de um cometa e ele contou que alguns dos isótopos radioativos que foram descobertos lá realmente estão presentes em cometas. Ele ponderou que o incidente Baikal sugeriu que isso era uma hipótese razoável. Ele tem sido muito cuidadoso em não apresentar conclusões sobre isso, mas foi isso o que ele concluiu, o que era o melhor palpite dele. Você é bem-vindo para…

VU: Sim, eu sei disso.

KC: Então, será que ele concorda, ou concordas ou não com ele, ou o seu entendimento é diferente?

VU: Para dizer: “concordo” ou “não concordo”, não lhe daria a abordagem certa, minha abordagem. Na verdade, trabalhando… Estou tentando encontrar uma resposta, do que aconteceu em Tunguska. Eu aprendi muito sobre materiais, muitos dos resultados da investigação de diferentes cientistas, e sou muito grato a eles por isso, eles me deram muitas informações. Eu nunca faria isso sozinho. Ao mesmo tempo, quando vim a compreender o que aconteceu lá e o que é de fundamental importância, é o que as pessoas têm descrito e explicado do que aconteceu em Tunguska; quero dizer, este evento, eles obtiveram essa resposta alguns poucos anos depois deste evento, na verdade, a deram quase que imediatamente. O problema é que quando os cientistas, que representam diferentes campos da ciência, vieram a Tunguska e começaram a perguntar o que as testemunhas viram, eles naturalmente apenas consideraram a história toda, mas de partes pequenas.

Porque, essas pessoas que tiveram educação botânica, elas tentaram explicar o evento desse ponto de vista; os astrônomos, eles tentaram explicar o evento como um cometa ou meteorito; os geólogos, eles dão a própria versão deles. Então, eles despedaçaram toda a história em mais de 300 pedaços pequenos. Mas ao mesmo tempo, se deve compreender, porque esse evento foi o evento. E só há uma verdade que está por trás dele e, realmente, se perguntas a si mesmo, se concordaria que alguma coisa – bom, por um lado – muito simples ocorreu, que não podemos ver – porque todos os traços estão lá fora, na área de Tunguska, está tudo lá – e se não vemos estes traços, isso não significa que alguma coisa a mais aconteceu ali.

A história completa, a explicação completa, por um lado, está fora até mesmo da possibilidade das pessoas humanas aceitarem… A realidade.

O que eu diria de início, em resumo, é que foi meteorito, sim, foi um meteorito. Mas este meteorito carregava um bactéria perigosa. Alguém o acertou, o destruiu e eles fizeram isso muitas e muitas vezes. E o fizeramm por séculos, em alguns casos. Quando eu estava estudando os documentos, encontrei histórias muito interessantes. Ouçam, resumidamente: quando Stalin soube sobre o caso de Tunguska e, especialmente, Lavrentiy Beria – ele é um homem muito, muito especial que foi colocado na investigação e influenciação do desenvolvimento de armas nucleares na Rússia naquela época. Ele obteve informações sobre um evento incomum, parecendo uma explosão nuclear que ocorreu, em 1908. Então, após investigarem as fotos, eles enviaram uma expedição, uma expedição militar a essa área. Essa expedição militar estava em trajes civis, eles tinham apenas uma tarefa: obter informações e observar. Quando eles questionavam algumas pessoas na área da explosão, as pessoas diziam: logo após a explosão, os povos indígenas locais viram um grupo de estranhos visitantes, usando equipamentos altamente desenvolvidos, em 1908, investigando os solos.

Então, eles os viram. Diga-me quem eram eles? Pessoas altamente equipadas em 1908? Quem eram eles? Foi apenas um começo curto, mas, ao mesmo tempo, posso te dizer, a realidade é incrível, incrível! Há alguém que está preservando o planeta Terra, por causa deste meteorito tendo bactérias perigosas. Alguém criou, construiu, o que eu defino como “uma instalação”. Parte desta instalação está na Sibéria e está ativa. Por outro lado, e eu sinto muito sobre isso… Um dos… dispositivos, tendo estreita ligação com esta instalação, está situado na China e a China já o encontrou e eles estão investigando isso.

KC: Você está dizendo, que eles têm algo, que contém esta bactéria?

VU: Não. Eles estão investigando uma parte do equipamento que estava derrubando meteoritos. Isso é sério.

KC: Este é um equipamento do visitante, não é?

VU: Sim. Eu sei que certamente eles já o encontraram e o investigaram. Num futuro próximo, se vai estar testemunhando um salto no desenvolvimento de algumas tecnologias na China, muito, muito mais avançada, do que você possa imaginar.

KC: Muito interessante!

VU: Infelizmente, eles fazem essa investigação na Rússia? Não, eles ainda não fazem.

KC: Como você descobriu isso; então, podes nos dizer?

VU: Não, se me permitem, não vou dizê-lo, OK?

KC: Ah, OK, muito interessante [ri]

VU: [Sorrindo], mas acredite me, eles já fazem isso. Temos muito desse material, sobre a Sibéria, um monte. Eu diria que milhares de toneladas desses materiais. Mas, sabem, nossa ciência e… os representantes da nossa ciência de hoje, eles não estão interessados.

KC: Entendo, realmente?

VU: Não.

KC: Bom, quando o livro será publicado, ainda não foi publicado aqui, não é mesmo?

VU: Você quer dizer, sobre o caso de Tunguska?

KC: É.

VU: Será lançado no próximo ano.

KC: OK. Assim, uma vez que o seu livro seja divulgado, talvez, isso mudasse?

VU: Eu não tenho certeza sobre isso.

KC: Não?

VU: Não. Esta é a razão pela qual o que planejo… quero organizar uma expedição, uma ou duas expedições, expedições internacionais.

KC: Fabuloso!

VU: Algumas pessoas da América, Rússia, Alemanha, Austrália mudaram para lá, tal que, quando isso acontecer, deve estar sob um controle razoável da Humanidade.

KC: Entendo.

VU: Porgque há, agora, neste momento particular, apenas acredite em mim, não se tem nada para fazer, basta acreditar em mim! A tecnologia existe, nesse exato momento, está tão desenvolvida, que nem mesmo se pode imaginar.

KC: OK. Agora, mudando de assunto, porque você também disse, durante a nossa conversa no jantar, que haviam 3 eventos que foram, acho que meteoros, que atingiram o planeta, em diferentes períodos de tempo na história e mudaram o nosso Planeta. Você pode nos contar um pouco disso? Então você disse: Tunguska foi um evento pequeno em relação a esses eventos maiores.

VU: Claro, claro, claro. Sabem, se se apenas ler materiais dados ao público por astrônomos sobre asteróides… o sistema de defesa, que, na verdade, os americanos estão construíndo, se vai ter a idéia de que, por exemplo, os asteróides grandes, talvez de 1 km de diâmetro, atigem o Planeta Terra, talvez, uma vez a cada 300 mil anos, ou talvez, mesmo em um milhão de anos. Quando estava investigando os textos antigos, eu cheguei a não só conpreender – em meu livro “As Pirâmides”, eu transcrevo os textos antigos, tudo, traduzido, tudo está ali, os asteróides com diâmetro de mais de 1 km atingiram o planeta, pelo menos, 2 vezes nos últimos 16.000 anos. Na verdade, 3 vezes, mas os dois primeiros, especialmente, aqueles que chamo de Açores, que atingiram o Planeta na área do Arquipélago dos Açores. Aconteceu exatamente a 13.660 anos atrás, em pleno outono. No livro, estou dando os cálculos exatos e os calendários antigos, mostrando a data exata em que isso ocorreu.

KC: Bom, você está dizendo que isso pode ser um evento cíclico?

VU: É. Este é… você acertou, minha amiga! Muito bem!

KC: [Ri]

VU: Essa é a idéia mais importante, que esses calendários antigos: os calendários maias e alguns dos antigos calendários egípcios, que chamo de “Calendários Catastróficos”, eles estão dando informações sobre os períodos em que os asteróides ENORMES atingem o Planeta Terra. Essas Herophiles antigas, estavam tentando trazer, ou dar, ou deixar para os posteriores, o futuro, para as pessoas, informações que, em certo momento, um asteróide cairá sobre o Planeta, se deve estar preparado para isso! Caso contrário, as pessoas podem ser, sabem… mortas.

KC: Então, especulando sobre isso, podemos dizer que há um outro evento agendado, em algum momento no nosso futuro, em que isso pode ocorrer novamente.

VU: Eu diria, que é o evento mais interessante e incomum que está à nossa frente e muito perto, muito, muito perto de nós.

KC: Você está falando do Calendário Maia de 2012… Por volta dessa época?

VU: Certo, sim.

KC: É nisso que você acredita, não sei se você estudou o trabalho de Zecharia Sitchin?

VU: Sim, conheço o trabalho dele muito, muito bem.

KC: Você está falando sobre o retorno do Planeta X, ou você está falando da Anã Marrom, que está sendo discutida pelos cientistas, porque temos alguns contatos que falam sobre o que eles chamam de uma Anã Marrom, com um planeta que a acompanha em uma órbita circular, esta órbita sendo muito alongada, 26.000… Não é isto o que você está falando?

VU: Conheço essa teoria, muito, muito bem, mas a realidade é bem diferente.

KC: OK.

VU: Novamente, mesmo… Agora, neste momento, eu gostaria de repetir novamente: com o que estou trabalhando, são os textos antigos, que se pode manusear, ler e interpretar. Estes textos antigos dizem que a 13.660 anos atrás, quando o asteróide Açores chocou-se com o Planeta Terra, o Planeta Terra perdeu a órbita e começou a se distanciar do Sol. Alguém, a quem chamamos – agora – de curadores, alguém – participou grandemente da destruição do planeta Maldek, sobrando esta parte enorme do planeta que agora chamamos de Lua. Esses textos antigos, textos egípcios, dá-lhe a descrição exata de que alguém trouxe esta grande parte, este pedaço, para o campo magnético do Planeta Terra, aumentou a massa do planeta Terra e fixou o planeta onde está agora. Antes, o planeta Terra se movia em torno do Sol com um período de 360 ??dias. Quando a Terra se afastou do Sol e foi fixada com a ajuda da Lua, passamos a ter 365 dias.

Assim, logo após isso, eles criaram Vênus e colococaran Vênus onde está agora. Textos antigos e até mesmo o calendário maia diz que Vênus foi criado em 3.113 anos antes de Cristo. OK? Mas o que aconteceu também… aqueles que viviam em Marte… um texto antigo diz exatamente, aqueles que deram o conhecimento a civilização anterior, eles eram de Marte e Maldek. Mas agora se vê, esses planetas são… Maldek foi destruído, temos um cinturão de asteróides, nenhum planeta. Marte foi atacado por asteróides, perdeu a atmosfera, afastou-se do lugar original, mas alguém, também, reparou a posição dele.

Mas aqueles que viveram nesses planetas se mudaram para um outro planeta do sistema solar. Eu não sei como, mas a idéia de que este planeta agora, está na mesma órbita que a Terra, mas bem atrás do Sol. Bem oposto, estamos nos movendo com a mesma velocidade que esse planeta e esta é a razão pela qual não podemos, na maioria das vezes, vê-lo; mas, ao mesmo tempo, hão períodos em que podemos ver este planeta. Astrônomos viram e registraram este planeta. No meu livro,  estou dando, sabem, a descrição completa destes eventos.

KC: Você está dizendo que essas pessoas… você os chama de Annunaki, ou não?

VU: É! Não importa como você os chame, não importa.

KC: Mas o povo… é a mesma referência que alguns pesquisadores estão utilizando para este grupo de pessoas que realmente vieram para a Terra originalmente e fizeram engenharia genética na nossa espécie? É isso…

VU: Eu não diria geneticamente… Não, foi um pouco diferente. Efeitos genéticos ocorreram no Planeta Terra num tempo muito, muito tempo atrás. Muito longe … Quero dizer, este evento é muito diferente. Então, a idéia principal é que em 2012 estaremos prestes a testemunhar, eu diria, a estabilidade do sistema Solar.

KC: Aha, causando por asteróides…

VU: Não, não. Vai ser em conexão com uma atividade incomum do sol.

KC: Do sol?

VU: Sim. Uma atividade incomum do Sol, por um lado, irá afetar a instabilidade do Planeta por trás da Terra… por trás do Sol, desculpe. Atrás do Sol, essa é a primeira coisa. Mas, por outro lado, há um outro momento muito, muito importante. Se se se lembrar dos textos maias antigos, se vai ter alguma idéia interessante. Este texto diz: os professores Estelares antigos vão embora e novos virão. Nós, quero dizer, as pessoas com quem estou trabalhando, descobrimos e compreendemos o mecanismo que está por trás disto. Para entender isso, preciso dar uma idéia de um certo mecanismo energético do Planeta Terra que está intimamente ligado com o tempo e o espaço.

[Mostra o gráfico no computador] Isso, o que você pode ver agora aqui, este é o eixo geográfico, OK? Este é o eixo magnético. Então, quando ele começa a girar, forma algo assim. Assim, o ponto central está aqui, vêem? Esta é a latitude de 30 e 35 graus. Isto é exatamente onde todas as civilizações do mundo antigo se desenvolveram. China, Egito, Maia – todas estao aqui.

Então, agora olhem: investigando materiais científicos, chegamos a conclusão de que esta parte, quando fica muito mais ampla, ou de modo diferente, este pulso aqui e aqui tem um período de quatro anos, um período de quatro anos… Mas agora, algo incomum começou a acontecer. Esta parte começou a ficar mais e mais ampla, e esse ponto focal começou a se mover para norte. Em 2012 este ponto focal se moverá para o Pólo Norte e um campo de espaço e tempo estará aberto.

Isto é… Aqui, vamos testemunhar a aparição de um Stargate (Potal Interestelar). Através do Stargate, os ex-professores irão embora e os novos virão. E tudo, todos estes eventos estarão estreitamente relacionados com a atividade do Sol e a aparente instabilidade do planeta atrás do Sol. Então, não estamos apenas prestes a ver este planeta, e isso significa que vamos estar muito perto de iniciar um contato razoável, compreensível com os nossos antecessores.

KC: Então, você está dizendo também que o movimento de, se eu entendi corretamente, nosso sistema solar aproximasse do centro do plano galático, você vê alguma coisa nessa influência?

VU: O que você quer dizer, quando o sistema solar passar através do Plano Galático, este é o momento em que passamos por um fluxo de meteoritos e de asteróides. É por isso que periodicamente nos movemos através disso e temos esses impactos por asteróides. Mas, do que estou falando agora, é um período muito diferente e um período muito incomum.

KC: Você está dizendo que nós estamos nos movendo para uma dimensão diferente, ou…

VU: Não nós. Nós estaremos aqui. Estamos aqui e vamos ficar aqui, onde estamos agora. Mas aqueles que estavam controlando o sistema Solar, quero dizer, os Tutores, seremos testemunhas de como eles partirão. Alguém vai embora e os novos virão.

KC: Entendo. Mas, com quem você está trabalhando? Você pode me falar de sua equipe, são cientistas, filósofos…

VU: Tudo isso, mas principalmente cientistas.

KC: Então, hão bases científicas para esse entendimento?

VU: Sim. O que estou lhes dando agora, de uma forma simples, é ciência pura.

KC: OK, entendo. Assim, o stargate que está se abrindo, estavas dizendo que isso é no Pólo Norte?

VU: Sim, no Pólo Norte.

KC: Que tipo de preparação estás fazendo, isso é parte da razão pela qual estás construindo as pirâmides? Para trazer a energia? Para ajudar a Terra…

VU: Por um lado, sim. Sim. O que eu diria, em princípio, que o que acontecerá no Planeta Terra irá afetar criticamente a saúde humana.

Aqueles que agora não têm boa saúde, eles vão estar morrendo de ataques cardíacos, sabem, problemas com os vasos sanguíneos… Chegamos ao entendimento de que é um momento importante, aquelas pessoas que estão desenvolvendo habilidades interiores, energéticas, clarividência, algo assim; ou seja, se eles estão fazendo isso sem o conhecimento que foi deixado para trás pelos antigos sacerdotes, 70% deles, ou mesmo 80% deles estão morrendo de câncer. O que isso significa e como isso acontece… Uma resposta está no campo que agora podemos tentar explicar.

Veja, quando alguém começa a meditar, tentando obter uma energia cósmica, OK? Imagine que a energia está entrando em você, e isso acontece, tudo bem. Quando se é um portador desta energia, o tempo biológico interno está desacelerando. Por um lado, está tudo bem. Porque se sentirá dentro de muito mais energia, a clarividência será aberta… Isto é o que precisamos, mas quando o telefone começou a tocar, ou se precisa voltar para casa, para fazer o que se deve fazer para a família, apenas se desligou deste vórtice de energia. O sistema imunológico fez… isso… Uh, o novo sistema tenta voltar à posição normal, OK? Acelerando… o tempo interior. Porque se havia reduziu a velocidade dele. O sistema imunológico, imediatamente, começa a acelerar. A aceleração do tempo interno causa, imediatamente, o início do câncer. Esta é a razão porque os professores conhecidos no mundo como Jidda Krishnamurthy, Ramana Maharishi, Vivi Kananda, Shiva Rabinda, Mira Alfas, a mãe, na verdade, Madame Blavatskaya, Rerich, Castaneda, Osho… todos eles morreram de câncer.

Nós encontramos este aviso deixado por antigos sacerdotes. Este aviso diz que se se desenvolver as habilidades sem o conhecimento de como deve ser feito, nunca se vai atravessar a fronteira da morte, se vai morrer. Então, nós encontramos estes textos, entendemos o significado.

Inicialmente, começamos a investigar e desenvolver o sistema de defesa, para mim, para os especialistas e cientistas com quem estou trabalhando. Este é a razão principal. E, na verdade, esta é a razão pela qual, eu diria, as pessoas no futuro próximo, quando 2012 estiver muito perto, se deve levar em conta que se deve aperfeiçoar, se deve desenvolver a saúde. Caso contrário, milhares de pessoas, talvez centenas de milhares, talvez milhões, não vão sobreviver a todas essas mudanças.

E, um dos instrumentos que os antigos utilizavam para isso, quero dizer, para preservar-se contra o câncer, para ultrapassar a fronteira da morte: foram as pirâmides e as chamadas varinhas de Horus. Então, sabem, metal, eu diria, tubos, sabem, que quaisquer um dos antigos faraós egípcios, conheço esculturas de faraós e sacerdotes, eles as têm nas mãos. Eu escrevi um livro sobre isso que é chamado de As Varinhas de Horus, dando os textos antigos, as explicações e as idéias do que está por trás disto. Eu compreendi profundamente que isto é algo importante e agora estamos a desenvolvê-lo, e esta é uma das razões pela qual estamos criando a pirâmide grande de pedra, para nos preparar, para preparar a nossa saúde antes deste evento muito importante. Devemos estar preparados, caso contrário…

KC: Bom, isso também não é… em primeiro lugar, a pirâmide é considerada uma ascensão, uma máquina para a ascensão e, em certo sentido, o que você está falando, é dessa capacidade do corpo para ascender espiritualmente através da utilização deste meio?

VU: Não, eu não diria isso. Tudo é muito mais simples. Quando você toma… quando se está falando sobre ascensão, na realidade é diferente. Não, muito mais simples. O que se precisa fazer, é corrigir dois fluxos de tempo que, na verdade, chamamos de EEN – YAN, BAH – KAH, pensamos que… todo mundo acha que, segundo a tradição oriental, é como um princípio humano, quero dizer, o começo do masculino, o início do feminino, ou algo assim, e devemos equilibrar estes poderes e depois, bom, tudo vai ficar bem, sem doenças. Por um lado, isso é mais ou menos verdade. Mas, a realidade é bem diferente. Este EEN – YAN são dois fluxos de tempo, movendo-se um para o outro. Então, se esses fluxos de tempo estão equilibrados dentro de você, se tem um efeito muito interessante, se cancela o tempo biológico. Então se pode viver 100 anos, 200 anos, 500 anos, 1.000 anos, – sem problema. Mas devem estar equilibrados. O tempo. A pirâmide corrige o tempo, o tempo biológico no ser humano.

KC: Mas isso é um triângulo, o ponto alto do triângulo simboliza essa unidade.

VU: Isso significa que se está falando apenas de simbolismos. Estou falando de mecanismos, que é uma coisa diferente. Claro, o ser humano é uma coisa, a energia é outra coisa e a terceira coisa é um ser humano BAH-KAH. A trindade. É como um positivo-negativo em eletricidade. Se se usar mais e menos, a interação entre isso começa imediatamente. Três. OK? É um princípio. Então, esse triângulo nada mais é do que, bom, o símbolo do princípio. Mas, estamos falando de um mecanismo. Como usar – não um símbolo, o símbolo se pode colocar aqui [apontando para a camisa dele] e se pode andar por aí. Ao mesmo tempo, se se tiver um símbolo aqui, isso não significa que o tempo interno está equilibrado; não, definitivamente não. Precisamos equilibrá-lo.

KC: Qual é o seu plano, para entrar na pirâmide? Usar a pirâmide para ajudar a equilibrar isso?

VU: Não é apenas ir lá e equilibrá-lo. Por um lado, sim. Por outro lado, é uma prática. Estamos desenvolvendo a prática. Com quanto, ou assim que lemos alguns textos antigos, chegamos a compreenção de como funciona. Imediatamente começamos, ou tentamos construir uma pirâmide e usá-la. Fizemos isso e vimos os resultados, resultados muito interessantes, e agora queremos desenvolvê-lo. Para desenvolvê-lo, precisamos de um instrumento verdadeiro, da pirâmide real.

Não como, sabem, por exemplo, as feitas agora na Rússia por Aleksander Golod. Algumas pirâmides  como essas, são feitas de madeira, sabem, com plástico… Não, devem ser pirâmides de ângulos especiais, feitas de quartzo branco, tendo um peso grande. Deve ser muito, muito grande, tal que a a  frequência dela seria menor e igual ou, de alguma forma, ressonante com a frequência no nível mais baixo do Planeta Terra, assim, estamos nos conectando a pulsação, a pulsação mais importante – as chamo de coração pulsante do Planeta Terra – as pirâmides. Então, quando elas começam a funcionar juntas, dentro deste campo, o ser humano, inacreditavelmente, apenas se  transforma. Por isso, precisamos fazer isso e, portanto, nós podemos construí-las. Caso contrário, estamos apenas divagando, só idéias…

KC: Então, se você construir estas pirâmides neste lugar… é sua sugestão que, eventualmente, mais pirâmides sejam construídas no Planeta?

VU: Isso seria ótimo. Pelo menos, vamos fazê-lo aqui, na Rússia, construir mais pirâmides. Agora, vamos preparar certa área, onde nós construiremos, pelo menos, 2 pirâmides, ou 3. E, ao mesmo tempo, estamos planejando a construção de um complexo de pirâmides, que terá 9 pirâmides. Um complexo de 9 pirâmides. Claro, se se construir alguns complexos por todo o mundo, como um antigo texto diz, capacitores energéticos do planeta, se afeta positivamente o crescimento da consciência humana, isso irá afetar, isso vai acontecer. É um momento importante, não se pode fazer isso de outra maneira. Assim, se se quiser desenvolver e estimular isso, as pirâmides são importantes. Mas, as pirâmides deve ser construídas em todo o Planeta.

KC: Então, o que achas das crianças índigo? Entrevistamos Boriska a alguns dias atrás, ele relembra… como você sabe, ele apareceu na revista Nexus e, sabes sobre o artigo que foi escrito sobre ele, ele tem lembrança da vida passada em Marte, ele falou sobre as guerras que aconteceram; e, em seguida, ele fala sobre a… Ele, basicamente, é uma criança com total recordação. Existe algo que sabes sobre essas crianças que estão nascendo agora? Entendes que, em certo sentido, elas já estão equilibrando estes elementos-chave positivos e negativos, tal que eles tlavez nem precisem, necessariamente, da pirâmide para chegar lá. Você entende o que estou dizendo? Você já pensou sobre isso?

VU: Sim, eu entendo claramente. Esta é a razão pela qual eu digo: pirâmides foram e serão os pontos-chave. E sobre as pessoas tendo essas habilidades? Na verdade, existem muito mais pessoas com essas habilidades do que se pode imaginar. Mas, infelizmente, a maioria delas não é capaz de desenvolver-se, alcançando um nível elevado. A pirâmide é um instrumento que lhes dará a possibilidade de ultrapassar a fronteira da morte. Tenho certeza que o desenvolvimento de habilidades internas, quer se seja uma criança Indigo ou não, esse desenvolvimento, com certeza, vai afetar o sistema biológico e causar problemas com a saúde, especialmente câncer. Para evitar isso, precisamos usar o conhecimento e os instrumentos, as ferramentas e as pirâmides são ferramentas extremamente necessárias.

KC: Eu entendo.

(Parte 2 continua aqui.)

http://projectavalon.net/lang/pt/valery_uvarov_part1_pt.html

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Mapa mental – Organize o seu dia

Posted by luxcuritiba em junho 2, 2012

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Uma gigantesca pirâmide submersa em Bimini?

Posted by luxcuritiba em junho 1, 2012

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"Estrada de Bimini" ou "Muro de Bimini". É uma estrutura submarina que se estende por quase um quilômetro perto de Bimini Island nas Bahamas. Toda a estrutura é formada por blocos de calcário retangulares que se parecem muito com uma antiga estrada ou uma parede.

“Estrada de Bimini” ou “Muro de Bimini”. É uma estrutura submarina que se estende por quase um quilômetro perto de Bimini Island nas Bahamas. Toda a estrutura é formada por blocos de calcário retangulares que se parecem muito com uma antiga estrada ou uma parede.

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A ilha de Bimini é um pequeno componente das Bahamas, localizada cerca de 80 quilómetros a leste de Miami. Além de praias arenosas, recifes de coral, navios naufragados e alguns excelentes locais para pescar, Bimini também é um lugar onde se encontram diversas e incomuns formações rochosas submarinas. Esse conjunto de blocos imensos, alguns em padrões retilíneos, encontra-se sob uma faixa de 6 a 10 metros de água. Pode haver também uma Grande Pirâmide nas vizinhanças de Bimini – debaixo da água.

O Muro de Bimini foi descoberto em 1968 pelo doutor J. Manson Valentine, arqueólogo da Flórida. Valentine viu o muro pela primeira vez na superfície das águas, quando o mar estava excepcionalmente claro. Ele estava com outros três mergulhadores, Jacques Mayol, Harold Climo e Robert Angove. Disse Valentine em uma entrevista:

     Um extenso pavimento de pedras planas retangulares e poligonais, de diversos tamanhos e espessuras, obviamente modeladas e cuidadosamente alinhadas para formar um arranjo convincentemente artificial. Evidentemente, essas pedras ficaram submersas por um longo tempo, pois as arestas das pedras maiores estão arredondadas, dando aos blocos a aparência de grandes pedaços de pão, ou de almofadas. Algumas eram absolutamente retangulares, outras se aproximavam do quadrado perfeito (devemos nos lembrar que linhas absolutamente retas nunca estão presentes em formações naturais). As pedras maiores, com 335 metros de comprimento, estavam dispostas na extensão de avenidas de lados paralelos, enquanto as menores formavam pavimentos semelhantes a mosaicos, cobrindo seções mais amplas […] As avenidas, com pedras que parecem encaixadas, são retas e paralelas; a mais longa tem uma série dupla interrompida por duas praças contendo pedras muito grandes e planas, colocadas nos cantos por elementos verticais (como os antigos dolmens da Europa); e o lado sul dessa grande avenida termina em uma esquina muito bela; as três ruas curtas, com pedras grandes cuidadosamente alinhadas, têm largura uniforme e terminam em pedras de canto […]”

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O doutor David Zink, da Academia da Força Aérea no Colorado, começou a fazer pesquisas na região ao redor de Bimini que prosseguem até hoje. Seu livro, The stones of Atlantis, narra suas diversas aventuras nas águas ao redor de Bimini, com muitas fotos de qualidade. O doutor Zink acredita que a avenida de Bimini é uma estrutura feita pelo homem, mas desfez o mito que cerca outras estruturas da região, inclusive uma retangular perto da ilha Andros, que antes se imaginava local de um templo, mas que hoje presume-se tratar de um criadouro de esponjas construído na década de 1930. Em 1974, ele chegou a fotografar uma coluna ereta de pedra incomum que se supunha a ponta de um obelisco com 13 a 16 metros de altura, embora a maior parte dela estivesse enterrada sob a lama do fundo do mar.

Muitos que acreditam na Atlântida ficaram entusiasmados com essas descobertas perto de Miami, pois Cayce – que morreu em 1945 – havia previsto que a primeira porção do continente perdidos a ser descoberta estaria situada naquela área, e que a primeira porção da Atlântida a se erguer seria encontrada em 1968 ou 1969. O reconhecimento aéreo dessa região, feito em 1968, e mergulhos posteriores, revelam, de fato, que essas estruturas de pedra irrompem pelo fundo do mar.

Outra possibilidade é que esses blocos imensos podem ser produto de uma antiga civilização indígena. Tal cultura teria sido base das culturas olmeca e maia na América Central, próxima dali, além de influenciar os grandes centros da antiga América do Sul. Hoje, porém, o peso da evidência mostra que talvez essas pedras sejam apenas formações naturais singulares. Geólogos e arqueólogos não reuniram evidências que os convencessem a mudar de opinião. Eles dizem que a área é simplesmente formada por um tipo de rocha litorânea bastante incomum.

A explicação oficial para a estranha estrutura é que ela foi causada ao longo dos anos pelas concentrações de conchas e areia. Em outras palavras, a coisa toda poderia ser criada ao longo de milhões de anos por um fenômeno natural. No entanto, isto não explica por que a formação é completamente único no mundo inteiro. Também não explica porque a estrutura parece ter várias camadas.

A explicação oficial para a estranha estrutura é que ela foi causada ao longo dos anos pelas concentrações de conchas e areia. Em outras palavras, a coisa toda poderia ser criada ao longo de milhões de anos por um fenômeno natural. No entanto, isto não explica por que a formação é completamente único no mundo inteiro. Também não explica porque a estrutura parece ter várias camadas.

Inúmeros livros foram escritos sobre o Triângulo das Bermudas, também chamado de Triângulo do Diabo, do qual Bimini faz parte. A maioria dos livros diz que algum tipo de vórtice ou desvio do tempo seria responsável por navios desaparecidos, aviões perdidos, instrumentos desorientados e estranhos fenômenos magnéticos e atmosféricos.

Há evidências sugerindo que um vórtice de energia, ou “anomalia gravitacional”, como às vezes são chamados, esteja atuando nas águas densamente singradas perto da Flórida. Nessa área entre Miami, Bermudas e Porto Rico, centenas de navios e aviões já desapareceram. Em alguns casos mais raros, foram encontrados navios à deriva, sem tripulação. Poucos destroços foram encontrados.

Em 1990, anunciou-se que cinco bombardeiros da Marinha, desaparecidos no Triângulo das Bermudas em 5 de dezembro de 1945, teriam sido descobertos nas águas próximas a Fort Lauderdale. Mais tarde, anunciou-se que não se tratava dos aviões desaparecidos, mas de outra esquadrilha, com dois dos aviões apresentando o mesmo número de identificação.

Segundo Charles Berlitz, neto do fundador do Instituto Berlitz de idiomas e autor do best-seller mundial The Bermuda Triangle* (e outros livros sobre a Atlântida e mistérios do planeta), há casos detalhadamente registrados que mostram os efeitos bizarros e letais que acontecem no Triângulo das Bermudas.

Segundo Berlitz:

• Um grupo que fazia pesquisas oceânicas a bordo do iate New Freedom, em julho de 1975, passou por uma intensa, mas não chuvosa, tempestade eletromagnética. Durante uma tremenda descarga elétrica, o doutor Jim Thorpe fotografou o céu. A foto revelada mostrou não só a explosão no céu, mas também um navio de velas quadradas no mar, a uns 35 metros do New Freedom, embora no instante anterior não houvesse nada.

• John Sander, tripulante do Queen Elizabeth I, viu um pequeno avião voando silenciosamente perto do navio, na altura do convés. Ele avisou outro tripulante e o oficial de turno, mas o avião se espatifou silenciosamente no oceano, a uns 70 metros do navio. O QEI deu meia-volta e enviou um bote para procurar sobreviventes, mas não se encontrou sinal de que tivesse havido um acidente.

• Outro “avião fantasma” caiu no mar perto de Daytona Beach em 17 de fevereiro de 1935, diante de centenas de testemunhas, mas uma busca imediata não revelou nada nas águas rasas próximas à praia.

• Um Cessna 172 pilotado por Helen Caseio decolou na direção da ilha Turks, nas Bahamas, com um único passageiro. No horário em que deveria ter chegado, foi visto um Cessna 172 pela torre, circundando a ilha sem pousar. A torre conseguiu ouvir vozes do avião, mas instruções de pouso feitas pela torre não puderam ser ouvidas pela piloto. A voz de uma mulher dizia, “Devo ter feito uma curva errada. Turks deveria estar ali, mas não há nada lá. Cadê o aeroporto? Casas?”. Enquanto isso, a torre tentou mandar instruções ao Cessna, que não respondia. Finalmente, a voz da mulher disse, “Como é que eu saio disto?” e o Cessna, observado por centenas de pessoas, afastou-se de Turks e entrou em uma nuvem enorme, da qual aparentemente jamais saiu, pois o avião, a piloto e o passageiro jamais foram encontrados.

Perfurações realizadas na Estrada de Bimini, a partir de meados da década de 1980, encontraram presença de micrite, uma pedra calcária constituída de partículas de calcário formadas pela recristalização de lama de cal. Tal elemento não ocorre nas rochas da praia próxima. Algumas de suas pedras contêm aglomerados de aragonita e calcita, padrões que também são ausentes nas rochas da praia. Eugene A. Shinn, geólogo da Flórida, um duro crítico das teorias de artificialidade da estrutura de Bimini, everiguou por medições de rádio-carbono que as pedras têm idade que variam de 2.000 a 4.000 anos.

Como lembra Berlitz, o avião ficou visível para pessoas que estavam em Turks, mas quando a piloto olhou para baixo, aparentemente viu apenas uma ilha sem sinais de civilização. Será que ela viu a ilha em um instante do tempo anterior àquele em que o aeroporto e as casas foram construídos? Onde esse avião pousou? Teria pousado em uma praia de um mundo passado ou futuro?

Diversas teorias tentaram explicar o mistério do Triângulo das Bermudas. Ondas gigantescas e repentinas, erupções de vulcões submarinos, rodamoinhos e “buracos no mar” já foram aventados como possíveis causas. A maioria dos pesquisadores está disposta a admitir, porém, que existe nessa área algum tipo de perturbação eletromagnética que faz com que instrumentos funcionem incorretamente.

Há histórias locais de estranhos e densos nevoeiros compactos na superfície da água ou no céu. Segundo a crença local, navios ou aeronaves que penetram essas estranhas nuvens não saem delas.

Berlitz fala da teoria de Tom Gary, autor de Adventures of an amateur psychic, que afirma que a força destrutiva do Triângulo das Bermudas vem de energias que emanam de um ponto abaixo do mar. “Especula-se que uma estrutura energética ainda esteja sob as águas da região das Bermudas”, escreveu Gary. Segundo ele, a estrutura fica em cima de um grande núcleo, que se estende através da crosta da Terra. “Quando as condições estão favoráveis, a estrutura energética funciona de maneira intermitente, fazendo com que navios e aviões fujam ao controle”.

Segundo Gary, fluxos de íons formam uma corrente elétrica que produz um campo magnético, o que faz com que os instrumentos das naves próximas fiquem descontrolados. Bússolas, medidores de pressão, indicadores de altitude e outros instrumentos elétricos são afetados. Pilotos que sobreviveram a essa atividade também falam do esgotamento de baterias.

Uma história incrível foi contada por Ray Brown, de Mesa, Arizona, falando de uma antiga pirâmide perto das ilhas Berry, nas Bahamas. Em 1970, Brown alega ter enfrentado uma grande tempestade enquanto estava nessas ilhas, à procura de galeões afundados. Na manhã após a leitura, diz ele, as bússolas estavam girando e os magnetômetros não apresentavam leitura. “Rumamos para nordeste. As águas estavam sujas, mas de repente pude ver o perfil de construções sob a água. Parecia ser uma grande área de uma cidade submarina. Éramos cinco mergulhadores e todos caímos na água, procurando alguma coisa de valor”, disse Brown em uma entrevista com Charles Berlitz.

     Enquanto nadávamos, a água foi clareando. Eu estava perto do fundo, a uns 45 metros, e estava tentando acompanhar um colega que estava logo à minha frente. Virei-me para procurar o Sol através da água ainda suja e vi uma forma de pirâmide, reluzente como um espelho. Havia uma abertura a uns 12-15 metros de sua altura. Hesitei antes de entrar […] mas entrei nadando. A abertura era como um túnel que desembocava em um recinto no interior. Vi algo que brilhava como um cristal, mantido no lugar por duas mãos metálicas. Eu estava de luvas e tentei remover o cristal. Ele se soltou. Assim que o agarrei, senti que era hora de sair e não voltar mais. Não sou o único que viu essas ruínas – outros as viram do ar e dizem que elas têm oito quilómetros de largura, e mais do que isso de comprimento.

Berlitz diz que três dos outros mergulhadores morreram desde então em acidentes no Triângulo das Bermudas, e que de vez em quando Brown mostra o cristal que, segundo diz, teria retirado da pirâmide submersa para mostrá-lo em palestras. Berlitz viu o cristal, embora ele não seja necessariamente de uma pirâmide do Caribe. Brown não revela o local exato da cidade, mas acredita que a pirâmide e os outros edifícios se estendam para baixo do fundo do mar. Foi apenas sorte o fato de a tempestade do dia anterior ter limpado as ruínas da areia e das algas.

Embora essa história possa parecer quase fantástica demais para ser verdadeira, há a possibilidade de que ela se baseie em um fato – o “fato” de que pode existir uma pirâmide gigantesca perto da Flórida, causando poderosos efeitos eletromagnéticos.

Essa pirâmide gigante pode ser outra das enormes estações geradoras que existiam pelo mundo, similares às teorizadas por Dunn.

* BERLIZ, Charles. O Triângulo das Bermudas. Rio de Janeiro: Nova Frontera, 1974. [N.T.]

Fonte: A incrível tecnologia dos antigos, David Hatcher Childress, Editora Aleph, São Paulo, 2005, pp. 307-312.

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