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Magníficos artefatos em pedra: evidência de uma cultura preexistente

Posted by luxcuritiba em junho 7, 2012

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Dos tempos pré-dinásticos até o Antigo Império, existem evidências de que os antigos egípcios possuíam uma tecnologia bem desenvolvida para o trabalho em pedra. A julgar pêlos artefatos recuperados, os primeiros egípcios usavam brocas tubulares, serras (tanto braçais como circulares), e tornos para cortar e moldar a pedra em objetos de uso doméstico. Museus em todo o mundo exibem exemplos de utensílios em pedra dos primeiros egípcios, que teste­munham das características sem-par de sua manufatura. São feitos de uma variedade de materiais, de pedras macias, como o alabastro, até a mais dura de que se tem conhecimento, o granito. Essas peças de museu constituem alguns dos artefatos mais belos já encontrados, e, ironicamente, pertencem a um período muito antigo da civilização egípcia. Muitos foram encontrados dentro e em volta da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara.

Acredita-se que a pirâmide de pedra mais antiga do Egito seja a pirâmide escalonada de Djoser, construída durante a terceira dinastia, por volta de 2630 AEC, e que também foi a primeira no mundo. Aparentemente, também é o úni­co lugar onde utensílios domésticos desse tipo foram encontrados em quanti­dade, embora sir Flinders Petrie, um pesquisador do final do século XIX, tenha descoberto fragmentos de tigelas similares em Gize. Muitas dessas pe­ças em pedra contêm inscrições com símbolos dos primeiros soberanos da era pré-dinástica. Alguns defendem a tese de que é improvável que aqueles que fabricaram as tigelas sejam também os responsáveis pêlos sinais, devido ao estilo primitivo das inscrições. É possível que os egípcios pré-dinásticos te­nham obtido as peças algum tempo depois de elas terem sido confeccionadas e, então, marcado-as com seu sinal de propriedade.

No centro das tigelas abertas e dos pratos, no ponto onde o ângulo de corte muda rapidamente, pode-se ver uma linha circular nítida, estreita e per­feitamente circular, deixada pelo torno (no qual o objeto é preso entre dois eixos revolventes, de maneira que a redução do material acontece por igual em todos os lados). Pedras macias são relativamente fáceis de trabalhar e po­dem ser moldadas com ferramentas simples e abrasivos; entretanto, o grau de precisão empregado na manufatura desses itens rivaliza com a indústria do século XX. Vasos delicados, feitos de pedras quebradiças, como o xisto, eram acabados, torneados e polidos ao ponto de adquirir bordas finas como papel e sem imperfeições. Uma tigela de aproximadamente 22 cm, ocada por uma abertura de 7,5 cm em seu topo, foi tão bem torneada que se equilibra perfei­tamente sobre a extremidade arredondada do seu fundo. Essa extremidade é do tamanho da ponta arredondada de um ovo, o que requer uma espessura si­métrica das paredes, sem qualquer erro substancial.

Objetos elegantes feitos em granito indicam não só o alto grau de destreza atingido, mas, talvez, também um avançado nível de tecnologia. Peças feitas de miolos de granito, de rocha porfírica ou de basalto, eram ocadas por aberturas estreitas e de bordas alargadas, e algumas possuem um longo pescoço.

FIGURA 4.1. ESBOÇO DO FRAGMENTO N. 15 DE PETRIE.

Sir Flinders Petrie, em seu livro de 1883, The Pyramids and Temples of Gizeh, sugere que o torno era um instrumento tão habitual na quarta dinastia quanto é hoje nas modernas oficinas. Tigelas e vasos em diorito, do Antigo Império, em geral apresentam grande habilidade técnica e foram, provavel­mente, moldados em tornos. Uma peça encontrada por Petrie em Gize atesta que o método empregado para remoção de material de fato era o torno, e não o processo de trituração. A tigela deslocou-se do seu eixo central e foi centra­lizada novamente de maneira imperfeita. O torneado anterior não foi completamente retrabalhado, de modo que há duas superfícies resultantes de eixos diferentes, que se encontram numa saliência. O processo de trituração, ou o de abrasão, não produziria essa aparência.

Outro detalhe interessante, observável no fragmento número 15, encon­trado por Petrie, é a circunferência esférica da tigela. Para se conseguir esse efeito, a tigela deve ter sido cortada por uma ferramenta que varria um arco a partir de um centro fixo, enquanto a tigela girava. O centro, ou base, da ferra­menta estava no eixo do torno, para criar a superfície geral da tigela, até o seu limite. Entretanto, como se desejava uma borda no produto final, o centro da ferramenta foi deslocado exatamente com o mesmo raio do seu arco e um novo corte foi feito para criar uma borda na tigela. Segundo Petrie, isso não era um resultado do acaso. A exata circularidade das curvas, sua uniformida­de, e a saliência deixada onde elas se encontram são prova da precisão da manufatura. A peça não foi arredondada, como certamente haveria de ser o caso se houvesse sido feita à mão. É uma prova física do método rigidamente me­cânico de trabalhar as curvas.

Brocas tubulares

Os artesãos do Egito Antigo também usavam brocas para perfurar orifícios. Uma broca tubular é um cilindro oco com dentes em uma das extremidades. Ela funciona com base no mesmo princípio de um desmiolador de maçã: pressionando-a contra um material sólido e girando-a, um miolo cilíndrico era recortado através do objeto pêlos dentes da broca e, então, removido. Bro­cas tubulares variavam em espessura de 0,60 a 12,5 centímetros de diâmetro, e de 0,08 a 0,5 centímetros de espessura.2 Um orifício de 5 centímetros foi o menor encontrado em granito, embora exemplos maiores existam. Em El Bersheh, uma plataforma de rocha calcária foi desbastada (modelada da forma desejada) com retirada de material efetuada por brocas tubulares de 45 cm3. Segundo Petrie, os sulcos circulares que ocasionalmente se intersectam pro­vam que isso foi feito apenas para remover a rocha. Em 1996, uma peça de granito com sulcos espirais em suas porções visíveis foi exposta no Museu do Cairo. Os sulcos apareciam com espaçamento e profundidade uniformes, si­nal óbvio de que foram produzidos por uma broca tubular. Eles não seriam tão consistentes se houvessem sido feitos por pasta abrasiva (uma mistura de areia fina e água que desgastava o material – por exemplo, composto de fric­ção para remover ligeiros arranhados em um revestimento).

Uma broca tubular também foi usada para escavar o sarcófago na câmara do rei da Grande Pirâmide. A despeito do polimento no produto acabado, mar­cas de brocas tubulares foram deixadas no topo, do lado de dentro do sarcófago em seu lado leste. A julgar pelo raio do corte, menor que 5 cm, os pedreiros fize­ram numerosos orifícios, cada qual com vários centímetros de profundidade.

Perto da Esfinge, nos lintéis sobre as portas do Vale do Templo, uma bro­ca tubular foi usada para perfurar o granito. Evidências de brocas tubulares ainda são visíveis na maior parte das entradas do templo. Uma teoria é que esses furos eram usados para segurar no lugar eixos verticais que giravam e funcionavam como dobradiças de portas.

A broca tubular é um método especializado que provavelmente não teria sido desenvolvido sem a necessidade de orifícios grandes. Além disso, fabri­car uma broca forte o suficiente para perfurar granito não é uma tarefa sim­ples nem primitiva. Petrie acreditava que, para criar uma ferramenta capaz de remover rocha dura, as brocas tubulares de bronze eram equipadas com pon­tas de pedras preciosas. É claro que isso indica que mineração, metalurgia e confecção de brocas, para não falar em gerações de experiência com materiais abrasivos e técnicas de fabricação rotatórias, devem ter ocorrido muito tempo antes das estruturas no planalto de Gize terem sido erigidas.

Serras de pedra

Os antigos egípcios também usavam serras de pedra. Um exemplo disso está em Gize, onde blocos de basalto foram cortados para serem usados como pedras de pavimentação. Evidências desse uso podem ser observadas no lado leste da Grande Pirâmide. Pedras de pavimentação foram colocadas sobre blo­cos de calcário, que eram ajustados previamente à rocha-mãe subjacente. Aparentemente, os blocos foram nivelados depois de terem sido colocados no solo. Eram irregulares em espessura e, algumas vezes, arredondados na face inferior. Olhando de perto um corte abandonado, onde o trabalhador come­çou a cortar no lugar errado, vê-se que o corte é bem definido e paralelo à su­perfície (veja figura 4.2 na p. 90 – abaixo). A qualidade dessa incisão requer que a lâmina seja segurada firmemente enquanto o corte é efetuado. Existem vários outros pontos onde “cortes extras” como esse são visíveis. Cerca de 9 metros a norte desses blocos, há vários outros com cortes quase idênticos.

FIGURA 4.2. EM CIMA: BLOCOS DE PEDRA DE GIZE; EMBAIXO: DETALHE DAS MARCAS DE SERRA.

Em outra área próxima, há longos cortes de serra em rocha muito dura. Na maioria dos casos, os cortes são consistentes, lisos e paralelos. Não há si­nal de “vacilação da lâmina”, que acontece quando uma serra longa e ma­nual começa a cortar um material duro. Uma possibilidade é que a lâmina era mantida no lugar firmemente pela rocha sobre ela. O sarcófago na câma­ra do rei da Grande Pirâmide foi cortado com uma serra bem grande, medin­do, talvez, 2,4 ou 2,7 m. Marcas deixadas pelo seu uso foram descobertas e descritas por Petrie. Ele também descreveu um erro de corte perceptível. A serra trabalhou fora da marca vários centímetros antes que os operários no­tassem e removessem a serra. Uma marca esverdeada nos lados do corte, bem como grãos de areia deixados no sulco, indicam que as serras eram fei­tas de bronze.4

FIGURA 4.3. ARTEFATO N. 6 DE PETRIE.

Petrie estudou numerosos exemplos de alvenaria em pedra. Entre os itens mais incomuns estava o artefato n. 6, um pedaço de diorito ostentando sulcos de arcos circulares, regulares e equidistantes, e paralelos um ao outro. Embora os sulcos estivessem quase que completamente apagados por poli­mento abrasivo, ainda eram levemente perceptíveis. De acordo com Petrie, a única explicação viável para isso é que eles tenham sido produzidos por uma serra circular.

O corte de materiais duros pelo uso de substância macia, como cobre, madeira e chifre, com um pó duro aplicado a ela, tem sido um método comum ao longo da história. Bastões preparados dessa maneira eram usados para des­bastar a rocha, quando esfregados sobre sua superfície. Na falta de uma expli­cação melhor, muitos presumem que os egípcios empregassem esse método. Mas, embora ele fosse suficiente para o alabastro e outras rochas macias, Pe­trie argumenta que os primeiros egípcios não usaram essa técnica com rochas mais duras. Sugere que o corte e a modelação da rocha dura como o granito, o diorito, o basalto etc., eram feitos com ferramentas de bron­ze, dotadas de pontas cortantes, bem mais duras do que o quartzo com o qual se trabalhava. O material dessas pontas ainda é indeterminado; mas apenas cinco substâncias são possíveis: berilo, topázio, crisoberilo, corindo ou safira, e o dia­mante. O caráter do trabalho certamente parece apontar para o diamante como a jóia de corte; e somente as considerações de sua raridade em geral e sua ausên­cia no Egito interferem com essa conclusão, o que faz com que o material mais provável seja o duro corindo não cristalizado.5

Em suas observações a respeito dos métodos mecânicos dos egípcios, Petrie concluiu que eles eram familiarizados com jóia de corte muito mais dura que o quartzo, e usavam essa jóia como um buril afiado. Das tigelas de diorito com inscrições da quarta dinastia, das quais ele encontrou fragmentos em Gize, às marcas no granito polido da era ptolomaica, em San, Petrie não tinha dúvida de que os confeccionadores desses objetos usaram serras e bro­cas complexas. Os hieróglifos eram gravados com uma ferramenta de corte preciso. Não raspados ou triturados, mas entalhados com contornos bem de­finidos. O fato de que algumas linhas tinham apenas 0,016 centímetro de lar­gura é evidência de que a ponta da ferramenta devia ser muito mais dura do que o quartzo e rija o bastante para não lascar as bordas de um sulco de ape­nas 0,0125 centímetro de largura. Petrie e sua equipe não hesitaram em acei­tar que as linhas que eram entalhadas na rocha dura foram conseguidas com ferramentas de ponta de pedras preciosas.

Além disso, os cortes de serra nas superfícies de diorito, com espessuras que chegam a 0,025 centímetro, são mais prováveis de terem sido produzidos por pontas de pedras preciosas afixadas em uma serra do que por fricção de um pó solto. Os profundos sulcos são quase sempre regulares, uniformes em profundidade e equidistantes. Embora nenhuma lâmina com ponta de pedras preciosas tenha sido encontrada até hoje, os cortes de serra nessas superfícies constituem evidência quase irrefutável de que os egípcios usavam serras com pontas de pedras preciosas.

Os olhos dos faraós

As técnicas sofisticadas não se limitavam aos artefatos de pedra. Outros traba­lhos de precisão e brilhantismo artístico também eram realizados nos prepa­rativos para funerais. Todos conhecem o modo extravagante com que os egípcios sepultavam os mortos, com provisões para a vida após a morte. Entre os bens dos túmulos se incluíam também estátuas, esculpidas para represen­tar com realismo as pessoas que honravam. Algumas dessas estátuas possuíam olhos realmente notáveis, confeccionados de tal modo que parecem seguir o observador que passa diante delas. Exemplos dessas estátuas, da quarta e da quinta dinastias (2575-2323 aec), estão expostos no Louvre, em Paris, e no Museu Egípcio, no Cairo.

Uma outra estátua ostentando esses olhos de estilo incomparável, a está­tua Ka [Estátua que abrigava a alma do morto, segundo os antigos egípcios. (N. da T.)] do faraó Auib-rê Hor, apareceu na décima terceira dinastia do Médio Império, entre 1750 a 1700 AEC. Outras estátuas foram descobertas em mastabas em Saqqara. Do mesmo modo que a produção dos inigualáveis artefatos em pedra, a manufatura desses olhos mágicos desapareceu da civilização egíp­cia depois da décima terceira dinastia.6

FIGURA 4.4. O “ESCRIBA SENTADO” – DE UMA TUMBA DA QUINTA DINASTIA EM SAQQARA.

FIGURA 4.5. A ESTATUA DO PRÍNCIPE RAHOTEP, DA QUARTA DINASTIA, É UM EXEMPLO CARACTERÍSTICO DOS OLHOS.

Durante o final dos anos de 1990, Jay Enoch, da Escola de Optometria da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e Vasudevan Lakshminarayanan, da Escola de Optometria da Universidade do Missouri, em St. Louis, recria­ram os atributos óticos desses “olhos de faraó”, para compreender melhor suas propriedades únicas. Para comparação, e para estimar o suces.so do seu trabalho, eles fotografaram o “escriba sentado”, uma estátua descoberta em Saqqara e datada de 2475 aec, em exposição no Louvre.

Enoch e Lakshminarayanan observaram que a área frontal dos olhos era composta de um tipo muito duro de cristal de quartzo adaptada a uma cór­nea plana de excelente qualidade ótica. A íris era pintada para parecer com a íris humana viva. No centro, na parte de trás da lente da córnea, uma peque­na e côncava curvatura era perfurada com broca ou raspada para correspon­der à abertura da pupila do olho humano. Isso formava uma lente côncava de alto poder de refração negativa. As superfícies frontais da córnea possuíam poder de refração positiva, mas muito mais fraca do que o elemento do fun­do. Uma resina era usada para unir a lente à parte branca do olho. O fundo da lente da córnea tinha duas zonas óticas. Uma era periférica e plana; a ou­tra, uma pronunciada curvatura negativa. As duas eram centradas uma na outra. Ambas eram centradas na área frontal da superfície da córnea, que ti­nha uma curvatura convexa, ou positiva, possivelmente para formar um ele­mento multifocal.

Usando uma pilha de arruelas colocadas sobre papel branco, Enoch e Lakshminarayanan criaram um modelo de simulação da parte frontal dos olhos. Sobre as arruelas, uma lente esférica de 20 dioptrias foi posicionada a 1,875 centímetro acima do orifício. À igual distância, foi suspensa acima disso uma lente esférica maior (26 dioptrias). As distâncias a partir do plano das ar­ruelas para cada lente eram menores do que a distância focal de ambas as len­tes. Então, se um observador girasse de 40 a 60 graus em qualquer direção em relação às lentes, os orifícios (pupilas) pareceriam deslocar-se junto com o observador. Nesse sentido, Enoch e Lakshminarayanan criaram um modelo que simulava a magia dos olhos dos faraós.7

Em seu modelo, eles observaram que o encurtamento no meridiano de rotação em torno do orifício das arruelas (a pupila do olho) era maior quando visto através de lentes côncavas mais potentes. Em outras palavras, se o obser­vador se desloca para o lado, a abertura se torna mais elíptica na aparência, com a largura do orifício decrescendo na direção da rotação crescente. Eles também descobriram que esse efeito não era percebido perpendicularmente à direção da rotação pelo observador – o bem conhecido efeito cosseno. Segun­do Enoch e Lakshminarayanan, o mesmo efeito de encurtamento é pronta­mente observado e fotografado nas estátuas egípcias.

De acordo com seus resultados, tanto a superfície frontal quanto a pos­terior das lentes egípcias contribuem para o movimento da pupila percebido enquanto o observador gira em torno da estátua. Além disso, o movimento será na mesma direção. Nesse sentido, a pupila parece acompanhar o movi­mento do observador e se torna progressivamente encurtada na direção do movimento do observador. Do mesmo modo que as estátuas egípcias, o movi­mento percebido causado pelo elemento posterior é mais significativo e dife­rente das qualidades prismáticas normais das lentes. O efeito combinado das duas lentes é maior do que o de cada uma das lentes sozinha.

Enoch e Lakshminarayanan concluíram que esse efeito ótico de “acom­panhar” presente nos olhos das estátuas foi duplicado no laboratório e re­gistrado, embora não muito bem exibido em suas fotografias (esse efeito, facilmente notado pelo observador, foi difícil de fotografar). Surpreendente­mente, as antigas lentes egípcias eram de qualidade superior às das cópias. Em sua análise final, Enoch e Lakshminarayanan concluíram que, por causa da qualidade do desempenho e da complexidade do projeto, é altamente du­vidoso que as lentes usadas para recriar a estrutura do olho nas antigas está­tuas egípcias fossem as primeiras lentes criadas, a despeito do fato de terem 46 séculos de idade.8

Os caixões de granito de Serapeum

A nordeste da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara, há uma galeria de túmulos construídos em um túnel escavado na rocha, dedicada ao touro Ápis. O geógrafo grego Estrabão (63 AEC – 22 EC) escreveu, depois de visitar o Egito, que os touros Ápis eram enterrados numa câmara subterrânea, chamada Serapeum, no final de uma alameda pavimentada ladeada por 140 esfinges de pedra. O local está constantemente sendo enterrado pela areia levada pelo vento e era de difícil acesso mesmo na época de Estrabão. Durante séculos, esses túmulos estiveram perdidos; então, em 1850, um francês de 29 anos, Auguste Mariette, encontrou a cabeça e as patas de uma esfinge de pedra projetando-se da areia.

FIGURA 4.6. CAIXÃO DE GRANITO DO SERAPEUM.

No interior do Serapeum, câmaras com tetos de quase 7,5 metros de al­tura e pisos 1,5 metro mais baixos do que o piso principal foram escavados em ambos os lados do corredor principal. Essas salas abertas eram o local em que os maciços sarcófagos para os touros Ápis antigamente ficavam. Cada sar­cófago era esculpido de um único bloco de granito, e cada tampa pesava mui­tas toneladas. Vários desses sarcófagos ainda existem dentro do Serapeum.

Em 1995, Dunn, munido com uma régua de marceneiro de altíssima precisão, inspecionou as faces interna e externa de dois sarcófagos. A tampa de 27 toneladas de um dos sarcófagos, e a superfície interna do caixão de gra­nito em que ela se apoiava, tinham uma precisão de 0,000125 centímetro. Ele também verificou que os cantos tinham a precisão de 0,39 cm.12 Segundo Dunn, reproduzir a precisão dos caixões de granito de Serapeum seria extre­mamente difícil mesmo hoje em dia. As superfícies lisas, perfeitamente planas e os cantos que se ajustavam sem folga deixaram-no pasmo. O caixão de gra­nito encontrado na Grande Pirâmide tem as mesmas características que os de Serapeum. Entretanto, esses caixões pertencem à décima oitava dinastia, mais de mil anos depois do que se supõe ser o declínio da alvenaria em pedra no Egito. Uma vez que sua datação é baseada nos utensílios encontrados por perto e não nos próprios caixões, Dunn acredita que seja razoável especular que os caixões não foram corretamente datados. A forma como a pedra foi trabalhada neles deixou marcas de um método de fabricação cuidadoso e no­tável. Isso é inequívoco e irrefutável. Ele acredita que os artefatos que mediu no Egito “são a ‘prova do crime’, a evidência irrefutável de que existiu uma civilização no Egito Antigo mais desenvolvida do que a que nos é ensinada. Essa evidência encontra-se talhada na pedra”.13

O depoimento de um engenheiro mecânico perito

Aqueles de nós que não são engenheiros ou mecânicos só podem imaginar a dificuldade e a habilidade em planejar e construir os itens de alta precisão descritos. Christopher Dunn, um supervisor sênior na Danville Metal Stamping, em Illinois, tem estado às voltas com técnicas de construção e de produ­ção por quase trinta anos e está bem qualificado para comentar sobre as dificuldades da precisão. A maior parte de sua carreira foi passada no trabalho com maquinaria que fabrica componentes de precisão para motores a jato, e incluía métodos não convencionais como processamento a laser e usinagem por descargas elétricas. Embora não seja egiptólogo, arqueólogo ou historia­dor, é fascinado pelas evidências deixadas para trás pelos egípcios. Ele visitou o Egito diversas vezes, estudou muitos dos artefatos desconcertantes, e che­gou à conclusão de que existia um sistema de manufatura avançado no Egito Antigo. Segundo Dunn, há evidência de outros métodos de fabricação não convencionais, além de práticas mais sofisticadas no uso convencional da ser­ra, do torno e da fresadora. Dunn diz: “Sem dúvida, alguns artefatos que Petrie estudou foram produzidos em tornos”.9 Também há evidências de marcas claramente definidas deixadas pelo torno em algumas tampas de sarcófago (caixão de pedra).

Dunn acredita que a Grande Pirâmide encabece uma longa lista de arte­fatos que foram mal compreendidos e mal-interpretados ao longo dos anos pelos arqueólogos. Eles desenvolveram teorias e métodos baseados numa coleção de ferramentas a partir das quais se esforçam para reproduzir até mesmo os mais simples aspectos do trabalho egípcio. Segundo Dunn, o Museu do Cairo contém evidências suficientes, se adequadamente analisadas, para pro­var que os antigos egípcios usavam métodos altamente sofisticados de fabri­cação, a despeito do fato de que essas ferramentas ainda não foram encontradas. A coleção do museu relativa ao Antigo Império (2650-2152 aec) é repleta de vasos, tigelas, caixões com tampa e estátuas – cinzelados em xisto, diorito, granito e obsidiana – que desafiam respostas simples de como esses antigos escultores trabalhavam a dura rocha vulcânica com tamanha precisão. Por vá­rias gerações, o foco concentrou-se na natureza das ferramentas de corte em­pregadas. Entretanto, enquanto ele estava no Egito, em fevereiro de 1995, Dunn descobriu evidências que levantam a seguinte questão: “o que guiava a ferramenta de corte?”10

O torno é o pai de todas as máquinas operatrizes que existem. Como foi discutido anteriormente, Petrie descobriu evidências que demonstravam não só que os tornos eram usados, mas também que eles desempenhavam tarefas consideradas impossíveis sem o emprego de técnicas altamente espe­cializadas, como cortar raios esféricos côncavos e convexos sem lascar o material.

De acordo com a teoria tradicional, os antigos egípcios usavam ferra­mentas de cobre forjado nas pedreiras e no cinzelamento. Tendo trabalhado com cobre em muitas ocasiões, inclusive com cobre forjado, Dunn acha essa ideia ridícula. É certo que o cobre pode se tornar mais resistente ao ser gol­peado repetidamente ou até ao ser curvado. Entretanto, depois de uma dureza específica ser alcançada, o cobre começa a rachar e a se partir. É por isso que quando se está trabalhando com cobre, ele deve ser periodicamente recozido ou amaciado, para mante-lo coeso. Entretanto, a despeito da dureza da força do cobre forjado, ele não é capaz de cortar granito. A liga de cobre mais resis­tente que existe é a cobre-berílio. Não há evidências que sugiram que os anti­gos egípcios a possuíssem. Se o fizeram, ainda assim ela não seria dura o suficiente para cortar granito. De acordo com os historiadores tradicionais, o cobre era o único metal disponível na época da construção da Grande Pirâmi­de. Consequentemente, segue-se que todo trabalho derivou da habilidade no uso desse metal básico. Dunn acredita que há algo mais por trás dessa histó­ria, e que pode ser errado supor que o cobre era o único metal à disposição dos antigos egípcios.

Um fato pouco conhecido a respeito dos construtores das pirâmides é que eles também trabalhavam com ferro. De acordo com Giza: The Truth, de Ian Lawton e Chris Ogilvie-Herald, em 1837, durante as escava­ções de Howard Vyse, uma chapa de ferro, de 30 por 10 centímetros e cerca de 0,30 centímetro de espessura, foi descoberta presa no cimento num dos poços que conduzem à câmara do rei. A chapa de ferro estava enfiada tão fun­do na alvenaria que precisou ser removida pela detonação de duas camadas mais superficiais de pedra. Depois da remoção, ela foi despachada para o Mu­seu Britânico junto com certificados de autenticidade.

Ferramentas primitivas descobertas em escavações arqueológicas são consideradas contemporâneas dos artefatos encontrados. Contudo, durante esse período da história do Egito, esses artefatos foram produzidos em abun­dante quantidade, sendo que nenhuma ferramenta que pudesse explicar sua criação sobreviveu. Segundo Dunn, as ferramentas encontradas não podem ser explicadas em simples termos e não representam inteiramente o “estado de arte” evidente nos objetos. As ferramentas exibidas pelos egiptólogos como instrumentos para a criação de muitos desses incríveis artefatos são fisica­mente incapazes de reproduzi-los. Depois de ter visto essas maravilhas da engenharia, e, então, ser-lhe mostrada uma coleção trivial de ferramentas de cobre no Museu do Cairo, Dunn ficou estupefato e frustrado.11

Fonte: O Egito antes do Faraós, Edward F. Malkowski, Editora Cultrix, São Paulo-SP, 2010, pp. 85-98.

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Uma usina de força geomecânica

Posted by luxcuritiba em março 23, 2012

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A crosta terrestre consiste de um número de peças em movimento, nove grandes placas tectônicas e outras doze menores, que estão sempre colidindo ou se afastando. A pressão aumenta nas zonas de falhas e acaba sendo aliviada. Percebemos esse alívio de pressão como uma vibração maciça, um terremoto. As propriedades mecânicas das rochas que as ondas sísmicas atravessam ao deslocarem-se, rapidamente organizam essas ondas em dois tipos. As ondas de compressão, também conhecidas como primárias ou ondas “P”, propagam-se mais rápido, numa velocidade que varia de 1,5 a 8 km por segundo na crosta terrestre. As ondas transversais, também conhecidas como secundárias ou ondas “S”, propagam-se mais devagar, normalmente a 60 ou 70% da velocidade das ondas P. As ondas P fazem o solo vibrar na direção em que se propagam, ao passo que as ondas S o fazem vibrar perpendicular ou transversalmente à direção da propagação. Embora as frequências reais das ondas sísmicas estejam abaixo do alcance da audição humana, é possível escutá-las quando se acelera um sismograma gravado. Tipicamente, as ondas P, de alta frequência, são seguidas pelo som grave e prolongado das ondas S, de baixa frequência.

Em consequência da constante colisão das placas terrestres, terremotos bem pequenos ocorrem continuamente. Só percebemos os grandes. O significado disso é que a Terra vibra o tempo todo e possui sua própria frequência fundamental. Seria possível captar essas vibrações com um objeto que respondesse de acordo com a frequência fundamental da Terra.

Se um dispositivo fosse concebido de modo que sua própria frequência de ressonância fosse a mesma que a da Terra, ou se estivesse em harmonia com ela, teria o potencial de se tornar o que é chamado de oscilador conjugado – um objeto que está em harmônica ressonância com outro objeto vibrante, normalmente maior. Quando colocado para funcionar, o oscilador conjugado pode captar energia terrestre e vibrar junto com ela harmonicamente, desde que a Terra continue a vibrar nessa frequência. Desse modo, pode-se transferir energia terrestre com eficiência.

O que Dunn descobriu é que a Grande Pirâmide, que cobre uma vasta área, está em ressonância harmônica com as vibrações da Terra, e funciona como uma trompa acústica para captar e canalizar as vibrações terrestres. Depois de analisar a estrutura interna da pirâmide, ele também concluiu que suas passagens e câmaras foram projetadas para maximizar a produção sonora.

Ao criar pulsos alternados no topo da pirâmide e na câmara subterrânea – uma característica que todas as pirâmides egípcias têm — a estrutura poderia ser posta para funcionar. Uma vez que a vibração da pirâmide estivesse combinada com a da Terra, a transferência de energia da Terra continuaria até que o processo fosse revertido. Chris Dunn explica precisamente como isso era conseguido por meio da estrutura interna da pirâmide. Tudo que seria necessário, então, seria um sistema que pudesse fazer uso dessa energia.14

Um gerador de eletricidade (a câmara do rei)

O cristal de quartzo tem uma reação peculiar quando é submetido à vibração. Conhecido como efeito piezoelétrico, a vibração comprime o cristal alternadamente, gerando corrente elétrica (esse princípio é empregado em microfones, por exemplo). O cristal de quartzo não cria energia; ele apenas converte um tipo de energia em outro. De fato, serve como um transdutor. O interessante é que a câmara do rei foi construída com granito de Assuã, que contém 55% ou mais de cristais de quartzo de silício. Então, nesse sentido, a câmara do rei é um transdutor.

A evidência disso é contundente. Acima da câmara do rei há cinco fileiras de vigas de granito, 43 ao todo, cada uma pesando mais de 70 toneladas. Cada camada de granito é cortada réta e paralelamente em três dos lados, e deixada rústica na parte superior, e é separada das outras por espaços grandes o suficiente para uma pessoa rastejar por eles. O resultado disso é que cada viga de granito pode vibrar se submetida a uma quantidade de energia adequada. Se ajustadas à mesma frequência, as outras vigas igualmente vibrariam na mesma (ou harmônica) frequência que a primeira viga. Além disso, se a frequência da fonte, o som recebido, combinasse com a frequência natural da viga, então, a transferência de energia poderia ser maximizada e o mesmo aconteceria com a vibração das vigas.

Para aumentar a capacidade de ressonância das 43 vigas de granito com a frequência da fonte, seria preciso que a frequência natural das vigas fosse a mesma, ou harmônica à frequência da fonte. Para obter esse resultado, as vigas teriam de ser desbastadas até atingirem a frequência desejada. O princípio aqui é o mesmo do diapasão. Diapasões grandes ressoam em baixas frequências e, os pequenos, em altas frequências. Para fazer com que as vigas de granito vibrassem na mesma frequência seria preciso que todas elas tivessem, de um modo geral, a mesma forma e o mesmo peso. E isso é precisamente o que as evidências observáveis indicam. Os construtores da câmara trabalharam nas laterais brutas das vigas antes de instalá-las, removendo protuberâncias e escavando buracos. Com efeito, elas foram “afinadas”. Testes acústicos confirmam que as vigas de granito vibram na frequência fundamental. Na verdade, a própria câmara reforça essa frequência ao produzir frequências dominantes. A câmara cria um acorde em fá sustenido, que se acredita estar em harmonia com a vibração natural da Terra.

Testes acústicos no interior da câmara do rei também revelaram que o aposento inteiro encontra-se “solto” dentro da alvenaria de calcário. O piso de granito assenta-se sobre o calcário “corrugado”; as paredes são suportadas externamente e mergulham 12,5 centímetros abaixo do piso. O resultado final é que todo o aposento é livre para vibrar com eficiência máxima e está pronto para converter as vibrações da terra em eletricidade. A vibração do cristal contido no granito cria um campo elétrico, mas para recolher essa energia é necessário um meio de transferência, que era fornecido pelo resultado dos processos químicos na câmara da rainha, com o emprego de hidrogênio. Na presença de um campo elétrico, o hidrogênio se torna excitado — atomicamente falando, seus elétrons expandem sua órbita em torno do núcleo. Quando se força os elétrons de hidrogênio a voltar ao seu estado de repouso (original), a energia que eles conservam precisa ser liberada, e com equipamento apropriado para recolher e concentrar a energia, ela poderia ser usada em algum dispositivo (pesquisas recentes têm investigado esse tipo de produção de eletricidade para aplicação em laptops e em próteses, embora outros meios sejam mais eficientes do que o hidrogénio para o uso nos dispositivos diminutos atuais).

Curiosamente, o próprio caixão no interior da câmara do rei vibra na frequência de 438 hertz – em sincronismo com o aposento. Tudo o que é necessário é energia suficiente para fazer vibrar as vigas e ativar suas propriedades piezoelétricas.15

O ressoador (a Grande Galeria)

A chave para fazer a câmara do rei vibrar é a estrutura ou dispositivo que concentra as vibrações recebidas através da pirâmide — justamente o propósito da Grande Galeria. Trata-se de uma área encapsulada, com ressoadores instalados em encaixes ao longo de toda sua extensão. Um ressoador é um objeto com dimensões específicas escolhidas de modo a permitir a oscilação interna ressonante das ondas acústicas de frequências específicas. A vibração ressoa dentro da cavidade do objeto para produzir som propagado pelo ar a uma certa frequência, que é baseada no tamanho da cavidade. Molduras de madeira foram construídas para abrigar os ressoadores da Grande Galeria, dispostos no chão e no teto, com as extremidades das molduras ajustadas aos encaixes retangulares escavados no calcário. Quando os ressoadores estavam em seus lugares, provavelmente não era possível caminhar pela galeria, por causa do equipamento e de seus apetrechos. O papel dos ressoadores era o de converter e concentrar as vibrações em som propagado pelo ar.

De acordo com Dunn, o desenho da galeria, seus ângulos e superfícies, refletem o som e o direcionam para a câmara do rei. Quando o som é canalizado para a cavidade de granito ressoante, força as vigas de granito do teto a oscilarem e, por sua vez, as vigas acima delas começam a ressoar também, harmonicamente. Em resultado disso, uma maximização de ressonância é obtida e todo o complexo em granito se torna uma vibrante massa de energia. O desenho específico da Grande Galeria foi projetado para transferir a energia captada pela enorme área da pirâmide para a câmara do rei ressoante.

Embora seja necessária uma confirmação de um engenheiro acústico para corroborar que a Grande Galeria refletiria o som da maneira proposta, Dunn foi capaz de extrapolar outras informações acerca de dispositivos acústicos que já não estão mais no lugar. Ele teoriza que a Grande Galeria abrigava ressoadores que convertiam as vibrações conjugadas da Terra e da pirâmide em som propagado pelo ar. Os 27 pares de encaixes nas rampas laterais da galeria poderiam ter contido o conjunto de ressoadores. O que seria uma boa explicação para a existência dos encaixes, cuja existência sempre constituiu um mistério. Se a função deles era a de responder às vibrações da Terra, então, deveriam ser similares a um ressoador Helmholtz (veja fig. 6.3), um dispositivo atual que tem uma função similar.

Um ressoador Helmholtz responde a vibrações e maximiza a transferência de energia de uma fonte vibradora. Trata-se de uma esfera oca com uma abertura redonda entre um décimo e um quinto do seu diâmetro, geralmente de metal, mas que pode ser feita de outros materiais. O tamanho da esfera determina a frequência em que ela ressoa. Se a frequência do ressoador está em harmonia com sua fonte, retirará energia da fonte e ressoará numa amplitude maior.

Figura 6.3. Diagrama do Dispositivo Ressoador.

A teoria de Dunn é que cada ressoador do conjunto da Grande Galeria era equipado com vários ressoadores do tipo Helmholtz, afinados em diferentes frequências harmônicas. Cada ressoador na série respondia a uma frequência mais alta do que a anterior, e ampliava a frequência das vibrações vindas da Terra. Para conseguir isso, os antigos cientistas precisariam reduzir as dimensões de cada ressoador sucessivamente, e também reduzir a distância entre as duas paredes. Na verdade, as paredes da Grande Galeria se estreitam sete vezes, do chão até o teto. Em sua base, os ressoadores eram presos nos encaixes da rampa. Ao longo da segunda camada da parede chanfrada há uma ranhura entalhada na pedra, sugerindo que os ressoadores eram mantidos em seus lugares e posicionados ao serem antes instalados nos encaixes da rampa. Pinos encravados na ranhura mantinham-nos no lugar. Os suportes verticais para os ressoadores provavelmente eram feitos de madeira, uma vez que esse material é um dos que respondem a vibrações de maneira mais eficiente.

O Museu do Cairo guarda alguns dos mais notáveis artefatos em pedra da civilização egípcia. Segundo Dunn, a julgar pela forma e as dimensões de alguns desses vasos, provavelmente são os ressoadores do tipo Helmholtz usados na Grande Pirâmide. Um desses itens, um cântaro, tem uma trompa presa a ele. Outro cântaro não tem as alças normalmente usadas em um vaso doméstico, mas apêndices laterais que mais parecem munhões. Tais munhões seriam necessários para manter o cântaro preso em um ressoador. Um fato pouco divulgado a respeito desses artefatos é que foram encontrados trinta mil deles em câmaras debaixo da pirâmide escalonada de Djoser.16

Um filtro acústico (a antecâmara do rei)

A antecâmara da câmara do rei tem sido objeto de muita preocupação e discussão. A despeito de suas pequenas dimensões, 2,7 metros de comprimento, por 2,7 metros de altura, por 1,06 metro de largura, é um dos aposentos mais incomuns na pirâmide. Em comparação com todo o resto da construção, é rústico — a superfície dos blocos de pedra não são polidas, nem niveladas. Na parede sul, acima da entrada para a câmara do rei, há quatro ranhuras verticais que correm da entrada até o alto da câmara. Ao longo das paredes leste e oeste há dois lambris (revestimentos) de granito, de diferentes alturas. O do lado leste tem 2,6 metros de altura; o do lado oeste tem um pouco mais de 2,75 metros. Três ranhuras foram escavadas nos lambris de granito da parede oeste, começando na extremidade sul da câmara, medindo aproximadamente 0,45 metro de largura. No alto de cada ranhura há um rebaixo semicircular, como suportes para uma vara ser pendurada atravessando o aposento. Entretanto, uma vez que não há rebaixes feitos nas ranhuras do lado leste, qualquer viga hipotética teria de se apoiar no alto.

Alguns pesquisadores aventaram a hipótese de que uma série de lajes de pedra foram deslizadas para suas posições após o corpo de Quéops ser sepultado. Os rebaixes semicirculares feitos nos lambris de granito suportavam as vigas de madeira que serviram como guindastes para baixar os blocos. Segundo Dunn, eles não estavam muito longe da verdade.

Os antigos egípcios precisavam concentrar um som de frequência específica na câmara do rei, o que requereria um filtro acústico entre a Grande Galeria (o ressoador) e a câmara do rei. Colocando defletores no interior da antecâmara, as ondas sonoras que vinham da Grande Galeria seriam filtradas quando a atravessassem. Somente uma única frequência, ou harmônica dessa frequência, passaria para a câmara do rei. O resultado disso seria que ondas sonoras de interferência não seriam capazes de entrar na câmara do rei e reduzir a produção.

Para explicar os sulcos semicirculares visíveis no lado oeste da antecâmara e a superfície plana do lado leste, Dunn especula que quando os defletores foram postos no lugar, receberam uma afinação final. Girando as cames, o eixo descentralizado levantou ou abaixou os defletores até que a produção do som estivesse maximizada. Uma vez “afinadas”, o eixo que suspendia os defletores seria fixado no lugar num pilar situado na superfície plana dos lambris na parede oposta.17

A passagem ascendente

Já que um sistema vibrante pode acabar destruindo a si próprio, uma maneira de controlar a energia da vibração também é necessária. Uma delas é abafar o sistema; a outra é contra-atacar com uma onda de interferência que anule a vibração. Amortecer fisicamente a vibração seria impraticável, considerando a função da Grande Pirâmide como uma máquina. Entretanto, o amortecimento nem sempre é necessário, ao contrário das necessidades de amortecimento de uma ponte, por exemplo. Reduziria a eficiência da máquina, e envolve provavelmente partes móveis, como os abafadores num piano.

Anular o excesso de vibrações usando uma onda sonora defasada como interferência seria a escolha lógica. A passagem ascendente é a única estrutura dentro da Grande Pirâmide que contém os dispositivos (“tampões” de granito) que podem ser acessados diretamente do exterior. Dunn se refere a eles como dispositivos pela mesma razão que também chama as vigas de granito acima da câmara do rei de dispositivos. Tanto em seu projeto como na confecção de tais itens, houve exagero, se levarmos em conta seu suposto uso. Calcário teria sido suficiente para manter os ladrões afastados. Então, por que usar granito?

Dunn estudou-os e chegou à conclusão de que eles desempenhavam dois papéis cruciais. Primeiro, o de fornecer feedback para os operadores da usina de força, respondendo ao som que estivesse sendo gerado dentro da Grande Galeria, e passando através da passagem ascendente. Segundo, devem ter sido capazes de responder a vibrações do equipamento da passagem descendente e transmitir as ondas sonoras defasadas como interferência a fim de evitar que as vibrações atingissem níveis destrutivos. É claro que os operadores deviam usar sensores de vibração ligados ao tampão de granito do fundo com o objetivo de monitorar o nível de energia lá dentro. Isso explica não só a lógica dos construtores ao escolher o granito, mas também os meios que os antigos egípcios usavam para controlar o nível de energia do sistema. Dunn também especula que dirigindo um sinal da frequência correta para a passagem descendente, os operadores poderiam preparar o sistema. Segundo sir Flinders Petrie, as faces adjacentes dos blocos tinham um acabamento ondulado (mais ou menos 0,75 cm). Parte do granito ainda se encontrava cimentada ao chão, prova indiscutível de que os tampões de granito foram posicionados enquanto a Grande Pirâmide estava sendo construída.18

A caixa de granito na câmara do rei

Depois de transformar a energia mecânica em energia elétrica, é necessário um meio através do qual a eletricidade possa fluir e ser utilizada. O mais provável é que, quando a usina estava em operação, a câmara do rei estivesse cheia não de ar, mas com um meio gasoso que pudesse ressoar com o sistema inteiro, maximizando, assim, a produção. O hidrogénio, átomo responsável pela emissão da radiação de micro-ondas no universo, e também o mais simples dentre todos os elementos, satisfaria essas necessidades. Seus átomos, com um único elétron, absorveriam a energia com mais eficiência. As frequências elevadas que adentrassem a câmara do rei vindas da Grande Galeria excitariam o hidrogénio gasoso a níveis mais elevados de energia. Em outras palavras, ele absorveria essa energia eficientemente, já que cada átomo responderia em ressonância com essa recepção.

A vibração das vigas de granito convertia a energia sonora, por meio do efeito piezoelétrico dos cristais de quartzo de silício, em ondas de rádio de alta frequência, que eram absorvidas pelos átomos de hidrogênio. Isso acontece porque o único elétron no átomo de hidrogênio é induzido a aumentar sua distância do próton, o que constitui um estado não natural. Quando o elétron, por fim, retorna ao seu estado normal, libera energia. Ele também pode ser estimulado a retornar ao seu estado normal por meio de um sinal de entrada, que é uma quantidade de energia da mesma frequência. O resultado disso é que o sinal de entrada continua seu caminho, depois de estimular a emissão do átomo de hidrogênio, e leva embora a energia liberada.

Na Grande Pirâmide, o duto norte servia como um condutor para o sinal de entrada de micro-ondas. Ele foi construído para passar através da alvenaria, da face norte da pirâmide até a câmara do rei. Esse sinal de entrada de micro-ondas podia ser recolhido pela superfície externa da pirâmide e conduzida pelo condutor de ondas. A superfície original do revestimento de pedra da pirâmide, que era liso e ligeiramente côncavo, pode ter sido tratado de modo a recolher ondas de rádio da região de micro-ondas que está constantemente bombardeando a Terra do espaço. Segundo Dunn, o condutor de ondas que conduz à câmara tem dimensões que se aproximam muito do comprimento de onda da energia de micro-ondas, que é de 1.420.405.751,786 hertz. Essa é a frequência de energia emitida pelo átomo de hidrogénio no universo. Isso certamente ajuda a explicar a chapa de ferro dourado que foi descoberta enfiada no calcário perto do duto sul. Revestir os dutos com chapas de ferro dourado os tornaria condutores muito eficientes tanto para o sinal de entrada quanto para a energia produzida.

A caixa de granito do interior da câmara do rei é um componente importante do sistema. Dunn acredita que ela ocupava uma posição entre os condutores de ondas nas paredes norte e sul. Ela servia como um amplificador do sinal de micro-ondas que chegava à câmara. Para nós, ela é densamente opaca, mas permite que radiação eletromagnética (invisível para nós) passe através dela. A evidência sugere que a caixa de granito podia refratar a radiação eletromagnética que passava através das paredes norte e sul da caixa.

Embora medições precisas sobre as características óticas não tenham sido feitas, as medições realizadas pelo explorador britânico do século XIX Piazzi Smyth demonstram que a superfície da caixa é côncava. Então, quando a caixa de granito estava posicionada no caminho do sinal que chegava do duto norte, e com cristais oscilantes acrescentando energia ao raio de micro-ondas, pode ter servido para ampliar o sinal dentro da caixa quando passava pela primeira parede. Dentro da caixa de granito, o raio ampliado então interagia e estimulava a emissão de energia dos átomos energizados de hidrogênio.

Na câmara do rei, na abertura do duto sul, há um detalhe na parede de granito que lembra muito uma antena corneta, um receptor de micro-ondas. A radiação recolhia mais energia quando passava através da parede oposta da caixa; então, era uma vez mais refratada e concentrada nessa antena corneta. A boca de sua abertura encontra-se seriamente danificada. Devido à sua geometria curva, alguém, no passado distante, achou necessário remover uma parte do granito para retirar o ouro ou o revestimento dourado. Segundo Dunn, o que restou identifica-a de maneira inequívoca como um receptor da energia de micro-ondas que entrava na câmara vinda do condutor de ondas da parede norte.19

O gerador de hidrogênio (a câmara da rainha)

A câmara da rainha está situada no centro da pirâmide, com dois dutos ascendentes que terminam a 12,5 centímetros da parte de dentro da parede da câmara. O explorador britânico do século XIX, Wayman Dixon, descobriu esses dutos em 1872, ao atravessar um bastão na parede. Ele também percebeu que o calcário da região do duto era particularmente macio. Em 1993, pesquisas conduzidas pelo engenheiro de robótica Rudolf Gantenbrink revelaram, como já foi mencionado anteriormente, que as extremidades estavam seladas por blocos de calcário. Obviamente, eles nunca tiveram a intenção de serem dutos de ar.

No final do século XIX, Piazzi Smyth achou importante registrar que havia flocos brancos de argamassa exsudando das juntas dentro do duto. Mais tarde, descobriu-se que se tratava de gesso de Paris, também conhecido como gipso. Ele também notou que a câmara continha um odor acre que fazia com que os visitantes se apressassem a deixar a câmara. Segundo Dunn, tal odor não era resultante de más condições de higiene, mas sim de elementos residuais dos processos químicos que costumavam ocorrer ali.20

Outro fato aparentemente inexplicável é que há sal incrustado nas paredes, e também na passagem horizontal na porção inferior da Grande Galeria, cuja espessura, em alguns lugares, chega a mais de um centímetro. Ironicamente, o sal é um produto natural da reação química necessária para produzir hidrogênio. Foi formado provavelmente quando o gás contendo hidrogênio reagia com o cálcio nas paredes de calcário. Em 1978, o dr. Patrick Flanagan, físico e pesquisador, enviou uma amostra desse sal ao Departamento de Geologia e Tecnologia Mineral do Arizona para análise. Descobriu-se que se tratava de uma mistura de carbonato de cálcio, cloreto de sódio e gipso (gesso de Paris) – precisamente os minerais que resultariam de uma reação química ocorrida na câmara da rainha para obtenção de hidrogênio.21

O nicho chanfrado com um pequeno túnel escavado a uma profundidade de 11,58 metros, que termina numa caverna em forma de bulbo, é outra curiosidade da câmara da rainha. Seu piso plano e nivelado e seu lado esquerdo que forma um ângulo réto quase perfeito, são indícios certos de que era parte da construção original. É provável que tivesse um propósito mecânico. O engenheiro hidráulico Edward Kunkle propôs que fosse parte de uma grande bomba de aríete, que também envolvia outras particularidades do interior da Grande Pirâmide.22

Dunn acredita que a terminação dos dutos, a 12,5 centímetros da câmara, fazia parte do projeto original. Cada duto continha um pequeno orifício que desembocava na câmara, que seria uma maneira de controlar a quantidade específica de fluido que entrava nela. Uma vez que o duto norte apresenta uma mancha escura, os egípcios devem ter usado os dutos para introduzir dois elementos químicos diferentes na câmara da rainha.

O nicho chanfrado do interior da câmara forneceria uma escora para uma torre de evaporação, e pode ter contido também um catalisador. Os elementos químicos eram derramados no piso da câmara e passavam pelo material catalisador.

Dunn procurou o engenheiro químico Joseph Drejewski. Drejewski concordou que duas soluções químicas poderiam ser introduzidas nessa câmara para criar hidrogênio ou amônia em condições ambientes de 26,5 graus centígrados, com variações de 6,5 graus para mais ou para menos. Ele também concordou que o nicho na parede da câmara poderia ter sido usado para abrigar um resfriador ou uma torre de evaporação. Segundo Drejewski, o zinco é a escolha de metal mais comum para criar hidrogénio. Quando tratado com ácido clorídrico, produz hidrogénio gasoso razoavelmente puro, relativamente rápido.23

Apoio adicional à teoria química de Dunn veio em 1993, quando Rudolf Gantenbrink guiou um robô, Upuaut II, pelo conduto sul e descobriu em sua extremidade uma “porta” com acessórios de cobre. A filmagem desse duto, feita pelo robô de Gantenbrink, revelou erosão na porção inferior do duto. As paredes e o piso dele eram extremamente rústicos, e a erosão mostrava estrias horizontais. Também havia sinais de exsudação de gipso nas paredes de calcário. O robô de Gantenbrink chegou a um beco sem saída na parte superior do duto sul, ao encontrar um bloco de calcário com dois misteriosos acessórios de cobre sobressaindo dele.

Foi publicado que uma porta oculta havia sido encontrada dentro da Grande Pirâmide. O que não foi divulgado é que o próprio duto tem apenas cerca de 22,5 cm2. Assim sendo, não era de fato uma “porta”. Especulou-se que os acessórios de cobre seriam ferrolhos para prevenir que o bloco de calcário fosse removido. Entretanto, para Dunn, essa explicação não se encaixa. Por que os construtores da pirâmide desejariam incluir um bloco deslizante em uma área inacessível? E mesmo se desejassem, como isso era ativado?

De acordo com Dunn, os acessórios de cobre parecem eletrodos, que seriam capazes de fornecer uma medida exata de ácido clorídrico para a câmara. Eles poderiam funcionar como uma chave para assinalar a necessidade de mais produtos químicos. Os primeiros exploradores encontraram, nos dutos que levam à câmara da rainha, um pequeno gancho duplo de bronze, um pedaço de madeira e uma esfera de pedra. Por certo tempo, estiveram desaparecidos. Mas, em 1993, reapareceram no Museu Britânico, dentro de uma caixa de charutos, no Departamento de Antiguidades Egípcias. Segundo Dunn, esses itens provavelmente faziam parte do mecanismo que alertava que mais produtos químicos eram necessários.24 Se os dutos serviam para armazenar os produtos químicos, o pedaço de madeira, que parece cedro, junto com o gancho duplo de bronze, devia ficar boiando sobre a superfície do fluido. Ele subia e descia de acordo com o nível de fluido no duto. Quando o duto estava cheio, as pontas faziam contato com os eletrodos, fechando o circuito. Quando o fluido baixava, as pontas se afastavam dos eletrodos, abrindo o circuito, enviando, assim, um sinal para que mais solução química fosse bombeada. Uma vez que o gancho fizesse contato com os eletrodos, a bomba pararia.

Gantenbrink ofereceu-se para atravessar o pequeno espaço na parte inferior da porta com outro robô, mas a oportunidade lhe foi negada. Mais tarde, o engenheiro norte-americano Tom Danley testou o duto sul usando um dispositivo acústico e descobriu que o duto continuava além do bloco de calcário por mais 9 metros. Embora não haja evidências tangíveis do que existe por trás da “porta” de Gantenbrink, o que foi descoberto combina muito bem com a teoria da usina de força.25

Em 1992, o engenheiro francês Jean Leherou Kerisel conduziu testes de radar de penetração no solo* e microgravimetria na curta passagem horizontal que liga a passagem descendente ao poço subterrâneo. Sua equipe detectou uma estrutura sob o piso da passagem. Era possível que se tratasse de um corredor orientado na direção sul-sudeste/norte-nordeste, com o teto na mesma altura da passagem descendente. Também foi encontrado um “defeito na massa”, como Kerisel o classificou, no lado oeste da passagem, 5,5 metros antes da entrada da câmara.26 Essa anomalia corresponde a um duto vertical de pelo menos 4,5 metros de profundidade, com uma seção muito próxima à parede oeste da passagem. Kerisel julgou ter identificado, fora do corredor subterrâneo da entrada da câmara, algo que parece ser um sistema completamente separado do corredor que termina em um duto vertical. Embora possam ser traços de um grande volume de pedra calcária dissolvida, ele suspeita fortemente de que se trata de uma intervenção humana.

O que a descoberta de Kerisel indica é que os dutos de alimentação que chegam à câmara da rainha deviam ser preenchidos com produtos químicos através de um duto vertical ligado a uma câmara subterrânea. Kerisel detectou a anomalia vertical no lado oeste da passagem, que é a mesma orientação dos dutos que chegam à câmara da rainha. Segundo Dunn, não seria de admirar que ao atravessar a “porta” de Gantenbrink fosse encontrado um duto vertical que fosse dar em uma câmara escavada na rocha-mãe. Dunn tampouco ficaria surpreso se cabos ou arames de cobre, que eram ligados aos acessórios de cobre, fossem encontrados por trás da “porta” de Gantenbrink.

A passagem horizontal, o duto e o poço subterrâneo

A longa passagem horizontal que liga a câmara da rainha à Grande Galeria também foi construída em calcário. Seu propósito pode ter sido o de remover umidade residual e impurezas do hidrogênio gasoso, à medida que ele fluísse em direção à Grande Galeria. Na junção onde a passagem horizontal se encontra com a passagem ascendente, existe um ressalto de 12,5 centímetros. Devia haver, provavelmente, uma laje apoiada contra o ressalto, funcionando como uma ponte entre a passagem ascendente e o piso da Grande Galeria, onde há outro ressalto semelhante. O ressalto e a laje deviam impedir que o fluido descesse para a passagem ascendente. Encaixes na parede lateral indicam que devia haver suportes para essa laje. Orifícios teriam de ser perfurados nela para permitir que o gás subisse para a Grande Galeria.

Nessa junção, e em direção a oeste, um orifício leva até o duto. A solução química gasta, saída da câmara da rainha, devia fluir ao longo da passagem horizontal, escorrer pelo duto e para a caverna artificial ou poço subterrâneo, se o duto estava ligado à parte inferior da passagem descendente.27

* Conhecido como GPR (Ground Penetrating Radar). (N. da T.)

Fonte: O Egito antes do Faraós, Edward F. Malkowski, Editora Cultrix, São Paulo-SP, 2010, pp.142-154.

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