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A Grande Pirâmide

Posted by luxcuritiba em março 22, 2012

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Com três câmaras, oito passagens e uma galeria principal, a Grande Pirâmide de Quéops é a mais complexa internamente dentre todas as pirâmides do Egito. A entrada original dá para uma passagem estreita (1,18 m de altura por 1,06 m de largura), que desce 105 metros no leito rochoso e termina em um aposento subterrâneo. Embora grande (14 m x 8,2 m x 3,3 m), esse aposento é rústico e desprovido de inscrições. Já que seu propósito é desconhecido, alguns teorizam que foi projetado para abrigar o sarcófago do rei, mas os construtores mudaram de ideia, abandonaram-no, e construíram o que é referido como a câmara da rainha. Outros teorizam que o plano foi mudado novamente para incluir outra câmara num lugar mais alto na pirâmide que seria, afinal, a câmara do rei.

Segundo o historiador grego Heródoto, o corpo de Quéops foi colocado em uma sala bem no fundo da pirâmide, de maneira que a água de um canal alimentado pelo Nilo transformaria a sala em uma ilha subterrânea. Ninguém sabe se a câmara subterrânea é a sala à qual Heródoto se refere, mas se for, precisaria estar 30 metros mais fundo para ficar no nível do Nilo.9 Heródoto, que viveu 2 mil anos depois de a Grande Pirâmide ser construída, provavelmente estava relatando uma lenda. Nenhuma evidência sugere que essa história seja verdadeira.

Uma passagem ascendente junta-se com a passagem descendente próximo ao nível do solo. É muito estreita (1,18 m de altura por 1,06 m de largura) e sobe num ângulo de 26,5 graus, por 39,30 m. Então, nivela-se num corredor muito pequeno que conduz à câmara da rainha.10 Uma vez que o piso original era escorregadio, corrimãos e rampas de madeira com antiderrapantes de metal foram instalados durante a década de 1940 para tornar a passagem menos difícil. Imediatamente antes da câmara da rainha, o piso da passagem baixa cerca de 30 centímetros.

Fig 6.2. Seção transversal da Grande Pirâmide.

A câmara da rainha é vazia, com paredes de calcário selado com gesso. Seu piso foi deixado sem polimento. O que há de estranho nesse aposento é que há dois dutos de 20 cm2, que a princípio acreditava-se serem dutos de ventilação, que se estendem até o alto da pirâmide. Em 1993, Rudolf Gantenbrink e sua equipe de engenharia descobriram que esses dutos eram vedados nas extremidades por um bloco de calcário. Com essa descoberta, ficou claro que eles faziam parte do projeto original e foram acrescentados ao núcleo da alvenaria, nível após nível, à medida que a pirâmide ia sendo levantada. O duto sul se estende por mais de 18 metros acima do piso da câmara do rei e corre por 25 metros.

Na junção da passagem ascendente com a horizontal está a Grande Galeria – 47,85 metros de comprimento, 8,83 metros de altura e 8,89 metros de largura na parte inferior, com o teto chanfrado. O curioso é que há sete camadas de pedra que levam ao teto chanfrado, justamente como na pirâmide de Seneferu em Meidum.11 A galeria, estranhamente grande, se comparada às outras passagens, sobe até dar em um corredor que leva à câmara do rei.

Da Grande Galeria, uma pequena passagem revestida de granito dá acesso à câmara do rei. Somente engatinhando se consegue atravessar esse túnel. Essa câmara é, de longe, a mais intrigante, construída inteiramente de lajes lisas de granito. Suas paredes são formadas por cinco fileiras de pedra que somam uma centena de blocos de granito. Cada laje pesa 30 toneladas. Não se usou argamassa para uni-los, uma vez que cada peça foi cortada de modo a se ajustar perfeitamente às peças adjacentes. Nove lajes de granito, algumas pesando mais de 50 toneladas, formam o teto.12

Acima do teto, uma série de blocos de granito cortados grosseiramente foram empilhados um sobre o outro. Espaçadores entre as lajes criam cinco compartimentos, referidos como Câmara de Davison, após sua descoberta por Nathaniel Davison.13 Alguns acreditam que essa sala foi planejada dessa forma de maneira a reduzir a pressão exercida pelo peso colossal das pedras acima. Entretanto, a câmara da rainha abaixo, que está sujeita a uma pressão ainda maior, não tem um teto como esse. Embora a pirâmide seja desprovida de inscrições, numa das lajes superiores existe o nome Quéops, que, acredita-se, seja uma marca de pedreira feita por um antigo trabalhador.

Na extremidade oeste da câmara do rei há uma grande caixa vazia, aberta e polida, esculpida em granito. Como a passagem para o aposento é muito estreita para a caixa, ela deve ter sido colocada lá quando a pirâmide estava sendo construída. Se algum dia existiu uma tampa para ela, foi removida do aposento sem deixar vestígios. Jamais foram encontradas partes da tampa, nem mesmo cacos ou fragmentos, em nenhuma das passagens ou câmaras.

Nas paredes norte e sul, dutos de ventilação levam ao exterior da pirâmide. São idênticos, em ângulo e tamanho, àqueles da câmara da rainha. A Grande Pirâmide é única nesse aspecto. Nenhuma outra apresenta tais canais. […]

A ciência da Engenharia Reversa

Teorias sobre o verdadeiro propósito das pirâmides abundam. Com sua planta interna incomum, a Grande Pirâmide, junto com as outras do planalto de Gize, tem sido foco de inúmeras especulações. Existem teses de que as pirâmides teriam sido túmulos, monumentos para comemorar o início da civilização egípcia, templos harmônicos e objetos para atrair energia espiritual. Por mais interessantes que possam ser tais teorias, nenhuma delas explica por completo as evidências visíveis no interior da Grande Pirâmide.

É lógico supor que se muito tempo, esforço e material foram empregados em um projeto tão grandioso como a construção das pirâmides, provavelmente algum benefício era esperado em retorno, pelo menos para o faraó e, possivelmente, para a civilização inteira. Em tempos de guerra, é típico do departamento técnico da inteligência militar desmontar, analisar e remontar equipamentos capturados, a fim de entender como tal item foi feito e como funciona, e para determinar as capacidades técnicas do inimigo. Isso é chamado de “engenharia reversa”, e seu papel é determinar como as coisas funcionam. Embora não seja possível desmontar a Grande Pirâmide, ao longo do tempo, inúmeros pesquisadores contribuíram para a massa de informação acumulada sobre a construção da pirâmide e para o nosso entendimento do que ela poderia significar. A pesquisa da engenharia reversa sobre a Grande Pirâmide compreende o conhecimento de engenharia mecânica.

A Grande Pirâmide é um quebra-cabeça gigante, embora “labirinto” seja um termo mais apropriado. Felizmente, quase todas as peças ainda estão lá. Tudo o que é preciso é que alguém inclinado para o estudo da mecânica das coisas, com alma de “cão farejador”, hábil no ofício de fabricação, conhecedor de máquinas e de projetos, examine a fundo as passagens da pirâmide, suas câmaras, técnicas usadas na construção, materiais e qualquer evidência residual, a fim de determinar qual era o seu propósito. Apenas se conseguir explicar a mistura bizarra de passagens e câmaras como um todo, de um modo abrangente, é que se pode considerar uma análise bem-sucedida. Christopher Dunn, o engenheiro mecânico perito que foi comentado no capítulo 4, é o tal cão farejador. Ao longo de vinte anos, Dunn visitou o Egito várias vezes e aplicou seu conhecimento de máquinas de precisão e técnicas de fabricação a uma análise mecânica da Grande Pirâmide. Mas suas conclusões não são para mentes estreitas.

A reação típica de um fuçador ocasional de livrarias ao título de Dunn, The Giza Power Plant é: “Isso é coisa de biruta” – efeito que é consequência clara de uma instrução tradicional. Entretanto, sua análise e a teoria a que chegou são, de longe, as mais abrangentes que já foram levadas a termo sobre o interior da Grande Pirâmide. Inspirado pela obra de Peter Tompkin, Secrets ofthe Great Pyramid, durante os anos de 1970, Dunn passou os vinte anos seguintes visitando o Egito sempre que podia e aplicando sua perícia mecânica para responder à pergunta: para que a pirâmide era usada? Para Dunn, a disposição das câmaras e passagens apontava para algo mecânico, e o exame das evidências confirmou suas suspeitas. Segundo Dunn, a soma das evidências sugere que a pirâmide era uma estrutura que tinha o propósito de absorver as vibrações tectônicas (uma forma de energia) da Terra e transformá-la em energia elétrica.

Fonte: O Egito antes do Faraós, Edward F. Malkowski, Editora Cultrix, São Paulo-SP, 2010, pp.138-142.

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