A entrada para a pirâmide está situada na face norte, um pouco mais de 16m acima do chão e aproximadamente a 7m à esquerda do centro. Assim, a entrada fica na 19ª carreira das 203 que formam a altura da pirâmide. A entrada torna-se uma passagem descendente num ângulo de 26º28’24”. Esse corredor descendente tem aproximadamente 1,14m de altura e 1m de largura, percorrendo uma distância reta e precisa de pouco mais de 104m. No trecho acerca de 25% do princípio de sua extensão, o corredor atravessa a alvenaria da pirâmide, enquanto que o restante da distância de 78m penetra no alicerce de rocha sobre a qual repousa a pirâmide. Depois o corredor descendente segue horizontalmente por 8,84m, onde por fim se abre numa câmara subterrânea.
Essa câmara fica a cerca de 30m abaixo do nível do solo ou da base da pirâmide, e sua superfície a torna a maior câmara da pirâmide. Mede cerca de 8,23m de comprimento, 14m de largura e 4,27m de altura. O teto e as paredes da câmara não são muito lisos, sendo irregulares em alguns lugares; não obstante, são quadradas e niveladas. Em contraste, o piso é extremamente tosco, e acredita-se que tenha sido deixado incompleto. Pouco antes de a parte horizontal do corredor descendente entrar na câmara subterrânea, há um pequeno nicho cavado no teto e na parede oeste. Conhecido como a pequena antecâmara, supõe-se que os pedreiros pretendiam que a câmara subterrânea começasse naquele ponto. Tendo aparentemente mudado de idéia, os pedreiros continuaram o corredor pro mais uns metros, até onde está agora a câmara subterrânea.
A entrada da câmara está no canto leste inferior da parede norte. Diretamente em linha com ele, na parede sul, há outro corredor horizontal menor, de apenas 74cm de lado e medindo mais de 16m de comprimento. Esse corredor é chamado de Corredor Sem Saída do Sul, pois termina abruptamente, sem levar a lugar algum.
Há uma teoria segunda a qual os pedreiros da pirâmide teriam cortado um poço no piso na parte leste da câmara subterrânea. Esse poço tem 1,90m de lado, estendendo-se por uma profundidade de 2m, e nesse ponto passa a ter 1,37m de lado e continua por mais 1m de profundidade. O Coronel Vyse mandou que esse poço fosse escavado até uma profundidade de cerca de 11m, em busca do sarcófago de Quéops. Vyse mandou aprofundar esse poço porque os escritos de Heródoto mencionam a existência de uma câmara secreta em que Quéops está enterrado sob a câmara subterrânea. Originariamente, pretendia-se que a escavação fosse a uma profundidade de mais 15m, porém ela foi paralisada quando não se descobriu nada à profundidade de 11m. Esse fosso é hoje conhecido como “O Poço”, termo que depois foi usado para designar todo o conjunto subterrâneo.
A teoria mais aceita quanto à função da câmara subterrânea é que originariamente destinava-se a ser a câmara funerária. Possivelmente devido a vários motivos – um dos quais pode ter sido um ambiente sufocante e fisicamente insuportável, no qual se devia escavar as séries de câmaras necessárias, bem como a possibilidade das enchentes – as escavações podem ter parado. O arquiteto então pode ter formulado o projeto revolucionário de integrar as câmaras e seus corredores no próprio corpo da pirâmide, e em diferentes níveis, em vez de no nível subterrâneo contemporâneo. Isso explicaria o aspecto inacabado do conjunto subterrâneo.
A possibilidade de se abandonar o trabalho nos dá uma explicação racional de por quê a câmara subterrânea tem o aspecto de estar de cabeça para baixo – isto é, a parte superior das paredes e o teto estão revestidos, enquanto o chão foi largado num estado tosco. Isso também explicaria a técnica de construção dos pedreiros da Grande Pirâmide, segundo a qual, escavando uma grande superfície oca, eles a terminavam preparando primeiro o teto, descendo de uma a uma das paredes e por fim preparando o piso. Esse raciocínio é bastante lógico, pois seria necessário mais trabalho se o piso fosse concluído primeiro, tendo os trabalhadores um trabalho árduo para remover o entulho tirado do teto e das paredes.
Vale a pena mencionar outra possibilidade para o estado do conjunto subterrâneo. Parece que o gênio dos arquitetos egípcios e construtores dos túmulos faraônicos se desenvolveu devido à necessidade de lograr os ladrões de túmulos, desse modo impedindo que eles tivessem acesso às cavernas sepulcrais contendo a múmia e seus tesouros. Quando foi construída a Grande Pirâmide, os arquitetos conceberam a idéia de lograr os ladrões despendendo o tempo, esforço e fundos necessários para cavar até à rocha, desse modo escavando um tosco conjunto de câmaras. Esse aposento, toscamente terminado, assim pareceria ter sido abandonado, e os ladrões de túmulo que conseguissem entrar seriam então levados a crer que a pirâmide nunca fora concluída internamente, e que portanto não existia nenhuma múmia nem tesouro.
A esperteza dos pedreiros da Grande Pirâmide é evidente no fato de terem ocultado a entrada para o corredor ascendente no teto do corredor descendente, a quase 30m da entrada da pirâmide. O corredor ascendente tem um ângulo de inclinação igual ao do corredor descendente, a saber, 26º28’24”. Os primeiros 5m do comprimento do corredor ascendente são bloqueados por três tampas de granito de 1,82m, comprimidas umas contra as outras. Esses blocos de granito vermelho foram provavelmente cortados de pedras boleadas, e devido ao propósito a que eram destinados, como tampos, não eram preparados meticulosamente.
Há uma teoria que diz que originariamente os tampos eram na verdade colocados a alguma distância, um atrás do outro, e que havia mais vários outros, de calcário, de que não temos provas hoje, colocados por trás das tampas de granito, estendendo-se pelo comprimento total de cerca de 38m do corredor ascendente. Essa teoria surgiu devido a um fragmento de granito vermelho cimentado ao piso do corredor ascendente, encontrado por Sir W. M. Flinders Petrie. Ele verificou que esse fragmento de granito, a cerca de 0,60m de distância encaixava-se com a extremidade quebrada da terceira ou última tampa de granito. Além disso, Petrie viu um espaço entre os dois tampões de granito que media aproximadamente 10 cm. Esses tampões de granito e calcário podem ter sido deslocados de sua posição fixa durante um terremoto, fazendo com que deslizassem uns por cima dos outros. As provas da existência dos tampões de calcário provêm da história já citada dos trabalhadores de Al Mamoun que escavaram em volta dos tampões de granito e depois encontraram tampas de calcário, que eles fragmentaram em pedaços maleáveis e depois retiraram.
O corredor acima dos tampões de granito mede aproximadamente 1m de largura por 1,12m de altura. É revestido de calcário branco muito polido, em toda a sua extensão de 33m, onde termina, num cruzamento.
Nesse cruzamento um corredor horizontal de quase 39m de comprimento e cerca de 1m de lado termina no canto inferior leste da parede norte da Câmara da Rainha, que mede quase 6m de comprimento por pouco mais de 5m de largura. Parece que as paredes são de blocos de calcário, outrora muito bem-acabados. O piso da Câmara da Rainha é toscamente acabado, como se um camada de pedras polidas tivesse de ser depositada sobre ele. Essa câmara fica diretamente debaixo do vértice da pirâmide, no nível da 25ª carreira.
O teto da câmara é construído de blocos de teto inclinados num ângulo de aproximadamente 30º30′. A altura total até o topo do teto, desde o piso da Câmara da Rainha, é de pouco mais de 6m. Esses blocos ultrapassam a largura da câmara, estendendo-se pela alvenaria da pirâmide mais de 3m de cada lado. Eles funcionam principalmente como cachorros, reduzindo o peso real sobre as paredes da câmara e desviando o peso estrutural da massa da pirâmide acima da Câmara da Rainha.
Há um vão na parede leste da câmara, chamado de “O Nicho”. Esse nicho tem pouco mais de 4,5m de altura, 1,5m de largura na base e pouco menos de 0,90m de profundidade na parede. Seu desenho em modilhões de quatro superposições reduz a largura do nicho para 0,45m.
As características mais interessantes da Câmara da Rainha são dois canais de ventilação. Foi o Sr. Waynman Dixon quem descobriu esses canais de ventilação, em 1872, um na parede norte e outro na parede sul. Eles originariamente não eram cavados nas paredes da câmara, pois uma pedra de cobertura de 12,70cm teve de ser quebrada para expor a boca de cada canal de ventilação. Eram esculpidos num bloco da parede e sua boca fora fechada abruptamente, deixando 12,70cm de espessura no bloco da parede.
Acredita-se que esses canais de ventilação da Câmara da Rainha nunca tenham sido usados, pois não havia acesso a eles. Depois que as bocas desses canais de ventilação foram abertas, quebrando-se os blocos da parede, verificou-se que formavam um retângulo de aproximadamente 21,59cm por 20,32cm. Ambos os canais seguem por mais de 1,80m antes de virarem para cima, para as faces da pirâmide.
Voltando ao ponto de cruzamento, um exame mais detalhado revela que o acesso ao corredor que leva à Câmara da Rainha podia estar coberto por uma parte do piso da Grande Galeria, que poderia começar no degrau que terminava o corredor ascendente. Conjetura-se que quando o corredor de entrada foi construído, levando a um poço verticalmente descendente, escavado perto do ponto de cruzamento, foi retirada uma parte do piso da Galeria, expondo o corredor para a Câmara da Rainha. Esse fosso vertical foi denominado “o Poço” e tem uma abertura de mais de 0,90cm de diâmetro.
John Greaves, no século XVII, explorou o poço e encontrou chanfraduras, umas opostas às outras, nos lados do poço. Ele desceu cerca de 18m no poço, valendo-se dessas chanfraduras, até onde o poço se alarga – o que é hoje chamado de “a Gruta” – situada exatamente na primeira carreira.
Quase um século depois, o Capitão G. B. Caviglia, analisando os mistérios do Poço, descobriu-o acidentalmente. Ele conseguiu descer 38m abaixo da Gruta, onde verificou que ele estava obstruído principalmente por pedras e areia. O ar era tão rarefeito naquele nível que a respiração tornava-se difícil e as velas tremulavam.
Caviglia achou que o Poço e o corredor descendente podiam se cruzar, e por isso resolveu desobstruir o corredor descendente de depósitos de entulho acumulados em milênios. Achou que parte desde entulho podia ser explicado pelas escavações do pessoa de Al Mamoun, que preferia jogar as pedras pelo corredor descendente a carregá-las para fora da pirâmide.
Num ponto cerca de 15m antes do corredor descendente se nivelar, Caviglia notou uma pequena abertura na parede oeste do corredor descendente, levando a um buraco. Sua curiosidade quanto ao buraco levou-o a escavá-lo mais profundamente. Depois de cavar um pouco, ele notou o cheiro de enxofre, e ocorreu-lhe que isso poderia ser devido aos pedaços de enxofre que ele queimara antes, procurando purificar o ar no Poço. Encorajado, ele cavou mais, removendo as últimas obstruções do Poço, e quando retirou o entulho viu que tinha não só escavado o Poço, como ainda descoberto onde ele se juntava ao corredor descendente.
Ao mesmo tempo Caviglia também desvendou outro mistério, a ser acrescentado à lista já longa dos mistérios da Grande Pirâmide. Quem escavou o Poço – e por que? A teoria mais óbvia para explicar a finalidade do Poço era a de ser um túnel para os ladrões de túmulo. Por mais plausível que pareça ser essa teoria, à primeira vista, os especialistas não a podem aceitar com facilidade devido a certas características do Poço.
O cruzamento do Poço com o corredor descendente – e, por outro lado, sua junção com o corredor horizontal, corredor ascendente e a Grande Galeria, junto com sua Gruta – indica que o Poço não poderia ter sido cavado pelo ladrões de túmulo, pois foi cuidadosamente construído, nesses pontos.
O ramo final no ponto de cruzamento, a Grande Galeria, embora à primeira vista parecesse ser uma câmara, numa análise posterior revelou-se como uma simples continuação do caminho estabelecido pelo corredor ascendente. A Grande Galeria segue por quase 49m no mesmo ângulo de inclinação que o corredor ascendente. Mede quase 1,80m de largura, e sua estrutura de 8m, em modilhões, lhe dá um esplendor inigualado. A distância entre as paredes é reduzida a 1m em sete degraus superpostos contendo um total de 36 lajes de calcário polido.
O piso da Galeria tem um corredor central de cerca de 60cm de largura. Ao longo de cada parede há uma rampa que segue por toda a extensão da Galeria. Cada rampa tem cerca de 46cm de largura e 60cm de altura, contendo 27 buracos ou fendas retangulares, compridos e curtos, alternadamente, em sua superfície superior. Essas fendas têm profundidades que variam de 20,32m a 27,97m, e faltam tres das fendas originais. Acredita-se que essas fendas desaparecidas fossem cavadas num pedaço de pedra preparada, que cobria a entrada ao corredor horizontal da Câmara da Rainha. Essa pedra pode ter sido quebrada e considerada entulho, nos séculos anteriores. As conjeturas sobre o propósito da Grande Galeria são muitas, e são tratadas no próximo capítulo.
A Grande Galeria termina no que se chama de Grande Degrau, que é uma pedra imensa, de 1m de altura, formando uma plataforma de aproximadamente 1,80m por 2,43m. Esse Grande Degrau, ao que se avalia, deve estar centrado em linha com o vértice e a Câmara da Rainha, estando colocado na 50ª carreira.
Partindo do Grande Degrau há um corredor horizontal de 1m de lado e pouco mais de 1,20m de comprimento, que leva a um pequeno aposento chamado de “Antecâmara”. A Antecâmara tem cerca de 2,74m de comprimento, 1,52m de largura e 3,66m de altura. As paredes internas são revestidas de granito vermelho polido.
A apenas 60cm da entrada da Antecâmara está pendurada uma folha ou laje de granito, suspensa a 1m do chão. Foi descrita com precisão pela primeira vez pelo Professor Greaves, que a chamou de “Folha de Granito” porque a palavra “folha” lhe lembrava uma porta de correr nas eclusas de canais.
A Folha de Granito na verdade é composta de duas pedras, uma sobre a outra, que se encaixam em sulcos em cada parede da câmara. Esses sulcos não se estendem até o chão, parando aproximadamente a 1,16m dele. Cada folha de granito é uma laje de cerca de 1,52m de largura, 0,61m de altura e 0,40m de espessura. Há um espaço, entre a Folha de Granito e a parede norte da câmara, de quase 56cm. O espaço entre o teto da câmara e a Folha de Granito é de quase 1,52m. Três outros sulcos nas paredes da câmara têm 55cm de largura e se estendem pelo piso da mesma.
A construção da Antecâmara indica aos egiptólogos que não era na realidade uma câmara, e sim um sistema muito complexo de portas de correr que bloqueava completamente qualquer entrada possível à câmara “mortuária”, que fica além.
Ludwig Borchardt, egiptólogo alemão, mais ou menos no princípio do século, concedeu a interessante idéia de que poderia ter sido usado um sistema de roldanas para selar a entrada da Câmara do Rei, por meio de grandes lajes de granito. Georges Goyon, egiptólogo francês, acrescentou a esta teoria a hipótese de que o corredor poderia ser ainda mais obstruído e selado.
Uma característica interessante, relativa aos mistérios da pirâmide, é uma pequena “bossa” na pedra superior da Folha de Granito. Essa bossa é uma pequena protuberância, de 2,54cm de espessura e em forma de ferradura. Poderia ter o propósito de indicar a medida-padrão da menor unidade de medida do pedreiro da pirâmide – a polegada da pirâmide? O tamanho dessa bossa, de 5 polegadas (12,70cm) por 5 polegadas, dá 25, que é o número exato e polegadas num cúbito da pirâmide. Mais confirmação dessa teoria no fato de que a bossa esta a 1 polegada (2,54cm) à esquerda do verdadeiro centro da Folha de Granito, e que está a 5 polegadas acima das junções entre as folhas. Os estudiosos menos aventurosos explicam essa bossa como uma simples projeção deixada na folha com o propósito de levantá-las; e projeções semelhantes são encontradas nas pedras em toda a pirâmide.
Outro corredor baixo que leva da Antecâmara, alinhado exatamente com o corredor que entra na Antecâmara, e com o mesmo tamanho de 1,16m de lado, segue por quase 2,58m e abre para a Câmara do Rei. O comprimento da Câmara do Rei é de pouco mais de 5m, sua largura o dobro de seu comprimento, sua altura de cerca de 5,80m. Toda a câmara é construída de granito e seu volume cúbico foi calculado como o dobro do da Câmara da Rainha. A situação da Câmara do Rei dentro da Pirâmide propriamente dita é de cerca de 9m ao sul do vértice e seu comprimento enquadra a linha central do vértice numa proporção de dois terços leste para um terço oeste.
Há um sarcófago – também chamado cofre ou caixa – perto do canto das paredes oeste e norte. Devia à sua localização desusada, com relação aos sarcófagos em outras pirâmides, que são localizados mais no centro, em suas câmaras, quase todos os peritos são de opinião que esse cofre tenha sido mudado de sua posição original, em alguma época. Como no piso não há marcas que indiquem de onde o cofre teria sido removido, é impossível recolocá-lo em posição. Acredita-se que o cofre tenha sido cavado de um imenso bloco de granito vermelho, sendo o seu interior perfurado e cinzelado. Foi construído com tal perfeição que, batendo-se nele com a mão, ainda dá um som claro, de campainha.
O cofre está colocado ao comprido, atravessando na largura da câmara. O tamanho externo dele é de cerca de 2,30m de comprimento, pouco mais de 0,90m de largura e cerca de 1,16 de altura; enquanto as medidas internas são: comprimento, cerca de 1,98m; largura, mais de 0,60m. sua profundidade interna é de pouco menos de 0,90m, o que indica que a espessura de seus lados é de pouco menos de 0,15m e a espessura do fundo pouco mais de 0,15m. O sarcófago é polido e liso, tanto por dentro quanto por fora, sendo totalmente desprovido de hieróglifos. No entanto, há quem pense que sob a superfície no fundo será encontrada uma longa inscrição hieroglífica, depois que se conseguir levantar o suficientes o peso imenso para se ver debaixo do fundo. Uma grande parte de um de seus cantos foi quebrada. Há indícios de que tenha sido cortada uma prateleira nas bordas superiores do cofre; isso significa que teve uma tampa, um dia, que só poderia ter sido colocada de uma das extremidades e fixada por três pinos embutidos. Essa tampa parece ter-se perdido para sempre. Alguns egiptólogos supõem até que o cofre pode ter sido, outrora, belamente esculpido e, confirmando os escritos de Heródoto de que Quéops foi um rei desprezado, declaram que o povo pode ter despojado a Pirâmide dele e polido seu sarcófago, apagando todas as inscrições, e fazendo o mesmo com todas as paredes da Pirâmide, profanando seu túmulo o mais possível e desse modo erradicando todo o conhecimento sobre ele!
O teto da Câmara do Rei é uma série de cinco imensas plataformas de granito, colocadas em espaços, um sobre a outra, com uma sexta e última plataforma construída de blocos de teto inclinados semelhantes aos do teto da Câmara da Rainha. (Ver Ilustrações nºs 58, 59.) Essa construção de teto em muitas camadas é chamada de “as Câmaras de Construção”. É possível que a construção específica desse teto se destinasse a reduzir muito a possibilidade de um desmoronamento devido ao peso imenso sobre a Câmara do Rei.
Nathaniel Davison, no verão de 1965, descobriu e examinou a Câmara de Construção inferior. Estava à procura de galerias secretas, corredores ou câmaras secretas dentro da Pirâmide, e quando estava no alto da Grande Galeria notou que vinham ecos de algum lugar ao alto. Investigando o que poderia ter causado o eco, ele avistou um buraco retangular de cerca de 0,60m de largura no teto da Galeria, onde ela se juntava à parede. Realizando o feito hercúleo de alcançar o buraco, quase inatingível, entrou nele, rastejando por 7,60m até uma câmara que era apenas ligeiramente mais alta, mas ainda não permitia que ele ficasse de pé. Sua largura e comprimento revelaram-se depois iguais aos da Câmara do Rei. Ele investigou o chão dessa câmara achaparrada e notou que era formado por nove lajes de granito toscamente talhadas e chegou à conclusão de que estava na trave do teto da Câmara do Rei.
Depois fez uma segunda descoberta assombrosa: o teto acima de sua cabeça era formado e outra série de lajes de granito construídas de modo semelhante ao da construção de baixo. Não encontrou tesouro nem sinais de um corredor secreto, mas seus esforços foram recompensados, pois deram áquele espaço o nome de “Câmara de Davison”.
O Capitão Caviglia, aparentemente convencido de que descobriria um aposento secreto, resolveu abrir um túnel até à parede sul da Câmara de Davison. Isso não deu resultado algum e ele desistiu. Seus esforços foram seguidos pelos do Coronel Richard Howard-Vyse.
O Coronel Vyse mandou escavar o piso diante do Nicho da Câmara da Rainha, não encontrando nada a não ser uma velha cesta. Tornando a tapar o buraco, ele mandou que seus trabalhadores cavassem a parede dos fundos do próprio Nicho, o que também não revelou descoberta alguma. Depois o coronel resolveu investigar meticulosamente a Câmara de Davison, mas seu pessoal não conseguiu alargar eficazmente uma fresta encontrada no teto. Vyse então usou a pólvora, abrindo o caminho para cima, o que lhe deu acesso à segunda Câmara de Construção, logo acima da Câmara de Davison.
Analisando essa nova câmara, Vyse descobriu que o piso era formado de 8 blocos de granito, formando o teto da Câmara de Davison. O teto da segunda câmara era formado de 9 blocos de granito. O Coronel Vyse resolveu continuar em seu percurso para cima e encontrou uma terceira Câmara de Construção, com 9 blocos de teto de granito, uma quarta Câmara de Construção, com 8 blocos de teto, e uma quinta e última Câmara de Construção. Essa última câmara não tinha um teto chato, mas sim um teto em “crista”, formado de 8 lajes de granito, inclinadas umas para as outras, formando uma crista no teto. Todas as câmaras têm uma distância aproximada de 0,90m entre elas, com exceção da quinta câmara, que tem um teto em crista permitindo que a pessoa fique de pé. (Ver ilustração nº 38.)
Tendo a primeira Câmara de Construção estabelecido o precedente, recebendo o nome de Davison, seu descobridor, o Coronel Vyse então deu às segunda, terceira, quarta e quinta Câmaras de Construção os nomes de General Arthur Wellington, Almirante Horatio Nelson, Lady Ann Arbuthnot e Coronel Patrick Campbell, respectivamente.
Vyse descobriu ainda as marcas de tinta vermelha-ocre nas quatro Câmaras de Construção superiores, discutidas no capítulo anterior.
O Coronel Vyse tem a seu crédito ainda outra descoberta notável, com relação aos dois canais de ventilação na Câmara do Rei. Se bem que fosse na verdade o Professor John Greaves quem identificou as duas aberturas de 0,23m nas paredes norte e sul da Câmara do Rei, como sendo possivelmente canais de ventilação, esses canais só foram verificados positivamente quando um assistente de Vyse localizou as extremidades desses respiradouros nas respectivas faces da Pirâmide. vyse foi quem descobriu esses respiradores, permitindo que mais ar livre circulasse na Câmara do Rei.
Fonte: As profecias da pirâmide, Max Toth, Editora Record, 1979, Rio de Janeiro, RJ, pp. 185-199.
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