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Dentro da Câmara do Rei

Posted by luxcuritiba em fevereiro 19, 2012

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Dunn diz que as marcas de ferramentas no interior do sarcófago de granito da Câmara do Rei indicam que quando o granito foi escavado, fo­ram feitos cortes preliminares, mais grosseiros, fazendo-se furos no ma­terial ao redor da área a ser removida. Segundo Petrie, esses furos de broca foram feitos com uma broca tubular, deixando um núcleo central que deve ser retirado após a execução do furo. Depois que todos os furos foram fei­tos e que todos os núcleos foram removidos, Petrie deduz que o sarcófago foi trabalhado manualmente até se chegar à dimensão desejada. Mais uma vez, os operários que trabalharam nesse bloco específico de granito dei­xaram que as ferramentas os ludibriassem, e os erros resultantes ainda podem ser encontrados no interior do sarcófago da Câmara do Rei:

No interior, a leste, vê-se o resto de um furo feito com broca tubular, pois a broca foi inclinada para o lado, e não utilizada verticalmente. Eles se esfor­çaram para polir aquela parte, e tiraram dela 2,5 milímetros; mas ainda deixaram a lateral do furo com 2,5 milímetros de profundidade, 75 milímetros de comprimento e 33 milímetros de largura; o fundo localiza-se a uns 21,5 centímetros abaixo do topo original do sarcófago. Eles cometeram um erro similar no interior ao norte, mas de consequências menos graves. Há vestí­gios de linhas horizontais de desbaste no interior oeste.

Diz Dunn:

Os erros observados por Petrie não são incomuns em oficinas modernas, e devo confessar que eu mesmo os cometi algumas vezes. Diversos fatores podem estar envolvidos na criação dessa condição, embora eu não consiga visualizar nenhum deles como fruto de operação manual. Mais uma vez, enquanto aplicavam a broca ao granito, os operários cometeram um erro antes de conseguir detectá-lo.

Vamos, por um momento, imaginar que a broca estava sendo aplicada ma­nualmente. Até que profundidade eles conseguiriam perfurar o granito antes da broca ter de ser removida para que pudessem limpar o furo? Seriam capa­zes de perfurar 21,5 centímetros de granito antes de remover a broca? Para mim, é inconcebível atingir tal profundidade com uma broca manual sem a retirada frequente dessa ferramenta para limpar o furo, ou sem se conseguir remover os detritos durante a operação da broca. Portanto, é possível que a retirada frequente da broca revelasse o erro, e que eles percebessem a direção seguida pela broca antes de avançar 5 milímetros sobre a lateral do sarcófago, e antes do furo ter uns 21 centímetros. Dá para perceber que a mesma situa­ção ocorreu com a broca e com a serra? Temos duas operações em alta veloci­dade, com erros cometidos antes que os operários tivessem tempo de evitá-los. Embora se negue que os antigos egípcios conheciam a roda, as evidências provam não só que eles a possuíam como também tinham uso mais sofisti­cado para ela. A evidência do trabalho com torno é nitidamente visível em alguns artefatos catalogados no Museu do Cairo, bem como nas peças estu­dadas por Petrie. Duas peças de diorito da coleção de Petrie foram identifi­cadas por ele como fruto de trabalho em um torno.”

Dunn observa que Petrie não disse como inspecionou os trabalhos, se usando instrumentos de metrologia, microscópio ou a olho nu. Ele tam­bém menciona que nem todos os egiptólogos aceitam as conclusões de Petrie. Em Ancient Egyptian materials and indiustries, o autor, Lucas, levanta objecoes à conclusão de Petrie sobre as ranhuras que teriam sido fruto de pontas fixas com pedras engastadas. Diz ele:

Em minha opinião, admitir o conhecimento do corte de pedras preciosas para se confeccionar dentes, engastando-os em metal para que suportem a pressão do uso intenso – tudo isso em um período antigo da história -, seria mais difícil do que aceitar sua presença pela suposição de seu uso. Mas será que havia mesmo dentes nesses trabalhos, como propõe Petrie? As evidên­cias a favor de sua presença são as seguintes:

(a)  um núcleo cilíndrico de granito sulcado por uma ponta de gravação, com ranhuras contínuas e formando espirais, vendo-se, em uma parte, uma única ranhura com cinco rotações ao redor do núcleo;

(b)  parte de um furo de broca em diorito com dezessete ranhuras equidis­tantes devidas à rotação sucessiva da mesma ponta de corte;

(c)  outra peça em diorito com uma série de ranhuras, feitas a uma profun­didade de 0,25 milímetro em um único corte.

(d)  outras peças em diorito mostrando os sulcos regulares e equidistantes de uma serra;

(e)  dois pedaços de vasilha em diorito com hieróglifos entalhados nela por uma ponta de corte livre, sem aparas ou deslizes.

Mas se um pó abrasivo tiver sido usado com serras e brocas de cobre mole, é bem provável que pedaços de abrasivo tenham penetrado o metal, no qual podem ter ficado por algum tempo; e que tal dente acidental e temporário tenha produzido o mesmo efeito que dentes intencionais e permanentes.13

Lucas especula que a retirada da broca tubular para remover detritos e inserir mais abrasivo no furo tenha criado os sulcos. Essa teoria tem seus problemas. Dunn afirma ser duvidoso que uma simples ferramenta acionada manualmente permaneça em rotação enquanto os operários a retiram do furo. Do mesmo modo, tornar a colocar a ferramenta em um furo limpo com mais abrasivo não exige que a ferramenta gire até chegar à superfície de trabalho. Há ainda a questão do afilamento, tanto do furo como do núcleo. Ambos permitiriam espaço suficiente entre a ferramenta e o granito, criando assim o contato necessário para criar as ranhuras que, de outro modo, seriam impossíveis nessas condições.

Diz Dunn.

O método que proponho explica como os furos e núcleos encontrados em Gize teriam sido feitos. Ele pode criar todos os detalhes que intrigaram Petrie e a mim. Infelizmente para Petrie, o método era desconhecido na época em que ele fez seus estudos, e por isso não deve surpreender que ele não tenha conseguido respostas satisfatórias.

A aplicação de usinagem por ultra-som é o único método que satisfaz plena­mente a lógica, do ponto de vista técnico, e explica todos os fenómenos ob­servados. Usinagem ultra-sônica é o movimento oscilatório de uma ferramenta que desbasta o material, como uma britadeira quebrando o con­creto da calçada, só que mais depressa e de forma não muito visível. A ferra­menta ultra-sônica, vibrando em frequência de 19 a 25 mil ciclos por segundo (Hertz), tem aplicação singular na usinagem precisa de furos de formato diferente em materiais duros e quebradiços, como aço endurecido, carburetos, cerâmicas e semicondutores. Uma pasta abrasiva é usada para acelerar a ação de corte.14

Fonte: A Incrível Tecnologia dos Antigos, David Hatcher Childress, editora Aleph, 2005, pp. 274-277.

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2 Respostas to “Dentro da Câmara do Rei”

  1. […] pedra: evidência de uma cultura preexistente – Usinagem do núcleo de granito por ultra-som – Dentro da Câmara do Rei – A usina de força de Gize – Caixas de granito em túneis […]

  2. […] pedra: evidência de uma cultura preexistente – Usinagem do núcleo de granito por ultra-som – Dentro da Câmara do Rei – A usina de força de Gize – Caixas de granito em túneis […]

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