Radar detecta bolhas de plasma sobre as pirâmides do Egito
Publicado por: luxcuritiba em setembro 27, 2024
As bolhas de plasma são regiões da ionosfera terrestre que se formam em baixas latitudes devido à separação entre áreas de densidades diferentes. Quando uma camada mais densa de plasma se sobrepõe a uma camada menos densa, o resultado é a formação dessas estruturas ocas que podem crescer centenas de quilômetros, e interferir nos sinais de GPS e comunicações por satélite.
No artigo publicado na revista Geophysical Research Letters, é descrita a detecção simultânea de regiões de bolhas de plasma, após o pôr do sol e ao nascer do sol, observadas pelo radar durante uma tempestade geomagnética ocorrida de 4 a 6 de novembro de 2023.
Quando as partículas energéticas provenientes de uma tempestade solar chegam à Terra, elas interagem com o campo magnético, principalmente na região do equador, onde a densidade do plasma é mais alta, causando essas bolhas de plasma equatorial (EPB na sigla em inglês).
O fenômeno ainda não é totalmente compreendido e os pesquisadores não sabem ao certo como isso pode afetar a Terra. No entanto, se sabe que elas podem impactar a comunicação no nosso planeta. Da mesma forma que o clima, as EPBs também mudam de estação para estação, porém influenciadas pela atividade solar. Assim, conseguir prevê-las, em localização, tamanho e tempo, pode ser fundamental para a mitigação de possíveis interrupções sofridas pelos satélites.
Dezenas de bolhas de plasma equatoriais se formam todos os anos nessa região específica. Mas é a primeira vez que uma foi localizada exatamente acima das pirâmides de Gizé. O avanço da tecnologia de radares de longo alcance permitiu a detecção do fenômeno em tempo real pela primeira vez.
A identificação das bolhas de plasma equatoriais foi possível a partir do uso de um radar ionosférico de longo alcance e baixa latitude, chamado de LARID. Seu alcance de detecção é de 9.600 km, uma distância que triplicou em menos de meio ano à medida que o desempenho do sistema melhorou. O equipamento consegue localizar as irregularidades criadas pelo fenômeno em tempo real.
Assim como as transmissões de rádio podem ser enviadas para todo o mundo, fazendo-as refletir contra o plasma da ionosfera, o radar pode ser enviado da mesma maneira. O diferencial do LARID está na capacidade de receber os sinais de volta e interpretá-los com a variação criada por essas bolhas de plasma.
Fonte: https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2024GL109579






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