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A Pirâmide de Quéfren

Posted by luxcuritiba em abril 20, 2008

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CAPÍTULO II

É pouco o que sabemos sobre a pirâmide de Quéfren. Os autores antigos quase não aludiram à segunda pirâmide de Gizé e os arqueólogos lhe prestaram muito pouca atenção.

Vimos que Heródoto diz, no capítulo dedicado a Euterpe, de seus “Nove Livros de História”, que os sacerdotes egípcios “queriam ignorar o nome dos construtores das pirâmides”, e por isso as designavam genericamente como “as pirâmides do pastor Filitis”.

Apesar desta assertiva, narra Heródoto a lenda de Queops, Quéfren e Miquerinos, que teriam construído as três pirâmides, submetendo o povo a brutais sacrifícios, chegando o primeiro deles até a prostituir sua filha para obter fundos adicionais.

Estas referências de Heródoto podem ser consideradas como puramente lendárias, já que não tiveram posterior confirmação arqueológica.

É importante sublinhar a afirmação de Heródoto de que a pirâmide de Quéfren não tem dispositivos subterrâneos; é prova de que o acesso à pirâmide de Queops estava aberto naqueles dias, não estando, por conseguinte, o acesso à de Quéfren. De certo modo, a situação se mantém hoje no Egito, pois a entrada à pirâmide de Queops é livre para todos os turistas, mas não à pirâmide de Quéfren – fechada com corrente e cadeado – e para cuja inspeção se necessita de autorização ministerial.

De qualquer modo que fosse, pouco é o que se esclarece com referência à Segunda Pirâmide segundo as descrições dos historiadores clássicos. Quiçá mais ilustrativos sejam neste aspecto os cronistas árabes. Com relação à primeira pirâmide (ou Pirâmide de Queops; ou Oriental; ou Grande Pirâmide), diz Akbar Ezzeman (Bodleian Library; Oxford): “Na pirâmide oriental foram inscritas as esferas celestes e as cifras representativas das estrelas e dos planetas”. Outro importante manuscrito árabe (Macrisi) completa esta citação com esta breve e importante referência: “A primeira pirâmide foi consagrada à astronomia, e à história; a segunda, à medicina”.

Relativamente a pormenores construtivos, cabe observar que a Segunda Pirâmide é de confecção inferior à da Grande Pirâmide. Disto resultou a parcial sobrevivência, na parte superior, do revestimento calcário. Como é sabido, as três grandes pirâmides de Gizé possuíam quatro faces espetaculares, formadas por cunhas de mármore inseridas sobre os degraus de granito, de modo a formar uma parede completamente lisa. As pirâmides apresentam o aspecto desolado de nossos dias por terem sido arrancados os primitivos blocos do revestimento, que no caso das duas pirâmides de Gizé pesavam umas dezesseis toneladas cada, e totalizavam cerca de 25 mil blocos. É do conhecimento dos arqueólogos (Petrie; Edwards; Clarke) que cada um destes blocos estava talhado e polido em obediência às mais estritas exigências da indústria óptica moderna e, que no caso da de Queops, cada um dos 25 mil blocos era por si mesmo uma obra de fôlego semelhante à do telescópio do Monte Palomar (Califórnia, EUA).

Na pirâmide de Queops, os poucos blocos conservados em sua posição original se salvaram de sua depredação por estarem, desde tempos imemoriais, sepultados sob as dunas da face norte, o que também preservou-os da erosão, podendo hoje ser objeto de estudo científico de alta precisão. Na pirâmide de Quéfren, os blocos, que lhe dão seu aspecto característico na parte inferior, salvaram-se de ser convertidos em cal, precisamente pela má construção dessa pirâmide, cujos blocos de pequeno peso não estão sequer imbricados uns nos outros (como os ossos parietais, de modo que, na “Galeria Ascendente”, a junta aparece como traçada por um lápis de ponta fina), o que determinou desabamentos parciais da edificação, que impediram subir, para saquear os blocos de mármore.

Sem dúvida, o embasamento é de boa construção, e assim como em Queops, está recortado no mármore da meseta. Com estas partes do alicerce e pavimento exterior da Segunda Pirâmide se conservam em bom estado, pôde-se determinar a orientação azimutal até o segundo de arco. Petrie dá os valores comparativos, para as pirâmides de Queops e Quéfren, dos dados azimutais que podem ser apreciados na tabela II (pág. 105). Na citada tabela, pode-se observar que tanto a pirâmide de Queops como a de Quéfren se encontram desviadas ao Oeste do Norte por um ângulo de 5’31”, o que implica que o erro de posicionamento das duas pirâmides é da ordem do segundo de arco. Quer dizer, esta parte da tarefa de construção indica a posse de instrumentos de precisão tão eficazes como os modernos. Um teodolito geodésico dá erros da ordem do segundo, que é necessário interpolar – com o ajuste da curva de Gauss – para a obtenção de erros abaixo do segundo de arco. Sobre os teodolitos de agrimensura, nem é preciso fazer comentários. O paralelismo destas duas direções é prova concreta do movimento do pólo. Não tendo nós possuído a indicação da pirâmide de Quéfren, os arqueólogos atribuíram um erro de 5’31’ na orientação do meridiano indicado pela pirâmide de Queops, aos “necessários” erros dos antigos construtores. Dada a extraordinária precisão dos valores observados, a hipótese mais aceitável é que esta antiga agrimensura se efetuou com dispositivos de microondas (“Maser”, e seus equivalentes) (Cf. “Goniometria”, pág. 101 item Cf. “Apêndice”: “Análise estatística da goniometria egípcia”).

A entrada da Segunda Pirâmide se encontra na face Norte, e ao nível da areia do deserto na atualidade. O acesso se efetua por uma galeria estreita, pela qual é necessário descer com o auxílio das mãos. No término do primeiro lance, inverte-se o sentido da galeria, que, sem deixar de descer, chega à câmara do Belzoni, assim chamada por ter sido o arqueólogo italiano o primeiro a descer por ela, na época moderna. Uma inscrição com alcatrão na parede da câmara testifica em italiano: “Eu, Belzoni, fui o primeiro homem que entrou nesta câmara. 1818”.

A reversão do segundo lance da galeria de descida apresenta um certo perigo, pois é necessário deixar-se cair de vários metros de altura. É uma pequena artimanha dos antigos construtores egípcios. No interior da câmara, o ar é seco, e a temperatura elevada, o que prova a excelente ventilação desta pirâmide – semelhante à de Queops.

Para o lado ocidental da câmara, encontra-se o sarcófago, que Belzoni encontrou destampado, dispersos pela câmara os restos de sua tampa. Neles encontrou Perring vestígios de resina dos primitivos lacres. Como em outros sarcófagos, a tampa deslizava sobre guias.

Quando visitei esta pirâmide, em 1962, constatei que o sarcófago jazia arrombado ao lado de um fosso cavado no piso da câmara. A explicação desta desordem, é que primitivamente o sarcófago esteve enterrado ao nível do solo da câmara, e os arqueólogos o desenterraram na busca de tesouros que poderiam haver sob ele. É lamentável a falta de respeito por estas antiquíssimas e valiosas estruturas, inexplicável em homens dedicados ao estudo da arqueologia. A este respeito é oportuno recordar que quando Petrie levantou com gruas – para estudos metrológicos – o sarcófago de Queops, marcou com giz a posição primitiva (88) a fim de voltar a colocá-lo em seu lugar exato.

As dimensões exteriores da pirâmide de Quéfren (88) são, em metros egípcios (= Metro Absoluto):

Altura        136,69
Base        205,62
Ângulo        53º10′

As medidas da Câmara de Belzoni, em côvados egípcios:

1º comprimento        20,00
2º comprimento        7,00
Profundidade        9,50
1ª altura        10,00
2ª altura        12,00

Estas são as medidas com precisão até o centímetro e, como se pode ver, são “números redondos”. As duas alturas referem-se a que a câmara tem o teto de duas águas.

As seguintes, são as medidas interiores do sarcófago, em côvados egípcios:

Largura        4,0000
Profundidade    1,2600
Altura        1,3969

A grande precisão destas medidas deve-se à exatidão do polimento deste sarcófago, que conjuntamente com o de Illahum é uma amostra do entalhe de precisão egípcio que chegava ao normalizado, de nossas modernas normas ópticas.

Assim como o Capítulo XXI do Apocalipse está dedicado à interpretação metrológica da Grande Pirâmide, o Capítulo XI se refere à Pirâmide de Quéfren. Por ora – dados os escassos conhecimentos biológicos atingidos por nossa civilização – o citado texto do Apocalípse nos resulta impenetrável, pelo qual limitar-me-ei a citar a parte metrológica que, como o leitor poderá verificar, guarda estreita relação com o Capítulo XXI, onde também há alusão ao Metro Absoluto (“medida de uma cana de ouro para medir a cidade, e suas portas, e seu muro”). Começa assim:

“1) E me foi dada uma cana semelhante a uma vara, e disse-me: Levanta-te e mede o Templo de Deus, e o altar, e aos que adoram nele.

2) E deixa de lado o pátio que está fora do templo, e não o meças, porque está entregue aos gentios, que pisarão a cidade santa durante quarenta e dois meses.

3) E darei às minhas duas testemunhas, e eles profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, cobertos de saco.”

Começarei por observar que a interpretação desse capítulo mal está em seu começo, de modo que não poderemos fazer uma elucidação tão completa quanto a que conseguimos para o Capítulo XXI; o qual foi interpretado em sua totalidade com perfeita congruência e clareza. Aqui, o mais que podemos fazer é alguma tentativa de interpretação sobre base hipotética, de que esta pirâmide está dedicada à medicina, e que o Capítulo XI do Apocalipse se refere a ela.

O que trabalha na interpretação de um texto antigo deve fazer toda classe de hipóteses e submetê-las a provas de congruência.

Logicamente, quem realiza a tarefa tem a vantagem de estar mais familiarizado com a mesma, mas por sua vez, corre o risco de deixar-se levar demasiado longe pelo entusiasmo de suas próprias interpretações. Por isso, quero sublinhar, não comprometo nesta interpretação minha opinião pessoa, porém simplesmente realizo um ensaio que exigirá ulteriores e prolongados estudos; mas a importância da tarefa não escapará a ninguém que pense que tenho constatado a exatidão da indicação de que a pirâmide oriental estava dedicada à astronomia, há uma grande probabilidade de que, efetivamente, a ocidental o esteja à medicina. Mais ainda, se temos em conta o grau superlativo de desenvolvimento astronômico ali encontrado, devemos pensar que uma tal medida estará muito acima de tudo o que sabemos a respeito, dado o atraso das ciências biológicas desenvolvidas por nossa civilização. Fica assim justificada a necessidade deste intento.

Com o objetivo de sublinhar a congruência da interpretação que aqui ofereço, quero recordar que por volta do ano de 1955, já tinha realizado esta interpretação do Capítulo XI do Apocalípse, e havia deduzido que, possivelmente, nas dimensões do sarcófago de Quéfren estivera inscrito o número 1260. O fato de que o texto apocalíptico nos dá o número 1260 também em meses (quarenta e dois meses ou 1260 dias), apenas destacava a importância deste período de tempo. Conhecia, ademais, a incidência vital dos ciclos de 3,5 e 6,5 anos – assinalados pelo grande biólogo Julian Huxley e considerada por ele como um dos mistérios da biologia, já que estes dois ciclos regulam a evolução da vida sobre a terra. Segundo o referido autor, este ciclos foram obtidos de diversas análises estatísticas relacionadas com fenômenos biológicos e, particularmente, das estatísticas da “Companhia de Peles do Canadá”, que tem arquivos de vários séculos, onde se registra a quantidade de peles de cada ano. De imediato, das estatísticas da companhia, destacava-se a incidência do conhecido “Ciclo de Wolf” das manchas solares, de uma duração de onze anos. Mas os outros dois ciclos – que regem desde as migrações do lemingue e outros roedores até as migrações de peixes e aves, e desde a produção agrícola-graneleira até a ocorrência das epidemias – constituem um absoluto mistério quanto à sua origem e quanto à sua significação.

De qualquer modo, um ciclo de 1260 dias está muito próximo a um ciclo de 3,5 anos (exatamente 3,46 anos) e poderia ver-se nisto a relação entre a pirâmide de Quéfren e a medicina. Em tal caso, tratar-se-ia de ciclos de importância para a saúde humana. Talvez, ajustando-se a eles, poder-se-ia obter saúde e longevidade.

Dada a importância da questão, escrevi a funcionários do governo egípcio, uma carta redigida em árabe pelo professor Guraieb, solicitando dados sobre esta segunda pirâmide. Estes funcionários não responderam à carta. Depois, pude constatar pessoalmente no Egito que o tema das pirâmides não interessa ali a ninguém e que, inclusive, a maioria dos habitantes do Cairo nunca visitou as pirâmides. Era lógico que não houvesse resposta; mas havia outro fator adicional que dificultava a resposta à minha solicitação, e era que os arqueólogos do Cairo desconheciam as dimensões do sarcófago de Quéfren.

Por este motivo, vi-me obrigado a obter estes dados pessoalmente, o que me obrigou a mobilizar a pesada burocracia egípcia, cujas ramificações chegavam até os umbrais da pirâmide pois, o que nunca poderia imaginar, a última assinatura da autorização foi aposta por um policial que apareceu de trás de uma duna, carregando uma metralhadora, e que ali estampou sua rubrica, e pôs um selo, utilizando um lápis de tinta solúvel. Haviam montado uma repartição pública em meio ao deserto…

Seria demais enumerar as etapas desta pesada tarefa de obter permissão para a descida, mas durante seu lento trâmite (“um instantinho” podia significar três horas de espera), pensava que, possivelmente,a paixão burocrática dos egípcios modernos, bem poderia ser um resquício dos antigos sistemas imperiais. Pelo menos, o sorriso afável do filho de um guia em Sakkarah era inequivocamente a do modelo de alguma frisa antiga. Nem tudo se perdeu do Egito, os modos elegantes do arqueólogo Mohamed Saber, ou o gesto senhorial do Sheik da Grande Pirâmide, ou a simples saudação de algum cameleiro, ainda tresandam a nostalgia de um passado imperial.

Com a ajuda de dois guias – um, Ahmed, que já havia apreendido a arte de medir paredes e sarcófagos, e outro que tinha a chave do cadeado da pirâmide – realizei uma exaustiva e cuidadosa medição das dimensões da câmara e do sarcófago do suposto Quéfren.

Saí à superfície e me despedi dos guias – não sem antes dar-lhes a correspondente propina, que repartiriam depois, comunitariamente. Antes de tomar o ônibus 8 (“tamania”) que me conduziria em dez minutos a Midan el Taharir (no centro do Cairo), pude observar que no interior da pirâmide, fazia o mesmo calor que lá fora. O que implicava num bom sistema de ventilação, já que a câmara estava na mais absoluta escuridão. Eram duas horas da tarde, e o termômetro marcava 48ºC, uma temperatura normal para esta hora, no mês de junho. Penetrei no bar do Nilo Hilton Hotel – com ar condicionado – e diante de um enorme jarro de suco de frutas bem gelado dispus-me a transformar minhas medidas, tomadas com nosso metro convencional, nas medidas do Metro Absoluto, ou egípcio. Recordo que quando obtive a cifra de 1260 surpeendi-me com a exatidão de minhas deduções de cinco anos antes, com Córdoba, a 20 mil quilômetros de distância. Estava claro, também, o porquê não devia tomar em consideração as estruturas exteriores: simplesmente porque o sarcófago estava enterrado no pavimento.

Alguns meses depois, em Paris, pude obter as medidas efetuadas por Petrie com instrumentos de precisão, nesta mesma pirâmide. Com um maior número de casas decimais, pude encontrar que o valor exato da largura do sarcófago era de 1260,0 milímetros egípcios.

Desde então até agora, meditei e tratei de desentranhar que relação há entre todas as coisas e que estranhas práticas de ioga estão simbolizadas neste misterioso Capítulo XI do Apocalipse. Vem-me a recordação daquele versículo que diz: “E os homens das diversas tribos, e povos, e línguas, e nações, verão os seus corpos durante três dias e meio; e não permitirão que seus corpos seja sepultados”. Aqui, os 3,5 dias poderão ser três anos e meio? Há outro versículo que diz: “…um tempo, tempo e meio tempo”, ou seja, três tempos e meio. Poderá existir alguma relação com os 42 meses?

Não podemos seguir adiante no Apocalípse, nem pela pirâmide de Quéfren. Prefiro passar para a pirâmide de Hórus Sekhem-Het (em Sakkarah) onde o estudo metrológico das estruturas revelou três vezes a presença do número 2373. No Capítulo “As relações não-homogêneas” (pág. 161) ocupamo-nos da metrologia desta pirâmide e vimos que tal número aparece nas dimensões da câmara e no interior e exterior da sarcófago.

No dito capítulo não quis adiantar uma hipótese sobre este misterioso número – dado que ali ocupar-me-ei com concretas questões metrológicas. Mas em nossa tentativa de penetrar este inquietante arcano da sabedoria egípcia, descobrimos que:

6,5 anos – 2373 dias

A concordância das três estruturas vai além do limite de erro. Há algo na coincidência. Mas os números estão com todos os seus algarismos. Essa outra pirâmide com seu sarcófago, tampouco ocupado por nenhum faraó, nos mostra de novo um sedimento metrológico muito importante, porque este número expresso como “dois mil e trezentos dias de tarde e de manhã” (Daniel, VIII; 14) é o ciclo biológico, anotado por Huxley, de 6,5 anos.

Para mais informação, podemos recordar o número 2340 (234) que aparece obsessivamente no dimensionamento do sarcófago de Diodefres (cf. “O Problema de Diodefres”, pág. 144) como único número para todas as suas dimensões lineares e de volume.

Não podemos fazer mais inferências até que o progresso de nossa biologia possa dizer-nos algo mais dos misteriosos ciclos de 3,5 e 6,5 anos. Enquanto isso, é importante destacar que esses ciclos á eram do conhecimento dos antigos, como o atestam a Bíblia e as Pirâmides. Não tem isto nada de estranho. Colocando-nos na posição mais cética, é óbvio que homens que tiveram arquivos burocráticos que cobriam vários milênios, poderiam ter conhecimento de coisas que nossa incipiente civilização mal começa a descobrir. Arredondando o ciclo de 6,5 anos, converte-se no antigo, conhecido e misterioso ciclo das 7 vacas gordas e 7 vacas magras do sonho do Faraó, que José interpretou como um ciclo de chuvas e secas de sete anos. No citado capítulo XI do Apocalípse, lemos: “Eles têm poder de fechar o céu, para que não chova durante o tempo que durar sua profecia…” Não é de surpreender que o que José interpretou no ano 1600 a.C. possa parecer indicado em algum pirâmide egípcia; tampouco que volte a aparecer no livro de Daniel. A interpretação do sonho do Faraó é uma simples lenda que é aproveitada pela Bíblia, mas os arquivos que José – administrador da corte – podia consultar quantas vezes quisesse, são uma realidade histórica. É evidente que os utilizou ou para seu plano de governo, pois não é de se pensar que este conhecimento milenar fosse aplicado unicamente à determinação do almanaque egípcio, que Neugebauer considera obtido das estatísticas milenares das crescentes do Nilo.

Mais fácil de obter que um almanaque no qual a saída helíaca de Sírio aparece consignada com precisão de 365,25 dias, é conhecer os ciclos que automaticamente se depreendem destes arquivos.

Assim se explica que todo o ciclo undecenal do Sol (ciclo de Wolf) fosse do conhecimento de todos os povos antigos, que possuíram uma grande civilização, como os chineses e os egípcios. Foi preciso que se passassem três mil anos para que Galileu voltasse a descobrir as manchas solares, mas os antigos as conheciam muito bem, e no entanto, hoje os astrônomos utilizam os arquivos chineses de manchas solares para extrapolar o ciclo de Wolf até a pré-história. O número onze está na chave de todas as religiões antigas. Os heróis solares levam-no como data natalícia. A magia e a religião popular o cultivaram durante milênios. Mas nós, apenas recentemente o descobrimos no século XVI.

Um aspecto importante da investigação biorrítmica moderna constituem os trabalhos de G. Piccardi*, à frente do “Instituto di Fenomeni Flutuanti”, dependente da Universidade de Florença. Como é sabido, Piccardi alcançou renome mundial ao determinar a trajetória da Terra na Galáxia, valendo-se de ensaios químicos de laboratório. A forma nítida como nas estatísticas de Piccardi se reflete a atividade undecenal do ciclo solar mereceu que os “testes químicos” de Piccardi fossem incluídos nos programas geofísicos internacionais.

A revolução que Piccardi trouxe à serologia e hematologia foi destacada nos anos recentes por investigadores soviéticos e norte-americanos. Mas o que se tem que destacar aqui é que o “fenômeno de Piccardi” nos permite seguir os ritmos do universo uma forma até agora não conseguida por nenhum outro dispositivo de laboratório.

Em 1962, trabalhando com a equipe científica do professor Piccardi, tive a ocasião de estudar seus arquivos, em busca da recorrência de 3,5 e 6,5 anos, mas não pudemos encontrar nada. Na opinião do prof. Piccardi, é possível que com a prolongação das estatísticas, apareçam os citados e enigmáticos ciclos. Com observações que datavam apenas de 18 anos, o único que podia destacar-se era o ciclo de Wolf e a variação sazonal, com máximos e mínimos em abril e setembro, este último ciclo devido, segundo Piccardi, à posição da Terra no ápice solar.

As observações de Piccardi** conduziram-no a descobrir na radiação natural da ordem de 3.000 KHz o agente determinante da “ativação” da água, um estado alotrópico da água, responsável pelo processos biológicos observados por Piccardi. No laboratório do “Elektrophysikalisches Institut” (Instituto de Eletro-Física) de Munique, o professor Konig investigou a influência desta e outras faixas de frequência sobre este tipo de fenômenos, em estreita colaboração com o professor Piccardi. Mas aqui também as estatísticas datam de pouco tempo, e não é possível ainda fazer inferência biorrítmica. Consegue-se, isto sim, confirmar a hipótese do professor Schuman, de que a Terra é um ressoador para ULF (“Ultra Low Frequencies” – Frequências Ultra-Baixas).

O conhecimento dos ritmos biológicos exige estatísticas de longa duração, que todavia não possuímos. Com o tempo, as conseguiremos, mas enquanto isto, podemos tratar de aproveitar o que nos legaram os egípcios, cujos arquivos – segundo o sacerdote de Sais, citado por Platão no “Timeu” – cobriam milênios. O enigma da pirâmide de Quéfren é um desafio para os cientistas de nossa era. Sua solução mudará o futuro da raça humana.

* Piccardi, G. Rend. Acad. Naz. Lincei – 21 – VII – 84, 1956.

** Piccardi, G. – Chemical Basis of Medical Climatology, Nova Iorque, 1960.

Fonte: O enígma das pirâmides, J. Alvarez Lopes, editora Hemus, 1978, pp. 49-59.

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2 Respostas para “A Pirâmide de Quéfren”

  1. beatriz said

    muito legal e eu tava presisando mesmo rsrs

  2. beatriz said

    ew achei muito enteressante

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