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Pirâmide não é magia. É Tecnologia!

Mistérios do Mundo Antigo

Posted by luxcuritiba em março 8, 2011

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A REPUTAÇÃO LENDÁRIA dos egípcios como mestres das artes da alvenaria estende-se por quase toda a história da civilização. Em uma época anterior aos hieróglifos, aos números, e na qual o cobre ainda estava por ser fundido, colonos pré-históricos estabelecidos no vale do Nilo herdaram, ou deram início, a um legado notável que sobrevive há pelo menos seis mil anos. Nessa era, surgiram, pela primeira vez, sólidos recipientes de pedra feitos de ardósia, xisto metamórfico, diorito e basalto. Praticamente indestrutíveis, esses objetos figuram entre os mais estranhos e enigmáticos do mundo antigo. Em uma época posterior, trinta mil desses recipientes foram armazenados em uma câmara subterrânea da primeira pirâmide, a Pirâmide Escalonada, da III Dinastia, situada em Saqqara.

“Examinando-os com atenção, minha perplexidade tornou se ainda maior”, escreveu o renomado historiador alemão, Kurt Lange, depois de conhecer alguns desses recipientes de pedra. “Como teriam sido feitos as travessas, os pratos, as tigelas e outros objetos de diorito, que estão entre os mais belos de todos os refinados objetos de pedra? Não tenho a menor idéia… De que maneira poderia ter sido trabalhada uma pedra tão dura assim? Os egípcios da época tinham à disposição somente pedra, cobre e areia abrasiva… Mais difícil ainda é imaginar a fabricação de vasos de pedra dura com gargalos estreitos e longos, e bojos arredondados.” Evidentemente, os recipientes introduziram um problema que a “imaginação” de Lange não podia resolver.

O xisto metamórfico é mais duro que o ferro. O diorito usado, uma rocha granítica, inclui-se entre as mais duras conhecidas. Escultores modernos não se aventuram a esculpir essas variedades de pedra. Além disso, esses recipientes surgiram no Egito antes que aparecessem metais suficientemente fortes para cortar pedra. Muitos dos recipientes possuem gargalos compridos e finos, e bojos largos e redondos. Suas partes interna e externa se correspondem com perfeição. Não se concebeu ainda uma ferramenta que pudesse ter sido inserida nos longos gargalos a fim de modelar os bojos arredondados perfeitos. Lisos e lustrosos, esses recipientes não revelam nenhum sinal de marcas de ferramenta. Como teriam sido feitos?

De extraordinária dureza, a estátua em diorito do faraó Khafra (Quéfren em grego), construtor da Segunda Pirâmide de Gizé, foi esculpida durante a IV Dinastia. Reconhecida como uma das maiores obras-primas de estatuária jamais produzida, foi encontrada, de cabeça para baixo, em uma sepultura no Templo do Vale, ao sul da Esfinge, templo este vinculado à pirâmide de Quéfren, em Gizé. Segundo arqueólogos, durante o período da IV Dinastia, os egípcios não possuíam ainda metal duro o suficiente para esculpir essa estátua em diorito e, nesse mesmo período, foram também construídas as grandes pirâmides de Gizé.

Analogamente, pequenos amuletos em forma de escaravelho, feitos de diorito, datam de épocas mais antigas e tampouco revelam sinais de ferramentas. Em outras partes do mundo antigo, minúsculas contas de pedra, com orifícios ultrafinos para a passagem do fio, desafiam também uma explicação. Somente a tecnologia mais moderna consegue abrir, na pedra, orifícios de tamanho miniaturizado comparável.

Misteriosos trabalhos antigos na pedra, variando do minúsculo ao gigantesco, servem hoje de testemunho da sabedoria daqueles povos. Os blocos de pedra mais avantajados, encontrados na construção de templos, são aqueles existentes em Baalbek, no Líbano, um notável centro antigo de adoração do Sol. Os majestosos templos de Baalbek, com seus pátios imensos e pilares impressionantes, constituem, na maior parte, estruturas mais recentes do que o aspecto pelo qual é famoso este sítio. Em uma muralha externa da Acrópole de Baalbek, há três blocos tão grandes, que adquiriram um nome próprio, os “Trílitos”. Cada um desses blocos mede 19m50cm de comprimento por 3m96cm de largura. Com um peso calculado em 1.200 toneladas cada, inserem-se na muralha a uma altura de 6m96cm acima do nível do solo. Estima-se que seria necessária a força de 25 mil homens para erguer essas pedras. A colocação dos trílitos tem deixado perplexos os engenheiros mais experientes.

FIGURA 1. Estátua em diorito de Khafra (Quéfren), de mais ou menos 2600 a.C.

As partes mais antigas da muralha da acrópole, contendo esses blocos imensos, datam dos períodos fenício ou cananita. No templo de Júpiter, construído pêlos romanos nesse mesmo sítio, uma das pedras da fundação, datando de época ainda mais remota, pesa duas mil toneladas. As pedras da base e os trílitos possuem um traço comum com os milhões de enigmáticas pedras que constituem as pirâmides do Egito. Há entre elas uma conexão estelar — já que foram construídas sob a direção de sacerdotes de cultos solares, durante a longa era em que o Sol era adorado como o Deus supremo. Teriam os construtores antigos utilizado a mesma técnica construtiva quando ergueram ao Sol os mais grandiosos monumentos ora conhecidos na terra? Não há dúvida de que um intercâmbio cultural e tecnológico ocorreu entre o Egito e outras terras.

No Templo do Vale de Quéfren, em Gizé, cada bloco pesa até quinhentas toneladas. Conforme explicaremos adiante, tais blocos não foram, como geralmente se supõe, talhados in situ no leito rochoso. Quem foram os homens do Egito que, sem o auxílio de maquinaria poderosa, colocaram nos templos esses blocos de quinhentas toneladas? Como conseguiram colocar centenas de blocos de quinze e vinte toneladas nas pirâmides, em camadas equivalentes a trinta andares acima do solo? Antes de ponderar sobre a tecnologia desses construtores antigos, consideremos, por um momento, alguns fatos relativos às pirâmides, para os quais os egiptólogos não oferecem explicação adequada.

A Grande Pirâmide foi construída para um faraó chamado Khnumu-Khufu (Quéops em grego), durante seu reinado de vinte anos. Nesses vinte anos, aproximadamente 2,5 milhões de blocos de calcário, pesando de duas a setenta toneladas cada, foram incorporados a este monumento sagrado. Grandes carcaças de fósseis dificultavam cortar com precisão esse material rochoso. Tampas enormes de granito, mais duras que o calcário, bloqueavam outrora as galerias superiores. As paredes da chamada Câmara do Rei são de granito. Esta contém um sarcófago de granito, que, por suas grandes dimensões, não poderia ter passado pela porta e corredor contíguos.

Foto da estátua de Quéfren

Alegam os egiptólogos que essa estrutura singular foi construída com emprego de pedra e ferramentas de cobre. Ferramentas de sílex, embora possam receber gumes afiados, não servem para modelar à perfeição milhões de grandes blocos de pedra. O cobre, minerado em sua forma nativa e fundido pelos egípcios, é um metal mole. Com serras de cobre, é possível cortar madeira, mas não o tipo de granito duro encontrado na Grande Pirâmide. Implementos de cobre, além disso, não poderiam cortar 2,5 milhões de blocos de calcário em vinte anos. A arte de trabalhar em bronze surgiu no Egito apenas cerca de oitocentos anos depois da construção da Grande Pirâmide, durante ou pouco antes do período egípcio conhecido como Médio Império. O ferro só mais tarde chegou ao Egito e continuou raro, mesmo durante o Novo Império.

Se os blocos da Grande Pirâmide, material de dureza média, tivessem sido cortados com emprego de ferramentas de bronze, o trabalho acarretado teria sido igual ao necessário na construção de todos os monumentos de pedra do Novo Império, Último Período e Era Ptolemaica, períodos estes que, em conjunto, se estenderam por 1.500 anos. De que modo conseguiram os construtores de pirâmides do Antigo Império realizar, em vinte anos, uma obra que exigiu de seus sucessores 1.500 anos de trabalho?

A Grande Pirâmide não constitui uma aberração. O filho de Khnumu-Khufu (Quéops), o faraó Khafra (Quéfren), construiu a Segunda Pirâmide em Gizé, quase tão grande quanto a de seu pai, nos 26 anos que durou seu reinado. O pai de Khnumu-Khufu, o faraó Sneferu, foi o mais prolífico dos construtores de toda a longa história do Egito. Construiu duas pirâmides colossais, aplicando o princípio de justaposição de blocos e erigiu monumentos de pedra por todo o Egito. Estima-se que os trabalhadores de Sneferu utilizaram nove milhões de toneladas de pedra durante o reinado de 24 anos do faraó. E tudo isto realizado com grande perícia, antes da invenção da roda como meio de transporte.

Para ser erguida, uma porta levadiça, de duas toneladas, existente em uma estreita galeria na pirâmide de Quéfren, exige a força de pelo menos quarenta homens. O fato da galeria não permitir que mais de oito homens ali trabalhassem ao mesmo tempo, levou alguns arqueólogos a admitir que meios extraordinários, sobre os quais não dispõem de qualquer indício, foram usados na construção da pirâmide.

Os blocos justapostos das pirâmides são feitos de calcário de granulação fina, que parecem ser polidos. A Grande Pirâmide possuiu originalmente 115 mil desses blocos, alguns deles pesando cerca de dez toneladas, cobrindo uma área de oito hectares. Uma lâmina de barbear não pode ser inserida entre quaisquer de dois blocos justapostos restantes. O famoso egiptólogo, Sir Flinders Petrie, verificou que, na Grande Pirâmide, alguns blocos se encaixam com uma margem de folga de apenas 0,005cm. Os que cobrem a pirâmide de Quéfren, ajustam-se também à perfeição, mas com um toque adicional de perícia — encaixam-se em juntas do tipo macho e fêmea. Como teriam sido esses blocos talhados com tal perfeição? De que modo teriam os trabalhadores os instalado sem tirar mesmo pequenas lascas dos cantos?

Vinte e dois degraus próximos do topo da pirâmide de Quéfren não sofreram efeitos do tempo e estão em boas condições, uma vez que os blocos externos que os revestiam foram retirados há apenas 150 anos. Em um estudo preliminar realizado em 1984, eu, Joseph Davidovits, medi o comprimento dos milhares de blocos que constituem esses degraus e cerca de 10% da área da pirâmide. Todos os blocos se conformam a dez comprimentos uniformes. De que maneira poderia uma civilização, sem o auxílio de metais duros, preparar tantos milhares de blocos, com tal precisão?

O calcário frequentemente racha durante o corte, mesmo com emprego de ferramentas modernas mais eficientes. Falhas e estratos na rocha viva fazem com que para cada bloco cortado de acordo com o padrão, pelo menos um se fenda ou tenha seu tamanho alterado durante a mineração. Note-se, ainda, que esta taxa de quebra é mais otimista do que realista. Dados os muitos milhões de blocos existentes nas numerosas pirâmides, deveriam haver milhões de blocos rachados, próximos ou espalhados em algum lugar no Egito, mas em parte alguma eles foram encontrados.

Sabemos que milhões de blocos quebrados de calcário não foram cortados e usados na construção de monumentos, quando da introdução do bronze e do ferro. Por essa época, usava-se em monumentos apenas variedades moles de arenitos e granitos. Historiadores antigos que documentaram suas visitas a Gizé, tampouco mencionam pilhas de blocos quebrados. Este é, portanto, o paradoxo tecnológico do Egito: antes de o país possuir metais fortes para o corte de pedras, variedades duras de rochas foram empregadas na construção de monumentos. Surgindo o bronze e o ferro, utilizaram os construtores apenas as variedades mais moles de pedras, salvo algumas raras exceções.

Em vez de fornecer uma solução lógica para o enigma da construção das pirâmides, os estudiosos, até agora, só conseguiram mesmo apontar falhas nas numerosas teorias propostas. Mas há aspectos ainda muito mais complexos e desnorteantes no enigma das pirâmides. Antes de descrevê-los, consideremos o conhecimento de que dispunham os sacerdotes dos cultos solares responsáveis pela construção das pirâmides.

A antiga cidade egípcia de Anu, conhecida por On pêlos hebreus e por Heliópolis pêlos gregos, foi durante milhares de anos um grande centro religioso. Localizada a cerca de quarenta quilômetros de Gizé, a cidade foi erigida em terras sagradas, simbolizando o renascimento e a criação. Começando pelo grande Imhotep, um sacerdote de Heliópolis, a quem se atribui a inspiração e construção da primeira pirâmide, os outros sacerdotes de Heliópolis lançaram-se à tarefa de erguer pirâmides e templos espetaculares ao Sol. Esses sacerdotes sobressaíam nas artes e ciências e foram considerados os sábios tradicionais da terra durante toda a história extremamente longa da nação. A filosofia religiosa, o misticismo, a matemática, a geometria, a horologia e a astronomia estavam entre as ciências promovidas pêlos sacerdotes.

A preocupação com os céus refletia-se na orientação das pirâmides e templos e tinha origem na profunda reverência pelo Sol e pelas demais estrelas. Os sacerdotes eram descendentes de uma linhagem extremamente antiga e culta. Em tempos pré-históricos, seus ancestrais inventaram o calendário de 365 dias.

Supõem os arqueólogos que a ciência moderna é, em todos os sentidos, superior à ciência da antiguidade. Não obstante, sendo as possibilidades tecnológicas e científicas tão ilimitadas quanto a imaginação humana, constitui um preconceito inútil supor que a tecnologia moderna é toda abrangente e sempre superior. As pirâmides e outros monumentos permitem-nos um vislumbre de um imenso hiato de conhecimentos entre a ciência antiga e a moderna. Um conjunto soberbo de métodos e conhecimentos muito diferente do nosso aguarda ainda o dia em que será redescoberto. Em numerosas regiões do mundo, o homem moderno depara-se com vários exemplos intrigantes da tecnologia antiga.

Um exemplo notável de tecnologia antiga de qualidade superior está na preservação, a longo prazo, de alimentos e outros materiais orgânicos. Um dos casos mais extraordinários neste particular é a tumba de uma mulher, a Dama de Tai, encontrada por arqueólogos em Hunan, China. Esposa de um nobre, ela faleceu há mais de dois mil anos, aproximadamente no ano 186 a.C. Ao ser descoberto, o corpo estava no estado de alguém falecido há não mais de uma semana. Mais espantoso ainda, a carne continuava suficientemente elástica para voltar à forma normal depois de aplicada alguma pressão. O corpo não estava mumificado, nem embalsamado, curtido ou congelado. A preservação ocorreu graças à imersão do corpo em um misterioso líquido pardacento contendo sulfeto de mercúrio. O caixão estava envolvido em outros de proteção, vedados com argila branca pastosa e camadas de carvão vegetal. A câmara, à prova d’água e hermeticamente fechada, mantinha seu conteúdo a uma temperatura constante de 13°C.

São conhecidos também exemplos espantosos de preservação de alimentos a longo prazo. Até recentemente, poucos arqueólogos acreditavam que povos antigos conseguissem armazenar cereais durante períodos dilatados. Durante o século XIX, porém, viajantes europeus descobriram antigos silos de cereais na Espanha. A partir daí, confirmou-se que cereais eram armazenados, por toda parte, em depósitos subterrâneos. Silos antigos foram descobertos na Hungria, Ucrânia, Turquestão, Índia e em várias regiões da África. Numerosas tribos índias construíram silos subterrâneos nas Américas Central e do Norte. Na França e na Inglaterra, igualmente, não foram poucos os silos subterrâneos descobertos. Inicialmente, agrônomos ficaram surpresos ao descobrir que silos hermeticamente fechados podiam conservar bem os cereais.

No vale do Nilo, as inundações periódicas do rio tornavam impraticáveis os silos subterrâneos, o que ocasionou a construção de silos acima do nível do solo. Foram eles retratados em baixo-relevo e lembram jarros de cerâmica virados de cabeça para baixo. Nas pirâmides, igualmente, descobriu-se cereal isento de mofo e em boas condições após milhares de anos de armazenamento. Embora a germinação dessas sementes fracassasse, o estado do cereal era tão bom que pesquisadores se sentiram animados a tentá-la.

Em contraste, usando a tecnologia mais moderna, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos não consegue armazenar cereais por mais de quatro anos, antes que a infestação por insetos e mofo os tornem impróprios para o consumo humano. Os métodos modernos de armazenagem, baseados em ventilação, contrastam radicalmente com os sistemas de vedação usados na antiguidade, o que demonstra a diferença imensa entre as tecnologias moderna e antiga.

A Grande Pirâmide tem uma reputação legítima por sua capacidade de preservar matéria orgânica. Historicamente, as pirâmides foram chamadas de celeiros de José, o patriarca hebreu, filho de Jacó. O Gênese, livro da Bíblia, conta que cereais foram guardados por José no Egito durante sete ou talvez até vinte anos. Nos tempos modernos, pouca importância se dá à narrativa da Gênese, pois historiadores em geral desconhecem que os povos antigos eram capazes de possuir tal tecnologia. O crédito, porém, não pode ser posto em dúvida à luz das informações até aqui apresentadas.

Na década de 1930, o francês Antoine Bovis observou que animais que entravam por acaso na Grande Pirâmide e morriam antes de descobrir a saída, não entravam em decomposição. Ele iniciou estudos, e assim nasceu a teoria do poder das pirâmides. Seus defensores atribuem ao alinhamento e à forma da própria pirâmide a capacidade de preservar matéria orgânica. Esta teoria, no entanto, não explica por que a preservação pode ocorrer também em outros túmulos. Sugerem alguns teóricos que as pirâmides e o meio onde se situam são protegidos por uma força misteriosa, embora nenhuma força desse tipo tenha impedido que elas fossem saqueadas na antiguidade ou escavadas em tempos modernos.

Ao entrar na Grande Galeria e na chamada Câmara do Rei da Grande Pirâmide, a maioria dos turistas fica surpresa com o alto grau de umidade. Em 1974, um projeto conjunto de pesquisa empreendido pelo Stanford Research Institute (SRI International), da Stanford University (Califórnia), e a Ain Shams University, do Cairo, verificou que enquanto o leito rochoso de Gizé é seco, os blocos das pirâmides revelam-se cheios de umidade. O alto grau de umidade contido nos blocos impediu o trabalho de cientistas, que, munidos de equipamento eletromagnético de sondagem, procuravam localizar câmaras ocultas, nas Grandes Pirâmides de Gizé. As ondas emitidas pelo equipamento não se propagavam pela pedra da pirâmide. Ao contrário, eram absorvidas, o que frustrou a missão. As Grandes Pirâmides atraem umidade no meio de uma árida necrópole no deserto. Por quê? Como pode a atmosfera existente em suas câmaras ser conducente à preservação de matéria orgânica?

Numa tentativa de descobrir segredos antigos de preservação, a Organização de Antiguidades Egípcias (EAO), no Cairo, convocou uma impressionante equipe de cientistas da National Geographic Society e da National Oceanic and Atmospheric Administration. Esses cientistas estão estudando o ar encerrado no túmulo retangular existente em frente à Grande Pirâmide — ar que ali está há 4.500 anos. Utilizando-se tecnologia espacial desenvolvida pela NASA, amostras do ar estão sendo encapsuladas para testar a atmosfera de outros planetas. Os cientistas têm esperança de descobrir, com base nas temperaturas ambientais, pressão e no próprio ar, a forma como se processava a conservação da matéria orgânica.

Uma vez que artefatos começam a se deteriorar tão logo escavados e expostos ao ar, um dos artigos mais valiosos da antiguidade correu grande risco. Na década de 1950, uma escavação realizada em uma das sepulturas situadas próximas à Grande Pirâmide resultou na descoberta da barca funerária sagrada de Quéops. Para deleite dos arqueólogos, a peça valiosíssima estava preservada em condições perfeitas. A barca, medindo pouco mais de 36m58cm, tinha uma capacidade de deslocamento de mais de quarenta toneladas.

O casco, construído com centenas de peças de madeira cortadas de maneira a se encaixarem uma nas outras como num quebra-cabeça, foi habilmente costurado com um único pedaço de corda. O barco não precisava de calafetagem ou piche para se tornar inteiramente estanque. O princípio orientador de seu projeto baseia-se no fato de que, quando úmida, a madeira incha, ao passo que a corda encolhe, produzindo uma vedação automática, impermeável à água.

A Organização de Antiguidades Egípcias construiu um museu especialmente projetado para abrigar e exibir a barca de Quéops. Após a inauguração do museu, surgiram graves problemas. O sistema de ar condicionado não pôde dar conta do imenso número de turistas que entravam e saíam do prédio. A barca, que os egípcios antigos haviam confiantemente chamado de “Barca de Milhões de Anos”, começou rapidamente a desintegrar-se. Durante algum tempo, o museu ficou fechado ao público. Posteriormente, aparelhos caros, grandes consumidores de energia, foram usados para substituir, com êxito desta vez, os meios originais isentos de custo, automáticos, que de modo tão sutil e perfeito haviam conservado indene a barca durante 4.500 anos.

A barca de Quéops tinha condições de navegabilidade infinitamente melhores do que qualquer embarcação dos dias de Cristóvão Colombo. A famosa viagem de Thor Heyerdahl, realizada em 1970, do Marrocos a Barbados a bordo de um barco de caniço de papiro, deixou claro que os antigos navios egípcios eram capazes de viagens intercontinentais. A navegabilidade dos barcos era impressionante, mas cruzar um oceano constituía aventura difícil. Dado o conhecimento que possuíam sobre estrelas, é provável que os egípcios fossem excelentes navegadores, mas de que maneira obteriam água doce no mar? Em tempos modernos, a dessalinização é obtida através de vários métodos, incluindo a destilação, a eletrodiálise, o congelamento, a troca de íons e a osmose reversa, todos eles exigindo alto insumo de energia e aparelhos e materiais de concepção avançada. Há indicações de que os egípcios possuíam não só tecnologia para sempre obter umidade no deserto, mas também extrair do oceano água potável.

Coube a um naturalista romano, Plínio (23-79 d.C.), descrever o método antigo. Em sua obra latina, História Natural, descreveu ele curiosos recipientes de cerâmica, que, durante viagens, eram arrolhados rigorosamente e imersos no mar dentro de redes – onde automaticamente se enchiam com água pura e fresca. Ao ser traduzido, em 1833, do latim para o francês, por iniciativa da Academia Francesa de Ciências (a fim de comparar a ciência antiga com a ciência da época), cientistas recusaram-se a acreditar nessa história. No tempo desses cientistas, a destilação era o único método utilizado para se obter água doce da água salgada.

Os romanos ocuparam o Egito do ano 30 a.C. até o ano 395 d.C. e absorveram parte da tecnologia desenvolvida no país em tempos mais antigos. Não é provável que os egípcios tivessem construído navios capazes de cruzar oceanos, a menos que possuíssem também tecnologia que lhes assegurasse a sobrevivência.

É assunto controvertido se os antigos viajantes egípcios, ou aqueles que porventura lhes herdaram a tecnologia, influenciaram ou não civilizações construtoras de megálitos em volta do globo. Enigmáticos edifícios, em pedra quase sempre difícil de transportar e alocar, e sem marcas de ferramentas, são encontrados em numerosas regiões. Blocos de fundações em Tiahuanaco, Bolívia, pesam, cada um, cem toneladas. As muralhas de Cuzco, no Peru, exibem pedras enormes – espetaculares devido a suas estranhas juntas de encaixe em forma de quebra-cabeça. Um grupo patrocinado pela UNESCO, que estudou as estátuas da ilha da Páscoa, relatou que as mais velhas entre elas não correspondem mineralogicamente às rochas das pedreiras da zona. Torres pré-históricas da Grã-Bretanha, em pedra e em posição vertical, se erguem a uma altura de vinte metros, e uma delas supera 340 toneladas de peso. Curiosas também são as Pirâmides do Sol, no México, numerosos relógios solares na América do Norte, e o calendário em pedra ou observatório, de Stonehenge, na Inglaterra.

Entre todos os mistérios do mundo antigo, as Grandes Pirâmides, com seus complexos contíguos, fornecem a prova mais evidente de uma tecnologia sofisticada muito diferente da nossa. Embora outras civilizações construtoras de megálitos não tenham deixado história contendo pistas importantes sobre a tecnologia usada, os antigos egípcios legaram-nos grande riqueza de informações. A história egípcia escrita abrange um período de três mil anos, e, embora muito tenha sido destruído, registros remanescentes constituem um tesouro de informações sobre cirurgia, medicina, matemática, artes, topografia, religião e muito mais. Os egiptólogos, porém, há muito alegam que nenhum dos registros remanescentes descreve como foram construídas as pirâmides. Todavia erraram nessa alegação, conforme demonstraremos adiante.

Considerando o número de trabalhadores necessariamente envolvidos no projeto e obras das pirâmides, presume-se que o método de construção de fato utilizado foi conhecido ou visto por um número enorme de pessoas. Esses métodos, por conseguinte, não podem ter sido secretos e provavelmente devem ter sido documentados. No século XIX, procedeu-se à decifração da maioria dos textos hieroglíficos e cuneiformes, que não foram atualizados de modo a refletir achados arqueológicos correntes ou progressos científicos. Não podem, por isto, ser inteiramente exatos, e tampouco conclusões precisas sobre a tecnologia antiga podem ser alcançadas com base neles.

Com o intuito de descobrir mais sobre o nível da tecnologia antiga, estudiosos de pirâmides concentram atenção nas dimensões, projeto, orientação e aspectos matemáticos da Grande Pirâmide, espelhando o nível de parte da ciência da Era das Pirâmides, muito embora negligenciem o seu aspecto mais enigmático, os próprios blocos.

Grande parte da pesquisa científica sobre as pedras da Grande Pirâmide provoca mais perguntas do que respostas. Em 1974, por exemplo, geólogos da Stanford University analisaram amostras de revestimentos externos de blocos da Grande Pirâmide. Não conseguiram, porém, classificar paleontologicamente as amostras que não continham fósseis. Este fato dá origem à pergunta: De onde veio a pedra da pirâmide? Uma equipe de geoquímicos da Universidade de Munique, Alemanha, tirou amostras de pedreiras ao longo do Nilo e retirou espécimes de vinte diferentes blocos do corpo principal da Grande Pirâmide. A fim de determinar a origem dos blocos, compararam microelementos das amostras da pirâmide com outros das pedreiras. E divulgaram uma interpretação surpreendente sobre o resultado dos testes. Concluíram os cientistas que os blocos das pirâmides vieram de todas as vinte pedreiras amostradas. Em outras palavras, para construir a Grande Pirâmide, segundo esses geoquímicos, os egípcios arrastaram pedras por centenas de quilômetros, de todas as regiões do país — uma façanha espantosa, para a qual os arqueólogos não oferecem explicação lógica.

Os geólogos não concordam com esta conclusão. Podem demonstrar que a fonte de pedra fica perto da própria pirâmide. Ainda assim, não conseguem explicar que enquanto o leito rochoso do platô de Gizé compõe-se de estratos, estes não são encontrados nos blocos.

Embora geólogos e geoquímicos não possam concordar sobre a origem dos blocos, os primeiros tampouco concordam entre si sobre a origem da pedra usada nas maravilhosas estátuas esculpidas para o faraó da XVIII Dinastia, Amenhotep III, no Vale dos Reis. Essas impressionantes peças, os Colossos de Mémnon, foram originariamente monolíticos e pesavam 750 toneladas cada. E por sua vez repousavam em pedestais monolíticos de 550 toneladas. As estruturas equivalem a um prédio de sete andares. São de quartzito duro, denso, quase impossível de talhar. No início do século XIX, membros da expedição napoleônica ao Egito registraram observações sobre essas estátuas e sobre as pedreiras de quartzito do Egito, no Description de l’Egypte:

Nenhum dos morros ou pedreiras de quartzito exibe marcas de ferramentas, tão comuns em pedreiras de arenito e granito. Temos que concluir que um material tão duro e impróprio a ferramentas afiadas deve ter sido explorado por um processo diferente do geralmente empregado nos casos de arenito ou mesmo granito. (…) Nada sabemos sobre o processo usado pêlos egípcios para dar forma retangular a essa pedra, aparar as superfícies ou lhe conferir o belo polimento que vemos hoje em algumas partes das estátuas. Mesmo que não tenhamos descoberto os meios usados, somos forçados a admirar os resultados. (…) Quando a ferramenta do gravador, no meio de um caractere hieroglífico, atingia um fragmento de ardósia ou ágata na pedra, o desenho nunca era prejudicado, mas continuado em toda sua pureza. Nem o fragmento de ágata nem a própria pedra eram mesmo ligeiramente quebrados pelo trabalho de gravação.

Esta última observação reveste-se de implicações profundas. Que processo de alvenaria poderia permitir que os hieróglifos fossem gravados dessa maneira? O amado faraó Amenhotep III considerou “um milagre” a produção de suas estátuas. Documentos hieroglíficos, escritos após sua época, referem-se a esse tipo de pedra como biat inr, que significa “pedra resultante de uma maravilha”. Que maravilha tecnológica presenciou Amenhotep?

Estudiosos franceses e alemães, cuja obra discutiremos adiante, afirmam que os Colossos de Mémnon foram esculpidos com material de uma pedreira situada a oitenta quilômetros de distância e levado de barco pelo Nilo. Geólogos ingleses e norte-americanos, por outro lado, defendem a realização de uma façanha que chega às raias do inacreditável. Alegam que as estátuas foram esculpidas e transportadas pelo rio por setecentos quilômetros, contra a corrente. À medida que métodos mais sofisticados, tais como, absorção atômica, fluorescência de raios X e ativação neutrônica, são usados a fim de se estudar os mais enigmáticos monumentos do Egito, aumenta a confusão.

A Grande Esfinge, localizada em frente à pirâmide de Quéfren, tornou-se mais controvertida do que nunca à luz de recentes estudos geológicos. Com base na forte erosão que sofreram os blocos que cobrem as camadas inferiores do corpo e patas, a idade da Esfinge provocou, mais uma vez, sérias dúvidas.

Atualmente, esse monumento é atribuído a Quéfren. Egiptólogos mais antigos, porém, julgavam que fora erigido muito antes do reinado desse faraó, talvez no fim do Período Arcaico. A Esfinge parece muito mais antiga do que as pirâmides.

Nenhuma inscrição liga a Quéfren esse sagrado monumento. É fato, no entanto, que no Templo do Vale foram descobertas, na década de 1950, doze estátuas desse faraó, uma delas em forma de esfinge. Alguns egiptólogos dizem haver semelhança entre essas estátuas e a face da Esfinge.

Durante o século XIX, entretanto, egiptólogos franceses encontraram no platô de Gizé documento indicando maior antiguidade. O texto, denominado “Estrela do Inventário”, contém inscrições relatando fatos ocorridos durante o reinado do pai de Quéfren, Quéops. Diz o texto que Quéops ordenara que se erigisse um templo ao lado da Esfinge para indicar que esta já existia antes da época de Quéfren. Questionou-se, no entanto, a exatidão da estela, porquanto ela data da XXI Dinastia (1070-945 a.C.), ou muito depois da Era das Pirâmides. Porém, uma vez que os egípcios se orgulhavam muito da precisão de seus registros e tomavam todo cuidado com a cópia de documentos, nenhuma razão válida existe para se considerar o texto como inexato.

Fragmentos de antigos papiros e blocos de papel, bem como os escritos do historiador greco-egípcio Maneto, que viveu no século III a.C., indicam que o Egito foi governado por milhares de anos antes da I Dinastia — chegando alguns textos a mencionar 36 mil anos. Esta cronologia, no entanto, é ignorada pêlos egiptólogos, que a consideram lenda. Não obstante, a história egípcia antiga é estudada pêlos especialistas, principalmente da perspectiva do Novo Império, porquanto numerosos documentos sobreviveram da época de Tebas. A capital de Mênfis, fundada em tempos pré-históricos, foi um importante centro religioso, comercial, cultural e administrativo, durante milhares de anos. Infelizmente, porém, esta não foi efetivamente explorada.

Estudos geológicos recentes sobre a Esfinge provocaram mais debates que os relativos apenas a seu autor e idade. A própria história aceita da evolução da civilização sofre contestação.

O estudo da forte erosão do corpo da Esfinge e da depressão em que ela se situa indica como agente danificador a água. Uma erosão lenta ocorre no calcário, quando a água, absorvida, reage com sais existentes na pedra. A controvérsia tem origem na enorme quantidade de água responsável pelo fenômeno.

No momento, duas teorias são populares. A primeira diz que o lençol d’água subiu lentamente pelo corpo da Esfinge. Esta teoria gera problemas irreconciliáveis: Recente pesquisa levada a termo pelo Centro Americano de Pesquisa no Egito (ARCE), verificou que três operações de reparos, nitidamente separadas, foram realizadas na Esfinge, entre o Novo Império e a Era Ptolemaica, isto é, em um período de aproximadamente setecentos mil anos. O estudo indicou também que a Esfinge já se encontrava em seu atual estado de erosão ao serem feitos os primeiros reparos. Nenhuma grande erosão ocorreu desde o dano inicial e tampouco houve danos posteriores no leito rochoso contíguo à depressão, área esta que nunca sofreu reparos.

Sabendo disto, deve-se considerar que o Nilo, em suas inundações, tenha ao longo de milênios elevado vagarosamente o nível de assoreamento, e que isto se fez acompanhar da gradual subida do lençol d’água. Na época de Quéfren, o nível do lençol d’água era cerca de nove metros mais baixo do que hoje. Para se sustentar a teoria do lençol freático em elevação, uma inacreditável situação geológica deveria ter ocorrido. Significaria que, a partir de nove metros mais baixo do que o atual nível do lençol freático, a água subiu cerca de sessenta centímetros pelo corpo da Esfinge e na depressão circundante, ocasionando erosão durante cerca de seiscentos anos e interrompendo, em seguida, seus efeitos danosos.

Historiadores julgam mais inconcebível ainda a segunda teoria. Sugere ela que a água teve origem nas fases úmidas da última idade glacial — cerca de 15 mil a dez mil anos a.C. — quando o Egito passou por períodos de grandes inundações. Esta hipótese pressupõe que a Esfinge existiu necessariamente antes das inundações. Se pudessem ser provadas, teorias tradicionais sobre a pré-história seriam fortemente abaladas. A mais misteriosa escultura do mundo teria como origem uma época em que os historiadores colocam a humanidade no estado neolítico, vivendo em espaços abertos e dependendo para sua sobrevivência, principalmente, da caça e coleta de alimentos.

Um projeto recente, realizado em cooperação com o Centro Americano de Pesquisa no Egito (ARCE), com datação pelo radiocarbono (carbono-14), contesta a idade das próprias pirâmides. Embora o calcário não contenha carbono para fins de datação, a argamassa encontrada em várias partes do núcleo de alvenaria da pirâmide continha minúsculos fragmentos de material orgânico, em geral carvão vegetal calcinado ou caniços. Alguns fragmentos são pequenos demais para admitirem tratamento pêlos métodos padronizados e, por isso, a datação pelo carbono-14 teve que ser efetuada com auxílio de um acelerador atômico, em Zurique, Suíça.

Recolheu-se 71 amostras de treze pirâmides ou de seus monumentos funerários circundantes. Do núcleo de alvenaria da própria Grande Pirâmide extraiu-se 15 amostras em vários níveis, da base até o topo.

Os resultados dos testes anunciados pêlos pesquisadores foram espantosos. Indicavam que a Grande Pirâmide era até 450 anos mais antiga do que a egiptologia havia determinado com base no registro arqueológico. Mais notável ainda foi a informação de que a argamassa no topo da Grande Pirâmide era mais antiga do que a existente na base e que ela era mais velha do que a Pirâmide Escalonada de Zóser, que egiptólogos comprovaram ser a mais antiga de todas.

Todos os egiptólogos concordam, sem a menor dúvida, que a Grande Pirâmide foi construída cerca de cem anos depois da de Zóser. Aqueles questionados sobre o recente projeto de datação com carbono negam a possibilidade de exatidão desses testes. Os pesquisadores, no entanto, declaram que a amostragem foi cuidadosa e que se utilizou métodos eficazes. Anteriormente, um laboratório alemão realizou amostragens em tumbas no Saqqara, e seus testes forneceram também datas em quatrocentos a 450 anos anteriores às tradicionalmente estabelecidas.

Os desnorteantes aspectos do Templo do Vale situado perto da Esfinge impressionaram membros da expedição napoleônica no início do século XIX. François Jomard, membro da expedição, pensou inicialmente que os enormes blocos do templo eram protuberâncias do leito rochoso, cortados toscamente em forma retangular. Conforme já mencionado antes, supõe-se, hoje, que os blocos tenham sido esculpidos in situ. Jomard, porém, notou cimento sobre os blocos e deu-se conta de que observava pedras ali colocadas deliberadamente e que chegavam a pesar quinhentas toneladas. Demonstrando espanto e admiração, escreveu em Description de l’Egypte: “Gostaria de saber quem foram esses egípcios, que, quase que brincando, moveram massas colossais, pois cada pedra em si é um monólito, no sentido de serem enormes.”

Engenheiros não solucionaram até hoje os problemas logísticos implicados no levantamento de pedras de tal magnitude. Teria sido impossível movê-las manualmente e colocá-las com tal perfeição, cimentadas entre si, na pequena área de trabalho. Este ponto ficou bem claro em uma observação de Petrie ao descrever as pedras da galeria interna da pirâmide de Quéops: “A colocação dessas pedras em contato perfeito exigiu trabalho cuidadoso, mas fazer isto com adição de cimento entre as juntas parece quase impossível.” Petrie referia-se a pedras que pesavam dezesseis toneladas — uma mera fração do peso dos blocos do templo.

O chão do Vale do Templo é de lajes de alabastro branco. Blocos de granito faceados e ligados com precisão revestem as paredes internas. A curiosa junção dos cantos no interior não tem semelhança na arquitetura moderna. Blocos se curvam em volta das paredes e se juntam em variados padrões de encaixe tipo quebra-cabeça. Essas pedras duras e maravilhosamente trabalhadas constituem exemplo de um método extraordinário de alvenaria.

Petrie introduziu os enigmas da construção das pirâmides com a publicação do Pyramids and Temples of Giza, em 1883. O tópico permaneceu em banho-maria na mente do público até que os trabalhos de um arqueólogo amador, Erich von Daniken, provocou uma explosão de controvérsias na década de 1970. Em seu livro, Chariots of the Gods?, von Daniken tentou solucionar os numerosos problemas de engenharia do passado. Escreveu: “A Grande Pirâmide é (e continua a ser?) um testemunho visível de uma técnica que nunca foi compreendida. Hoje, no século XX, nenhum arquiteto consegue construir uma cópia da Pirâmide de Quéops, mesmo que disponha dos recursos técnicos. De que modo poderá alguém nos explicar esses e outros enigmas?”

Nosso livro revela o verdadeiro método de construção das pirâmides e, conforme explicaria adiante, a maioria dos mistérios do mundo antigo é finalmente solucionada por uma única e grande inovação científica. A descoberta é tão espetacular e de tal alcance que muitos e importantes aspectos da história antiga serão reescritos inteiramente. Mas, em primeiro lugar, impõe um exame mais profundo dos problemas sem solução da construção das pirâmides.

As pirâmides. A solução de um enigma. Joseph Davidovits e Margie Morris, Editora Record, 1988, Rio de Janeiro-RJ, pp. 07-24.

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