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Simulação virtual da realidade: os neurônios-espelho, a empatia e a antipatia

Posted by luxcuritiba em fevereiro 25, 2015

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Estudo revela que uma parte do cérebro controla uma importante característica emocional

Por Jack London

Giacomo Rizolatti, neurocientista italiano nascido em Parma, descobriu recentemente o que denominou de neurônios-espelho. Estima-se que eles representam cerca de 20% dos neurônios localizados nos lóbulos frontais de nosso cérebro.

É inquietante, para o senso comum, pensar numa função tão básica para nosso convívio em sociedade, em família, em círculos de amizade ter a empatia apenas como resultado de uma atividade cerebral, maior em algumas pessoas, menor em outras.

Na compreensão tradicional, o cérebro só controla funções como os batimentos cardíacos, a respiração e o sono. Atributos mais abstratos, emocionais e subjetivos frequentemente são ligados a formas de educação, adaptação social ou emoções.

Pois saiba que, segundo novos estudos, nenhum curso de boas maneiras ou métodos de relaxamento e análise mudarão esta condição: se você não consegue ser uma pessoa “simpática”, o que você tem é uma baixa eficiência de uma célula cerebral chamada neurônio-espelho. Tendemos a sentir as mesmas emoções que uma pessoa próxima de nós, com a qual empatizamos. Existe uma discussão teórica longa se essa imitação é o que chamamos de empatia ou se nós empatizamos primeiro e depois o organismo fica pronto para mimetizar os movimentos do interlocutor, ou se tudo isso acontece ao mesmo tempo. Quem “empatiza” ou “antipatiza” são os neurônios-espelho.

A empatia não é um sentimento abstrato , mas sim algo neurológico; é a reprodução afetiva de movimentos e mesmo de emoções, mas sem que isso necessariamente se traduza em movimentos ou atitudes que possamos “ver” como fenômeno real.

Ainda não se sabe exatamente se os neurônios-espelho estão presentes em todo o cérebro, mas sabe-se que elas participam na produção da imitação de movimentos. Porque o bocejo é contagioso? Quando vemos alguém bocejar, essas células são ativadas e imediatamente sentimos vontade de bocejar e executamos o ato, até mesmo irrefletidamente. Com a empatia acontece a mesma coisa.

A empatia é uma forma de representação de ações alheias, no cérebro do observador. Se você vê alguém chorando, sentirá pena, compaixão, mas isso só acontece porque seu cérebro reproduz o padrão neural do choro, dos movimentos corporais do choro também. Euforia, medo e fúria podem também mobilizar nossa empatia ou nossa antipatia.

Estas e outras comparações vão dando corpo à ideia de que a empatia tem bases neuronais. A nova interpretação de velhas atitudes antes incompreensíveis, ou justificadas por argumentos banais – “feio, sujo, alto, baixo, gordo, magro”- é algo coerente e passível de ser demonstrado em laboratório. É claro que isso em nada diminui a qualidade de um sentimento, ou da compaixão, apenas ilumina nosso entendimento sobre tais características que tantas tragédias ou frutos já trouxeram à humanidade.

Vilayanur Ramachandran, professor hindu da Universidade da Califórnia, explica num TED a importância destas estruturas na nossa vida diária.

Segundo Ramachandran, o cérebro é constituído por mais de 100 bilhões de neurônios, que realizam permanentemente entre 1.000 a 10.000 contatos. As combinações possíveis excedem o número de partículas elementares do Universo.

Os neurônios são acionados quando existe uma ação, por exemplo, esticar o braço para buscar uma maça e trazer o braço de volta. A nova descoberta afirma e comprova pela neurociência que os neurônios de um outro ser humano observador daquela ação também são acionados, os neurônios- espelho.

O mesmo acontece com um toque. Quando um ser humano vê outro ser tocado, faz como que uma “simulação virtual da realidade” aconteça dentro de quem vê a cena. Adicionalmente a pele envia informação a um cérebro que de fato não está sendo tocado, mas sentimos o toque noutra dimensão que não a física. Ramachandran chama os neurônios-espelho de neurônios da empatia, ou neurônios-Ghandi.

Estudos ainda mais modernos, relatados num capítulo do livro Entre o Filósofo e o Cientista, mostram que o mecanismo envolvido na empatia – pelo menos no que diz respeito ao entendimento da intenção alheia, são fruto da atividade positiva ou negativa de nossos neurônios-espelho.

Se você se sente sempre envolto numa casca de abacaxi ou num cactus ao se relacionar com o mundo ou com os humanos, procure ajuda: seus neurônios-espelho estão lhe devendo alguma coisa. Por outro lado, agora sabemos que o personagem social geralmente chamado de “o alegria da festa”, não tem nada de especial, apenas deu a sorte de nascer com seus neurônios-espelho em pleno funcionamento.

Quem sabe você deve o seu sucesso ou seu fracasso na vida profissional ao mau ou bom funcionamento de seus neurônios-espelho? Quem sabe tudo não se resuma à velha pergunta da Bruxa ao seu espelho mágico:

– Espelho, espelho meu, existe alguém mais competente e capaz do que eu?

http://revistapegn.globo.com

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